TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 12
CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR
RAQUEL: - Henrique? O que foi?
HENRIQUE: - Não se faça de vítima não! Você é uma sonsa, dissimulada!
RAQUEL: - Meu Deus, Henrique! Por que você está falando assim comigo?!
HENRIQUE: - Porque você não merece outra forma de tratamento. É muita cara de pau sua me ligar e ainda me chamar de meu amor depois do que você fez.
RAQUEL: - Henrique, eu não estou entendendo o que (pausa)
HENRIQUE (interrompe): - Eu também estou em outra, Raquel. Eu não quero mais saber de você. Acabou. Me esquece! Sua mentirosa!
Raquel fica sem reação do outro lado da linha.
CENA 01. PORTUGAL. CENTRO DE ESTUDOS. / APTO LENARA. EXT. CORREDOR
Continuação do capítulo anterior. Raquel se surpreende com os dizeres de Henrique.
RAQUEL: - Henrique, só pode ter acontecido algum engano!
HENRIQUE: - Não teve engano nenhum, Raquel. Você brincou com os meus sentimentos. E eu acreditando no amor... Eu fui um idiota mesmo. Mas não se preocupa. Eu vou fazer o que você me pediu e vou te esquecer. Eu vou me casar, Raquel.
Raquel se choca.
RAQUEL: - Como assim se casar?! Henrique, deixa eu falar!
HENRIQUE: - Isso mesmo que você ouviu. Eu vou me casar. Vou seguir a minha vida.
RAQUEL: - Você está agindo de forma precipitada, Henrique! Nós prometemos um para o outro!
HENRIQUE: - Você também agiu de forma precipitada quando me enviou as fotos por e-mail, beijando e abraçando o Joaquim.
RAQUEL (surpresa): - Eu nunca te mandei nada!
HENRIQUE: - Quer dizer que eu sou louco então? Ainda te liguei na mesma noite e você recusou minha ligação e me mandou uma mensagem pra te esquecer. E é o que eu vou fazer. Não vou ficar esperando por alguém que não quer mais saber de mim.
RAQUEL; - Henrique, isso não pode ser verdade! Eu não fiz nada disso, eu juro!
HENRIQUE: - Para de mentir, Raquel. Já chega... Acabou. Não me liga mais. Não me procura... Por favor...
(sobe trilha “I Look To You” – Whitney Houston) Henrique desliga o telefone. Raquel chora, entristecida. Henrique seca as lágrimas rapidamente, para que Lenara não perceba.
Lenara retorna do apto, fecha a porta, apressada.
LENARA: - Eu não achava essa pasta em lugar algum! Achei sabe aonde? Lá no quarto do Otávio! Ele vive mexendo nas minhas coisas! Até eu pegar ele... (percebe Henrique) O que foi, meu amor?
HENRIQUE: - Nada não...
LENARA: - Tem certeza?
HENRIQUE: - Tenho sim. Vamos? Estamos em cima da hora.
LENARA: - Claro! Já chamou elevador?
Os dois seguem caminhando pelo corredor.
CENA 02. CENTRO DE ESTUDOS. SALA DE AULA. INT. DIA.
(fade out “I Look To You” – Whitney Houston)
Raquel entra na sala de aula, se aproxima de Joaquim, que a espera com um sorriso.
JOAQUIM: - Pensei que não viesse mais. Recuperada da apresentação do trabalho?
Raquel encara Joaquim por um instante.
JOAQUIM: - O que foi, Raquel? Aconteceu alguma coisa?
Raquel acerta um tapa no rosto do Joaquim, chamando a atenção de todos na sala. Silêncio. Joaquim fica sem entender. Raquel, com lágrimas nos olhos, sai apressada. Joaquim hesita, mas decide ir atrás dela.
CENA 03. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. DIA.
Lenara conversa com Claude e Monique.
CLAUDE: - Namoro? Firme?
LENARA: - Parece inacreditável não é? Mas é a mais pura verdade. Eu estou namorando Henrique Queiroz, um dos homens mais bonitos e ricos de São Paulo, quiçá do país!
MONIQUE: - Gente, que coisa boa!
CLAUDE: - Vocês já estavam saindo há uns dias né?
LENARA: - Mas ele sempre resistiu às minhas investidas... Só que parece que a queridinha lá do exterior pisou na bola com ele e aí ele decidiu se entregar aos meus encantos. Mas eu sabia que cedo ou tarde, ele iria se render. Ninguém resiste ao charme de Lenara Campos da Rocha. (risos)
CLAUDE: - Nem um pouco convencida. (risos)
LENARA: - Passei aqui só pra contar a novidade pra vocês, porque tenho uma reunião importante com um cliente. Apresentar uns projetos de móveis novos, bem interessantes.
MONIQUE: - Que ótimo! Sucesso na reunião.
LENARA: - Obrigada! E a Jaque, notícias dela?
MONIQUE: - Disse que talvez venha almoçar aqui hoje, mas não tinha certeza. Muita coisa pra fazer no atelier.
LENARA: - Ah sim, ela ta organizando a exposição nova... Adoro as exposições da Jaque, sempre badaladas.
CENA 04. ATELIER JAQUELINE. INT. DIA.
Jaqueline termina de organizar alguns dos quadros de sua exposição. São pinturas que mostram a periferia. Jaqueline se surpreende ao ver Daniel entrar no atelier.
JAQUELINE: - Daniel?
DANIEL: - A gente precisa conversar.
JAQUELINE: - Se é sobre aquela cena de ontem, a gente não tem nada pra falar, Daniel.
DANIEL: - Claro que tem. Você foi embora ontem, não falou comigo depois. Te liguei e não me atendeu. O que foi, Jaque?
JAQUELINE: - O que foi que eu fiquei cansada, Daniel. Eu não sei se eu tenho pique para aturar esse tipo de coisa na minha vida, sabe?
DANIEL: - Que tipo de coisa? As brincadeiras da Bárbara?
JAQUELINE: - As brincadeiras da Bárbara! É isso!... Você acha que o que ela faz é brincadeira? Daniel, a Bárbara é louca por você e ela vai fazer qualquer coisa pra te ter perto dela! Será que você não entende?
DANIEL: - Mas não é ela que eu quero! Eu quero ficar com você!
JAQUELINE: - Mas como a gente vai ser feliz com ela correndo atrás o tempo todo? Atrapalhando! Fazendo aquilo que ela fez ontem... Foi horrível ver vocês dois se beijando. Eu fui embora com raiva. Dela e de mim também, por não ter voado no pescoço daquela oferecida... Eu não sou assim, Daniel. Eu não preciso fazer o jogo sujo que ela faz. E por eu não ser assim, eu não sei se consigo suportar isso por muito tempo.
DANIEL: - Você está jogando a toalha, é isso?!
Silêncio. O telefone de Daniel toca. Daniel deixa tocar.
JAQUELINE: - Atende.
DANIEL; - Eu te fiz uma pergunta.
JAQUELINE: - Daniel, atende esse telefone. Pode ser importante.
Daniel atende.
DANIEL (ao telefone): - Alô! (TEMPO) Fala Macedão. (T) Não, estou aqui na Paulista, por quê? (T) Sei... Agora? (T) Mas.. (T) Tá certo, to indo. (desliga)
JAQUELINE: - Seu técnico?
DANIEL: - Vai rolar uma reunião importante daqui a pouco. Eu preciso estar lá.
JAQUELINE: - Pode ir. A gente já conversou o que tinha pra conversar.
DANIEL: - Ainda não... E você sabe que a nossa conversa não termina aqui.
Daniel vai embora. Jaqueline fica pensativa.
CENA 05. PORTUGAL. RUA. EXT. DIA.
Raquel caminha apressada pela rua, enxugando as lágrimas. Joaquim a alcança, para Raquel.
JOAQUIM: - Ei, Raquel! Ora, pois! O que foi aquilo lá na sala de aula?!
RAQUEL: - Aquilo foi o que você mereceu por ter me enganado.
JOAQUIM: - Eu nunca te enganei. Que história é essa?
RAQUEL: - Para de fingir que não sabe de nada, Joaquim! Você achou mesmo que eu nunca iria descobrir? Que eu não iria mais falar com Henrique?
JOAQUIM: - Eu realmente não sei do que você está falando.
RAQUEL: - Ah não? Pois então eu vou te contar... O Henrique me falou de um e-mail que eu enviei pra ele, contendo fotos de nós dois. Nos beijando. Eu não posso acreditar que você fez isso, Joaquim! Você mandou aquelas fotos lá de casa pro Henrique?!
Joaquim se cala, desvia o olhar.
RAQUEL (firme): - Fala, Joaquim! Você fez isso mesmo?
JOAQUIM (encara Raquel): - Eu fiz. Eu mandei o e-mail pra ele sim!
RAQUEL (decepcionada): - Eu não posso acreditar numa coisa dessas... Por que, Joaquim? Por quê?!
JOAQUIM: - Porque eu te amo, Raquel. E eu nunca conseguiria ficar com você tendo a sombra do Henrique por perto... Eu pensei que o melhor a fazer era fazer ele se afastar, e ele só faria isso se visse você com outra pessoa.
RAQUEL: - Você é louco, Joaquim!
JOAQUIM (segura Raquel): - Sou louco por você, Raquel. Desde o primeiro instante em que eu te vi. Eu te amo! Eu quero ter você pra mim!
RAQUEL (soltando-se): - Péssimo jeito de tentar me conquistar... E como se não bastasse, ainda dormiu comigo bêbada. Você é sujo, Joaquim. Joga baixo... Eu pensei que tinha em você um amigo. Mas acho que eu me enganei.
Raquel vai saindo.
JOAQUIM: - Raquel, espera!
RAQUEL: - Não se aproxima, Joaquim!... Por causa de você, meu relacionamento com o Henrique acabou de vez! Ele vai se casar, sabia? Está com outra pessoa lá no Brasil agora.
JOAQUIM: - Eu só queria que você gostasse de mim também. Foi por amor, eu juro. Eu jamais pensei em te fazer sofrer.
RAQUEL: - Tarde demais para evitar meu sofrimento, não acha?
Raquel sai. Joaquim fica pensativo, um tanto triste.
CENA 06. EMPRESA QUEIROZ. EXT. DIA.
Humberto vai saindo da empresa quando é abordado por Donato.
DONATO: - Filho!
HUMBERTO: - Que inferno! Eu não sou seu filho! Me deixa em paz senão eu chamo a polícia e mando prender você!
DONATO: - Eu vim em paz!
HUMBERTO: - Veio é tirar a minha paz!
DONATO: - Tenho um assunto importante pra tratar com você. Do seu interesse.
HUMBERTO: - Do meu interesse?
DONATO: - Sim. E envolve milhões.
HUMBERTO: - Sei... Fala aí, o que é?
DONATO: - Eu não posso tratar de um assunto importante assim aqui no meio da calçada. Por que a gente não vai para um lugar mais tranqüilo? Seu apartamento, por exemplo?
HUMBERTO: - Você bebeu? Nem morto você coloca os pés no meu apartamento.
DONATO: - Deixa de ser turrão... Tenho certeza que você não vai se arrepender de ouvir o que eu tenho pra te dizer.
Humberto encara Donato, com certa dúvida.
CENA 07. SHOPPING. INT. DIA.
Nuno, Igor, Carol e Stefany juntos no shopping. Nuno um tanto ansioso.
NUNO: - Já acharam ela por aí?
CAROL: - Eu não vi não.
STEFANY: - Eu nunca vi alguém marcar um encontro e não pedir nem telefone, whatsapp, nada!
IGOR: - Ele não sabe nem o nome da garota! (risos)
NUNO: - Ali! Encontrei!
Aimée está sentada num banco, num dos corredores do shopping.
NUNO: - Eu vou lá falar com ela.
STEFANY: - Vê se o bandidão não está junto aí também!
NUNO: - Claro que ele não veio!
STEFANY: - Todo cuidado é pouco, meu irmão!
Nuno se afasta, indo ao encontro de Aimée.
IGOR: - Tá, enquanto o Nuno vai lá com a garota, a gente faz o quê?
STEFANY: - Você eu não sei, eu vou às compras!
CAROL: - Eu vou pra casa gente.
STEFANY: - Ah, Carol! Vai me deixar fazendo compras sozinha?
CAROL: - Desculpa, amiga, mas hoje eu não estou pra compras. Mas não se preocupa. O Igor te faz companhia. Não é Igor?
IGOR: - Claro!
STEFANY: - Então ta... Fica bem, Carol! Beijo!
Carol sai. Stefany e Igor seguem pelo corredor, passando por Nuno e Aimée, sentados lado a lado no banco.
AIMÉE: - Estou me sentindo um peixe fora d’água nesse shopping todo chique.
NUNO: - Nunca entrou aqui mesmo?
AIMÉE: - E como é que eu vou entrar num lugar desses? Eu sou de Itaquera, zona leste, periferia, esqueceu?
NUNO: - Nada a ver isso aí. O shopping é público. Você pode morar em qualquer lugar, mas sempre vai poder entrar aqui.
AIMÉE: - Você fala como se fosse dono disso aqui. (risos)
NUNO: - Dono eu não sou, mas meu pai tem uma participação nas ações...
AIMÉE: - Você é rico?!
NUNO: - É, digamos sim... Mas espero que não tenha sido isso que tenha te trazido até aqui.
AIMÉE: - Na verdade o que me trouxe até aqui foi seu jeito carinhoso. Nenhum rapaz foi tão atencioso e cuidadoso comigo. A sua ousadia em me levar pra trás do palco ontem foi incrível! Ainda mais com o Leopardo lá na quadra.
NUNO: - O que você tem com aquele cara? Por que não manda ele embora?
AIMÉE: - Eu na verdade não posso nem pensar em fazer isso... Leopardo sempre quis ficar comigo. Mas eu tenho medo que ele possa fazer alguma coisa com a minha recusa. (levanta-se, apreensiva) Se ele descobre que eu estou aqui então! Ele pode fazer loucuras com você!
NUNO (levanta-se): - Ei, calma!
AIMÉE: - A gente não poderia nem ter se encontrado.
NUNO (segura Aimée): - Calma!... Ninguém vai fazer nada com a gente. Ele não precisa nem saber que a gente se encontrou. Só você não contar.
AIMÉE: - É arriscado.
NUNO: - Eu sei. Mas antes se arriscar por algo que nos faz bem do que nos prendermos no conforto da tristeza. Não acha?
AIMÉE: - De onde você tira essas frases tão lindas? De livros? Desculpa, mas eu acho isso tão bonito. Você é um cara legal, diferente. Eu que pareço uma jeca.
NUNO: - Você é uma garota linda! Uma princesa negra das mais lindas que existem... E eu estou extremamente feliz de poder ter te encontrado.
(sobe trilha “Mulher” – Projota) Os dois ficam a se olhar.
AIMÉE: - A gente já conversou tanta coisa e eu não sei nem o seu nome...
NUNO: - Qual é o seu?
AIMÉE: - Eu me chamo Aimée.
NUNO: - Prazer Aimée. Eu sou o Nuno.
Nuno segura o rosto de Aimée, delicado. Os dois se beijam, carinhosos.
NUNO: - Agora nós estamos juntos.
AIMÉE: - Sim!
NUNO: - E aconteça o que acontecer, sempre estaremos juntos.
Aimée concorda, acenando com a cabeça. Os dois sorriem um para o outro, felizes. (fade in trilha “Mulher” – Projota)
CENA 08. BOUTIQUE. INT. DIA.
(fade out trilha “Mulher” – Projota)
Paula conversa com Tarsila.
PAULA: - E quando eu pensei que teria uma noite romântica, o Santiago adormece e ronca do meu lado...
TARSILA: - Homens, sempre insensíveis.
PAULA: - Fiquei um pouco decepcionada, sabe?
TARSILA: - Eu imagino sua frustração, Paula. Mas o jeito é tentar de novo. Casamento tem desses altos e baixos.
PAULA: - O problema é que o meu anda baixo demais, Tarsila.
Neste instante, Stefany e Igor, que carrega várias sacolas de compras, entram na loja.
STEFANY: - Olá!
TARSILA: - Filha!... Igor, como vai?
IGOR: - Tudo bem, dona Tarsila.
PAULA: - E a Carol, não está com vocês?
STEFANY: - Estava, mas ela foi pra casa, Paula.
TARSILA: - E aí você alugou o Igor para carregar suas compras, Stefany?!
IGOR: - Não alugou não, tia. Eu estou até gostando.
STEFANY: - Viu só? Não sou tão malvada assim.
Eles riem.
CENA 09. HMÓVEIS. SALA ULISSES. INT; DIA.
Robson conversa com Ulisses.
ULISSES: - Ela te deu um bolo, foi?
ROBSON: - Deu cara... Não ligou, nem nada.
ULISSES: - Vai ver o Santiago fechou o cerco, sei lá.
ROBSON: - Mesmo assim. Nem pra ligar, dizer que não ia... Acho que ela não quer mais.
ULISSES: - Mulheres são imprevisíveis. Espera que daqui a pouco ela faz contato. Ou vai ver a Paula realmente colocou a mão na consciência e viu que é roubada sair com o funcionário do marido.
ROBSON: - Bah, valeu! Que baita força, Ulisses...
ULISSES: - Vamos mudar de assunto então, assim você não se entristece. Hoje o Tavinho começava lá no centro comunitário.
ROBSON: - É mesmo? Que legal!
ULISSES: - Ele ficou um pouco receoso na chegada, mas depois foi tudo tranquilo. Salete e as outras funcionárias são muito atenciosas.
ROBSON: - Você vai ver que ele vai se desenvolver bem lá.
CENA 10. CENTRO COMUNITÁRIO. INT. DIA.
Otávio brinca com as outras crianças no Centro Comunitário. Salete e Fernanda observam.
SALETE: - Esse é o filho do Ulisses, aquele bonitão que esteve aqui outro dia.
FERNANDA: - Eu sei quem é... Ficamos amigos.
SALETE: - Amigos é? Sei... (risos)
FERNANDA: - Amigos sim...
SALETE: - Ele disse que o filho tem um comportamento um pouco agitado demais, não se concentra muito. Por enquanto, está me parecendo normal. Mas é bom a gente ir acompanhando nos trabalhos pedagógicos também.
FERNANDA: - Claro. Ele parece um garoto tão querido.
SALETE: - Se for como o pai, será um rapaz muito querido!
As duas riem.
CENA 11. ITACLUBE. ESCRITÓRIO. INT. DIA.
Carlos e Macedão se reúnem com Daniel e Marcelo.
MACEDÃO: - E foi por isso que nós chamamos vocês dois aqui... O Corinthians vai fechar negócio!
MARCELO: - Eu fui contratado pelo Corinthians?! (vibra) Minha nossa!
DANIEL: - Eu não estou acreditando!...
CARLOS: - Mas podem acreditar. Vocês dois farão parte do elenco corintiano para o próximo campeonato.
MARCELO: - Finalmente chegou a minha hora. Eu sabia que não iria demorar.
Macedão e Carlos trocam olhares.
MACEDÃO: - Mas tem um pequeno detalhe nessa história.
DANEIL: - Qual detalhe?
MACEDÃO: - Não irão os dois ao mesmo tempo.
MARCELO: - Como assim?
CARLOS: - A diretoria do clube decidiu contratar os dois, mas levará os atletas em momentos diferentes.
MACEDÃO: - Eles preferem primeiro o atacante, depois o meia.
MARCELO: - Como é que é?! Eu vou ter que ficar aqui ainda?!
DANIEL: - Mas por que isso agora?
CARLOS: - Eu não sei. A diretoria do clube quis assim. E eu aceitei. Antes fechar negócio dessa forma do que não fechar.
MARCELO: - Mas isso é um absurdo! Eu ralei tanto para ter o meu lugar ao sol e o Daniel vai primeiro do que eu?
MACEDÃO: - Mas o Daniel também ralou, tanto quanto você, Marcelo.
DANIEL: - Eu queria muito que a gente fosse junto, Marcelo.
MARCELO: - Eu não tenho tanta certeza assim, Daniel...
Marcelo sai do escritório.
DANIEL: - Ele ficou chateado.
CARLOS: - Ele vai precisar é mudar a postura dele. Com este tipo de comportamento ele não dura muito em time grande não.
MACEDÃO: - Pois bem... Deixa eu dar um abraço aqui no meu jogador.
Daniel e Macedão se abraçam.
MACEDÃO: - Pra mim é uma honra ter participado dessa etapa na sua vida, Daniel.
DANIEL: - Você vai ser o meu eterno professor, Macedão.
CARLOS: - Por enquanto, sigilo. Vocês ainda não assinaram os contratos. Mas isso será em poucos dias.
DANIEL: - Eu não vejo a hora, Carlos... (visionário) Daniel, camisa 10, a novo louco no bando de loucos da Fiel!
CENA 12. APTO HUMBERTO. SALA. INT. DIA.
Humberto conversa com Donato, em seu apartamento.
DONATO: - Belo de um apartamento você tem hein!
HUMBERTO: - Fala logo o que você tem pra me dizer. Que assunto é esse tão importante e de meu interesse?
DONATO: - Ok. Sem rodeios porque também não sou homem de ficar enrolando... Lá atrás, quando eu ainda era jovem, eu emprestei dinheiro pro Gurgel, pra ele iniciar os trabalhos no pequeno comércio dele, que depois virou esse império todo.
HUMBERTO: - Sei, e daí?
DONATO: - E daí que depois que ele conseguiu certa estabilidade, eu o procurei uma vez, cobrando minha parte nessa história toda. Afinal, ele ergueu a Azeites Queiroz com meu capital...
HUMBERTO: - Isso quer dizer quê?
DONATO: - Quer dizer que eu tenho parte na empresa, Humberto. Uma boa parte. E que vale milhões!
HUMBERTO: - Então foi por isso que você voltou? Pra garantir o seu pedaço nesse bolo, é isso?
DONATO: - Óbvio que sim! Quando eu fiquei sabendo da morte do Gurgel, arrumei minhas malas na hora e vim pra São Paulo com a Liza... O papo de “voltei para encontrar meu filho” foi só pra me aproximar... Depois daquele dia lá na casa da Alice, eu percebi que você e eu temos o mesmo sangue. O sangue do poder, da ambição, correndo latente nas veias!
HUMBERTO: - Tá, e onde eu entro nessa história toda?
DONATO: - Você, por ser meu filho, também leva parte desta grana. Na verdade, eu quero que você entre na justiça e peça a minha parte na empresa. Eu não entendo nada desses lances de advogados, papelada. E você é mais instruído do que eu.
HUMBERTO: - Nisso você acertou, eu realmente sou mais instruído e capacitado para isso... Então, eu pedindo a sua parte na empresa, você leva uma grana e me dá uma parte, é isso?
DONATO: - Exatamente. E assim você não sai de mãos abanando nessa história toda.
HUMBERTO: - Quanto? Em valores...
DONATO: - Mais de quinhentos milhões de reais.
HUMBERTO: - E quanto eu levo nisso?
DONATO: - Trinta por cento.
HUMBERTO: - Eu quero mais.
DONATO: - Cinquenta por cento. Meio a meio.
HUMBERTO: - É, já melhorou.
DONATO: - E então, o que acha da gente se unir e dilacerar o patrimônio da família?
HUMBERTO: - Eu preciso pensar...
DONATO: - Tá certo... (tira um papel do bolso, entrega para Humberto) Meu telefone e o hotel onde eu estou hospedado. Qualquer coisa me avisa. Só não demora. O dinheiro logo logo vai acabar e eu não tenho pra onde ir.
HUMBERTO: - Não se preocupe. Eu não vou demorar para dar retorno. Agora, eu preciso ficar sozinho. Se não se importa.
DONATO: - Claro... Pensa com carinho filho. Você só tem a ganhar.
Donato vai embora. Humberto fica pensativo.
HUMBERTO: - Que bela história, seu Donato... Pena que o senhor não sabe que eu não sou homem de ficar com cinquenta por cento. Eu só fico com cem... Você realmente conhece pouco do seu filho. (ri)
O telefone dele toca. Ele olha a chamada no visor.
HUMBERTO: - Ninguém merece... (atende) Fala, Henrique. (TEMPO) Sim, vou estar em casa à noite, por quê? (T) Jantar especial? (T) Tudo bem, eu vou sim. Pode me esperar...
CENA 13. TRANSIÇÃO DO TEMPO.
Imagens de são Paulo ao anoitecer. (sobe trilha “We Just Don't Care” John Legend) Mostra a cidade iluminada, a Avenida Paulista, vista aérea da cidade à noite, as rodovias, os arranha-céus.
CENA 14. CASA SANTIAGO. QUARTO PAULA. INT. NOITE.
(fade out trilha “We Just Don't Care” - John Legend) Paula se arruma para ir na casa de Dalva. Carol está no quarto também.
PAULA: - Tem certeza que não que ir, filha? Sua tia vai ficar contente em ver você.
CAROL: - Não, mãe. Tenho umas coisas pra estudar da faculdade. Vou ficar em casa mesmo. Mas diz que eu deixei um beijo grande pra ela.
PAULA: - Vou dizer sim... Você viu aquele meu colar que tem uma pedrinha pequeninha? Dourado?
CAROL: - Não está lá no closet?
PAULA: - Tem razão, vou dar uma olhada.
Paula vai para dentro do closet. Carol aproveita a saída dela e mexe no telefone de Paula que está sobre a cama.
CAROL: - Desculpa, mãe, mas eu preciso fazer isso.
Carol copia informações do telefone de Paula no seu celular rapidamente. Deixa o telefone de Paula sobre a cama e disfarça. Paula retorna, já com o colar no pescoço.
PAULA: - E então, como estou?
CAROL: - Linda!... Papai não vai com você?
PAULA: - Seu pai só volta mais tarde. Teve que ficar na empresa fechando contratos... Bom, já que ninguém quer ir comigo, eu vou sozinha. Beijos!
Paula se despede de Carol e sai.
CAROL: - Não adianta mentir, mamãe. Eu sei bem aonde a senhora está indo...
CENA 15. RUA. EXT. NOITE.
Aimée desce do ônibus e vai caminhando pela rua quando é abordada por Leopardo. Ele a pega pelo braço, firme.
LEOPARDO: - Tava aonde, princesa, que ta voltando à essa hora pra casa?!
AIMÉE: - Ei, me solta, Leopardo! O que é, ta me seguindo é?
LEOPARDO: - Eu te fiz uma pergunta e tu ainda não me respondeu.
AIMÉE (soltando-se): - Eu fui ao médico. Fui fazer uma consulta de rotina. Não posso agora?
LEOPARDO: - E demorou tanto tempo assim é?
AIMÉE: - E tu acha que o consultório médico estava vazio, esperando por só por mim? Tinha um monte de mulher lá... Tive que esperar. Por isso cheguei agora.
LEOPARDO: - Hum...
AIMÉE: - Pronto? Respondido? Agora me deixa ir pra casa, porque amanhã eu tenho que estar cedo no Centro Comunitário.
LEOPARDO: - Tá certo. Pode ir princesa. Mas da próxima vez que for sair, me avisa.
AIMÉE: - Quando eu precisar de babá, eu te aviso sim, Leopardo. Mas isso não será tão cedo.
Aimée sai. Leopardo fica a observá-la.
CENA 16. CASA DALVA. SÓTÃO. INT. NOITE.
Dalva pintou diversos quadros, já organizados em cavaletes pelo sótão. Dalva está sentada num banco, fumando seu cigarro, quando Paula entra no sótão de surpresa a e flagra fumando.
PAULA: - Dalva!
Dalva se levanta, assustada, joga o cigarro no chão, apaga com o pé.
PAULA: - Eu não posso acreditar nisso, Dalva! Eu não posso acreditar!
DALVA: - O que você está fazendo aqui, Paula? Por que não me avisou que vinha?!
PAULA: - Eu queria fazer uma surpresa. Na verdade, eu vim aqui pra conversar algumas coisas minhas com você... Mas acho que quem foi surpreendida fui eu! Você está fumando de novo, minha irmã? Você tinha me dito que tinha parado, Dalva!
DALVA: - Mas eu parei! Esse cigarro que você eu acendi agora a pouco, nem sei porquê!
PAULA: - Você está mentindo, Dalva. Você mentiu pra mim esse tempo todo... E eu achando que você tinha se livrado desse vício que quase levou a sua vida! Ou será que você se esqueceu?
DALVA: - Eu não esqueci não! Até porque você faz sempre questão de lembrar!
PAULA: - Mas mesmo eu te lembrando você não aprende! Quer jogar sua vida fora, é isso?!
DALVA: - A vida é minha, Paula! É minha!
PAULA: - Mas você é minha irmã e eu não vou deixar você se matar desse jeito, Dalva! Eu não vou!
DALVA: - Vai fazer o quê?! Me colocar com um acompanhante pra vigiar meus passos pra você? Ou melhor, me internar numa clínica?
PAULA: - Eu só quero que você largue esse maldito cigarro de uma vez por todas!
DALVA: - E eu só quero ser dona da vida minha de uma vez por todas!... Só isso que eu quero, Paula! Só isso!
PAULA: - Tudo bem... Se é assim que você quer, tudo bem. Você sabe o mal que está causando a si mesma.
Paula vai embora. Dalva fica pensativa, um tanto triste.
CENA 17. PORTUGAL. APTO RAQUEL. INT. NOITE.
Raquel no telefone com Jaqueline. Cena alternada entre as duas.
RAQUEL: - Foi tudo tão horrível, Jaque. Ele me disse coisas horríveis, me chamou de mentirosa! Me acusou de enganar ele!
JAQUELINE: - Calma, Raquel! Não fica triste assim amiga.
RAQUEL: - Mas como é que eu não vou ficar? O cara que eu considerava o meu melhor amigo aqui em Portugal, armou uma dessas pra me separar do amor da minha vida! Eu estou numa situação péssima, Jaque...
JAQUELINE: - Eu também estou numa pior aqui... Eu não sei se vou adiante com o Daniel.
RAQUEL: - Mas por quê?
JAQUELINE; - A ex-namorada dele, a Bárbara. Ela faz de tudo para atrapalhar o nosso lance. E eu não sou de ficar segurando por muito tempo, Raquel, você me conhece. Se é pra ficar com homem complicado assim, eu prefiro ficar sozinha.
RAQUEL: - Mas você não gosta dele, Jaque?
JAQUELINE: - Gosto. Muito.
RAQUEL: - Então, pensa com carinho, amiga! Amor assim não bate à nossa porta todo dia.
JAQUELINE: - Eu queria era te dar um abraço nesse momento, Raquel. Estou precisando de um carinho.
RAQUEL: - Eu também, Jaque... E Lenara, como está?
JAQUELINE: - Está bem. Me ligou a pouco tempo. Estava indo jantar na casa do novo namorado.
RAQUEL: - É mesmo? Lenara namorando?
JAQUELINE: - Sim sim. Está toda animada. Pelo menos uma de nós está feliz.
CENA 18. CASA ROSA. SALA. INT. NOITE.
Daniel conversa com Rosa, na casa dela.
ROSA: - Fala, meu filho! Está me deixando cada vez mais curiosa!
DANIEL: - senta aí no sofá mãe! Senta porque a coisa é forte!
ROSA: - Ai, meu Deus, Daniel! O que você aprontou, menino?
DANIEL: - Eu não aprontei nada mãe... Chegou a minha hora, mãe! A estrela do seu filho brilhou, dona Rosa!
ROSA: - Conta logo, pelo amor de Deus!
DANIEL: - Eu vou ser contratado pelo Corinthians, mãe! Eu vou jogar no Timão!
No instante em que Daniel conta a novidade para Rosa, Bárbara vai entrando na casa, trazendo umas roupas numa sacola.
BÁRBARA: - Dona Rosa, minha mãe mandou essas roupas da festa pra você... (escuta Daniel) Como é que é?! O meu amor vai jogar no Corinthians?!
Bárbara se alegra, enquanto Rosa e Daniel se mostram surpresos com a chegada dela.
CENA 20. APTO ROBSON. INT. NOITE.
A campainha do apto de Robson toca. Ele abre a porta. Carol invade o apto, surpreendendo Robson.
ROBSON: - Ei, o que é isso garota?
CAROL: - Eu quero saber onde está a minha mãe! Fala, pode falar!
ROBSON: - Você é louca? Está no apartamento errado. Eu estou sozinho aqui!
CAROL: - Eu sei que você é o Robson, o amante da minha mãe. A Paula. Não precisa me enganar não. Eu só vim aqui dizer pra você ficar longe dela, ta legal?
ROBSON: - Foi a Paula que mandou você aqui?
CAROL: - Não, ela nem sabe que eu vim. Eu queria era dar um flagrante em vocês, pra mostrar pra ela que ela está ficando louca em se jogar nessa aventura! Ela está colocando um casamento de anos fora por sua causa!
ROBSON: - Ela está comigo porque ela é infeliz neste casamento de anos! Seu pai não valoriza a mulher que tem!
CAROL: - E quem é você para falar de felicidade, hein? Um aproveitador de mulheres, é isso que você é!
Carol parte para cima de Robson, que a segura firme pelos braços. Os dois se encaram por um instante, trocam olhares. Neste momento, Paula chega no apto e se surpreende.
PAULA: - O que está acontecendo aqui?!
Robson e Carol se olham apreensivos.
CENA 21. CASA QUEIROZ. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Maria Alice sentada na ponta da mesa, na sala de jantar. De um lado, Lenara, Henrique e Humberto. Do outro, Tarsila e Barreto.
MARIA ALICE: - Lenara, eu fico muito feliz em recebê-la em minha casa.
LENARA: - Eu é que me sinto lisonjeada de estar aqui, com todos vocês e com o Henrique, meu amor.
TARSILA: - Casal apaixonado!
HUMBERTO: - Então foi você a moça que ganhou o prêmio Designer Paulista, mas que não foi receber o troféu.
LENARA (sem jeito): - Sim...
BARRETO: - E não foi por quê?
LENARA: - Meu filho. Na noite da premiação, ele ficou com febre. E criança sabe como é... Eu decidi ficar em casa para cuidar dele. Meu filho é tudo pra mim, eu amo muito.
MARIA ALICE: - Toda mãe é assim, apaixonada pelos filhos.
HENRIQUE: - Eu ainda não o conheço pessoalmente, apenas por fotos. Mas é um garoto muito bonito. Puxou a mãe.
LENARA: - Com certeza! (risos)
HUMBERTO: - Mas então, Henrique. Qual o motivo desse jantar especial que você convocou aqui na casa da sua mãe?
MARIA ALICE: - Sou sua mãe também, Humberto. Não se esqueça disso.
HENRIQUE: - Bem, eu vou direto ao assunto porque não vejo motivos para atrasar isso... Reuni todos aqui hoje porque eu quero oficializar aqui, diante de vocês...
Henrique tira do bolso uma pequena caixinha, abrindo na frente de Lenara, revelando um par de alianças.
HENRIQUE: - O meu pedido de casamento.
(sobe trilha “Ainda Bem” – Marisa Monte) Todos se surpreendem. Lenara encara Henrique, incrédula.
HENRIQUE: - Lenara, você aceita se casar comigo?
Lenara se mostra surpresa diante do pedido de Henrique. Os dois trocam olhares.
Édy Dutra
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa
atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel
trilha sonora
We Just Don't Care - John Legend
Mulher - Projota
Ainda Bem – Marisa Monte
I Look To You – Whitney Houston
produção
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Israel Lima
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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