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New Stages - 1x06

Série de André Esteves
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NEW STAGES




VOZ DE JOSH – Anteriormente em New Stages...

 

 

MATT – Tudo tá muito evidente, Chelsea. Por que você acha que o Josh não quis transar com você? Porque ele já tava balançado por esse garoto. Vamos, gatinha, já tava na hora de você saber a verdade. É doloroso, mas você precisa aceitar. Chega de se iludir com alguém que não te merece.
 
Matt limpa as lágrimas de Chelsea com uma de suas mãos e aproxima seu rosto ao dela, tirando proveito da sua vulnerabilidade.
 
MATT – Certo? Você merece alguém bem melhor do que o Josh. Você merece um homem de verdade...
 
E sem dizer mais nenhuma palavra, ele leva seus lábios até os de Chelsea e a beija lentamente. A intensidade do beijo aumenta à medida que ela o retribui.

 

 

CHELSEA – Eu cansei, Josh, eu cansei de me sacrificar por você pra no final de tudo ouvir que eu estava errada. Não, eu não quero mais acreditar que eu sou a grande culpada pelos erros do nosso relacionamento. Talvez, Josh, talvez o culpado seja você... Que não conhece a si mesmo.
 
JOSH – Exato, Chelsea, talvez você tenha razão. Talvez eu seja o errado dessa história toda. É por isso que eu pedi um tempo. Eu pedi um tempo porque eu queria ver se eu estava preparado pra assumir uma relação tão grande...
 
CHELSEA – Ou assumir outra coisa, né? (debochada) Que no século em que vivemos, nem é mais tão grande assim.
 
JOSH – O que você está sugerindo, Chelsea?
 
CHELSEA – Eu vou ser curta e grossa, Josh. E eu espero que você me responda com toda a sinceridade. Você não querer transar comigo, o nosso relacionamento não ter dado certo, você sempre dizer que está confuso... Tudo isso é porque você é gay, Josh? Me responda com franqueza... VOCÊ É GAY?
 
JOSH – Não! Você não pode entrar na minha casa e fazer uma pergunta sem nexo dessas! Você não tem esse direito, Chelsea!

 

 

KURT – (agressivo) Escuta, Suzie. Você vai fazer isso! Você vai me aceitar de volta na sua vida e na do Ryan querendo ou não!
 
De repente, Ryan entra na casa com a bola de basquete em mãos.
 
RYAN – Espera aí, eu escutei bem? Você está ameaçando a minha mãe?
 
Close em Suzie, chorando. Kurt solta o braço da ex-mulher e encara o filho.
 
KURT – Não, meu filho. Eu não estou ameaçando. Eu estou fazendo uma proposta a ela. Eu quero que a gente seja feliz juntos novamente.
 
RYAN – Mãe, me responde uma coisa: o que esse homem está fazendo na NOSSA casa? Como ele veio parar aqui?

 

 

CHELSEA – (grita) E você tem o direito de ficar me enrolando, Josh? Mantendo um namoro que não sai mais do lugar e que só me faz sofrer?
 
JOSH – Então por que ainda insistimos nisso, Chelsea? Por que não damos um ponto final de uma vez por todas nesse namoro?
 
CHELSEA – Não sei... Eu não quero isso, mas se você quer, talvez seja...
 
JOSH – (interrompe) Eu quero. É isso. Eu quero terminar o nosso relacionamento. Esse é o fim, Chelsea. Parabéns, pode sorrir, eu não vou mais te fazer sofrer. Você não precisa mais chorar por mim e nem carregar o fardo de culpada pela merda que nosso namoro se tornou.

 

 

Chelsea entra descontrolada no quarto. Ela começa a mexer nas coisas da mãe, à procura de algo. Abre gavetas, fuça guarda-roupas, até encontrar a bolsa de sua mãe, a abre e tira de dentro dela uma cartela de remédios.
 
CHELSEA – Eu disse que você iria se arrepender de ter feito isso comigo, Josh. Eu posso ter sido ingênua durante todo esse tempo, mas chega de fazer papel de palhaça.
 


Chelsea está deitada em sua cama, com a cartela de remédios em mãos praticamente vazia, faltando somente um comprimido ser tomado. A feição da garota está abatida e ela se demonstra muito sonolenta. Pega o telefone, que está ao lado, e disca o número desejado.
 
CHELSEA – (mal conseguindo falar) Kei...Keith...é...é...você?

 

 

MR. HURLY – O que aconteceu, minha filha?
 
KEITH – Eu preciso que você me leve depressa até a casa da Chelsea. Ela tá sozinha e parece ter feito alguma besteira.

 

 

A câmera explora o quarto de Chelsea, até chegar em sua cama. Vemos a garota deitada nela, provavelmente desmaiada, com o telefone pendurado e a cartela de remédios vazia ao seu lado.

 

 

CENA 01. SAN FRANCISCO HOSPITAL. SALA DE RECEPÇÃO. INT. DIA. 

A imagem abre em Keith sentada em uma poltrona. Ela aparenta estar bastante preocupada. Seu pai caminha em sua direção, trazendo um copo de café nas mãos.

MR. HURLY – (entregando o copo para a filha) Aqui está...

KEITH – Obrigada, pai.

MR. HURLY – Aproveitei que estava na cafeteria e liguei para os pais da Chelsea. Eles já foram comunicados sobre o incidente.

KEITH – Eles devem estar aflitos.

MR. HURLY – E que pais não ficariam aflitos com a notícia de que a filha tentou se matar? É inacreditável que a Chelsea tenha pensado em um absurdo desses...

KEITH – A Chelsea não tá em um bom momento, pai. O melhor a fazer agora é tentar compreendê-la.

O pai de Keith acena positivamente com a cabeça. O casal Harris, a Mrs. (morena, cabelos longos); O Mr. (moreno, cabelo curto), entra, apressado, no local. Eles correm até o pai de Keith.

MRS. HARRIS – Cadê ela? Diga que a minha filha está bem, senhor Hurly, por favor...

MR. HURLY – Ela vai ficar, senhora Harris. Os médicos já estão cuidando dela e, em pouco tempo, vocês vão levá-la para a casa novamente.

MR. HARRIS – Muito obrigado por ter socorrido a nossa filha.

MR. HURLY – Agradeça a Keith.

Os pais de Chelsea sorriem para Keith, que retribui o gesto de gratidão.

MRS. HARRIS – Por favor, Keith, explique-nos o que aconteceu... O que levou a Chelsea a ter essa ideia estúpida?

KEITH – Eu não sei muito bem, senhora Harris, porque tudo foi muito rápido. A gente conversou pouco. Ela só me ligou avisando que tinha tomado os remédios e que queria se despedir. Depois disso, eu não ouvi mais nada. Chamei meu pai, fomos até a sua casa e quando chegamos lá, ela já estava desmaiada.

MRS. HARRIS – (apoiando-se no marido e chorando) Meu Deus... Por que fomos deixá-la sozinha em casa?

MR. HARRIS – (para Keith) Mas você não sabe por qual motivo ela poderia ter feito isso? Por favor, Keith, você convive com ela... Deve saber alguma coisa.

KEITH – Eu sinceramente não sei, senhor Harris. Mas conversamos hoje pela manhã e ela disse que iria se encontrar com o Josh hoje à tarde. Os dois tinham dado um tempo no namoro e ela queria tirar satisfações com ele. Talvez a briga tenha ficado mais intensa e ela quis impressionar o Josh.

MR. HARRIS – (para a esposa) Nossa filha está maluca! Onde já se viu querer tirar a vida por causa daquele garoto?

MRS. HARRIS – (chorando) Você sabe que ela o ama mais que tudo!

MR. HARRIS – Ela tem 17 anos, querida. Garotas nessa idade sonham com o amor sem ao menos saber o que significa um relacionamento.

KEITH – Senhor Harris, se eu fosse você, tentaria entender a Chelsea nesse momento. Culpá-la por tudo o que aconteceu só pode complicar ainda mais a situação.

MRS. HARRIS – A Keith está certa, querido... Vamos aguardar os médicos. O importante é que nossa filha está bem e nada de ruim aconteceu com ela. Isso é o que importa!

O pai de Chelsea abraça a esposa, dando razão a ela.

CENA 02. CASA DE JOSH. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Josh desce as escadas, apressado, vestindo um casaco. A mãe barra a saída do garoto.

MARTA – Aonde pensa que vai nessa pressa?

JOSH – (desesperado) Eu não posso explicar agora, mãe. A Keith me ligou e disse que a Chelsea foi internada em um hospital por abuso de calmantes.

MARTA – O quê? Essa garota ficou louca?

JOSH – Se ficou louca, eu não sei, mas se ela morre, a culpa é inteiramente minha.

MARTA – Ela se dopa de remédios e você é o culpado, Josh? Francamente...

JOSH – Mãe, ela veio aqui em casa mais cedo e a gente acabou discutindo... Eu resolvi terminar o namoro e ela disse que eu me arrependeria de ter tomado essa decisão. Deve ser isso, mãe, ela quis se vingar de mim tirando a própria vida.

MARTA – Meu Deus! Essa garota tá passando dos limites, Josh...

JOSH – Eu sei, mãe! Mas agora não posso ficar aqui falando com a senhora, eu tenho que ir vê-la.

MARTA – Espera... Eu vou me arrumar e te acompanho até o hospital.

JOSH – Ok, mas vá depressa...

Marta sobre as escadas da casa. Close em Josh, que anda de um lado para o outro, bastante inquieto.

JOSH – Deus queira que nada aconteça com a Chelsea...



1x06 - DRÁSTICAS DECISÕES - PARTE 2


CENA 03. CASA DE RYAN. SALA DE ESTAR. INT. DIA. 

Continuação da décima primeira cena do episódio anterior.

RYAN – (encarando o pai) E então, mãe, me responde. O que esse cara tá fazendo aqui?

SUZIE – (chorando) Josh, eu juro por tudo que é mais sagrado que não deixei ele entrar aqui...

RYAN – Se ela não permitiu a sua entrada, o que você tá fazendo aqui dentro então?

KURT – Eu entrei por vontade própria. A gente precisa conversar, meu filho.

RYAN – (grita) Não me chama de filho. Você deixou de ser meu pai a partir do momento que encostou a mão na pessoa que mais te amava nessa vida...

KURT – Foi um grande erro ter batido na sua mãe... (evita chamá-lo de filho) Ryan. É por isso que eu estou aqui. Pra provar pra vocês que eu estou arrependido e quero voltar atrás. Eu só preciso que vocês me deem uma chance.

RYAN – (ri debochadamente) Chance? Eu não acredito que você teve a cara de pau de sair de Los Angeles pra vir até aqui dizer que está arrependido. Cansou de ficar sem ninguém pra espancar e fazer de palhaço?

KURT – (altera o tom de voz) Não fale assim comigo, Ryan. Você pode não querer, mas eu ainda sou seu pai.

RYAN – Quem é você pra entrar na nossa casa e exigir respeito?

KURT – Eu sou o mesmo cara que sorriu quando você veio ao mundo, Ryan...

RYAN – (ainda rindo) Não, eu não posso acreditar. Você vai querer mesmo continuar com esse discurso medíocre de auto-piedade? Porque, acredite, ele não vai me convencer!

KURT – Eu mudei, Ryan! Será que é tão difícil assim você e sua mãe acreditarem? Eu precisei perder tudo... Meu emprego... Minha família... Tudo que mais importava na minha vida... Pra perceber que eu era o culpado de tudo o que estava acontecendo. Eu fui capaz de reconhecer o meu próprio fracasso, meu filho. Agora você não pode ser capaz de perdoar o seu pai?

RYAN – Me dê um motivo convincente pra eu pelo menos pensar a respeito...

KURT – Eu não tenho motivos, Ryan... Eu só quero que a gente volte a ser como antes. Eu, você, sua mãe. Todos juntos novamente e felizes. Por favor, é o meu último pedido...

RYAN – Não, eu não vou cair nessa conversa fiada novamente. Você já prometeu muita coisa pra mim. E nunca foi capaz de cumprir nenhuma. Eu sei que na primeira oportunidade, você vai nos deixar esperando mais uma vez, enquanto gasta todo o seu dinheiro em um boteco qualquer. Não dá, sinceramente, não dá...

Kurt começa a chorar e ajoelha-se no chão, em frente ao filho. Ele segura os seus pés enquanto tenta convencê-lo de que realmente tornou-se um homem melhor.

KURT – Eu estou implorando, Ryan, de joelhos pelo seu perdão. Eu prometo pra você... Prometo pra sua mãe... Que eu nunca mais vou voltar a colocar um pingo de álcool na minha boca. Eu só quero recuperar a minha vida, ser um sujeito melhor, assistir aos jogos de basquete do meu filho, ter uma esposa pra me fazer um cafuné no fim do dia... É o mínimo que eu peço pra você, meu filho.

Ryan ameaça sair, mas o pai segura firmemente os pés do garoto, que bruscamente, se solta do pai, fazendo com que ele caia no chão.

RYAN – Nós te demos todas as chances possíveis. Acreditamos milhares de vezes que você poderia mudar. Que você poderia orgulhar a gente por pelo menos um dia. E o que você fez? Você desperdiçou! Jogou tudo o que tinha no lixo. (deixa uma lágrima rolar em seu rosto) Desculpa, mas não sou eu que tenho que te perdoar. É você mesmo.

Ryan sai do local, chorando. Close em Kurt, que ainda se encontra deitado no chão. Suzie caminha até o ex-marido e o puxa pelo braço, ajudando-o a se levantar.

SUZIE – (limpando as lágrimas) Por favor, Kurt, saia da minha casa...

KURT – Não, Suzie, eu não posso sem antes tentar mais uma vez. Eu não posso desistir tão rápido...

SUZIE – Você não tem mais nada a fazer aqui, Kurt. Então, por favor, dê o fora daqui e saia de uma vez por todas das nossas vidas...

KURT – Suzie, não diga isso... Escuta... Escuta... (encostando suas mãos no rosto da mulher) Eu sei que você tem um coração bom, eu sei que você é uma pessoa incrível e eu sei mais do que ninguém que você é capaz de me perdoar e dar mais uma chance para a nossa família.

SUZIE – Você não escutou o que o Ryan disse? Desculpa, Kurt, mas se meu próprio filho não te quer aqui, então eu faço a vontade dele. Sai da minha casa, eu estou te pedindo.

Close em Kurt, desolado. Ele obedece ao pedido da ex-mulher e, lentamente, deixa o local. Suzie segue em direção à porta e a tranca com a chave. Em seguida, caminha até o sofá, onde se senta e começa a chorar.

CENA 04. CASA DE RYAN. QUARTO DE RYAN. INT. DIA.

(Música: Who You Are - Jessie J)

Close em Ryan, que anda de um lado para o outro, bastante deprimido. Ele chuta a mesa do computador a fim de se livrar da raiva que estava sentindo naquele momento. Em seguida, pega o telefone e disca o número desejado, mas sem sucesso, ninguém o atende. Abre a cortina de sua janela e observa a casa do outro lado da rua. É onde Josh mora. Nota que está tudo trancado e então se dá conta de que não há ninguém ali. O garoto fecha as cortinas e deita em sua cama. Ele olha para o lado e pega um porta-retrato que estava em seu criado-mudo. Close na foto: ele e sua mãe. Percebemos que, na verdade, a foto havia sido recortada, pois ao lado de Suzie, há o ombro de um homem. Subentende-se que seja o seu pai. Enquanto o garoto observa a foto, uma lágrima cai de seu rosto em direção a foto, molhando o sorriso de Suzie.

(Música off

CENA 05. SAN FRANCISCO HOSPITAL. SALA DE RECEPÇÃO. INT. DIA.

Keith e seu pai estão sentados nas poltronas, esperando a notícia dos médicos. Os pais de Chelsea conversam com a recepcionista do local, com o intuito de obter alguma informação. Josh e Marta chegam apressados. Keith avista-os e segue em direção a eles.

KEITH – Olá, Josh. Olá, senhora.

MARTA – Olá, querida. E então, já se tem notícias sobre o estado da Chelsea?

KEITH – Não, estamos todos muito ansiosos, mas já nos garantiram de que ela vai ficar bem.

MARTA – Menos mal. (respira aliviada) Mas o que deu nessa garota? Ela não pode se matar com a primeira desilusão que sofre na vida.

JOSH – (encara Marta) Mãe...

MARTA – Eu estou sendo realista, meu filho...

KEITH – Mas eu acho melhor que você seja realista em voz baixa, dona Marta. Os pais dela podem não gostar do comentário.

MARTA – Eu vou até lá falar com eles...

JOSH – Enquanto isso, será que a gente pode ir até a cafeteria e levar um papo, Keith?

KEITH – Claro. Eu preciso mesmo saber tudo o que está rolando entre vocês...

JOSH – Vamos.

Os garotos saem. Marta dá uma leve ajeitada em seu cabelo e se dirige até os pais da ex-namorada de seu filho.

MARTA – Olá, senhor e senhora Harris. Eu sou a mãe do Josh, muito prazer. É uma pena que estejamos nos conhecendo nessa situação.

MRS. HARRIS – O que a senhora pensa que está fazendo aqui? Já não está satisfeita com toda a desgraça que seu filho aprontou?

MR. HARRIS – (cutucando a esposa) Acalme-se, querida. Não há motivos para pânico.

MARTA – Por favor, minha senhora. Eu estou aqui para prestar a minha solidariedade e saber se a Chelsea está bem. O meu filho namorou essa garota por anos e eu gostava muito dela.

MRS. HARRIS – E eu fico satisfeitíssima que esse namoro tenha terminado. Foi por causa dele que a minha filha está deitada em uma cama de hospital, rodeada por médicos. Eu não quero nem pensar na tragédia que seria se a Keith não tivesse chegado a tempo na minha casa.

MARTA – Eu tenho que discordar, minha senhora. A decisão de querer tirar a própria vida foi da Chelsea. Meu filho não tem nada a ver com isso.

MR. HARRIS – (para Marta) A senhora também não está facilitando...

MARTA – Eu não posso deixar que o meu filho leve a culpa pelo ocorrido, meu senhor. Reconheço que os dois tenham responsabilidade pelo fim do namoro, mas querer dizer que o Josh influenciou a atitude absurda da sua filha já é uma acusação inválida.

MRS. HARRIS – Será que você não consegue enxergar o que está acontecendo aqui? A minha filha poderia ter... (começa a chorar) É melhor nem imaginar. (respira fundo) Mas tem males que vem para bem. Finalmente esse namoro terminou. Minha filha vai sair bem daqui, a gente vai pra casa e tudo isso vai ser esquecido.

MARTA – Bom, é uma pena que o namoro deles tenha terminado dessa forma tão drástica. (pausa) Enfim, desejo melhoras para a Chelsea e digo que lamento muito por esse dia.

Marta sai do local. Close na mãe de Chelsea, que acena negativamente com a cabeça.

MRS. HARRIS – Que mulher cara de pau! Era de se esperar, sendo mãe deste garoto...

MR. HARRIS – Não aja desta forma, querida. Tente entender que ela queria apenas ser gentil conosco.

MRS. HARRIS – De boas intenções o inferno está cheio...

CENA 06. SAN FRANCISCO HOSPITAL. CAFETERIA. INT. ENTARDECER.

Josh e Keith estão sentados a uma mesa tomando café. Eles conversam.

KEITH – (olha para o relógio) Já está anoitecendo. É... Eu não esperava um dia como esse.

JOSH – Olha, Keith. Eu preciso que você acredite em mim. Eu não queria que essa situação tivesse tomado caminhos tão drásticos.

KEITH – Eu sei, Josh. A culpa não é sua. A Chelsea ainda tem muito que aprender nessa vida. (pausa) Agora quer me dizer o porquê de tudo isso ter acontecido?

JOSH – Bom... Tudo começou com ela indo até a minha casa. Disse que a gente precisava conversar e que estava cansada de ser responsável por todas as coisas que davam erradas no nosso namoro...

KEITH – Sim, ela me disse que ia levar esse papo com você. Eu até tentei impedi-la, mas ela estava bastante encorajada.

JOSH – Você sabe se alguém chegou a influenciá-la a isso? Porque ela começou a fazer umas perguntas estranhas...

KEITH – Perguntas como...?

JOSH – (envergonhado) A respeito da minha sexualidade.

KEITH – Ok, Josh. Eu preciso abrir o jogo com você. Hoje de manhã, antes da aula começar, ela conversou com o Matt. Com certeza foi ele que colocou essa ideia estúpida na cabeça da Chelsea.

JOSH – Tinha que ter o dedo desse garoto no meio. (irritado) Chega! Não dá mais pra suportar as provocações do Matt.

KEITH – Calma, Josh. O melhor a fazer agora é ignorá-lo. O que ele quer é exatamente isso: ver a gente fragilizado.

JOSH – Você tá certa...

KEITH – Mas voltando à conversa entre você e a Chelsea. O que mais aconteceu?

JOSH – Nada. Quer dizer... Eu fiquei irritado com a pergunta sobre a minha sexualidade e disse que não aguentava mais as cobranças dela em cima de mim. Que talvez o melhor fosse a gente terminar.

KEITH – E o que ela disse?

JOSH – Ela não aceitou muito bem. Pedi pra que ela saísse da minha casa e ela disse que eu me arrependeria de ter tomado essa decisão.

KEITH – (respira fundo) E aí está o resultado... Então a intenção da Chelsea era mesmo se vingar de você.

JOSH – Vingança que quase custou a vida dela. (encara Keith) Sério, você consegue entender agora porque eu não sou capaz de levar esse relacionamento em frente?

KEITH – Sim... Você não pode corresponder ao que ela sente por você na mesma intensidade.

JOSH – Exato. E eu não sei mais se posso chamar de amor o que a Chelsea sente por mim. Isso tá virando obsessão... E chega uma hora que sufoca, entende?

KEITH – O melhor a fazer agora é você conversar tranquilamente com a Chelsea. Como amigo. Vai ser difícil suportar o fim do namoro, mas ela vai ter que superar. Por mais complicado que seja.

JOSH – Você tem razão. (esfrega as mãos na cara) Meu Deus, eu não sei o que faria se essa garota tivesse morrido hoje.

KEITH – Relaxa, Josh, você acha mesmo que a Chelsea seria capaz de se matar? Um suicida não faz alerta quando quer tirar a própria vida. Ele vai lá e simplesmente se mata.

JOSH – Então você acha que a Chelsea...

KEITH – (não deixando que ele conclua a frase) Sim, ela me ligou assim que terminou de tomar os remédios. Acredite, Josh, o objetivo da Chelsea era impressionar você.

JOSH – Ela tá maluca!

KEITH – Maluca ou não, a Chelsea precisa de cuidados especiais agora. Antes que faça mais alguma besteira. E, dessa vez, irreversível.

Close em Josh, assustado.

CENA 07.

(Música: Open Eyes - Debby Ryan) 

Tomada da cidade de San Francisco. Anoitece.

CENA 08. SAN FRANCISCO HOSPITAL. QUARTO DE CHELSEA. INT. NOITE.

(Música: Falling Stars - David Archuleta)

Josh abre a porta do quarto e entra. Ele se aproxima de Chelsea, que acorda ao ouvir os seus passos.

JOSH – Que susto você deu na gente hoje, hein, sua maluquinha?

CHELSEA – (sorri ao vê-lo) Josh, que bom que você veio me ver.

JOSH – Eu sei que você ainda precisa de mim. Só não entendo a besteira na qual você se colocou.

CHELSEA – Isso é pra provar que eu sou capaz de tudo pelo o nosso namoro, Josh.

JOSH – (aproxima-se dela) Não! Escuta, Chelsea. Você precisa parar com isso, ok?

CHELSEA – Não, Josh, se for para ficar sem você, eu prefiro estar morta.

JOSH – (segurando a mão da garota) Jamais repita isso. Você tem 17 anos, Chelsea, tem um futuro longo pela frente, ainda nem terminou a escola... Você não vai jogar tudo fora por causa de um romance de adolescência, né?

CHELSEA – É dessa forma que você considera tudo que a gente já viveu junto, Josh?

JOSH – Não, não... Eu só quero mais que você arrisque a sua vida por mim. Se você me ama realmente, eu preciso que você fique viva e sempre ao meu lado.

CHELSEA – Então quer dizer que quando eu sair daqui, a gente vai voltar a namorar?

JOSH – Não sei, Chelsea. (ri) Sua mãe não quer me ver nem pintado de ouro achando que eu sou o responsável por isso tudo.

CHELSEA – Meu Deus, meus pais! (deixa uma lágrima rolar no rosto) Eu não queria preocupá-los.

JOSH – Eu sei, Chelsea. É por isso que eu preciso que você me prometa que nunca mais vai voltar a fazer isso. Você me promete?

CHELSEA – Sim, eu prometo.

JOSH – Ótimo. (respira fundo) Olha, eu não sei como vai ser o futuro, mas quando você sair daqui...

CHELSEA – (interrompe) Quando?

JOSH – Não sei, mas vai ser logo, você só precisa se recuperar da intoxicação.

CHELSEA – Continue falando... O que vai ser da gente quando eu sair daqui?

JOSH – Eu não posso dizer que a gente vai ficar juntos novamente, Chelsea. Mas eu posso te garantir que eu estarei sempre do seu lado. Porque eu te amo e não saberia viver sem você.

CHELSEA – (chora) Eu também te amo muito, Josh. Eu não quero mais brigar com você...

JOSH – (chorando também) Eu sei, Chelsea. Eu sei. Não importa o que acontecer, eu quero sempre ser o seu amigo. Você é muito especial pra mim, saiba disso.

CHELSEA – Você também, Josh... (pausa) Antes de você ir, será que eu posso fazer um último pedido como sua namorada?

JOSH – Eu te dou esse direito.

CHELSEA – Eu quero um beijo, Josh...

Josh limpa as lágrimas e sorri. Ele aproxima seu rosto ao de Chelsea e leva seus lábios até os dela, cedendo ao pedido da ex-namorada. Os dois se beijam amistosamente.

CHELSEA – (após o beijo) Saiba que eu não vou desistir de você tão cedo.

JOSH – Volte a descansar, ok?

Close em Josh, que sorri com o bom comportamento de Chelsea, mas ao mesmo tempo demonstra preocupação com o que acabara de ouvir.

(Música off).

CENA 09. SAN FRANCISCO HOSPITAL. CORREDOR DOS QUARTOS. INT. NOITE.

Josh sai do quarto de Chelsea. Ele começa a andar no corredor e nota que outro garoto vem em sua direção, com um buquê de flores nas mãos. Após mais alguns passos, Josh percebe que é Matt.

JOSH – Olha quem eu vejo por aqui...

MATT – Muito me admira encontrá-lo no hospital, Josh. Achei que o culpado por tudo isso não ia querer dar as caras tão cedo.

JOSH – Se tem um culpado nessa história toda, ele é você, Matt.

MATT – Eu venho visitar a minha amiga no hospital e você tenta jogar a culpa em mim, Josh? Querer se passar por vítima não é legal, amigão.

JOSH – Eu fiquei sabendo que você teve uma conversa com a Chelsea hoje de manhã, Matt. Quais foram as besteiras que você colocou na cabeça dela, hein?

MATT – Besteira nenhuma, meu caro amigo. Eu só mostrei a ela o que você realmente é. Um aproveitador barato que fingia um namoro de fachada só pra não precisar enfrentar a sociedade.

JOSH – (encara Matt) O que você acabou de dizer, garoto? 

MATT – Exatamente o que você acabou de ouvir. Chega de enganar a Chelsea com as suas desculpas esfarrapadas, Josh. Você não acha que a garota já sofreu demais por você? Ela até tentou se matar! 

JOSH – Escuta aqui, Matt. Eu não devo satisfações para você. Eu só quero te dar um recado: Fica longe de mim e de quem eu gosto.

MATT – Senão você vai fazer o que? Vai bater em mim? morrendo de medo da menininha!

Josh se aproxima de Matt e o puxa pelo colarinho.

JOSH – Senão eu acabo com a sua raça. E aí você vai ver com qual viadinho você estava lidando. Espero que tenha entendido muito bem o recado. (diz lentamente) Não se intromete mais na minha vida e na dos meus amigos!

Josh solta o garoto e continua o seu caminho, mas para após alguns passos.

JOSH – (virando-se para Matt) Eu só não te dou uma prévia mais esclarecedora, porque estamos num hospital e eu tenho respeito pelo estado de saúde dos pacientes.

Josh sorri ironicamente e volta a andar, saindo do corredor.

MATT – (bufa) Isso é o que veremos. (realça) Isso é o que veremos!

CENA 10.

(Toca a mesma música utilizada para a primeira cena panorâmica deste episódio.)

(Música: Open Eyes - Debby Ryan)

Imagens dos principais pontos turísticos da cidade de San Francisco.

CENA 11. CASA DE JOSH. FACHADA. EXT. NOITE.

Um carro estaciona em frente à casa. De dentro dele, saem Marta e Josh. O garoto percebe que Ryan o espera do outro lado da rua.

JOSH – Mãe, vá preparando o jantar sem mim. Daqui a pouco eu entro.

MARTA – Ok, filho. Mas não demore, não quero que a comida esfrie.

JOSH – Prometo.

Marta sorri e entra na casa. Josh atravessa a rua, até chegar perto de Ryan.

JOSH – (estende os braços) É... Foi um dia difícil...

RYAN – Não só pra você.

JOSH – Acabei de chegar do hospital. Minha ex-namorada foi internada por abuso de calmantes e, segundo os pais dela, a culpa é supostamente minha. (ri)

RYAN – O que? Não vá me dizer que a Chelsea tentou se matar?

JOSH – Exatamente. Mas relaxa, ela vai ficar bem e já me prometeu que essa situação não vai mais se repetir.

RYAN – Cara, que peso pra você. Uma garota arriscar a própria vida por causa de um namorado deve ser um fardo difícil de carregar.

JOSH – Eu só torço para que um dia a Chelsea consiga superar essa obsessão. Porque, sinceramente, o amor que ela sente por mim eu não sou capaz de corresponder.

RYAN – Vocês terminaram mesmo?

JOSH – Sim, Ryan, eu precisava disso pra poder respirar melhor. (sorri) Agora, me conta, o seu dia conseguiu ser ainda pior que o meu?

RYAN – Se foi pior eu não sei, mas foi bastante complicado. (pausa) Meu pai reapareceu. Chegou à cidade e veio atrás da gente.

JOSH – Cara, que barra.

RYAN – É, foi duro, mas eu acho que consegui lidar bem com a situação.

JOSH – Ele já foi embora?

RYAN – Não sei, mas eu não podia deixá-lo ficar. Apesar de ele ser meu pai, é difícil esquecer todos os podres que ele já aprontou.

JOSH – Você está bem?

RYAN – Eu vou ficar. Não vou mais deixar que esse homem destrua a minha vida.

JOSH – É o melhor que você poderia fazer. (sorri) Agora eu preciso entrar. Amanhã a gente conversa.

RYAN – Boa noite, Josh. Espero que amanhã seja um dia melhor para a gente.

JOSH – Eu estou torcendo por isso, cara. (ri)

Josh atravessa a rua e entra em sua casa. A câmera vai até Ryan, que continua parado no mesmo lugar, desfrutando do silêncio do bairro.

A imagem escurece.

CENA 12. CLIPE MUSICAL.

(Música: My Wish - Rascal Flatts) 

São exibidas as seguintes imagens:

01. Chelsea está dormindo na cama de hospital. Seus pais entram no quarto e abrem as cortinas do local. Ela desperta com a luz do sol e sorri ao vê-los. A mãe, animada, diz que a garota está liberada e pode ir para a casa. Chelsea sorri e estende os braços, chamando os pais para perto dela. Eles cedem o pedido da garota e a abraçam. A câmera segue até uma mesa ao lado da cama, onde se encontra o buquê de flores dado por Matt.

02. Ryan entra na cozinha, devidamente uniformizado para a escola. Ele aproxima-se da mãe e lhe dá um forte e intenso abraço. Close em Suzie, que deixa uma lágrima rolar em seu rosto. Ryan sussurra: “Tudo vai ficar bem”.

03. A imagem corta para Ryan se preparando para mais um treino de basquete. O treinador passa as devidas instruções para os atletas e eles começam o jogo. Vemos Kurt chegando ao local. Ele se senta na arquibancada e começa a assistir o ótimo desempenho do filho em quadra. O garoto faz uma cesta e o pai sorri, deixando uma lágrima cair.

04. Chelsea chega na San Francisco High School e é muito bem recepcionada pelos alunos da escola. Enquanto eles a abraçam, a câmera vai até Josh, que está sentado em um banco, assistindo a boa recepção da ex-namorada por seus amigos e colegas. Ele sorri, satisfeito. A imagem se afasta e a narração do garoto começa a ser ouvida.

JOSH – (narração) Não importa o quão difícil tenha sido o seu dia, lembre-se que depois da tempestade sempre vem a calmaria.

A imagem escurece.

AUTOR
André Esteves
 

ELENCO

Graham Phillips como Josh Parker
Sterling Knight como Ryan Jordan
Victoria Justice como Chelsea Harris
Ariana Grande como Keith Hurly
Gregg Sulkin como Matt Brooks
Rose McGowan como Marta Benton
Natasha Henstridge como Suzie Gregson
Liev Schreiber como Kurt Jordan
 

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Jeremy Sisto como Mr. Hurly
Angie Harmon como Mrs. Harris
Josh Charles como Mr. Harris

 

TRILHA SONORA

So Small - Carrie Underwood (Tema de Abertura)
Who You Are - Jessie J
Open Eyes - Debby Ryan
Falling Stars - David Archuleta
My Wish - Rascal Flatts

PRODUÇÃO

Bruno Olsen

Diogo de Castro

Rafael Oliveira


 
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO




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