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Terra da Garoa: Capítulo 06

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 06
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


Henrique se aproxima de Raquel, sua mão toca na mão dela. Os dois ficam a se olhar.

HENRIQUE: - Te achando encantadora.

RAQUEL: - Eu acho que girei demais e fiquei um pouco tonta.

Henrique a envolve em seus braços.

HENRIQUE: - Pronto. Aqui você está segura.

RAQUEL: - Era tudo o que eu mais queria agora. Me sentir segura.

HENRIQUE: - E está?

RAQUEL: - Acho que sim... E muito mais que isso.

Henrique acaricia o rosto de Raquel, que fecha os olhos suavemente, sentindo o toque dos dedos de Henrique em sua pele. Henrique a segura pela nuca. Os dois se aproximam e se beijam, em plena calçada, no centro. Um beijo apaixonado, envolvente, com muita vontade e afeto.

Num dos prédios da rua, está Joaquim, que observa, da janela de seu apartamento, entristecido, o beijo de Henrique e Raquel.



CENA 01. PORTUGAL. CENTRO. EXT. NOITE. 

Continuação do capítulo anterior. Raquel gira, de olhos fechados, sentindo a brisa em seu rosto. Henrique a observa, encantado. Raquel para de girar, seu olhar encontra o olhar de Henrique.

RAQUEL: - Está me achando uma louca, não é?

HENRIQUE: - Estou te achando linda.

(sobe trilha “Entre Olhares” – Ana Carolina) Henrique se aproxima de Raquel, sua mão toca na mão dela. Os dois ficam a se olhar.

HENRIQUE: - Te achando encantadora.

RAQUEL: - Eu acho que girei demais e fiquei um pouco tonta.

Henrique a envolve em seus braços.

HENRIQUE: - Pronto. Aqui você está segura.

RAQUEL: - Era tudo o que eu mais queria agora. Me sentir segura.

HENRIQUE: - E está?

RAQUEL: - Acho que sim... E muito mais que isso.

Henrique acaricia o rosto de Raquel, que fecha os olhos suavemente, sentindo o toque dos dedos de Henrique em sua pele. Henrique a segura pela nuca. Os dois se aproximam e se beijam, em plena calçada, no centro. Um beijo apaixonado, envolvente, com muita vontade e afeto. (fade in “Entre Olhares” – Ana Carolina)

Num dos prédios da rua, está Joaquim, que observa, da janela de seu apartamento, entristecido, o beijo de Henrique e Raquel.

RAQUEL: - Nossa... Essa sensação...

HENRIQUE: - Boa?

RAQUEL: - Maravilhosa. Me sinto tão, leve! Nunca senti algo assim antes.

HENRIQUE: - Vou te confessar que eu também não. Mas, desde o primeiro momento em que eu te vi, lá no centro de estudos, eu não consigo mais tirar você da cabeça. Passei a aula inteira imaginando esse momento.

RAQUEL: - Você acredita no destino? Nessas surpresas que acontecem na vida da gente? Tipo, aquilo está programado para acontecer com certas pessoas em certos lugares. Poderia ter acontecido antes, mas não era o momento...

HENRIQUE: - Depois de hoje, eu acredito em tudo! (risos)

RAQUEL: - A gente poderia ter se encontrado lá em São Paulo mesmo... Foi preciso cruzar o oceano pra tudo isso acontecer. É mágico.

HENRIQUE: - É amor.

RAQUEL (surpresa): - Amor?!

HENRIQUE: - É! Tipo de cinema... Encontros assim não são comuns. Só acontece quando tem que acontecer. E se isso não é um sinal, uma prova de que o amor está agindo, eu não sei explicar o que é...

Os dois ficam a se olhar. No fundo, Joaquim fecha a janela do seu apto, chateado.

RAQUEL: - Amor... Não acha talvez muito rápido pra estar falando nisso?

HENRIQUE: - Desculpa, não quero me precipitar em nada não.

RAQUEL: - Vamos devagar, é melhor. Estamos empolgados, só isso. Não quero criar muita expectativa com relação a isso não, entende?

HENRIQUE: - Claro, tudo bem...

RAQUEL: - Eu preciso voltar pro apartamento. Organizar minhas coisas, tenho aula amanhã de novo.

HENRIQUE: - Eu também tenho aula amanhã. Nos veremos novamente então... Vem, eu te faço companhia até seu apartamento.

Raquel sorri, segue caminhando ao lado de Henrique pelas ruas iluminadas do centro de Lisboa, entre bares e casarios.

Joaquim se entristece ao ver Raquel e Henrique aos beijos.

CENA 02. FLAT. INT. NOITE.

Lenara, em frente ao espelho, coloca o vestido, aberto nas costas. Aroldo se aproxima dela, fecha o vestido nas costas, a beija no pescoço. Os dois se olham por entre o espelho.

AROLDO: - Você é maravilhosa.

LENARA: - Eu sei. (risos) Já fiz a minha parte. Agora só falta você fazer a sua.

Aroldo se afasta, vai até sua pasta sobre uma mesa. Lenara retoca a maquiagem em frente ao espelho. Aroldo se aproxima dela, lhe entrega um cartão de visitas.

AROLDO: - Aqui está o meu telefone celular, pessoal. Me liga, para que eu não esqueça de alterar os papéis da avaliação. Este prêmio será seu.

LENARA (vira-se para Aroldo): - Tem certeza? Não vai dar pra traz comigo não, hein?

AROLDO: - Claro que não. Estou até pensando na gente ter outra noite especial como esta. Pra comemorar sua vitória. O que acha?

LENARA (maliciosa): - Eu adoraria...

Lenara guarda o cartão em sua bolsa e vai saindo do quarto. Aroldo a acompanha até a porta do flat.

LENARA: - Conto com você, Aroldo.

AROLDO: - O prêmio já é seu, Lenara. Pode acreditar.

Lenara vai embora. Aroldo sorri, satisfeito.

CENA 03. CASA GURGEL / MARIA ALICE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Gurgel está sentado em sua poltrona, na sala, enquanto Maria Alice prepara o coquetel de remédios para ele tomar. Humberto chega à sala neste momento, e observa, atento, Maria Alice separar os comprimidos.

HUMBERTO: - Reunião muito proveitosa, papai. Gostei.

GURGEL: - E a ideia de fazer o lançamento do novo azeite no Jockey Club foi ótima. Não por ser sugestão minha, mas todo mundo aprovou.

Humberto observa Maria Alice. Há três caixas de medicamentos, uma verde, uma vermelha e uma azul. Ela coloca 1 comprimido verde, 1 vermelho e 2 azuis num recipiente, amassa os comprimidos e depois os dissolve num copo d’água. Humberto vê tudo, atento.

MARIA ALICE: - Está aqui, meu amor, seus remédios.

Maria Alice alcança o copo para Gurgel, que bebe tudo. 

HUMBERTO: - Remédio? Eu só vejo água nesse copo.

MARIA ALICE: - Os comprimidos são dissolvidos aqui na água, Humberto. É melhor para o seu pai tomar.

GURGEL: - A água fica num gosto horrível.

MARIA ALICE: - Mas é preciso tomar, com gosto bom ou ruim. Pra você melhorar logo... Pena que eu não posso estar lá na empresa para tomar conta de você e dessas medicações.

HUMBERTO: - Mamãe, não precisa se preocupar. Eu estou lá com o papai, posso cuidar disso pra você.

MARIA ALICE: - Que ótimo, Humberto! Eu tenho anotado como se dá cada um dos remédios. Vai ser ótimo ter você lá dentro, assim os horários da medicação não ficam alterados.

GURGEL: - Mais um de babá pra cima de mim...

HUMBERTO: - Só queremos o seu bem, pai. Só isso...

Humberto encara os medicamentos, pensativo.

CENA 04. CASA DALVA. QUARTO. INT. NOITE.

Dalva sentada na cama, folheando umas revistas, quando Carlos sai do banho, pronto para deitar.

CARLOS: - Lendo a essa hora?

DALVA: - Me inspirando...

CARLOS: - Se inspirando? (senta-se próximo dela) Com o quê?

DALVA: - Encontrei essa revista aqui, antiga. Da minha exposição lá em Buenos Aires.

CARLOS: - Eu lembro... Foi magnífica.

DALVA: - Sabe, querido, estou com vontade de fazer uma nova exposição. O que acha?

CARLOS: - Meu amor, eu acho fantástico! Faz tanto tempo que você não se dedica à pintura! Confesso que eu já estava sentindo falta dessa sua disposição pra arte. Parece que tinha esquecido, deixado de lado depois que você (pausa)

DALVA: - Eu jamais esqueci a arte, Carlos. Apenas fiquei sem coragem de seguir adiante. Você sabe que o que eu passei foi um baque pra minha carreira.

CARLOS: - Pra sua vida. Pra nossa vida... Quando eu lembro de você entrando naquele hospital, naquela maca... (pausa)

DALVA: - Não lembra então, querido. Deixa isso pra trás. Vamos olhar pra frente, como eu estou fazendo agora. Eu até já pensei em desocupar o sótão, arrumar os cavaletes, comprar tintas novas. Quero voltar! E acredito que meu público, meus fãs também querem isso.

CARLOS: - Eu vou te apoiar no que você precisar. Sempre.

Os dois se beijam, apaixonados.

CENA 05. MOTEL. QUARTO. INT. NOITE.

Marcelo abre a porta do quarto do motel. Fernanda entra primeiro, ele entra logo depois, fecha a porta. Fernanda deixa a bolsa sobre uma bancada, senta-se na cama, insinuante.

FERNANDA: - Estou com sede... Me paga um champanhe?

MARCELO: - Claro. Vai ser um prazer enorme matar a sua sede.

Corta para os dois brindando, sentados na cama.

MARCELO: - Posso saber seu nome?

FERNANDA (bebe um gole): - Tatiana.

MARCELO: - Eu estou falando sério. Pode dizer o seu nome.

FERNANDA: - Mas eu estou falando sério. Me chamo Tatiana.

MARCELO: - Olha só, eu trouxe você aqui não apenas pra fazer sexo. Eu preciso também conversar, abrir o peito, sabe? E eu não quero fazer isso com alguém que nem o seu nome verdadeiro me diz...

Fernanda encara Marcelo.

MARCELO: - Eu pago o dobro. Só quero que você seja verdadeira aqui dentro. Só isso. (bebe um gole)

FERNANDA: - Fernanda.

MARCELO: - Fernanda... Nome lindo. E você também é muito linda. O que uma moça tão linda como você faz na rua, vendendo o corpo?

FERNANDA: - Pensei que fosse você quem quisesse abrir o peito e não eu.

MARCELO: - Só quero abrir a conversa, só isso.

FERNANDA: - Então começamos falando sobre você. Por que quis uma garota de programa para desabafar? Por que não procurou um amigo?

MARCELO: - Não tenho amigos.

FERNANDA: - Impossível. Ninguém vive sozinho.

MARCELO: - Eu vivo. Só posso contar comigo e mais ninguém. Aquele que eu pensava ser meu amigo é na verdade a pessoa que eu mais desprezo nesse mundo.

FERNANDA: - Nossa!... Ele te fez alguma coisa muito grave para que você deseje isso.

MARCELO: - Ele é melhor que eu. (bebe um gole) Só isso.

FERNANDA: - Melhor que você? Como assim?

MARCELO: - Eu sou jogador de futebol. Do Itaclube. Só que vivo na sombra desse cara.

FERNANDA: - Entendo...

MARCELO: - Ninguém entende. E eu sinto que só vou conseguir o meu lugar ao sol, quando eu derrubar o Daniel da jogada.

FERNANDA: - Pelo o que eu to vendo, você guarda um rancor enorme desse cara. Mas ele não tem culpa de você não ter o mesmo brilho. Não é desse jeito que as coisas vão se resolver.

MARCELO: - As coisas vão se resolver do meu jeito. O problema é que eu ando muito estressado, tenso mesmo... (deixa o champanhe na mesa, se aproxima de Fernanda) Estou precisando relaxar, pra poder pensar. E por isso que eu peguei você. Tenho certeza tu vai me ajudar a superar isso. (cheira o pescoço dela) Perfumada. Linda.

FERNANDA: - Eu vou fazer o que puder.

MARCELO: - Você vai fazer o que eu quiser.

Marcelo deita Fernanda na cama, em seguida, sobe sobre ela.

MARCELO: - Aqui você é minha.

Os dois trocam olhares. (sobe trilha “Além da Nova Ordem” Julio Serrano) Os dois se beijam, calorosos. Vão se despindo aos poucos, aos amassos na cama. (fade out “Além da Nova Ordem” Julio Serrano)

CENA 06. ALOJAMENTO ITACLUB. QUARTO. INT. NOITE.

Daniel deitado em sua cama, pensativo.

FLASHBACK. CAP 04. CENA 11. HOSPITAL. INT. DIA.

JAQUELINE: - Eu me chamo Jaqueline. Não precisa agradecer não. Eu te levo de volta lá pra onde nos encontramos e tá tudo certo.

DANIEL: - Mas eu só queria pedir pelo menos uma coisa.

JAQUELINE: - O quê?

Daniel segura a mão de Jaqueline.

DANIEL: - Eu queria te ver de novo. Agora sem acidente e hospital.

Jaqueline e Daniel trocam olhares.

JAQUELINE: - Claro, a gente se encontra de novo sim. Eu, aliás, virei muito pra cá por esses dias. Estou buscando umas ideias para pintar novos quadros. Sou artista plástica.

DANIEL: - Eu posso te mostrar tudo de melhor daqui de Itaquera. Você vai gostar.

JAQUELINE (a si mesma): - Acho que já estou gostando...

DANIEL: - O que você disse?

JAQUELINE: - Nada não... Mas vamos combinar sim.

VOLTA À CENA ATUAL.

DANIEL: - Jaqueline...

Alguém bate à porta do quarto.

DANIEL: - Será que ela?!

Daniel se levanta apressado, passa em frente ao espelho, dá uma olhada no visual. Se ajeita todo para abrir a porta. Ao abrir, CAM revela Bárbara. Daniel se surpreende.

DANIEL (surpreso): - Bárbara?!

BÁRBARA (entrando no quarto): - Poxa, Daniel! Eu quase fiquei sem orelha de tanto ligar pra você e ouvir a caixa postal do teu telefone!

DANIEL: - Eu fiquei treinando aqui no CT, Bárbara. (fecha a porta)

BÁRBARA: - Mas custava dar notícias de como você estava? Não me disse nem quando saiu do hospital! Aliás, o que aquela japonesa fez com você é crime, sabia? Ela poderia ter matado você! Tentativa de homicídio!

DANIEL: - Bárbara, por favor, menos, ta legal? A Jaque foi super atenciosa comigo, me levou no hospital, esperou eu ser examinado e tudo. E ainda me trouxe de volta.

BÁRBARA: - Ui, que íntimo que você está dessa mulher, hein, Daniel? A Jaque, Jaque... Não suporto essa mulher!

DANIEL:-  Mas ela nem fez nada pra você!

BÁRBARA: - Mas fez pra você! E o que fazem pra você, fazem pra mim também... (se aproxima de Daniel) Você sabe que eu sou louca...

DANIEL: - Eu sei que você é louca... (risos)

BÁRBARA (firme): - Louca por você! 

Daniel se surpreende. (sobe trilha “Você Vai Estar na Minha” – Negra Li) 

BÁRBARA: - E só de pensar na possibilidade dessa japonesa ficar em volta de você, me sobe o sangue!

DANIEL: - Calma, Bárbara, se controla.

BÁRBARA: - É impossível me controlar perto de você, Daniel. (agarra Daniel) você é irresistível! 

Bárbara beija Daniel, que tenta se desvencilhar, mas não consegue e acaba se rendendo aos encantos da moça. 

DANIEL: - O Marcelo ou o Macedão podem chegar a qualquer momento!

BÁRBARA: - Ninguém vai atrapalhar o seu treino noturno. Ou melhor, a nossa partida! 

Bárbara tranca a porta do quarto e empurra Daniel, que cai na cama. Ela fica sobre ele. 

BÁRBARA: - Hoje você não me escapa! 

Os dois se beijam, abraçados na cama. 

(fade in trilha “Você Vai Estar na Minha” – Negra Li)

CENA 07. TRANSIÇÃO DO TEMPO. AMANHECER

Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra o Ibirapuera, o Museu do Ipiranga, a movimentação do centro da cidade. (fade out trilha “Você vai Estar na Minha” Negra Li)

CENA 08. APTO BARRETO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Todos tomam café, Barreto, Tarsila, Nuno e Stefany.

STEFANY: - Mamãe, já chegaram os vestidos novos lá na loja?

TARSILA: - Ainda não, filha. Mas já fiz os pedidos.

STEFANY: - Que ótimo. Quando chegar, me avisa, ta?

BARRETO: - Não vai me dizer que está sem roupas, Stefany...

STEFANY: - Pai, eu não tenho um vestido decente pra usar! Você não quer sua filha maltrapilha por aí né?!

NUNO: - Você às vezes é tão dramática, Stefany, que poderia ir para uma escola de teatro, algo assim.

Tarsila ri.

STEFANY: - Vocês homens precisam entender que uma mulher nunca está satisfeita quando o assunto é guarda-roupas, ok?

BARRETO: - Sua mãe é uma mulher satisfeita, não é?

TARSILA: - Eu? Hã, veja bem... (risos)

NUNO: - Ferrou... (risos)

BARRETO: - Mas eu não me importo desta vez, se as duas comprarem lindos vestidos. Teremos logo logo um grande evento no salão nobre do Jockey.

STEFANY: - Festa?! Adoro! Fala pai!

BARRETO: - O Gurgel quer fazer o lançamento do novo azeite da empresa lá no Jockey.

TARSILA: - Que maravilha! Faz tempo que não vou numa festa no Jockey!

NUNO: - Gosto das festas da família Queiroz.

STEFANY: - Você, Nuno? Gostando de festa?!

NUNO: - As festas deles são mais contidas, nada de muita agitação.

STEFANY: - Eu já gosto de uma boa pista de dança, de um remelexo forte! (risos)

BARRETO: - Sossegue o seu remelexo então e guarde ele pra festa, Stefany. Não é hoje que você tem o trabalho da faculdade pra fazer? Eu lembro de você comentando...

STEFANY: - É sim pai! Combinei de encontrar a Carol lá na faculdade.

BARRETO: - Eu e os meninos vamos pro Jockey logo mais. Posso te dar uma carona.

STEFANY: - O Igor vai com vocês é?

NUNO: - Ele quer fazer uns vídeos com os cavalos e os jóqueis do hipódromo, pra faculdade.

TARSILA: - Ótimo, então saímos todos juntos. Eu estou indo pro shopping.

STEFANY: - Shopping, amo essa palavra!

Todos riem.

CENA 09. ITAQUERA. RUA. EXT. DIA.

Aimée conversa com Keylla Mara no ponto do ônibus.

KEYLLA MARA: - Aquela empresa qualquer dia me deixa louca, de tanto trabalho, Aimée!

AIMÉE: - Eu nem tenho visto você nos sambas lá na quadra.

KEYLLA MARA: - Com que tempo, amiga? Relatórios e mais relatórios pra fazer. E o meu chefe, o Santiago, é viciado em trabalho, então não me deixa em paz! Só estou esperando as minhas férias!

AIMÉE: - Um carro pra você seria ótimo né amiga? Não ia precisar ficar esperando o ônibus aqui no ponto.

KEYLLA MARA: - Isso é verdade. Mas com o tempo eu consigo.

AIMÉE: - Eu vou indo nessa, Keylla Mara. As crianças lá do centro me esperam.

KEYLLA MARA: - Como ta o trabalho lá?

AIMÉE: - É ótimo! Ajudar as crianças aqui da comunidade me faz um bem. A Salete e a Fernanda também dão duro, a gente ta fazendo um trabalho bem bacana.

KEYLLA MARA: - Lá vem meu ônibus! Assim que der eu apareço lá de novo!

AIMÉE: - Vai mesmo!

Keylla Mara pega o ônibus. Aimée segue caminhando pela rua. Ao dobrar em uma esquina, se depara com Leopardo.

LEOPARDO: - Bom dia, princesa!

AIMÉE (surpresa): - O que você ta fazendo aqui?!

LEOPARDO: - Ué, que pergunta é essa? Estava andando aqui pela redondeza quando te encontrei. Não gostou de me ver?

AIMÉE: - Eu preciso ir pro centro comunitário, Leopardo. Me deixa passar.

LEOPARDO: - Eu vou deixar, mas antes, eu quero te fazer uma proposta.

AIMÉE: - Proposta?

LEOPARDO: - É. Que vai ser boa tanto pra você, quanto para as crianças lá do centro comunitário.

AIMÉE: - O que você quer?

Leopardo retira do bolso o colar de rubi que Cássio lhe deu e oferece para Aimée, que se surpreende com a joia.

AIMÉE: - O que é isso?!

LEOPARDO: - Um colar... De rubi e ouro. Lindo não é?

AIMÉE: - Lindo mesmo!

LEOPARDO: - É seu.

AIMÉE: - Tá louco? Eu não pode aceitar uma coisa dessas! Não sei nem onde usar! E outra, aposto que esse colar chegou nas suas mãos de formas erradas.

LEOPARDO (firme): - Você vai aceitar o colar sim. Lembra que eu falei da proposta, pra você e para as crianças do centro comunitário? Então. Ou você aceita o colar e de quebra, vai comigo na festa junina da escola de samba...

AIMÉE (apreensiva): - Ou...?

LEOPARDO: - Ou as crianças vão ficar um bom tempo sem poder usar o centro comunitário.

AIMÉE: - O que você está pensando em fazer, Leopardo?!

LEOPARDO: - Tocar fogo, ou saquear. Metralhar talvez. Ainda não decidi. Vai depender do toco que você me der. Mas como eu sei que você é uma menina muito ajuizada e que preza pelo bem dos seus queridos alunos, não vai correr o risco de fazer o centro comunitário ruir, né?

AIMÉE: - Você é um monstro!

LEOPARDO: - Eu só quero ficar contigo, Aimée! Tu sabe que eu sou amarradão na tua, brother! Mas tu não coopera comigo. (se ajoelha) Agora eu to aqui, te oferecendo uma joia e o meu coração, pra ir comigo na festa junina e você não quer!

AIMÉE: - Eu aceito.

LEOPARDO (levanta-se): - O quê? Aceita?

AIMÉE: - Eu aceito. Pelas crianças do centro comunitário. E só desta vez!

Leopardo, sorrindo, oferece a joia para Aimée, que pega o colar e coloca na bolsa.

LEOPARDO: - Quero ver você usando esse colar bem bonito na festa, ta?

Aimée assente com a cabeça.

LEOPARDO: - Agora pode ir, princesa. Pode ir.

Aimeé passa por Leopardo apressada, sem olhar pra trás. Ele sorri, satisfeito.

CENA 10. PORTUGAL. CENTRO DE ESTUDOS. INT. DIA.

Raquel está sentada sozinha em uma mesa, na cantina, quando Joaquim se aproxima.

JOAQUIM: - Posso?

RAQUEL (simpática): - Claro! Senta aí.

JOAQUIM (sentando-se): - Não estou atrapalhando você?

RAQUEL: - Claro que não. Só estou tomando um suco antes de voltar pra aula.

JOAQUIM: - Eu tenho bons livros sobre essa matéria. Se quiser, posso te emprestar.

RAQUEL: - Eu vou querer sim... Ainda estou me acostumando com a língua, temos algumas diferenças.

JOAQUIM: - Se quiser posso te ensinar o idioma também. Modéstia à parte, sou ótimo professor. (risos)

RAQUEL: - E um belo galanteador também (risos)

JOAQUIM: - Eu tento... Mas não desisto. Nunca.

Os dois ficam a se olhar. De repente, Henrique se aproxima.

HENRIQUE: - Raquel?

RAQUEL (surpresa): - Henrique! Oi! Senta!

Joaquim disfarça, não gosta muito da presença de Henrique.

RAQUEL: - Esse aqui é o Joaquim, meu colega e amigo. Joaquim, esse aqui é o  Henrique. Brasileiro e paulistano, como eu.

JOAQUIM: - Como vai?

Os dois se cumprimentam.

HENRIQUE: - E então, como passou a noite?

RAQUEL: - Maravilhosamente bem. E você?

HENRIQUE (sussurra): - Sonhei com você...

Raquel sorri, meiga.

HENRIQUE: - Pensei se a gente pudesse sair de novo hoje.

RAQUEL: - Hoje? É...

JOAQUIM: - Pois então, Raquel, você não quer ir ver os livros lá na minha casa?

RAQUEL: - Ah sim, tem os livros...

HENRIQUE: - Vamos combinar que você pode ver esses livros amanhã, outro dia. A noite hoje promete ser tão bonita quanto ontem.

JOAQUIM: - Acredito que os estudos devem ficar antes da diversão.

RAQUEL: - Gente, calma... Joaquim, é melhor mesmo eu pegar os livros na sua casa amanhã. Assim já levo minhas anotações para que você me esclareça algumas dúvidas.

JOAQUIM: - Tudo bem. Você que sabe. (levanta-se) Com licença.

Joaquim se afasta.

HENRIQUE: - Acho que ele não gostou muito.

RAQUEL: - Ele só quer ajudar, mas hoje eu realmente não estou com cabeça para a aula... Também não consegui tirar você do meu pensamento.

HENRIQUE: - Nos encontramos mais à tardinha então?

RAQUEL: - Está bem.

Henrique rouba um beijo de Raquel e sai da mesa.

RAQUEL (surpresa/feliz): - Mas que malandro!

HENRIQUE: - Até logo mais!

Raquel fica a sorrir, encantada com Henrique.

CENA 11. CASA AROLDO. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

O telefone de Aroldo toca, na mesa do escritório, mas ele não está próximo. Do lado de fora, passando pelo corredor, sua uma mulher, 50 anos, magra, alta, cabelo castanho escuro, curto, escuta o telefone tocar e entra no escritório. Ao se aproximar do aparelho, ele para de tocar.

MULHER: - Parou...

Ela vai saindo quando o bip de sms sinaliza no aparelho.

MULHER: - Mandaram mensagem. Deve ser o Lucas. Esse meu filho adora mandar sms pedindo o carro emprestado.

A mulher pega o celular e lê e a mensagem. A expressão dela muda, fica séria, um tanto odiosa.

MULHER: - Não posso acreditar... (lê a mensagem) “Oi Aroldo, sou eu. Liguei pra você, mas não atendeu. A noite ontem foi maravilhosa e espero que não tenha esquecido do nosso trato do prêmio. Beijão. Da sua Lenara”.

Ela deixa o telefone sobre a mesa, tenta manter o controle.

MULHER: - Lenara... Lenara... Claro, a finalista do prêmio. Aroldo... Aroldo e Lenara. (ri, irônica) Mas a sua querida esposa Kátia, não perderá essa festa por nada.

CENA 12. EMPRESA AZEITE QUEIROZ. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.

Humberto entra na sala da presidência. Gurgel está sentado em sua mesa. Humberto traz as caixas dos remédios numa bandeja.

HUMBERTO: - Com licença, papai. Hora dos seus remédios.

GURGEL: - Mas já?!

HUMBERTO: - Claro. Mamãe inclusive já me ligou pra saber se o senhor já tinha tomado. O senhor pode organizar aqui e (pausa)

GURGEL: - Ela não explicou pra você? Então, faça você mesmo. Eu não tenho saco pra ficar tomando remédio. Faz aí e me entrega que eu bebo.

(sobe trilha “Turtango” – Instrumental) Humberto separa as caixas. Lê as instruções.

HUMBERTO: - Perigo para super dosagens... Bom saber.

FLASHBACK. CENA 03.

Humberto observa Maria Alice. Há três caixas de medicamentos, uma verde, uma vermelha e uma azul. Ela coloca 1 comprimido verde, 1 vermelho e 2 azuis num recipiente, amassa os comprimidos e depois os dissolve num copo d’água.

VOLTA À CENA ATUAL.

Humberto separa os remédios. Coloca 2 comprimidos verdes, 1 vermelho e 3 azuis. Gurgel nem percebe, pois está analisando uns documentos. Humberto amassa os remédios e dissolve num copo com água.

HUMBERTO: - Pronto, papai. Só beber.

Humberto oferece o copo para Gurgel, que bebe toda dose.

GURGEL: - Nossa, que gosto forte. Ontem quando tomei não senti isso não.

HUMBERTO: - Deve ser o filtro d’água. Temos que trocar né, ta na hora...

GURGEL: - É, talvez.

HUMBERTO: - Então, é isso. Nos falamos depois. Pai.

Humberto pega os remédios e sai da sala. Gurgel continua trabalhando. (fade out trilha “Turtango” – Instrumental)

CENA 13. JOKEY CLUB. INT. DIA.

Barreto passeia pela pista de turfe com seu cavalo, Relâmpago, de grande porte, pelagem cor de cobre. Nuno e Igor o acompanham. Igor com a máquina digital, fazendo filmagens, enquanto Nuno mexe ao celular.

BARRETO: - Vocês não se cansam não?

NUNO: - Do que pai?

BARRETO: - Dessa tecnologia toda? Vocês praticamente vivem em função de computadores, celulares... Não pensam em ter um contato maior com a natureza, por exemplo? (faz carinho em Relâmpago) Com os cavalos aqui do Jockey...

IGOR: - Eu curto cavalos, mas não sei montar.

BARRETO: - Vamos abrir aulas para montaria. Se quiser aprender, se inscreva... E você, meu filho?

NUNO: - Eu não sou muito de bichos não, pai, confesso. E realmente, meu mundo é esse, virtual... Olha aí, postei no twitter que a gente estava aqui no Jockey, bombou de seguidores favoritando.

BARRETO: - Favoritando?!

IGOR: - É como se os seguidores curtissem a tua postagem, sacou?

BARRETO: - É, acho que sim...

Barreto monta no cavalo.

BARRETO: - Se vocês não pretender estreitar esse contato com os animais, me deem licença porque eu vou curtir o Relâmpago, o meu campeão!

Barreto sai a cavalgar com Relâmpago. Igor registra tudo. Nuno tira uma foto de seu telefone e posta na rede social.

IGOR: - Seu pai adora esse cavalo né?

NUNO: - Relâmpago é praticamente o filho mais velho dele. (risos) Relâmpago é filho de um outro cavalo, campeão do turfe aqui do Jockey. E o Relâmpago já ganhou mais títulos que o pai.

IGOR: - Relâmpago ta com mais moral que você.

NUNO: - Não entendi...

IGOR: - Relâmpago já ganhou vários títulos. E você ainda não conseguiu me vencer no mano a mano no basquete!

NUNO: - Ah, ta tirando sarro, mano? Tu vai ver se eu não te venço qualquer dia desses...

IGOR: - Olha só, vai rolar uma festa de São João lá na quadra da escola de samba perto da minha casa. Tá afim de ir?

NUNO: - Rapaz, to sim. A última festa junina que eu fui eu era criança! Mas não precisa ir vestido de caipira né? Acho maior mico!

IGOR: - Não, não precisa não. É só aparecer e curtir a festa.

NUNO: - Taí, gostei. Pode contar que eu vou.

IGOR: - Gostei de ver! Pela primeira vez o mauricinho vai colocar os pés na periferia!

NUNO: - Quem vê você falando acha que eu sou um preconceituoso daqueles! Não tenho problema nenhum em ir pra Itaquera.

IGOR: - Eu sei que não. E digo mais, você vai gostar e muito!

CENA 14. ITAQUERA. RUA. EXT. DIA.

Marcelo e Daniel caminham pela rua.

DANIEL: - Pensei que você fosse voltar pro alojamento ontem à noite e não hoje de manhã. (risos)

MARCELO: - Eu nem tinha como voltar, cara. Passei a noite com uma gata!

DANIEL: - Sério?! Da onde, Marcelo? Daqui da zona leste mesmo, mano?

MARCELO: - Não perguntei. Só sei que era linda... Trocamos telefone e talvez até a gente saia de novo.

DANIEL: - Isso aí, mandou bem, Marcelão!...

MARCELO: - Mas por que essa preocupação toda comigo em voltar pro quarto ontem?

DANIEL: - A Bárbara esteve por lá.

MARCELO: - A Bárbara? A rainha da bateria barraqueira?

DANIEL: - Ei, calma aí... Não fala assim dela não.

MARCELO: - Vai dizer que estou mentido? A mina parece louca, mano.

DANIEL: - Parece não. Ela é louca e me enlouqueceu ontem. (fala baixo) na cama!

MARCELO: - Tá de brincadeira, Daniel!

DANIEL: - Falando sério...

MARCELO: - Mas e aí, como foi?!

DANIEL: - Foi bom, né, Marcelo? Modéstia a parte, eu mando bem no que eu faço... Foi um reencontro na verdade. Eu e a Bárbara já tivemos um namorinho quando a gente era mais novo.

MARCELO: - Então isso quer dizer que tanto eu quanto você nos demos bem ontem à noite!

Os dois riem. Daniel, de repente, para de caminhar, com os olhos vidrados do outro lado da calçada. Marcelo chama o amigo.

MARCELO: - Ei, Daniel!... O que foi cara?

Daniel não responde, olhar fixo. Marcelo procura ver para onde Daniel está olhando. (sobe trilha “Sunday Morning” – Marron 5) Daniel observa Jaqueline, numa praça, tirando foto de algumas crianças que jogam futebol num campinho de areia.

MARCELO: - De olho na fotógrafa?

DANIEL: - Se você quiser ir pro alojamento pode ir, Marcelo. Depois eu chego por lá.

MARCELO: - Saquei... fui!

Marcelo sai. Daniel atravessa a rua, se aproxima de Jaqueline, que não o percebe, concentrada nas fotos. Daniel, de repente, invade o jogo dos meninos, participando da partida. Jaqueline se surpreende ao vê-lo ali. As crianças adoram a presença de Daniel, jogam bola com ele, que brinca com os garotos, ao mesmo tempo que se exibe para as lentes de Jaqueline.

(fade out trilha “Sunday Morning” – Marron 5) Daniel deixa as crianças jogando na praça e vai em direção a Jaqueline, que lhe espera com um largo sorriso.

DANIEL: - E então, ficaram boas as fotos?

JAQUELINE: - Ficaram lindas.

DANIEL: - Não tão lindas quanto a fotógrafa, posso garantir. Se bem que eu também não sou de se jogar fora, embelezo qualquer retrato.

JAQUELINE: - Senti o perfume de alguém convencido no ar... (risos)

DANIEL: - Por que você não me falou que vinha? Foi sorte minha te encontrar aqui.

JAQUELINE: - Não queria te atrapalhar com as minhas andanças por aqui... Sabe como é que é, encontrar um cenário bacana, fazer os registros todos. Exige paciência. Nem todo mundo tem. E pelo o que eu vi ali no campinho, você é tão enérgico quanto as crianças! (risos)

DANIEL: - Mas pra ficar do seu lado, na sua companhia, eu viro um monge budista se for preciso. Só pra ficar te observando, olhando cada traço desse seu rosto lindo.

JAQUELINE: - Cantada barata... Não tem nada mais original não, Daniel?

DANIEL: - Só se eu te roubar um beijo.

JAQUELINE: - Ah, jura que você vai... (pausa)

Jaqueline não termina a frase, pois Daniel a surpreende lhe dando um beijo na boca. (sobe trilha “Sunday Morning” – Marron 5)

JAQUELINE: - Nossa! Não esperava!

DANIEL: - E então, passei no teste de originalidade?

JAQUELINE: - Passadíssimo! Aliás, eu estou passada! (risos) Devo ter tirado fotos até do chão agora...

Daniel acha graça.

JAQUELINE: - Conseguiu me deixar desconcertada, Daniel.

DANIEL: - Você também me deixa assim.

JAQUELINE: - Duvido! Deve falar isso pra todas.

DANIEL: - Que todas?! Não tem ninguém não.

JAQUELINE: - Ah não? E a tal da Bárbara, é o que?

DANIEL: - A Bárbara é só uma amiga, nada mais.

JAQUELINE: - Então ela não vai se importar se você for comigo numa festa hoje à noite.

DANIEL: - Festa é? Aonde é a balada?

JAQUELINE: - Não é balada. É um evento mais social, mais chique, digamos assim. Uma amiga minha está concorrendo numa premiação importante e hoje é a entrega.

DANIEL: - Sei...

JAQUELINE: - Tá afim?

DANIEL: - Eu? Claro! Mas vai ser uma troca. Eu também quero te convidar pra vir numa festa aqui na comunidade. Não é nada chique, é povão. A festa junina da escola de samba. Eu vou na sua festa chique e você vem na minha aqui na comunidade. Topa?

JAQUELINE: - Fechado!

DANIEL: - Agora chega de papo e me beija de novo? Eu curti demais!

Jaqueline dá um selinho rápido em Daniel, se afasta dele, tirando várias fotos. Ele ri da brincadeira.

CENA 15. TRANSIÇÃO DO TEMPO. NOITE

(fade out trilha “Sunday Morning” – Marron 5) Imagens de Lisboa ao anoitecer.

CENA 16. PORTUGAL. APTO HENRIQUE. INT. NOITE.

Henrique abre a porta do apto para Raquel entrar. Ele entra logo em seguida, fecha a porta. Raquel se impressiona com o local.

RAQUEL: - Nossa Henrique! Então é aqui que você fica... Que lindo! E organizado!

HENRIQUE: - Tá pensando que homem sozinho não sabe se virar? (risos)

RAQUEL: - Devo confessar que eu pensei sim! (risos)

Raquel vai até a janela, olha a vista da cidade iluminada.

RAQUEL: - É lindo...

Henrique se aproxima dela, por trás, olha também a paisagem de Lisboa à noite.

HENRIQUE: - É lindo mesmo.

RAQUEL: - Às vezes eu preciso me beliscar pra saber se tudo isso que está acontecendo comigo não é um sonho, sabe?

HENRIQUE: - Tudo isso o quê?

RAQUEL: - A viagem, os estudos, Portugal, que eu estou amando conhecer... (vira-se para Henrique) Você.

HENRIQUE: - Eu?!

RAQUEL: - Você mexeu comigo, Henrique, não vou negar.

HENRIQUE: - Seus olhos dizem isso.

RAQUEL: - Consegue ver o que os meus olhos dizem?

HENRIQUE: - Consigo porque eles falam a mesma coisa que os meus falam.

Henrique segura a mão de Raquel, carinhoso.

HENRIQUE: - Quando eu cheguei aqui, eu também não esperava viver nada disso... Mas bastou a gente se encontrar para eu encontrar um sentido a mais nessa loucura toda.

RAQUEL: - Eu não quero ser infantil, em acreditar num conto de fadas. Acho que somos adultos e sabemos bem o que queremos um do outro.

HENRIQUE: - Está dizendo isso por quê?

RAQUEL: - Eu já sofri por amor e sei como é difícil suportar tudo. Não quero sofrer de novo.

HENRIQUE: - Eu seria incapaz de te fazer sofrer. Até porque, se você sofrer, eu vou estar sofrendo também... Raquel, eu estou amando você.

(sobe trilha “I Look to You” – Whitney Houston) Raquel olha fixamente para Henrique.

HENRIQUE: - O nosso beijo foi mágico, eu só tinha vontade de ficar perto de você o dia inteiro... Nosso passeio agora a pouco foi incrível.

RAQUEL: - É amor à primeira vista.

HENRIQUE: - Eu estou sendo correspondido?

RAQUEL: - À altura. E com toda certeza. Eu também estou te amando, Henrique. Eu também estou te amando...

Os dois trocam olhares. Aos poucos, seus lábios se aproximam e eles se beijam, apaixonados. Henrique leva Raquel, pela mão, até sua cama. Raquel se deita, Henrique deita-se ao seu lado, acaricia seu rosto. Os dois se beijam novamente, entre carícias.

Raquel abre a camisa de Henrique, despindo-o da peça. Henrique solta o cabelo de Raquel e tira-lhe a blusa. Entre beijos e abraços, os dois vão se despindo de suas roupas, até ficarem completamente nus. CAM foca de cima, Henrique deitado sobre Raquel.

RAQUEL: - Está sendo tão especial pra mim. Obrigada pelo carinho comigo.

HENRIQUE: - Você merece. Nós merecemos esse momento.

RAQUEL: - Amo você.

HENRIQUE: - Eu amo você.

Henrique beija Raquel, com carinho e amor. Os dois trocam carícias e beijos na cama. CAM desvia para a janela, aberta, mostrando as luzes de Lisboa à noite, romântica.

CENA 17. MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA. INT. NOITE.

(fade out trilha “I Look to You” – Whitney Houston) CAM focada num painel com a imagem de um troféu e os dizeres “PRÊMIO DESIGNER PAULISTA”. CAM abre o foco e mostra o Memorial da América Latina, em seu interior,  movimentado. Muitas pessoas presentes no evento. Imprensa, empresários, a nata da sociedade paulistana. 

Por entre os presentes, Ulisses e Robson.

ROBSON: - Evento bombando mesmo.

ULISSES: - Todo mundo quer saber quem será a nova cara do designer paulistano.

ROBSON: - E você, com certeza, está torcendo fervorosamente pela sua eterna paixão.

ULISSES: - Óbvio que sim. A Lenara é a mãe do filho e eu desejo todo sucesso pra ela... Aliás, eu ainda não a vi aqui.

ROBSON: - Vai ver não chegou, ou deve estar lá do outro lado do salão.

ULISSES: - Vem, vamos dar uma circulada.

Ulisses e Robson caminham por entre as pessoas. Num outro ponto, Aroldo e Kátia, cercado por jornalistas, que fazem inúmeras fotografias do casal. Aroldo, de longe, enxerga Lenara e não consegue disfarçar. Kátia percebe e vê que Aroldo está a observar a moça.

Lenara caminha por entre os presentes até encontrar Claude e Monique.

LENARA: - Pensei que vocês não viriam!

CLAUDE: - Nem que chovesse canivete eu ia perder.

MONIQUE: - Eu até comprei um vestido novo pra usar hoje!

LENARA: - Monique, vou te dar o endereço de alguns estilistas pra você mandar fazer um vestido. Comprar nessas lojas populares não dá certo não.

MONIQUE (se olhando): - Por quê? Estou feia?

LENARA: - Não vou estragar sua noite com a minha resposta. Mas fico feliz que tenha vindo também. Aproveite, porque talvez você nunca mais tenha uma oportunidade dessas. (risos)

CLAUDE: - Lenara, por favor, menos...

LENARA: - É só um toque de amiga, Monique.

MONIQUE (sem jeito): - Obrigada...

LENARA: - Falando em amiga, e a Jaque, hein?

CLAUDE: - Falei com ela a pouco tempo. Deve estar chegando. E vem acompanhada.

LENARA: - Acompanhada é? Será que é daquele cara de Itaquera? Essa eu quero ver!

Na entrada do salão, Jaqueline chega acompanhada de Daniel. Os fotógrafos reconhecem os dois e fazem várias fotos.

DANIEL: - Negócio aqui é chique mesmo! Ainda bem que eu acertei no terno.

JAQUELINE: - Você está lindo!

DANIEL: - E os fotógrafos todos te conhecem... Você não me disse que era famosa.

JAQUELINE: - Não é? Ah, detalhes... Vem, vamos procurar minha amiga.

Os dois vão entrando no salão, enquanto Lenara, caminhando, passa por Aroldo.

AROLDO: - Preparada para a glória?

LENARA: - Eu sempre estou pronta para brilhar. Hoje é o meu dia.

AROLDO: - E amanhã será a nossa noite de comemoração.

Lenara sorri. Seu telefone toca, ela disfarça e se afasta de Aroldo, que também disfarça e segue caminhando. Os dois não percebem que estavam sendo observados por Kátia, que segue Lenara.

Lenara vai para um corredor, afastado, atender o telefone.

LENARA (ao telefone): - O que é, Rita?! Será que nem na noite da minha premiação o Tavinho me deixa em paz? (TEMPO) Sei lá, dá veneno de rato pra essa criança, qualquer coisa! Desde ela não me encha o saco está ótimo, ta legal? Ah, e se eu chegar em casa e isso aí estiver uma bagunça, eu juro que eu pego o Tavinho pelo pescoço e jogo escada abaixo lá do décimo quarto andar! (desliga, irritada) 

Ao se virar, vai saindo quando Kátia chega no corredor e se para na frente de Lenara. 

LENARA: - Com licença.

KÁTIA: - Eu não esperava atitude mais torpe de você, depois do que eu descobri. Quem trata o filho assim é capaz de qualquer coisa mesmo.

LENARA: - Como é que é? Desculpa senhora, mas eu não estou entendo.

KÁTIA: - Mas eu sei de uma coisa que você vai entender muito bem.

Kátia dá uma bofetada no rosto de Lenara, que vai parar na parede, escorada e surpresa com a atitude de Kátia.

LENARA: - Mas o que é isso?!

KÁTIA: - Então é você, a vagabunda que dormiu com o meu marido, ou melhor, ex-marido, para ganhar o prêmio, não é?

Lenara se surpreende, fica apreensiva.

KÁTIA: - Anda, fala, sua vabagunda!

Lenara fica a encarar Kátia.


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel
 
trilha sonora
Entre Olhares – Ana Carolina
Além da Nova Ordem – Julio Serrano
 
produção
 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima
        

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.



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