Fatalidade no Reino Clara
de Tânia Tonelli
Durante a Idade Média as pessoas que viviam no Reino Clara eram felizes porque o rei Valdemar governava aquele lugar com justiça, paz e prosperidade. O rei tinha um filho primogênito que se chamava Valdir. Todas as moças sonhavam em se casar com o príncipe. As pessoas eram solidárias e compreensivas, a única que não levou sorte foi Manuela. A moça tinha 18 anos, era loira, media 1,60 de altura. As pessoas gostavam de humilha-la porque tinha sardas no rosto e o seu nariz era grande e torto. Apesar deste pequeno defeito Manoela era uma pessoa simples e simpática.
Numa certa tarde Manuela e algumas amigas foram fazer um piquenique na beira do lago. Enquanto comiam biscoitos, bolos e doces o príncipe Valdir se aproximou daquele local e falou:
- Boa tarde senhoritas!
Uma morena suspirando se curvou e disse:
- Boa tarde Majestade!
- Por favor, senhoritas vocês não precisam fazer tanta cerimônia para conversarem comigo.
Alegremente essas pessoas conversaram por uns quarenta minutos, depois o príncipe se despediu e voltou ao castelo real. O rei mandou os mensageiros espalharem pelo reino a seguinte mensagem: No domingo o príncipe Valdir fará 21 anos, como ele já é um homem adulto precisa se casar com uma moça. Neste dia ao meio dia as moças solteiras que tiverem escrito um poema para o príncipe Valdir devem colocá-lo no baú real que ficará no jardim do castelo. O príncipe lerá todas as poesias, ele escolherá a que mais lhe agradar e se casará com a sua autora.
Todas as moças ficaram alvoroçadas, pois começaram a compor uma poesia ao príncipe. Manuela como todas as moças que moravam naquele reino estava apaixonada pelo príncipe Valdir. Ela perdeu o sono durante a noite, depois de três dias com muito esforço conseguiu escrever uma poesia. Na noite de sábado para domingo conseguiu dormir tranquilamente.
No domingo de manhã por volta das 8:00 horas apareceram três moças na casa de Manuela. Uma delas chorando falou que havia escrito um lindo poema para o príncipe Valdir, mas, o perdeu na floresta. Ela estava pedindo para as amigas ajudá-la a encontrá-lo. Elas caminharam na floresta durante uns quarenta minutos. De longe viram uma casa velha que foi construída perto de uma árvore. A moça que havia escrito o poema falou que talvez a preciosidade que estavam procurando estava naquele casebre. Mesmo sentindo medo Manuela acompanhou as suas amigas, assim que entraram naquela casa perceberam que ali deveria morar uma bruxa. Porque os móveis e os outros objetos do local assustavam as pessoas.
Manuela entrou no porão e começou a procurar o pergaminho que estava escrito a poesia. Então uma das moças fechou a porta do porão com a chave. As suas falsas amigas riram, uma delas falou:
- Nós conseguimos enganá-la!
- Por favor, abram a porta porque estou com medo de ficar presa neste porão! falou Manuela.
- Desculpe-me não podermos atender o seu pedido, pois temos um encontro marcado com o príncipe Valdir, falou outra moça.
As três moças foram embora daquela casa, Manuela ficou presa no porão chorando. Passaram-se três horas, de repente a bruxa retornou a sua residência voando na vassoura. Depois de uns dois minutos ouviu barulho no porão. Furiosa ela se dirigiu ao local, assim que arrombou a porta gritou:
- Quem foi que ousou invadir a minha casa?
Manuela ficou desesperada e chorando contou tudo o que havia acontecido. A bruxa pensou um pouco e rindo falou:
- Garota você pode ir embora da minha residência, mas pode ter certeza que vou estragar a felicidade das moças que escreveram poesias ao príncipe Valdir.
Assustada Manuela saiu correndo daquele casebre e se dirigiu ao castelo real. Ao meio dia o príncipe Valdir foi ao jardim do castelo. Ele se aproximou do baú, pegou uma poesia e começou a lê-la:
MEU QUERIDO PRÍNCIPE VALDIR
VOCÊ É O HOMEM MAIS BONITO DO MUNDO
SE POR ACASO EU FOR A ESCOLHIDA PARA SER A SUA ESPOSA
SEREI A SUA ESCRAVA, POIS REALIZAREI TODOS OS SEUS PEDIDOS
PARA COMEÇAR MORDEREI TODOS OS DIAS O SEU NARIZ!
O príncipe ficou bravo e jogou fora o pergaminho. Ele deu um sorriso sem graça, pegou outra poesia e começou a lê-la:
PRÍNCIPE VALDIR! MEU QUERIDO PRÍNCIPE ENCANTADO
SE VOCÊ ME ESCOLHER PARA SER A SUA ESPOSA
DAREI-TE DE PRESENTE INÚMEROS VIDROS DE PERFUME
SÓ LHE PEÇO QUE QUANDO ANOITECER
VOCÊ COLOQUE ALGODÃO NO SEU NARIZ
PORQUE O MEU PÉ TEM CHEIRO DE CHULÉ!
O príncipe ficou furioso, nervoso ele pegou outro pergaminho e leu a terceira poesia:
MEU ADORÁVEL PRÍNCIPE VALDIR
TOMARA QUE DEPOIS DO NOSSO PRIMEIRO BEIJO
O FEITIÇO NÃO DESAPAREÇA TE TRANFORMANDO
EM UM SIMPLES SAPO!
Sentindo muita raiva o príncipe gritou:
- Essas mulheres estão me humilhando!
Naquele momento Manuela se aproximou do príncipe Valdir e falou:
- Majestade, por favor, leia a poesia que eu escrevi para você.
- Senhorita a sua poesia não vai estar me menosprezando? Perguntou o príncipe Valdir.
- Por favor, leia a minha poesia, se por acaso o que está escrito nela o irritar o senhor pode mandar me prender, respondeu Manuela.
Então o príncipe Valdir pegou o pergaminho da mão direita da moça e leu a poesia:
PRÍNCIPE VALDIR COMO VOCÊ É UM HOMEM LINDO
TODAS AS MULHERES QUE MORAM NESTE REINO
DESEJAM SER A SUA ESPOSA
COMO EU NÃO TENHO NENHUMA CHANCE
DE CONQUISTAR O SEU CORAÇÃO
DIREI ALGUMAS PALAVRAS EM VÃO:
EU AMO VOCÊ!
O príncipe Valdir ficou emocionado e falou:
- Senhorita, por favor, me diga qual é o seu nome.
- O meu nome é Manuela, respondeu a moça.
Ele segurou as duas mãos dela, as beijou e falou:
- Manuela você aceita se casar comigo?
- Príncipe Valdir me casar com você é o grande sonho da minha vida, respondeu Manuela.
O príncipe Valdir e Manuela se abraçaram e beijaram-se. Passados uns vinte dias os dois se casaram e viveram felizes para sempre!
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Márcio André Silva Garcia
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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