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Antologia Sempre ao Meu Lado: 1x06 - Rabudo

Conto de Amélia Luz
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Sinopse: História de uma menina que ganha um cão do padrinho e depois vem a perdê-lo por causa do pai que não aceita o animal em casa. Ele comia os ovos no galinheiro. Por isso foi abandonado longe de casa.


Rabudo
de Amélia Luz


Bibinha estava completando cinco aninhos. No dia do seu aniversário o seu padrinho levou de presente um lindo cachorrinho.
 

Bibinha se encantou com o presente, deu-lhe o nome de Rabudo porque na verdade ele tinha um rabo bandeira todo desfiado e quando pulava balançava–o todo pra lá e pra cá. Além disso, era peludo e malhado de preto e branco, um primor. Brincalhão, o filhote conquistara a família e os amiguinhos.

Rabudo foi crescendo muito levado. Sujava as patinhas de barro e pulava na cama, fazia xixi na sala, comia o que punham à mesa, além de roer chinelos e móveis. Era mesmo um desastrado filhote. 

Certo dia, para a surpresa de todos Rabudo aprontou uma de suas travessuras. Entrou no galinheiro e comeu todos os ovos do ninho da Pintada.

Quando o pai de Bibinha chegou, ficou zangado e pensou:

- Deve ser algum gambá faminto que desceu da matinha... 

Assim foi acontecendo, de vez em quando os ovos desapareciam. Foi quando o pai de Bibinha resolveu vigiar por toda a noite armado de espingarda pelo buraco da janela, bem em frente ao galinheiro. 

Para grande surpresa, alta noite, Rabudo entra de mansinho no galinheiro e no alvoroço das galinhas foi descoberto com um ovo na boca. Seu Juca de carabina em punho mirou a pontaria, engatilhou. Quando ia atirar Bibinha apareceu chorando e gritando pedindo que ele não fizesse aquilo. O pai obedeceu ao apelo da filha. 

Ele arrumou as juntas de bois na carroça para sair no seu trabalho costumeiro. Pegou Rabudo que ainda dormia no canto da cama da Bibinha e amarrou-o na carroça saindo estrada a fora. Disse que iria soltá-lo bem longe onde ele não poderia mais descobrir o caminho de casa. 

Bibinha se desesperou , nada adiantou. Decidido seu Juca levou o seu cachorrinho pela estrada da cidade.

Naquele dia Bibinha não comeu, teve febre alta e entristeceu. Dava pena vê-la assim tão sofrida.

Quando o seu pai voltou à noitinha ela veio olhou pela janela e viu que o cachorrinho não voltara.

Os dias foram passando e as tristezas aumentando. Chamaram a benzedeira que lhe fez um patuá dizendo que podia ser quebranto. Por três dias rezou-a com galho de arruda para espantar os males. Poderia ser “espinhela caída”! Mas de nada valeu, Bibinha sempre triste e calada.

Certo dia chovia e fazia muito frio no sítio. Era chuva fina de inverno. Todos foram dormir. Bibinha fez as suas orações com a sua irmãzinha, pediu pela volta do seu cachorrinho e adormeceu.

Alta noite, todos dormiam sono pesado. Foi quando Bibinha escutou debaixo da sua janela um choramingo esquisito. Logo acordou, pegou o lampião e com muito medo da escuridão abriu a janela e viu o rabo do Rabudo balançar pra lá e pra cá, bem devagar. Correu até ele e percebeu que ele estava sujo, doente e faminto. Foi até a cozinha trouxe alimentos e deixou o bichinho bem escondido debaixo das suas cobertas. Esperou seu pai sair para o curral e sua mãe ir para a cozinha, passou rápido pela porta da sala alcançou a tulha escondendo o animal dentro de um grande caixote de madeira. Ali ele estaria seguro, pensou. Dividia seu prato com ele saindo às escondidas para lhe dar comida. O tempo passando, passando. Ela voltou a se alegrar e sarou da sua tristeza.

Até que certa manhã Seu Juca foi apanhar milho na tulha para trocar fubá no moinho e acabou encontrando o Rabudo que festivo pulou no seu pescoço, lambeu as suas mãos demonstrando a sua fiel amizade.

Bibinha ficou com muito medo de outra vez perder o seu cachorrinho. Seu pai lhe disse que como já estava de mudança para a cidade a menina em idade escolar precisaria morar mais perto de uma escola. Então levaria o Rabudo para a nova casa da família, assim ele estaria fora de perigo.

Quando a carroça estava arrumada com a mudança Bibinha subiu levando ao colo o seu animalzinho de estimação.

Ao chegar à casa nova o seu padrinho havia construído uma casinha toda pintada para o Rabudo morar bem debaixo da janela do seu quarto. Ali não tinha galinheiro, nem galinhas, nem ninhos, nem ovos no choco e o Rabudo poderia viver em paz.

Conto escrito por
Amélia Luz

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Alex Xela Lima
Eliane Rodrigues
Francisco Caetano 
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Márcio André Silva Garcia
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca
Rosside Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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