Antologia Lua Negra: 3x09 - Stregoneria (Season Finale) - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Antologia Lua Negra: 3x09 - Stregoneria (Season Finale)

Conto de Igor Ferreira Komar
Compartilhe:






Sinopse: Uma jovem mãe, em plena revolução farroupilha e com o marido longe de casa, terá que enfrentar adversidades que testarão sua fé, a fim de proteger seus filhos em sua fazenda, isolada no meio dos pampas gaúchas.


Stregoneria
de Igor Ferreira Komar

 

            1842. No alto do céu noturno dos pampas não se via estrelas, nem mesmo o menor resquício do luar. O astro estava lá, imponente, mas completamente enegrecido. Porta dei Morti, como Chiara conhecia. Um convite aos mortos para retornar a terra dos vivos. Para alguns somente as raízes do paganismo vil dos vilarejos do interior da Europa, para outros eram apenas superstições sem valor. Para ela, vinda dos açores com sua família até se casar e se mudar para o interior dos pampas gaúchos, mas ainda com sua mente e fé enraizadas na sua origem toscana, eram mais do que simples histórias contadas pelas nonni para assustar crianças. Havia muito mais verdade nas “superstições” do que as pessoas estavam dispostas a acreditar.

Mas, naquele momento, parada em frente a seu casebre de madeira rústico, algo a preocupava mais do que os mortos. A lua negra não era um convite apenas para que as almas penadas vagassem no mundo dos mortais, mas também para coisas que se escondiam nas sombras. Histórias obscuras que os anciões da vila em que morava, ainda nos Açores, evitavam comentar em voz alta. Le ombre sussurranti, eles diziam. As sombras que sussurram. Ela cresceu em vilas afastadas da civilização e do contato com a fé católica. Viu coisas que não sabia explicar, e sobre as quais jamais falou com seu marido. Não cabia a ela questionar a fé dele. Ademais, ele já tinha muito com o que se preocupar.

Como um homem do campo, um homem que almejava ser um estancieiro, era incapaz de permanecer em casa quando a revolta se conflagrou. Ele só não se juntou aos farroupilhas nos dois primeiros anos da guerra pois seu filho era recém-nascido, e sua casa, que ele mesmo estava construindo, ainda não havia sido terminada. Mas tão logo seu pequeno Érico completou três anos, e a sua casa enfim ele terminou, pegou em armas, apeou o cavalo, e com a promessa que retornaria tão logo a revolução fosse vitoriosa, Antônio partiu a galope para pegar em armas contra o Império, deixando para trás sua esposa Chiara, sua filha Dora, então com dez anos completos, e seu filho Érico. Isso tinha acontecido há seis meses.

Não havia vizinhos com os quais Chiara pudesse contar ou pedir ajuda. Não que fosse mulher de recorrer aos outros. De temperamento forte e decidido, jamais pedira ajuda para o que quer que fosse, se virando como podia, especialmente agora na ausência do marido. Desde que tinha vindo para o Brasil, ainda moça recém feita, ela vinha pouco a pouco esquecendo partes de sua herança açoriana e toscana. Se mudar enquanto se ainda é uma criança costuma embaralhar as memórias um pouco. Mas a visão daquela lua, o vento frio do final do outono que soprava varrendo os campos e lhe gelava as faces, aquela atmosfera pesada que a muito não sentia, tudo isso despertou nela memórias amargas, histórias tristes e lendas antigas. Coisas do tempo de criança que desejava esquecer. Ricordi oscuri, eredità maledette. Os ditados e mesmo a língua toscana lhe vinham à mente.

Ela suspirou, enquanto corria o olhar em torno da mata que cercava sua fazenda, a mesma mata que ainda havia de ser derrubada para então dar lugar ao pasto para o gado que seu marido compraria. E que por causa da revolução, tinha ficado por cortar. Mato fechado. Mato ruim. Mesmo as pessoas da região, de vilas a alguns quilômetros dali, diziam isso daquela pequena floresta que se fazia de jardim para Chiara. Mas claro que Antônio, homem devoto e católico fervoroso, homem do campo, mas desapegado da terra, não deu ouvidos a histórias de estancieiros velhos e anciãos caducos. Terra era terra, ele dizia. Depois que derrubasse o tal mato, não teria mais nada de ruim pra ameaçá-los, se é que um dia tivesse existido. Mas ele não derrubara o mato. O mato estava ali, mais fechado do que nunca, mais escuro e sombrio do que Chiara se lembrava.

A luz do lampião que ela carregava nas mãos tremia, fazendo as sombras nas árvores parecerem dançar de forma ameaçadora, como se quisessem agarrar a pequena casa de pau a pique e engoli-la por inteiro. Um arrepio percorreu a espinha dela, e, ajeitando o casaco, se recolheu para a casa. Já havia acomodado as crianças no quarto que lhes cabia, e agora só lhe restava aguardar o dia nascer para ter certeza de que estariam em segurança. Passou em frente a um espelho posicionado na parede, e se olhou. Ainda era jovem, não mais que vinte e nove anos, e mesmo os anos de labuta ao lado do esposo não tinham lhe tirado o rosto juvenil de traços fortes, ou embranquecido seus longos cabelos negros. Mas aqueles últimos meses tinham sido mais desgastantes que todo o trabalho na fazenda. Tinha olheiras profundas, marcas de desgaste na pele, e seu cabelo estava todo ressecado e quebradiço. Não era uma pessoa muito vaidosa, mas não podia deixar de notar o estado lastimável que se encontrava.

Caminhou por toda a casa, indo de janela em janela, checando se todas estavam trancadas. Apagou a maior parte das luzes e manteve apenas o lampião aceso por perto. Então, dirigiu-se para uma peça mais reservada, um pequeno cômodo onde, em um armarinho de madeira nobre, herança do marido, havia um crucifixo de madeira com a imagem de Jesus Cristo, um terço pendurado, e algumas pequenas imagens de santos, algumas de gesso, mas a maioria de madeira. Uns tantos destes santos tinham vindo com ela da casa de sua família, em Santa Catarina. Um presente de sua madre para protegê-la neste local ainda tão inóspito. Ela ajeitou o vestido puído, se ajoelhou em frente ao armarinho, e começou a rezar com as mãos envoltas no terço.

O vento minuano soprava nos quatro cantos da casa, e toda a estrutura de madeira rangia sob o efeito do vento. Mas o casebre era forte, não seria um vento de outono que o derrubaria. E certamente não era por causa do vento que Chiara rezava. Foi então, em meio a suas orações, que ela ouviu. Não o vento soprando, não as madeiras estalando, não o cacarejar de suas galinhas ou o ronco de suas crianças, mas um uivo. Um uivo misturado a um grito humano, como se fosse um homem em agonia, ao mesmo tempo que um cão ou lobo uivava para a lua negra no céu. Longo e cavernoso, aquele uivo reverberou por toda a casa e por todo o seu corpo, fazendo estremecer suas carnes e abalar sua alma. Ainda de olhos fechados, ela apertou o terço com tanta força que quase furou as mãos com a madeira dele. Olhou para cima, para a cruz de madeira que jazia no armarinho. Seus olhos lacrimejaram. E mais uma vez o uivo se fez ouvir por toda a casa.

-Mammina! - uma voz fina e infantil chegou aos ouvidos dela. Como se movida por uma mola ela se colocou de pé e correu para o corredor. Sua filha estava lá, parada em pé, na porta do quarto, pálida como um fantasma e tremendo dos pés à cabeça. Chiara abraçou sua filha com força e carinho, tentando ao máximo tranquilizá-la. Acariciando a cabeça da menina, lhe falou: - É apenas o vento, minha pequena... não se preocupe, logo ele passa. Volte a dormir. Eu não vou deixar nada de mal acontecer a vocês. Apenas volte a dormir, e se sentir medo de novo, ore com fervor e peça a Deus por proteção, que logo o sono virá e você vai viajar nos seus sonhos.

Ela beijou a testa da filha e a acompanhou até a cama novamente. Olhou para o pequeno que dormia profundamente e agradeceu por ele não ter se acordado. Antes de deixar o quarto chegou mais uma vez até a janela, para ver se estava bem presa mesmo, e, fechando a porta com cuidado, voltou para a peça com o armarinho e a cruz. Dobrou os joelhos e começou a rezar, mais uma vez. Rezava mais por tradição e costume do que por fé. Mais porque não queria pensar no que estava lá fora, do que por acreditar que estava protegida. Que seu marido não lesse seus pensamentos, nem lhe ouvisse dizendo tal coisa, pensou ela. Mais uma vez o uivo retumbou pela casa. Finalmente ouviu a algazarra vinda do galinheiro. A confusão durou alguns minutos, e então se fez silêncio. Só era possível ouvir o som do minuano soprando sobre o casebre, e nada mais.

Quando finalmente raiou o dia, só então ela criou coragem de sair de casa. Não havia dormido, estava cansada. Não deixou as crianças saírem enquanto não desse uma olhada no estrago que aquilo tinha causado. Levou um susto logo ao abrir a porta, pois havia sangue e penas por toda a parte. Conforme foi caminhando pelo terreno foi encontrando mais e mais rastros de destruição e morte. O galinheiro estava destruído, em pedaços. E não havia nem sinal de uma só penosa que fosse. Todas mortas ou mutiladas, feitas em pedaços, de uma forma tão debochada, que parecia que a coisa zombava dela. Havia sangue e restos até nas paredes. E claro, havia as pegadas. Dezenas delas, espalhadas pelo solo. Várias ao redor da casa. Uma das janelas, mais afastada, tinha marcas de arranhões, onde a madeira estava lascada.

Ocupou-se o dia inteiro junto de seus filhos, preparando uma refeição para todos, e limpando o pátio de todos aqueles restos e do sague espalhado. Sabia que limpar o sangue era inútil, que aquilo já tinha farejado a ela e seus filhos. Todos eles estavam marcados pela besta. Limpava somente por que o cheiro de sangue a nauseava, e por que não queria que as crianças vissem aquela cena de mortandade. Em um dado momento, quando o pequeno havia se entretido dentro de casa, Dora se aproximou de sua mãe e lhe perguntou:

- Mammina... o que era aquilo ontem à noite? Não era o vento, não é?

Chiara olhou para os olhos da menina, tomados pelo medo, mas mesmo assim resistindo à tentação de se entregar a ele, e ponderou o que poderia lhe responder. Por fim, decidiu contar a verdade a menina:

 - Era um mannaro. Uma coisa ruim. Um espírito perturbado da floresta.

A menina, com os olhos lacrimejando, após pensar um pouco, voltou a perguntar a sua mãe:

- Nós vamos ficar bem?

- Sim amore mio, nós vamos. Não se preocupe. Dios vai nos proteger de todo o mal. - esta foi a resposta que Chiara conseguiu dar a filha, mas não era a que queria ter dito. No fundo, ela não tinha certeza. Na verdade, duvidava que passariam daquela noite. Mas não tinha coragem de dizer isso a menina.

A noite veio mais uma vez, e, de forma que só poderia ser descrita como sobrenatural, a lua sem cor mais uma vez se fez presente, em uma noite sem estrelas, e desta vez, sem nem mesmo o vento minuano. Nem os grilos, nem os pássaros em seus últimos voos do fim do dia antes de se recolherem, nada podia ser ouvido. A mata ao redor estava tomada por um silêncio sepulcral, como a calmaria antes da tempestade. Chiara recolheu suas crianças assim que o sol se pôs. Trancou sua casa e, no desespero, pregou as janelas com as poucas tábuas que pôde encontrar rolando pelo pátio, provenientes do galinheiro destruído. Por fim, barrou a porta com uma mesa pesada, levou as crianças para a peça onde ficava o armarinho e a cruz, a única peça sem janelas do casebre, e ordenou que não saíssem de lá sem que ela mandasse. Então, com o terço na mão, se ajoelhou no meio da cozinha e começou a rezar.

Não tardou a escutar aquele uivo cavernoso novamente. A criatura rondava a casa, e Chiara podia ouvir seus passos, as garras raspando na madeira e a respiração pesada do monstro. As palavras da oração saiam de sua boca, mas ela não sentia nada. Não havia peso em sua reza, nem comoção. Ela não tinha fé. Era uma oração vazia. Ouviu a madeira de um dos quartos estalar mais forte que o normal. Era a criatura tentando entrar na casa. Ela abriu os olhos, olhou para o terço nas mãos e com raiva atirou o objeto longe. Correu para seu quarto e viu que a tábua quebrada tinha sido da sua janela, mas a criatura estava novamente caminhando ao redor da casa, como se brincasse com eles, os provocando, causando terror antes de enfim matá-los. Por um momento ela hesitou, olhando para a cama, mais precisamente para baixo dela, como se pensasse se deveria fazer o que estava prestes a fazer. Um novo urro da criatura a fez tomar uma decisão. Chiara correu até sua cama e retirou uma mala marrom de debaixo dela. Sem se importar com a quantidade absurda de poeira ela abriu a antiga mala. Haviam diversos objetos ali, entre fotos antigas, livros e fracos de vidro com pós e ervas dentro. Enfim, apesar da pouca luz fornecida pelo lampião, encontrou o que procurava.

Mais um uivo se ouviu, e novamente as tábuas sendo quebradas, desta vez em outro cômodo da casa. Sem perder tempo ela pegou um livro e um frasco com um pó metálico. Correndo o mais rápido que podia ela voltou para a cozinha, jogando o livro sob a mesa e folheando-o furiosamente. Depois de folhear algumas dezenas de páginas finalmente encontrou o que queria. Revirou sua cozinha até encontrar uma haste de ferro pontiaguda, colocando-a sobre a mesa. Em seguida, munida de uma faca, ela cortou a palma da mão direita e deixou o sangue escorrer pela haste, enquanto proferia:

-Accetta questo sacrificio nel tuo nome...accipe sacrificium nomini tuo...accipe sacrificium nomini tuo... - conforme o sangue escorria, encharcando a haste com o líquido carmesim, com a mão que não havia sido cortada ela começou a despejar o pó que havia no fraco de vidro, sobre o sangue derramado. Passados alguns segundos, ela apertou a mão com força, e em seguida a enfaixou com um pano qualquer. Munida com a haste afiada, agora embebida em sangue e com o pó metálico misturado a ele, ela se dirigiu para a porta, removendo a barreira que tinha feito com a mesa... e a abrindo. Uma neblina anormal invadiu a casa, junto do cheiro de podridão e carne rançosa, que ela já conhecia tão bem. Com a haste na mão direita e o lampião na mão esquerda, ela saiu de casa, seus pés encobertos pela neblina gélida, tão gélida que não parecia ser deste mundo. Podia sentir as pontas dos dedos congelando.

Ela não precisou esperar ou mesmo chamar a criatura. O monstro veio até ela a passos largos. Mesmo na penumbra e com a névoa, ela pode vê-lo muito bem. Com dois metros de altura, o corpo coberto de pelos negros, patas e garras como as de um lobo, o focinho de um também, mas tinha um par de chifres galhados na cabeça, além de um focinho anormalmente grande e carregado de dentes afiados. Os olhos vermelhos da criatura brilhavam na escuridão como duas brasas. Quando a coisa se aproximou mais dela, pode ver que não tinha olhos, mas somente as orbes vazias onde de fato duas chamas queimavam tão intensamente quanto rubis. Incrivelmente, a criatura parecia calma. Talvez tranquila em saber que sua refeição tinha vindo até ele, sem que precisasse quebrar a casa inteira e catar a carne em meio aos destroços.

Quando o monstro se aproximou, Chiara apontou o ferro para ele e começou a proferir a plenos pulmões: - Et tu iubes spiritum immundum, et basis, id relinquere domum! Relinque furorem meum feres solis silvis dominam! Relinquere domum meam et sacrificaverunt et erubescetis super conturbant, quia secutus est silva! - a cada novo verso proferido, a voz de Chiara se tornava mais forte e menos parecida com sua própria voz. Era quase como se fosse outra pessoa proferindo aquelas palavras cabalísticas. A criatura, inicialmente sem parecer dar ouvidos a ela, ergueu ameaçadoramente uma das patas e a desceu com força na direção dela, com as garras arqueadas e a boca aberta, urrando. Tão logo sua pata a alcançou, apenas tocou na ponta do ferro que ela, habilmente, colocou entre si e o monstro. A criatura sangrou, recuando e grunhindo de forma confusa. Olhava para a própria pata, como se não acreditasse no que estava vendo. Sangue escuro, espesso, jorrava do ferimento do monstro, com um cheiro de podre ainda mais acentuado. Onde aquele sague caía, o solo parecia se tornar venenoso tal era a coloração que se tornava.

Confusa e ferida, a criatura recuou, vendo aquela mulher parada em sua frente, ainda lhe apontando o ferro pontiagudo, com um olhar determinado, carregado de ódio... e poder. A própria Chiara não poderia ter visto, mas uma aura negra havia se formado a sua volta, como se, por alguns instantes, ela estivesse mesclada às sombras. Agora com os cabelos soltos e armados, a impressão era ainda maior. O monstro uivou mais uma vez e correu na direção da mata, sumindo de vista. A névoa ao redor da casa se dissipou, e Chiara podia jurar que a noite se tornara mais clara também. Permaneceu de vigia na frente de sua casa até o amanhecer, só então entrou novamente e, depois de esconder o ferro e o livro, e de fazer um curativo melhor, abraçou seus filhos com ternura, elogiando a coragem deles por não terem a desobedecido.

Na tarde daquele dia, enquanto seus filhos a ajudavam a arrumar a casa, ela espalhava pequenos saquinhos com sal pelos cantos da casa, enquanto proferia baixinho algumas palavras que tinha conferido no livro. Suas olheiras tinham sumido. Sentia-se mais leve. Sabia que o mal, a criatura, ainda estava lá fora. Sabia que a noite ainda escondia muitos perigos. E sabia que no fundo, só podia contar consigo mesma e com sabedoria que lhe fora passada por sua vó, e que sua mãe tinha feito o possível para que ela não aprendesse. Ela agradeceu a insistência de sua nonna em ter lhe ensinado as artes da floresta. Agora ela podia proteger seus filhos, mesmo que Antônio não retornasse. Enquanto trabalhava, olhou atentamente para Dora, e pensou consigo mesma, que era hora de passar aquele conhecimento adiante. Afinal, ela não estaria ali para sempre para protegê-los.


Conto escrito por
Igor Ferreira Komar

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Alex Xela Lima
Eliane Rodrigues
Francisco Caetano 
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Márcio André Silva Garcia
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca
Rosside Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO

""

Copyright 
© 2021 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução




Compartilhe:

Antologia

Antologia Lua Negra

Episódios da Antologia Lua Negra

No Ar

Comentários:

0 comentários: