Max Rocha
Sinopse: A atividade vulcânica nos ensina a humildade e o respeito à natureza.
atônitos antevemos
vulcões vomitando
negras nuvens
pesada poeira
sobrepujando sol
raios reluzindo
trovões tremulando
pássaros prateados
presos pistas pouso
insetos inúteis
nada nem ninguém
potência, país promissor
militar, megainvestidor
pacifista, provocador
pode prever, pode parar
neve, natureza, nuvem
humildes humanos
impotentes imploramos
Natureza! Nos negue
sua sanha soturna vapor, vento, vazio
CASA COMUM
Higor Mendes
Sinopse: Chico Mendes e Dorothy são exemplos de defensores do meio ambiente. É necessário aprender a se relacionar com a Casa Comum (A Mãe-Terra) assim como os indígenas, só assim estaremos todos interligados como um só.
Nessas terras banhadas por sangue
Nessas matas sagradas e densas
Quantos Chicos, quantas Dorothys
Precisarão ainda morrer
Para entendermos que algo precisa mudar
Culpados inocentados
Vidas inocentes ceifadas
Povo que defende
Os bichos, a vida, as matas
Quantos animais traficados
Árvores centenárias ao chão
Para que? Por quê?
Expansão de terras, acúmulo de riquezas
Acordemos! A Mãe-Terra clama
Os indígenas nos convocam a cantar a criação
Um canto de esperança
Fincado no respeito
Onde todos somos um
Todos interligados
O ribeirinho, o caboclo
As águas, as árvores e os bichos
Somos partes da criação
Da nossa Mãe-Terra
O nosso doce lar
NOVA PINTURA
Renato Massari
Sinopse: O poema retrata o desalento de um pintor ao ver a destruição das florestas, que busca documentar numa tela. Apesar disso, ele tem esperança de que essa realidade um dia mude e assim a possa documentar em uma nova pintura.
Vou agora pintar um quadro,
para a terra queimada eu abro
as cortinas do meu olhar.
Na tela ponho árvores ceifadas,
bichos caídos,
rostos marcados
por descaso bandido.
Com pincéis redondos e chatos,
faço da floresta um retrato
igual ao que vejo no cotidiano.
A mata quase não tem mais cor,
silencia de dor,
é ferida em carne viva.
Em repouso no cavalete,
a tela para mim é um lembrete
de que o mesmo se perpetua.
Por isso, pintei esse quadro,
uma imagem do descalabro
feito de ganância espúria.
O óleo fresco cheira bem forte,
a mata perdida merecia outra sorte,
que espero ver algum dia.
Se a floresta voltar a sorrir,
cores com outro alento
irão mostrar esse momento
em uma nova pintura.
PÉ DE VIDA
Camila Lourenço
Sinopse: Já sonhou em plantar um pé de vida? Já pensou fazer brotar miudezas de infinitas grandezas?
Um dia desses, plantei um passarinho.
Na verdade, já plantei vários no jardim;
Mas desta vez, foi diferente
Algo brotou dentro de mim...
A primavera é cheia deles
Que trazem sons e beleza desde o fim da madrugada.
E a cada um que cai e voa para o eterno
Faz em mim, dolorida morada.
Ao enterrar o último pardal encontrado
Olhei bem pra ele, antes de fazê-lo na terra desaparecer.
E pensei, além da saudade da mãezinha
(Que esperava, o seu voo ver)
Como seria bom, uma árvore de passarinhos nascer!
Um pé de pardaizinhos! Bem-te-vis! Beija-flores...
E a cada broto, à uma nova vida concedesse cores.
E sons, e voos, e liberdade e boniteza!
Então, assim teríamos:
— O verdadeiro cantar da natureza.
QUEIMADAS
Lunara
Sinopse: As queimadas ceifam vidas e sonhos em nossas florestas. A fauna e a flora sucumbem e seus gritos silenciosos ecoam na alma de todo Planeta Terra.
Queimaram
as folhas de lavanda, o lilás virou breu...
fogo vermelho e assassino nas pétalas cheirosas
de hortelã...
Queimaram
os caules suculentos das árvores sonhadoras
das laranjeiras em flor...
Queimaram
os cactos, estrelas pontiagudas e... os espinhos mormacentos
sucumbiram à dor...
Queimaram
o capim verde, suado dos pés calejados, mapas de sonhos, lutas e esmeraldas...
Queimaram
o coração da mata, pulverizaram o voo alado
do mágico beija-flor...
- Ah! E o bem-te-vi!
Queimaram
as águas murmurantes, doces... dos riachos dançantes...
- Ah! Chora Iara, Mãe das Águas!
Queimaram
o lar da onça pintada, do macaquinho inocente, da cutia vigilante,
das formigas pensantes...
Queimaram nossa natureza!
Condenaram às lágrimas gerações inteiras...
.
DAS SÓRDIDAS CINZAS VOLÚVEIS E VAZIAS.
LíCoê
Sinopse: "A fumaça parte do fogo em rubro dor enquanto o que resta à vida é desperdiçado." Esse poema é uma espécie de protesto necessário, assim como todos os demais protestos precípuos.
Vendada voz
Amarrada a nós nos pratos frívolos, volúveis e vazios
Sem garganta, no entanto
Ao suplício da esperança em pranto
De um solo amargurado em dor
De um rosto enrugado, incolor
Por onde, vez por outra
Caminhava espécime qualquer
Não há nada além do perenizado rio
Nas estiagens provocadas
Antrópicas, amargas
Latifundiárias nos cantos em calafrios
Dos pulmões asmáticos
Tóxicos, emplasticados
Aos agricultores retirados
Aos indígenas queimados
De lágrimas e flor
À máquinas A vapor
E metais levigados ilegalmente
Que já matam, banalmente
E nem lhes resta pudor
Nas covas ácidas que enlameiam mágoas
No âmago que permeia invisível
Incansável e perdido
Na insígnia doentia dos semblantes
Ao inescrupulo ar carregando poluentes
Clama pela voz e espalha-se em micélios
Eutrofiza águas e devasta plantações em cemitérios
No peito de dor da Terra
Ao céu Yanomami que cairá
Sob a dança pueril humana
E sob as andanças distantes
Suplicam Velho Chico, Xingu, Pantanal
Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado
Nas crises hídricas
Que vieram de onde se cria gado
Parte um punho semicerrado fechado
Sem rumo em âmago desamparado
De joelhos, sem vida no chão
Onde também se clama por pão
Não há saída para onde tudo nasce
Tudo morre na partida dos impasses das queimadas
Nas sórdidas fumaças fumegantes do fogo
E das cinzas que consomem vida, pouco a pouco
Nas tantas horas poucas meras
(Socorro: diz a terra)
A MÃE TERRA PEDE SOCORRO
Veroni Martins
Sinopse: O poema "A Mãe Terra pede Socorro" quer ser um grito de denuncia contra o descaso deste desgoverno com a mãe natureza, que está a mercê do abandono e do descaso. É preciso juntarmos nossa voz para cobrarmos que se tomem as medidas necessárias para se preservar e cuidar da nossa mãe terra.
A ganancia criminosa
Destrói a mãe terra
A mãe terra desfalece
Ela está agonizando
Ela grita desesperada
E o seu grito não é ouvido
Seus clamores e sua dor
Até quando agonizará?
Este desgoverno fascista
Fechou os olhos e ouvidos
E não escuta a mãe terra
E ele nunca escutará
Se os povos das florestas
Dos rios, dos manguezais
Dos biomas tão diversos
Não ecoarem num só grito
Um grito de dor e socorro
Da mãe terra abandonada
Um grito de sobrevivência
Dos seres vivos que habitam
Um grito por justiça e vida
Desenvolvimento sustentável
Um grito forte de denúncia
Parem a matança de nossa mãe
SONETO AO CRIADOR
Patativa do Reino
Sinopse: A ideia é a de conscientizar as pessoas sobre o valor de plantar uma árvore e melhor ainda se ela for frutífera.
Quem planta a boa semente
Colhe dela o melhor,
Tem fama de consciente
E a natureza ao redor,
A copa da seringueira
E a copa da castanheira
Faz uma sombra melhor.
O nosso meio ambiente
Precisa de proteção,
Não de cuidado somente
Também de dedicação!
Quem usa dessa verdade
Conhece na liberdade
De Deus Sua Criação.
Poema escrito por
Max Rocha
Higor Mendes
Renato Massari
Camila Lourenço
Lunara
LíCoê
Veroni Martins
Patativa do Reino
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
André Garcia
Eliane Rodrigues
Francisco Caetano
Gisela Peçanha
Lígia Diniz Donega
Paulo Luís Ferreira
Pedro Panhoca da Silva
Rossidê Rodrigues Machado
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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