Odilon acorda com um barulho vindo de fora de seu quarto. Ele percebe, por baixo do vão da porta, uma luz acesa. Se livra do grosso cobertor que o cobre e abre a porta do seu quarto. Na porta da frente ao seu quarto, Odílio parafusa um grande ferrolho.
– Que hora que ocê chegou? – pergunta Odilon.
– Tarde – responde Odílio, sem parar o serviço. O ônibus veio parando em tudo que era lugar e dessa vez eu achei que ele não ia conseguir chegar. Mas foi a mesma porcaria de viagem de sempre.
Odilon consegue perceber que há algumas novas caixas de madeira e malas dentro do quarto de Odílio e fica curioso.
– Que que cê trouxe tanto?
– Não interessa. São coisas minhas que tinha ficado em São Paulo e eu fui buscar – responde Odílio, hostil.
Após terminar de colocar o último parafuso, Odílio entra no quarto, abre uma das caixas e retira um grande cadeado. Por fim, tranca o cadeado no ferrolho da porta. Ele se vira para Odilon com um leve sorriso no rosto.
– Pronto. Terminei.
Odilon sorri.
– E como tão as coisas por aqui? – pergunta Odílio.
– Tudo normal.
– Teve algum trabalho? – indaga Odílio.
Odilon apenas balança a cabeça negativamente.
– Eu sabia. Vamos esperar que melhore, né?
– Pois é. Tomara que melhore – responde Odilon.
Odílio usa uma chave para abrir o cadeado. Ele entra no quarto e no que vai fechando a porta, coloca a cabeça pra fora.
– Vai dormir, Odilon. Boa noite.
Tereza
direção
Carlos Mota
Cristina Ravela
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