O Natal de Eleonora
de Lucrecia Welter
No povoado, não se fala doutra coisa senão do Natal que se aproxima. As ruas se veem repletas de luzes, as pessoas ocupadas com os presentes e as músicas natalinas se espalham pelos ares lembrando o consumismo.
Eleonora, a menina pobre
dos cabelos castanhos cacheados, espera o Natal de forma semelhante ao de
tantas outras crianças. Coloca no envelope uma cartinha com um pedido: “Querido
Papai Noel, esta é a primeira vez que escrevo pra você. Eu nunca tive uma
boneca de verdade. Tenho uma de palha e cabelos de milho, e a outra, de pano. Elas
dormem comigo. Quero uma boneca cheirosa e de verdade. E bem bonita. Esse é o
meu sonho. Vou ficar muito feliz se você me atender”.
Os pais de Eleonora
sempre se preocuparam em ensiná-la a ver o Natal como uma importante data
cristã que lembra o nascimento do Menino Deus, bem como o sentimento de
fraternidade e amor. A vida simples que levam os ajuda a entenderem que o verdadeiro
significado não está nas lojas, mas sim nas atitudes e no coração das pessoas.
Na volta do correio,
Eleonora se colocou de joelhos diante do presépio e pediu para Jesus não deixar
o Papai Noel se esquecer da boneca que ela encomendara. Seu pai, ao ouvi-la,
tomou-a para junto de si e falou:
- Minha filha, se o Papai Noel não tiver
uma boneca pra você, não quero que fique triste, pois Jesus também foi muito
pobrezinho e se conformava com o que tinha. Mesmo humilde, Ele foi um Deus que
veio a este mundo para nos salvar.
- Papai, mas eu só quero uma boneca de
verdade. Eu nunca tive uma boneca igual às das minhas amiguinhas. E eu sei que
o Papai Noel vai me atender e que não vai demorar muito. Eu vi os vagalumes do
jardim. Eles são as luzinhas que Jesus acende pra mim perto do Natal, não é
mesmo, papai?
A conversa dos dois
foi interrompida pelas palmas de um menino maltrapilho que pedia um pedaço de
pão. Eleonora saiu correndo na esperança de ser o Papai Noel.
- Onde você mora? – perguntou-lhe o pai
de Eleonora.
- Eu moro na rua – respondeu o menino. Não
tenho família, mas tenho muitos amigos e um cachorrinho que me acompanha dia e
noite.
- Entre, vou lhe dar um prato de sopa e
alguma coisa para o seu cãozinho. É o que temos para esta noite, véspera de
Natal. Sente-se à mesa conosco, por
favor!
O pai de Eleonora
queria mostrar para a filha que um gesto de acolhida também lembra o Natal.
A conversa após o
jantar foi muito rica para Eleonora e seus pais. O menino falou dos problemas e
das dificuldades que têm as pessoas para viverem bem, em especial os que não
têm teto, nem família. Falou também da caridade e do perdão. E do amor que
devemos ter para com o próximo e os animais. Afinal, todos são criaturas de
Deus e devem ser respeitados.
Ele não se acanhou em
aceitar o convite para pernoitar com a família.
A mãe da garotinha ajeitou um pedaço de colchão
no canto da sala, ao lado da árvore enfeitada com flores do mato, além de laços
de fita e floquinhos de algodão. O menino acompanhou a oração feita diante do
presépio de argila. Depois deitou-se para dormir. O cachorrinho deitou-se ao
lado do colchão.
Na manhã seguinte, Eleonora
e seus pais ficaram surpresos ao verem sobre o colchão uma linda boneca,
vestida de seda, cabelos cacheados e um bilhete:
Somos eternamente
gratos pela acolhida! Contem conosco sempre!
Jesus Menino e Totó.
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Márcio André Silva Garcia
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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