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Terra da Garoa: Capítulo 13

Novela de Édy Dutra
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TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 13
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR


HUMBERTO:
 - Mas então, Henrique. Qual o motivo desse jantar especial que você convocou aqui na casa da sua mãe?

MARIA ALICE: - Sou sua mãe também, Humberto. Não se esqueça disso.

HENRIQUE: - Bem, eu vou direto ao assunto porque não vejo motivos para atrasar isso... Reuni todos aqui hoje porque eu quero oficializar aqui, diante de vocês... 

Henrique tira do bolso uma pequena caixinha, abrindo na frente de Lenara, revelando um par de alianças. 

HENRIQUE: - O meu pedido de casamento. 

(sobe trilha “Ainda Bem” – Marisa Monte) Todos se surpreendem. Lenara encara Henrique, incrédula. 

HENRIQUE: - Lenara, você aceita se casar comigo? 

Lenara se mostra surpresa diante do pedido de Henrique. Os dois trocam olhares.



CENA 01. CASA QUEIROZ. SALA DE JANTAR. INT. NOITE. 

Continuação do capítulo anterior. Henrique pede Lenara em casamento.

HENRIQUE: - E então, Lenara, você aceita se casar comigo?

Lenara se mostra surpresa diante do pedido de Henrique. Os dois trocam olhares.

TARSILA: - Ai! Aceita logo!

LENARA: - Sim, meu amor... Eu aceito!

Henrique sorri, colocando a aliança de compromisso no dedo de Lenara. Os dois se beijam. Maria Alice, Barreto e Tarsila vibram. Humberto faz pouco caso, mas disfarça.

MARIA ALICE: - Nossa! Eu estou tão surpresa quanto você, Lenara!

HENRIQUE: - A ideia era essa mesma, mãe. Surpreender a todos.

HUMBERTO: - Estou vendo que nossa família está ficando craque em fazer surpresas...

MARIA ALICE: - Humberto, querido, por favor... Hoje é uma noite de alegria!

LENARA: - Eu nem sei o que dizer... Só quero que você saiba, Henrique, que eu te amo. Muito! E quero te fazer muito feliz!

BARRETO (erguendo a taça de champanhe): - Um brinde aos noivos!

Todos brindam.

TARSILA: - E pra quando será a cerimônia, Henrique?

HENRIQUE: - O quanto antes, Tarsila. Acredito que logo após o lançamento do novo azeite da empresa.

HUMBERTO: - Então será um casamento em tempo recorde, porque a festa da empresa será nos próximos dias.

LENARA: - Henrique, é muita coisa pra fazer! Será que vai dar tempo?

HENRIQUE: - Claro que vai. Teremos os melhores profissionais ao nosso lado, para fazer um casamento como São Paulo nunca viu!

MARIA ALICE: - De onde você tirou todo esse entusiasmo, meu filho?

HENRIQUE: - Vontade de ser feliz, mãe. Ao lado de alguém especial. Só isso. (sorri) 

Lenara fica pensativa, admirada, olhando a aliança em seu dedo.

CENA 02. PORTUGAL. APTO RAQUEL. INT. NOITE.

Raquel está no sofá, lendo um livro de gastronomia, quando a campainha toca. Ela abre a porta. É Joaquim.

RAQUEL: - Joaquim?

JOAQUIM: - Raquel, a gente precisa conversar.

RAQUEL: - A gente já falou tudo o que tinha pra falar, Joaquim. Me deixa em paz porque eu preciso estudar.

JOAQUIM (entrando no apto): - Mas se eu não falar com você, quem não vai ter paz sou eu!

Raquel fecha a porta, fica a encarar Joaquim.

JOAQUIM: - Não precisa me olhar séria desse jeito.

RAQUEL: - Eu só estou esperando pra ouvir qual vai ser a desculpa esfarrapada que você vai me dizer.

JOAQUIM: - Eu não tenho desculpas esfarrapadas. Eu tenho justificativas e muito plausíveis, sobre tudo o que aconteceu.

RAQUEL: - Justificativa plausível? Me fala agora o que justifica você mandar um e-mail com fotos nossas, inclusive aquela em que você me tirou me beijando, para o meu namorado? E depois teve a cara de pau de excluir as provas...

JOAQUIM: - Eu só queria ter o caminho livre para ficar com você, Raquel!

RAQUEL: - Mas não precisava ser desse jeito, Joaquim!

JOAQUIM: - Mas se não fosse desse jeito seria como?! Eu não tinha arma nenhuma pra competir com o Henrique. Vocês já estavam juntos e... E eu só queria um pouquinho desse seu amor.

RAQUEL: - Você jogou baixo, Joaquim... Você achou mesmo que eu nunca iria ficar sabendo? Que eu não iria estranhar o Henrique se afastar de mim sem mais nem menos?

JOAQUIM: - Eu sei que eu fiz errado, Raquel. E é por isso que eu estou aqui. Para me desculpar com você. Ou melhor (ajoelha-se) Pedir perdão pelo erro que eu fiz.

RAQUEL: - Joaquim, levanta, por favor!

JOAQUIM: - Não! Eu não levanto enquanto não ouvir você dizer que me perdoa, Raquel. Eu te amo e não vou conseguir viver com você brigada comigo.

RAQUEL: - Joaquim, levanta!

JOAQUIM: - Primeiro o seu perdão...

Os dois ficam a se olhar.

RAQUEL: - Tudo bem. Eu perdoo você.

(sobe trilha “Tem que Ser Você” – Victor e Léo)

Joaquim se levanta, esboça um sorriso.

RAQUEL: - Você é o único amigo que eu tenho aqui também. Não iria conseguir ficar sozinha.

JOAQUIM: - Você sabe que eu quero ser mais que amigo.

RAQUEL: - Joaquim, por favor, eu preciso de um tempo. Colocar minha cabeça no lugar. O que aconteceu ainda me chateia.

JOAQUIM: - Claro, eu entendo. Mas só o fato de você me perdoar, já me dá a certeza de que eu posso começar tudo outra vez, de um jeito diferente. E eu posso garantir pra você que desta vez, eu não vou te machucar. Nunca mais!

Joaquim se aproxima de Raquel, a beija carinhosamente no rosto. Os dois trocam olhares. Joaquim se afasta e vai embora. Raquel leva a mão no rosto, pensativa.

(fade out trilha “Tem que Ser Você” – Victor e Léo)

CENA 03. APTO ROBSON. INT. NOITE.

Paula pressiona Carol e Robson.

PAULA: - Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

Robson solta Carol, que se afasta.

ROBSON: - Essa garota entrou aqui no meu apartamento atrás de você.

PAULA: - O que você está fazendo aqui, Carol?

CAROL: - Eu queria a comprovação de que você estava mesmo traindo o meu pai. E eu consegui... Que vergonha de você, mãe! Se expor desse jeito! Ainda mais com esse cara, grosseiro!

ROBSON: - Ei! Ei!

PAULA: - Já chega!... Você não tinha nada que vir até aqui, Carolina!

CAROL: - E nem você! Achou que ia me enganar dizendo que ia pra casa da tia Dalva? Mas eu não sou boba, mamãe.

PAULA: - Mas eu fui mesmo na casa da sua tia. A gente acabou discutindo e (pausa)

CAROL (interrompe): - E aí você veio desabafar nos braços desse cara?

ROBSON: - E o que tem de mais nisso?

CAROL: - Ela tem uma filha e um marido pra isso. Não precisa de michê nenhum.

ROBSON: - Assim você me ofende, garota!

PAULA: - Carolina, você está passando dos limites!

CAROL: - Ah! Eu estou passando dos limites?!

PAULA: - Está sim! O Robson não é nenhum michê. Ele é meu amigo.

CAROL: - Não sabia que você ia pra cama com seus amiguinhos agora, mãe. Talvez meu pai vai gostar de saber desses seus novos hábitos.

Carol sai apressada.

PAULA: - Eu não posso deixar ela ir embora assim.

ROBSON: - Vai atrás dela então!

Paula sai, apreensiva. Robson fica pensativo.

CENA 04. RUA. EXT. NOITE.

Carol caminha pela rua, enxugando as lágrimas. Paula a alcança.

PAULA: - Carol, espera!

CAROL: - O que foi? Não vai ficar lá com seu amiguinho?

PAULA: - Para, filha... Vamos conversar.

CAROL: - Eu não tenho nada pra falar com você mãe... Eu sempre te tive como um exemplo a ser seguido, a mulher ideal, a mãe perfeita... E tudo isso foi abaixo.

PAULA: - Não me julgue por isso, Carol. Eu tenho meus motivos para (pausa)

CAROL: - Você não pensou na gente? Em mim, no papai? E se fosse ele quem tivesse descoberto tudo?

PAULA: - Você não vai falar nada para o seu pai, não é?

CAROL: - Não me pede nada agora, mãe. Eu só quero ir pra casa.

PAULA: - Vamos voltar lá pro prédio, eu deixei meu carro estacionado lá na frente. Vamos juntas pra casa.

CAROL: - Não, mãe. Eu vou pegar um táxi aqui.

PAULA: - Mas Carol...

Carol faz sinal para um táxi, que para na rua. Ela embarca. O táxi parte. Paula se mostra apreensiva com toda situação.

CENA 05. CASA DALVA. SÓTÃO. INT. NOITE.

Dalva está sentada no chão, recostada na parede. Seus quadros estão espalhados pelo lugar. Dalva com expressão triste. Ela olha o maço de cigarros no chão, hesita.

Cássio entra no local.

CÁSSIO (surpreso): - Mãe! (aproxima-se de Dalva) O que aconteceu? Você está bem?

DALVA: - Ai, meu filho... Bem eu não estou...

CÁSSIO (senta-se): - O que foi? Brigou com o papai?

DALVA: - Não, meu querido. Seu pai nem chegou em casa ainda...

CÁSSIO: - Ele vive te deixando sozinha.

DALVA: - Não é verdade. Seu trabalha bastante para sustentar nós três.

CÁSSIO: - Trabalha agora, porque antes a vivia e muito bem só com os seus quadros.

DALVA: - Outras épocas, Cássio. Outras épocas...

CÁSSIO: - Por que isso passou, mãe? De uma hora pra outra a gente mudou completamente de vida... Do Morumbi pra Itaquera, da mansão pra casa classe média, vocês não vão mais à festas, os grandes curadores não te procuram mais para as exposições. Por quê?

DALVA: - Isso eu também gostaria de saber, Cássio... Eu me pergunto por quê, todos os dias... É tão triste cair no esquecimento.

CÁSSIO: - Mas você não pode ficar pra baixo assim, tem que dar a volta por cima. Não está pintando quadros novos? Arrumou todo o sótão pra isso, seu novo atelier.

DALVA: - É difícil para uma artista como eu, recomeçar.

CÁSSIO: - Mãe. Você sempre me incentivou, pra tudo. Tá certo, hoje eu não sei muito bem o que eu quero da vida, mas eu sei que pra qualquer coisa, eu posso contar com você. Então agora sou eu que estou te dizendo, te incentivando. Não desiste, mãe. Não desiste de você, daquilo que você deseja.

Dalva olha Cássio, carinhosa, emocionada com as palavras dele. Ela o abraça, terna, o afaga.

DALVA: - Obrigada, meu filho. Obrigada por tudo.

CENA 06. CASA ROSA. INT. NOITE.

Bárbara se alegra ao descobrir que Daniel vai jogar no Corinthians.

BÁRBARA: - Meu Deus, Daniel! Você vai ser famoso!

ROSA: - Ninguém falou em fama aqui não, Bárbara!

BÁRBARA: - Desculpa, Rosa, mas se o seu filho vai finalmente jogar num grande time, ele vai ser famoso sim! Ainda mais jogando bem como ele joga!... Ai Daniel, eu estou tão feliz por você!

DANIEL: - Obrigado, Bárbara!

BÁRBARA: - Na verdade, eu estou feliz pela gente né?

DANIEL: - Não existe “a gente” nessa história não, Bárbara.

BÁRBARA: - Como não?! Eu vou ser a torcedora mais fanática que vai te acompanhar. Logo logo já vão associar você a mim e aí seremos o casal Fiel! Olha que lindo! Até combina!

ROSA: - Escuta aqui, Bárbara... O Daniel está dando um grande passo na vida dele. Ele precisa de alguém que o ajude e o auxilie nessa hora. E não de alguém que queira tomar carona no sucesso dele, está ouvindo?

BÁRBARA: - Falando assim até parece que eu sou interesseira, oportunista... A única coisa que me interessa nessa história toda é ver o Daniel feliz. E de preferência do meu lado.

DANIEL: - Ainda é segredo isso tudo, Bárbara. Por favor, não pode contar nada pra ninguém!

BÁRBARA: - Minha boca é um túmulo. Guardo segredo da mesma forma que escondo minha fantasia pro carnaval. Sempre tem gente querendo saber, mas eu só revelo na hora certa: na boca da avenida.

ROSA: - Ótimo, que assim seja! 

CENA 07. MOTEL. INT. NOITE. 

Marcelo agarra Fernanda e, aos beijos, eles caem na cama do motel. Ele a beija voraz, caloroso, puxando a blusa dela. Marcelo a beija no pescoço, a acaricia, mas de repente, para. 

MARCELO: - Eu não consigo, não dá.

FERNANDA: - O que foi, Marcelo?

MARCELO: - Não tem como... Eu não consigo me concentrar... Foi mal.

FERNANDA: - Não, imagina. Acontece... (arruma a blusa) Está com algum problema? Quer conversar?

MARCELO: - Sempre quando eu acho que a minha vida vai ir pra frente, acontece uma desgraça.

FERNANDA: - Nossa! Mas o que foi que aconteceu?

MARCELO: - Eu e o Daniel fomos chamados para jogar no Corinthians.

FERNANDA: - Mas isso é uma notícia ótima! Parabéns! Por que você está triste então se está tendo essa oportunidade de ouro?!

MARCELO: - Acontece que a direção do clube não vai apresentar os dois de uma vez só. Primeiro vai o Daniel, depois sabe-se lá quando, eu entro. Agora me responde por quê! Por quê ele sempre na frente, ele primeiro, ele antes de tudo o que eu faço?!

FERNANDA: - Oh, Marcelo, não fica assim não, cara... Você já está dentro, não tá? Então relaxa, logo logo chega a tua hora.

MARCELO: - A minha hora já chegou faz tempo, Fernanda. O problema é que o Daniel está sempre no meu caminho.

FERNANDA: - Mas esse Daniel não é seu amigo? Por que tanto ódio dele assim?

MARCELO: - Eu só queria, pelo menos uma vez, ser melhor que ele. Não é fácil ficar pra trás, Fernanda... Me dói. 

Fernanda abraça Marcelo, que se recosta sobre o colo dela, que o acaricia o cabelo, fazendo cafuné. Marcelo tenta segurar as lágrimas. 

CENA 08. CASA QUEIROZ. SALA DE ESTAR. INT. NOITE. 

Na sala de estar, Maria Alice, Lenara, Henrique, Humberto, Tarsila e Barreto conversam. 

TARSILA: - Vocês agora precisam pensar nos padrinhos e todos os detalhes da cerimônia.

LENARA: - Gente, os padrinhos, é mesmo!

HENRIQUE: - Eu já tenho um casal. Barreto e Tarsila, aceitam ser nossos padrinhos? Se a Lenara concordar, é claro.

BARRETO: - Mas é claro que aceitamos! Eu faço muito gosto pela união de vocês!

TARSILA: - Muito obrigada, Henrique! Nossa, eu fico até emocionada.

MARIA ALICE: - Ótima escolha, Henrique. Tarsila e Barreto são amigos da família há tanto tempo. Merecem estar juntos da gente nesses momentos especiais.

HENRIQUE: - Eu também quero te convidar, Humberto, para ser padrinho do meu casamento.

HUMBERTO (surpreso): - Eu?

MARIA ALICE: - Que maravilha! Aceite, Humberto!

HUMBERTO: - Mas aí eu serei padrinho sozinho?

LENARA: - Não, sozinho não. Você pode ser padrinho com a Jaqueline, uma das minhas melhores amigas.

HENRIQUE: - E então, Humberto, aceita?

HUMBERTO: - Aceito sim.

HENRIQUE: - Obrigado, meu irmão.

LENARA: - As meninas vão adorar essa loucura toda. Acho que nem elas esperavam que eu ia casar tão rápido!

MARIA ALICE: - Será um casamento e tanto.

HENRIQUE: - Barreto, já reserve o salão nobre do Jockey, pois aquele lugar nunca mais verá uma festa tão grandiosa quando este casamento. 

Henrique e Lenara se beijam, carinhosos. 

CENA 09. TRANSIÇÃO DO TEMPO. 

(sobe trilha “Magalenha” – Leandro Lehart) Imagens de São Paulo ao amanhecer. Mostra as rodovias da cidade movimentadas, as Marginais Pinheiros e a Tiete. Mostra o metrô, a movimentação das pessoas. Mostra o estádio do Itaquerão. 

CENA 10. QUADRA UNIDOS DA ZONA LESTE. INT. DIA. 

(fade out trilha “Magalenha” – Leandro Lehart) Zuleica pega uma escada portátil e leva até um pilar, na quadra. 

ZULEICA: - Mas esse Jair é um folgado mesmo. Ainda tem enfeite da festa junina na quadra... E agora eu tenho que tirar. 

Zuleica sobe na escada para tirar os enfeites, quando se desequilibra. Ela tenta se apoiar no pilar, mas não consegue e cai da escada, porém, nos braços de Jair, para a surpresa dos dois. 

(sobe trilha “Badabauê” – Eliana de Lima) Os dois trocam olhares. 

ZULEICA: - Ai Jesus! Quase que eu caio da escada!

JAIR: - Quase não, Zuleica. Você caiu da escada. Infelizmente nos meus braços... Ou felizmente... 

Os dois ficam se olhando e vão se aproximando como se fossem se beijar, quando Rosa chega na quadra. 

ROSA: - Ensaiando novos passos de dança, vocês dois? O cavalheiro pega a dama no colo e sai a girar pelo salão... (risos) 

Zuleica e Jair disfarçam. 

ZULEICA: - Não, não é nada disso! Me coloca no chão, seu desqualificado!

JAIR (colocando Zuleica no chão): - Desqualificado? Se não é eu, você estaria aí, feito um papel no chão, atirada.

ROSA: - Mas o que foi gente? Não precisam parar por minha causa...

ZULEICA: - Não tem nada pra parar, Rosa. Eu ia tirar os enfeites da festa junina que esse presidente desleixado deixou aqui na quadra, e acabei me desequilibrando na escada.

JAIR: - E aí, por sorte, eu a segurei.

ZULEICA: - Mas já estava querendo se abusar de mim, me apertando que eu senti!

JAIR: - Sentiu o aperto, mas não pediu para descer por quê?!

ROSA: - Ok, gente, eu não quero detalhes...

ZULEICA: - Quer saber? Eu não vou tirar mais nada! Se você quer deixar essa quadra igual espaço de quadrilha de festa de São João de Campina Grande, o problema é seu!

JAIR: - Nervosinha é?

ROSA: - Jair, não provoca...

ZULEICA: - Rosa, a Bárbara deixou as roupas lá na sua casa ontem, não deixou?

ROSA: - Deixou sim. E eu até queria falar com você sobre algumas roupas, Rosa... 

Zuleica e Rosa se afastam, caminhando lado a lado. 

JAIR: - Zuleica, Zuleica... 

(fade out “Badabauê” – Eliana de Lima) 

CENA 11. RESTAURANTE GOURMET PAULISTA. INT. DIA. 

Lenara conversa com Monique e Claude. 

CLAUDE (surpreso): - Casamento?! Não acredito! Lenara, parabéns!

LENARA: - Obrigada meu querido!

MONIQUE: - Que bacana! Você e o Henrique formam um belo casal.

LENARA: - É, eu sei. Nascidos um para o outro.

CLAUDE: - E quando vai ser o casamento mesmo, cerimônia, festa, tudo?

LENARA: - Henrique quer tudo o mais rápido possível... E é justamente por isso que eu estou aqui. Eu queria fazer o convite com os dois juntos, mas como a Raquel está em Portugal ainda, vou ter que falar com os dois separadamente.

CLAUDE: - Ai meu Deus... Você não está pensando em...

LENARA: - Sim! Eu quero você e a Raquel como padrinhos do meu casamento.

CLAUDE: - Mas é claro que eu aceito, Lenara! 

Claude e Lenara se abraçam. Monique sorri. 

CLAUDE: - Será uma honra, um prazer, será tudo!

LENARA: - Que ótimo, Claude!

CLAUDE: - Já vou mandar preparar um terno especial!

MONIQUE: - Com tudo o que tem direito!

CLAUDE: - Sim!... Ai amiga, eu estou muito feliz. Obrigado mesmo!

LENARA: - Imagina! Eu que fico feliz em ter meus dois grandes amigos do meu lado. Aliás, os três. A Jaque, eu ainda vou falar com ela, também será madrinha, fazendo par com o irmão do Henrique, o Humberto.

CLAUDE: - Coisa boa! O quarteto reunido numa ocasião pra lá de especial! 

De repente, Liza vai entrando devagar no restaurante, um pouco impressionada com a sofisticação do lugar. Da mesa, Monique a vê. 

MONIQUE: - Acho que a moça que ligou pra cá ontem, interessada na vaga de recepcionista chegou.

CLAUDE: - Você pode receber ela pra mim, Monique, por favor? Você sabe como funciona tudo aqui, a rotina do restaurante. Pode conversar com ela. Se você aprovar, eu aprovo também, pronto.

MONIQUE: - Nossa, Claude, é muita responsabilidade.

CLAUDE: - E eu sei que você é responsável e competente. Pode ir. Confio em você. 

Monique se despede de Lenara e vai ao encontro de Liza. 

MONIQUE: - Olá! Você deve ser a...

LIZA: - Liza.

MONIQUE: - Isso, Liza... Foi você quem ligou ontem pra gente não foi?

LIZA: - Foi sim. Eu vi a vaga num site de empregos e liguei, isso mesmo.

MONIQUE: - Que bom. Então Liza, eu me chamo Monique, trabalho aqui no restaurante e eu quero conversar com você, pra saber se você se encaixa no nosso perfil, suas experiências, seu jeito de trabalhar, enfim...

LIZA: - Monique... Nome de princesa.

MONIQUE (simpática): - Obrigada. 

As duas trocam olhares. 

MONIQUE: - Vem, eu vou te apresentar todo o espaço do restaurante antes da gente sentar e conversar.

LIZA: - Tudo bem. 

As duas caminham pelo salão, Monique mostrando toda a área do restaurante. 

CENA 12. EMPRESA AZEITE QUEIROZ. INT. DIA. 

Henrique está em sua sala, quando alguém bate à porta. 

HENRIQUE: - Entra. 

Donato entra na sala. 

DONATO: - Como vai, presidente?

HENRIQUE (surpreso): - Donato? O que você está fazendo aqui?

DONATO: - Eu vim aqui pra falar contigo sobre um assunto muito sério.

HENRIQUE: - Se é sobre o passado do meu irmão, eu quero que você saiba que (pausa)

DONATO (interrompe): - Não, não tem nada disso não. Envolve seu irmão, mas não o passado dele. E sim o meu e o do seu pai.

HENRIQUE: - Como assim?

DONATO: - Eu quero falar sobre a minha parte na empresa, Henrique. Seu pai construiu um verdadeiro império a partir da grana que eu emprestei pra ele. Agora eu quero a minha parte nessa fortuna toda. E evidentemente que seu irmão também terá participação nisso. 

Neste instante, Humberto entra na sala. 

HUMBERTO: - Meu nome não é lixo para ficar rolando na sua boca, Donato.

DONATO: - Mais respeito com seu pai, Humberto!

HENRIQUE: - Não existe parte nenhuma, Donato. A empresa é do meu pai.

DONATO: - Você não sabe de nada, Henrique... Eu só vim aqui te avisar que eu vou lutar pelo o que é meu. E não adianta tentar me impedir. Eu vou pegar cada centavo que eu pai me deve e morreu devendo. Vocês vão ver só. 

Donato sai. 

HENRIQUE: - Você está sabendo disso, não está?

HUMBERTO: - Eu? Claro que não!

HENRIQUE: - Ele tocou no seu nome, nessa história dele de ter uma parte na empresa. Papai nunca comentou nada sobre isso, coisa do passado.

HUMBERTO: - Com esses oportunistas, Henrique, todo cuidado é pouco... Bem, eu só vim aqui lhe trazer uns papéis para que você assine e pronto, só contar os dias para o lançamento do novo azeite.

HENRIQUE: - Pelo menos uma coisa boa pra afastar essa energia ruim que ficou aqui na sala...

HUMBERTO: - Qualquer coisa, estarei na minha sala. 

Humberto sai. Henrique fica pensativo. 

HENRIQUE: - Império construído sobre um dinheiro emprestado... Que história... 

CENA 13. HMÓVEIS. SALA DE REUNIÕES. INT. DIA. 

O ambiente está um pouco escuro. Santiago utiliza um projetor para apresentar sue novo projeto de móveis para a marca. Enquanto isso, Robson se mostra pensativo, distante. 

FLASHBACK. CAP 12. CENA 20. 

ROBSON: - Foi a Paula que mandou você aqui?

CAROL: - Não, ela nem sabe que eu vim. Eu queria era dar um flagrante em vocês, pra mostrar pra ela que ela está ficando louca em se jogar nessa aventura! Ela está colocando um casamento de anos fora por sua causa!

ROBSON: - Ela está comigo porque ela é infeliz neste casamento de anos! Seu pai não valoriza a mulher que tem!

CAROL: - E quem é você para falar de felicidade, hein? Um

aproveitador de mulheres, é isso que você é! 

Carol parte para cima de Robson, que a segura firme pelos

braços. Os dois se encaram por um instante, trocam olhares. 

VOLTA À CENA ATUAL. 

Robson volta à si quando Keylla Mara o cutuca. 

KEYLLA MARA (cochicha): - É melhor você prestar atenção na apresentação. Chefe já percebeu que você está com a cabeça nas nuvens. Qualquer hora ele faz uma pergunta e aí você já sabe...

ROBSON: - Valeu pela dica... 

Robson tenta se concentrar, mas permanece pensativo. 

CENA 14. CENTRO COMUNITÁRIO. PORTÃO DE ENTRADA. DIA. 

Nuno se encontra com Aimée. 

AIMÉE: - Você deixou de ir pra faculdade pra vir aqui me ver, é isso?

NUNO: - É isso mesmo.

AIMÉE: - Você é louco, Nuno... E está se arriscando também! Vai que alguém nos veja e conte pro Leopardo?

NUNO: - Arriscar minha vida por você é só mais uma prova do meu amor. 

Aimée sorri, carinhosa. Os dois se beijam, apaixonados. 

NUNO: - Vamos ao shopping, depois?

AIMÉE: - Depois sim. Eu ainda preciso fazer algumas coisas aqui no centro com as crianças.

NUNO: - Tudo bem. Eu vou te esperar.

AIMÉE: - Você não existe, Nuno... Não existe! 

Os dois se beijam novamente. Nuno se afasta, Aimée retorna para dentro do centro. Passa sorridente por Salete e Fernanda, que se dirigem para o portão. 

SALETE: - Você viu o sorrisão da Aimée?!

FERNANDA: - Aí tem coisa... (risos)

SALETE: - Essa juventude... Na minha época eu também, vivia sorrindo. Amando e amando. Ui, me deu até um calor agora.

FERNANDA: - Segura esse calor, amiga... (risos) Agora eu preciso ir, tenho um compromisso urgente.

SALETE: - E você não vai me dizer que compromisso é esse tão urgente?

FERNANDA: - Agora não dá tempo, Salete. Na volta a gente conversa! Beijo! 

Fernanda sai apressada. Salete fica a observá-la. 

CENA 15. PORTUGAL. CENTRO DE ESTUDOS. INT. DIA. 

Raquel recebe ligação de Lenara. Cena alternada entre elas. 

RAQUEL: - Que saudade amiga!

LENARA: - Eu também, Raquel! Como você está?

RAQUEL: - Tudo bem, estudando bastante... E você?

LENARA: - Estou ótima! E tenho uma mega novidade pra te contar!

RAQUEL: - Ai meu Deus, fala logo! Já estou curiosa!

LENARA: - Eu vou me casar!

RAQUEL (surpresa): - Casar?! Como assim?!

LENARA: - Eu conheci um cara já faz um tempo, mas a nossa atração foi tão forte, que não tem como dizer que a gente não vai ser feliz juntos... E ontem ele me pediu em casamento!

RAQUEL: - Amiga, que maravilha!

LENARA: - Raquel, eu estou no céu!

RAQUEL: - E você tem certeza do que está fazendo? Não acha que está sendo tudo tão rápido?

LENARA: - Não acho nada! É a melhor oportunidade que surgiu na minha vida, Raquel! O cara é lindo, carinhoso, inteligente... E o melhor... É rico!

RAQUEL: - Você e sua mania de grandeza...

LENARA: - Preciso pensar no meu futuro, oras!... E cuidar desse amor novo. Ele teve uma decepção com uma vagabunda enquanto ele estava fora do país. Aí quando voltou, encontrou alento nos meus braços. E agora ficará comigo pra sempre. Até que a morte nos separe.

RAQUEL: - Que história hein!

LENARA: - Tá, mas o melhor está por vir. Eu estou te ligando porque eu quero que você seja madrinha do meu casamento!

RAQUEL: - Eu não acredito! Claro que eu aceito! Quanta honra!

LENARA: - E sabe quem será o seu par? Claude!

RAQUEL: - Que maravilha, Lenara! Seremos os padrinhos mais lindos e bafônicos deste casamento! (risos)

LENARA: - Eu sabia que você iria aceitar, amiga! Eu te quero do meu lado neste momento tão especial. E tenho certeza que você vai adorar o Henrique. 

Raquel se mostra surpresa. 

RAQUEL: - Quem?

LENARA: - O Henrique, o meu noivo! Ele é um cara muito especial. Você vai ver.

RAQUEL: - Henrique...

LENARA: - O que foi, Raquel? Falou alguma coisa?

RAQUEL: - Você bem que poderia mandar uma foto dele pra eu ver aqui, Lenara! Já que fez uma propaganda tão grande do rapaz. Quero me certificar se ele está à altura da minha amiga. Ou se é propaganda enganosa.

LENARA: - Mando sim, te envio por e-mail. Uma foto só dele, lindo. Tem como ver o e-mail aí?

RAQUEL: - Tem sim! Eu estou justamente no laboratório de informática. Pode mandar.

LENARA: - Está certo, to colocando a foto em anexo... Foi, enviei!

RAQUEL: - Então agora é só aguardar que logo chega. 

Na tela do computador, o e-mail de Raquel sinaliza a chegada de uma nova mensagem. 

LENARA: - Chegou?

RAQUEL: - Chegou... 

Raquel se mostra receosa em abrir o e-mail, mas clica na mensagem. O corpo do e-mail se abre. Raquel abre a foto em anexo. Em poucos segundos, a foto de Henrique toma a tela do pc. 

LENARA: - E então, Raquel, já abriu? Me fala, o meu novo amor é ou não é lindo? 

Raquel fica sem reação diante da foto de Henrique no computador.


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel

participação especial:
Maria Pinna como Liza
 
 trilha sonora:
 
Magalenha – Leandro Lehart
  Tem Que Ser Você – Victor e Léo
  Badabauê – Eliana de Lima


produção
 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
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