Terra da Garoa: Capítulo 22 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Terra da Garoa: Capítulo 22

Novela de Édy Dutra
Compartilhe:




TERRA DA GAROA - CAPÍTULO 22
 


CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR

Humberto liga o carro e acelera. Donato no meio da rua não percebe o carro se aproximando, com os faróis desligados. Vilma enxerga o carro se aproximando rapidamente.

VILMA: - Donato, cuidado!

Donato vira e vê o carro se aproximando dele. Humberto acelera ainda mais, sem dar tempo de Donato escapar e  o atropela. O corpo de Donato cai no chão, imóvel. Liza se choca. Vilma entra no carro, que vai embora. Liza corre para socorrer Donato.

LIZA (aflita): - Pai! Fala comigo, pai!

Liza segura Donato em seus braços, mas ele já está morto.

LIZA: - Aquele carro... Aquela mulher... eles mataram o meu pai!



CENA 01. RUA. EXT. NOITE

Continuação do capítulo anterior. Liza socorre Donato no meio da rua. Liza chora com Donato nos braços.

LIZA (aflita): - Pai! Fala comigo pai! Por favor!... (grita) Socorro! Alguém!

CAM abre o plano. Aos poucos, algumas pessoas se aproximam, ficam em volta dela e do corpo de Donato.

CENA 02. CARRO. INT. NOITE.

Humberto para o carro numa rua deserta. Está visivelmente transtornado, suando. Vilma ao seu lado, se mostra calma, fria.

HUMBERTO: - Eu matei aquele homem.

VILMA: - Você fez um favor para a humanidade, pense por esse lado, querido.

HUMBERTO: - Meu tio, caramba!

VILMA: - Ah, Humberto! Me poupe! Tá com peninha agora?! Volta lá e diz pra todo mundo que foi você quem matou o Donato e pronto, se redime diante de todos. O novo santo do mundo, Humberto Queirós.

HUMBERTO: - Para de falar! Fica de boca fechada!... É que tudo isso é novo pra mim.

VILMA: - Depois você acostuma... O que você precisa agora é relaxar depois disso tudo... Vamos pra casa. Até porque, logo estarão ligando pra você para contar do ocorrido e precisamos estar bem alinhados para ninguém desconfiar de nada.

CENA 03. HOTEL. QUARTO. INT. NOITE.

Joaquim entra no quarto do hotel, acompanhado por Lenara.

LENARA: - O hotel não é de luxo, mas é confortável. Você vai se adaptar.

JOAQUIM: - Tudo bem, pra mim está ótimo. Não sou de grandes luxos não.

LENARA: - Você entendeu tudo o que nós conversamos no caminho, não é?

JOAQUIM: - Eu acho arriscado.

LENARA: - Você quer ou não quer ter a Raquel do seu lado?! E outra, depois do que você me disse, ela não tem outra alternativa se não ficar contigo, Joaquim!

JOAQUIM: - Eu sei, mas (pausa)

LENARA (interrompe): - Não vá dar pra trás, ok? Eu já sei até aonde você pode encontrar ela aqui, tipo, do nada, sem querer...

Lenara se mostra confiante no plano. De repente, seu telefone toca.

LENARA (ao telefone): - Alô?! Oi meu amor!... (T) Como? (T) Tá certo, eu já encontro vocês. Beijo. (desliga)

JOAQUIM: - Henrique?

LENARA: - Ele mesmo. Parece que aconteceu alguma coisa de grave... Bem, eu vou indo nessa. Você já sabe tudo o que precisa fazer. Não vá colocar nosso plano por água abaixo.

JOAQUIM: - Não se preocupe, Lenara. Vou fazer tudo como combinamos.

LENARA: - Ótimo! 

Lenara vai embora. Joaquim fica sozinho no quarto, pensativo. 

CENA 04. AVENIDA. EXT. NOITE. 

Fernanda faz ponto numa esquina de uma avenida, no centro da cidade, quando Marcelo, a pé, se aproxima dela, abordando-a. 

MARCELO (pega Fernanda pelo braço): - Você acha que é quem pra ficar brincando comigo desse jeito, hein, sua piranha?

FERNANDA (surpresa/apreensiva): - Marcelo?! O que é isso? Me solta!

MARCELO (segura firme): - Cala a boca, vadia! Vem comigo, agora!

Marcelo vai puxando Fernanda até seu carro, parado um pouco mais adiante. Fernanda entra no carro, seguida de Marcelo, que liga o carro e sai acelerando pela avenida. 

CENA 05. QUADRA UNIDOS DA ZONA LESTE. INT. NOITE. 

Ensaio da escola Unidos da Zona Leste. Candinho comanda a bateria, enquanto Aimée samba à frente dos ritmistas. No camarote, Leopardo observa tudo. 

Na copa, Jair organiza as bebidas no refrigerador, quando Zuleica entra no espaço da copa.

JAIR: - O que foi Zuleica? Perdeu alguma coisa aqui dentro? Você sabe que eu não vendo fiado aqui!

ZULEICA: - E eu lá sou mulher de ficar bebendo fiado em copa de escola de samba, Jair?! Me poupe!... Eu vim aqui para falar umas verdades pra você.

JAIR: - Verdades é?!

ZULEICA: - Isso que você fez com a minha filha foi uma tremenda injustiça. A Bárbara é a alma dessa escola!

JAIR: - Eu sei disso, Zuleica, mas a escola está num novo momento e precisa de um gás novo!

ZULEICA: - Você vendeu a escola para um traficante que vai colocar tudo a perder ali na esquina, Jair!... E depois você quer se achar melhor que meu falecido marido, o grande presidente desta escola!

JAIR: - Eu sou melhor que o seu falecido sim! Eu trouxe a escola para o grupo Especial!

ZULEICA: - E vai levá-la para o quarto grupo se continuar sendo teimoso desse jeito! 

Jair segura Zuleica pelo braço, a traz para perto de si. Os dois trocam olhares. (sobe trilha “Badabauê” – Eliana de Lima) 

JAIR: - Eu não sou teimoso não...

ZULEICA: - É sim... Não tem coragem para tomar atitudes, é um covarde.

JAIR: - Você vai ver quem é covarde! 

Jair beija Zuleica, que tenta se livrar, mas acaba se entregando. De repente, Rosa chega na copa e flagra os dois, que se separam, tentando disfarçar. 

JAIR: - Então estamos conversados, dona Zuleica.

ZULEICA: - Saiba que nossa conversa ainda não acabou, Jair.

ROSA: - Gente, eu não quero atrapalhar o assunto importante de vocês... (risos)

ZULEICA: - Está rindo do quê, Rosa?!

ROSA: - Eu? De nada... 

Zuleica sai apressada. 

JAIR: - Essa mulher é fogo na roupa!

ROSA: - Na roupa e no coração, não é, Jair?

JAIR: - Iiih, Rosa... Sem essa, viu?...

ROSA: - Eu só quero pegar a água para as baianas. Não quis atrapalhar nada não.

JAIR: - Não se pode atrapalhar o que não acontece. As águas estão ali do lado, pode pegar quantas quiser.

ROSA: - Obrigada! 

Rosa pega as águas e sai. Jair fica sozinho no local. 

JAIR: - Zuleica, Zuleica... Não brinca comigo, mulher... 

(fade out “Badabauê” – Eliana de Lima) 

Aimée samba à frente dos ritmistas, quando percebe os olhares de Bárbara, a encarando. Aimée se desconcentra, perde o compasso. Bárbara ri, debochada. Zuleica se aproxima. 

ZULEICA: - Vem, Bárbara, vamos embora!

BÁRBARA: - Mas já, mamãe?! Agora que eu iria ver o fiasco da nova rainha?

ZULEICA: - Vem, filha! Vamos! 

Zuleica pega Bárbara pela mão e vai saindo com ela. Bárbara lança um último olhar para Aimée, intimidando a moça. Aimée tenta relaxar, volta a sambar. Ela olha para o camarote, onde Leopardo a observa, cercado por alguns capangas. 

CENA 06. APTO BARRETO. INT. NOITE. 

Nuno não aceita a atitude de Tarsila e Barreto, que o aguardam com as malas na sala. 

NUNO: - Mas isso é um absurdo! Vocês estão ficando loucos!

TARSILA: - Louco está você, Nuno, em largar um futuro promissor por causa de uma favelada!

NUNO: - Não fala assim da Aimée!

TARSILA: - Eu falo como eu quiser! Essa garota é uma golpista e já colocando você contra a sua própria família!

BARRETO: - Parem vocês dois! Não vai ser brigando que a gente vai chegar num denominador comum.

NUNO: - Impossível haver um denominador comum, pai. Vocês já tomaram a decisão sem nem me consultar.

BARRETO: - Nuno, nós só estamos fazendo isso para preservar o seu futuro, filho. Nós queremos que você continue com os estudos, se dedique. Fazer o que você está fazendo não vai te trazer nada.

NUNO: - Eu não quero vocês mandando na minha pai. Não quero! 

Nuno sai da sala, indo em direção ao quarto. 

TARSILA: - Você não tem que querer nada! Está decidido, Nuno! 

Stefany chega na sala. 

STEFANY: - Eu falei que não ia ser fácil.

TARSILA: - O Nuno está achando que pode medir forças. Mas ele não entende que nós só estamos protegendo ele dessa oportunista. E você, Stefany, pode tratar de ajudar, viu? Faça qualquer coisa para evitar que essa safada se aproxime do seu irmão!

STEFANY: - Ih, pode parar, mamãe! Não me mete nessa história aí não hein!

BARRETO: - Tarsila, por favor, fique calma! Isso não é o fim do mundo.

TARSILA: - Quero ver você falando isso depois que vir seu filho jogando todo o seu dinheiro fora com uma qualquer lá da periferia. Aí eu quero ver. 

Tarsila sai. 

STEFANY: - Eu nunca vi a mamãe tão obcecada por esse dinheiro. Nossa... Imagina se eu invento de dizer que estou interessada num vendedor de loja da Vinte e Cinco? Ela corta meu cabelo e me manda pro Tibet!

BARRETO: - Não exagere, Stefany... Mas que história é essa de vendedor?

STEFANY: - Apenas uma suposição, papai... (risos) Não se preocupe que sua filha aqui não quer relacionamentos agora. Tá muito bom assim, sendo solteira! (risos) 

CENA 07. CARRO. EXT. NOITE.

Marcelo estaciona o carro numa rua deserta.

FERNANDA: - Eu posso saber por que você fez isso?

MARCELO: - Só depois que você me disser por que me deixou sozinho no motel, te esperando?! A gente tinha combinado, poxa!

FERNANDA: - Porque eu tive um compromisso urgente e não consegui avisar.

MARCELO: - Compromisso urgente?! Mentirosa! Você tinha outro programa, não é, vadia? Alguém que ia pagar mais, não é isso?

FERNANDA: - Para de falar assim comigo, Marcelo!

MARCELO: - Se o problema é dinheiro, não precisa se preocupar! Eu tenho dinheiro pra te dar! 

Marcelo abre a carteira, com raiva, e atira as notas de dinheiro em Fernanda.

MARCELO: - Tá aí o seu dinheiro! Pega!

FERNANDA (grita): - Chega!

Fernanda tenta abrir a porta do carro, mas está trancada.

MARCELO (grita): - Eu te amo, Fernanda! Eu-te-amo!

Silêncio. Apenas as respirações, ofegantes. Os dois olhando fixamente para frente, não um para o outro.

MARCELO: - Eu me senti muito sozinho. Eu já estou passando por um momento difícil e achei que você fosse me ajudar a superar. Meu coração está apertado.

FERNANDA: - Eu sinto muito, Marcelo, por tudo o que aconteceu. Mas eu também me vi numa situação complicada, difícil. Não está sendo fácil pra mim também.

MARCELO (vira-se para Fernanda): - Larga essa vida, Fernanda! Eu vou assinar com o Corinthians, time grande! Vou ganhar dinheiro, poder te sustentar, em tudo! Deixa essa vida, você não precisa disso!

FERNANDA: - O que eu mais queria era largar tudo isso, Marcelo. Mas não é simples. E...

MARCELO: - E...?

FERNANDA: - Não tem só você. 

(sobe trilha “Além da Nova Ordem” – Júlio Serrano)

MARCELO: - Tem outra pessoa na roda também, é isso?

Fernanda concorda com a cabeça, desviando seu olhar do olhar de Marcelo. Ele volta-se para frente. O barulho da porta se destrancando. Fernanda encara Marcelo.

MARCELO: - Pode descer.

FERNANDA: - Mas aqui?

MARCELO:- Desce, Fernanda!

FERNANDA: - Marcelo, estou longe de tudo aqui! E está deserto!

MARCELO: - Desce! 

Fernanda sai do carro. Marcelo puxa a porta, fechando-a. 

MARCELO: - Você ainda vai aprender a me valorizar. Está jogando fora um futuro ao lado do melhor jogador de futebol da cidade, Fernanda! O teu futuro é comigo! Pensa nisso! 

Marcelo liga o carro e parte.

FERNANDA: - Marcelo! Não me deixa aqui sozinha!

Marcelo sai com o carro. Fernanda se mostra apreensiva, sozinha na rua. Ela segue caminhando pelo meio da rua, mal iluminada, sozinha. Lágrimas nos olhos. De repente, a chuva começa a cair. A chuva se mistura com as lágrimas em seu rosto, borrando a maquiagem.

CENA 08. DEPTO PERÍCIA. INT. NOITE.

(fade out trilha “Além da Nova Ordem” – Júlio Serrano)

Na sala de espera do depto de perícia da polícia, Liza está sentada, aflita, numa cadeira, quando Henrique, Lenara e Maria Alice chegam ao local.

MARIA ALICE (abraçando Liza): - Oh, minha querida!

LIZA: - Foi horrível, Maria Alice... Eu vi tudo!

HENRIQUE: - Você viu?!

LIZA: - Meu pai foi atropelado, Henrique. E não foi acidente. Não foi.

LENARA: - Mas isso é muito sério. Você tem certeza do que está falando?

LIZA: - Eu tenho.

HENRIQUE: - Anotou placa do carro, viu alguém?

LIZA: - A placa eu não anotei não. Na hora eu só pensei em socorrer o meu pai. Mas eu vi que ele estava acompanhado de uma pessoa, que logo após o atropelamento, entrou na carona do carro e foi embora.

MARIA ALICE: - Minha nossa... Essa história está muito mal contada.

LIZA: - Eu estou com muito medo. Será que já estavam perseguindo ele?

HENRIQUE: - Calma, Liza. Vai ficar tudo bem. Você ficará protegida.

MARIA ALICE: - Precisamos avisar o Humberto. Afinal, foi o pai dele.

HENRIQUE: - Eu vou ligar para ele.

CENA 09. APTO HUMBERTO. INT. NOITE.

Humberto, ao telefone, enquanto Vilma está sentada no sofá, degustando de uma taça de champanhe.

HUMBERTO (com cara de enfado / ao telefone): - Meu Deus, isso é terrível! Claro, eu irei pra aí sim. (T) Henrique, por favor, conforte a Liza, minha queria irmã. Ela deve estar muito abalada. (T) Está certo, logo mais estarei aí.

Humberto desliga o telefone. Troca olhares com Vilma e os dois caem na gargalhada.

VILMA: - Humberto, meu querido! Você daria um ótimo ator! Eu até estava me comovendo com essa sua atuação!

HUMBERTO: - Fui bem, então? Que ótimo!

VILMA: - Vamos brindar logo para você poder ir pra lá.

HUMBERTO: - Eu não vou a lugar algum! Está louca? Muito menos fazer cena lá na perícia. Eca! Depois eu ligo pro Henrique de volta, digo que fiquei abalado demais para acompanhar isso tudo de perto e que amanhã estarei presente no enterro, pronto.

VILMA: - Mas você sempre me surpreendo. Ainda bem que forma positiva.

HUMBERTO: - Agora é vida nova, Vilma.

Vilma se levanta, alcança uma taça para Humberto. Os dois brindam.

VILMA: - E qual é o próximo passo? Abrir a sua empresa?

HUMBERTO: - A minha empresa está nos planos sim. Mas eu não quero só isso. O próximo passo é anular o Henrique.

VILMA (encara Humberto): - Como assim?

HUMBERTO: - Na empresa de azeites, na família... Com a mulher.

VILMA: - Você está de olho naquela loira sem sal?!

HUMBERTO: - Ela é esperta, Vilma. Quando perceber que o Henrique vai tombar, ela pula fora. E aí, cai bem nos meus braços!

VILMA: - Humberto... Você realmente tem planos audaciosos.

HUMBERTO: - Meu maninho querido vai virar pó, Vilma. E eu serei o dono de tudo! Você vai ver. 

CENA 10. TRANSIÇÃO DO TEMPO. 

Imagens de São Paulo ao amanhecer. A chuva ainda cai na capital paulista. O céu cinzento toma conta de toda a cidade.

CENA 11. APTO BARRETO. QUARTO NUNO. INT. DIA.

Tarsila abre a porta do quarto de Nuno e se surpreende ao não vê-lo na cama.

TARSILA: - Essa não... (grita) Barreto! Barreto!

Tarsila vai até o closet de Nuno e percebe que algumas roupas não estão ali. Barreto entra no quarto.

BARRETO: - O que foi, Tarsila?!

TARSILA: - O Nuno sumiu!

BARRETO: - Como assim, sumiu?!

TARSILA: - Eu não sei! Eu vim chamá-lo para tomar café e ele não estava aqui! E levou algumas roupas também.

BARRETO: - Ele fugiu...

TARSILA: - Eu não acredito nisso! Temos um vôo marcado para Nova York! Eu não quer nem pensar aonde ele pode estar agora...

BARRETO: - Calma, nós vamos localizá-lo. Talvez a Stefany pode saber pra onde ele pode ter ido.

TARSILA: - Isso tudo é culpa daquela oportunista, favelada.

BARRETO: - Chega, Tarsila! Para com essa história! Se preocupa agora com o nosso filho e deixa de lado essa coisa de patrimônio, de dinheiro!

TARSILA: - Eu preciso me preocupar com o futuro dele e daquilo que nós construímos, meu amor!

BARRETO: - Você precisa é pensar na felicidade deles! E que ela não depende daquilo que nós construímos. Depende daquilo que eles vão querer para a vida! Já parou para pensar que a Stefany e o Nuno podem simplesmente abrir mão de tudo isso e ir viver a vida deles em outro lugar, sem esse luxo todo aqui?

TARSILA: - Nunca que eles fariam isso.

BARRETO: - Por que não? Está acontecendo isso agora, diante dos seus olhos. O Nuno está indo atrás da felicidade dele e você não quer deixar.

Tarsila se cala.

BARRETO: - Eles são jovens, precisam viver essas experiências.

TARSILA: - Eu não vou deixar meu filho morar na periferia. Jamais. Eu vou até o inferno buscá-lo se for preciso. Mas o que é dele, ninguém tira!

Barreto encara Tarsila e sai, sem dizer nada. Ela fica sozinha no quarto, pensativa.

CENA 12. CASA IGOR. COZINHA. INT. DIA.

Igor está na cozinha de casa, acompanhado de Fernanda, tomando café.

IGOR: - Chegou tarde de novo, Fernanda.

FERNANDA: - Cuidando dos meus horários agora, Igor? Eu hein... A irmã mais velha aqui sou eu.

IGOR: - Sei... Depois os vizinhos ficam comentando.

FERNANDA: - Os vizinhos comentam porque não cuidam da vida deles. Não tem nada demais eu sair com minhas amigas. Pronto, ok?

IGOR: - Tá certo...

Neste instante, Nuno chega no local.

NUNO: - Bom dia pessoal. (senta-se à mesa)

IGOR: - Fala brother. Conseguiu dormir?

NUNO: - Consegui sim, Igor. Valeu mesmo.

FERNANDA: - O Igor estava me contando, Nuno, que você fugiu de casa, na madrugada. É verdade?

NUNO: - Meus pais ficaram loucos. Querem me mandar pra Nova York. À força.

FERNANDA: - Mas a troco de quê?

IGOR: - O Nuno está ficando com a Aimée, a nova rainha da escola de samba. E a mãe dele não aprova.

FERNANDA: - Aimée, claro, minha colega lá no Centro... Mas essa ela não é a mulher do Leopardo, o traficante?!

NUNO: - Essa mesma...

FERNANDA: - Nuno! Toma cuidado! Esse cara é perigoso!

NUNO: - Eu sei, mas a gente vai dar um jeito e resolver essa história. Eu e a Aimée vamos ser muito felizes juntos.

IGOR: - Já avisou seus pais que está aqui?

NUNO: - Não falei. E nem vou falar, Igor. E quero que vocês também não digam nada... Eu preciso de tempo para colocar as ideias no lugar.

FERNANDA: - Embora eu não concorde com essa loucura toda, eu vou respeitar sua decisão, Nuno. Quando se é por amor, a gente faz loucuras mesmo.

NUNO: - Valeu...

FERNANDA (levanta-se): - Bom, vou indo nessa, porque preciso ir para o Centro Comunitário. Algum recado para a Aimée?

NUNO: - Diga que eu a amo. Muito.

FERNANDA: - Tudo bem. Beijo, meninos!

Fernanda sai.

IGOR: - E nem a sua irmã sabe que você está aqui?

NUNO: - Nem ela.

IGOR: - Você poderia pelo menos avisar a Stefany né?

NUNO: - Você acha mesmo que tem chance com a minha irmã, Igor? Eu sei que você é um cara legal, maior parceirão, mas eu nunca vi a Stefany te dar uma moral, mano...

IGOR: - Mas eu sou brasileiro, Nuno. E como diz o ditado, não desisto nunca. (risos) E eu sei que tu pode dar uma forma pra mim, mano. Na boa. Eu curto muito a tua irmã.

NUNO: - Ih, olha o respeito, parceiro! (risos) Tá certo. Eu vou falar com ela, mas não garanto nada não.

IGOR: - Valeu brother! Tu é o cara!

NUNO: - Eu que agradeço por você deixar eu ficar aqui.

IGOR: - Minha casa é tua casa também, parceiro. Fica frio que aqui é tudo nosso. Agora toma o café aí. Não é aquele banquete da tua casa, mas dá pra matar a fome.

Os dois seguem tomando café, conversando.

CENA 13. CEMITÉRIO. INT. DIA.

Liza coloca as flores sobre o túmulo de Donato. A chuva continua a cair.

LIZA: - Vá com Deus, pai.

Vilma e Humberto aparecem. Humberto, fingindo tristeza, se aproxima de Liza.

HUMBERTO: - Embora a gente não tinha uma relação muito próxima, ele era o meu pai.

LIZA: - Ele gostava muito de você. Bom que veio.

Humberto deixa flores no túmulo também. Enquanto isso, Maria Alice encara Vilma, se aproxima dela.

MARIA ALICE: - Veio se despedir do seu amante?

VILMA: - Sim, da mesma forma que você.

MARIA ALICE: - Eu nunca tive nada com o Donato.

VILMA: - Se é para mentir, eu prefiro dizer que tenho vinte e cinco anos. Me poupe, Alice...

MARIA ALICE: - Sempre que você está por perto, algo de ruim acontece. Voltou pra quê? Para estragar a vida das pessoas?

VILMA: - Eu voltei para conquistar o que é meu!

MARIA ALICE: - Você já levou o Humberto de mim. Agora quer o quê?!

VILMA: - Aguarde e verá...

Vilma se afasta. Liza se aproxima de Maria Alice.

LIZA: - Essa mulher não me inspira confiança.

MARIA ALICE: - Eu também digo o mesmo, Liza. Em hipótese alguma, confie nela.

LIZA: - Dona Maria Alice, hoje mesmo eu deixarei o hotel onde estava com o meu pai.

MARIA ALICE: - Eu sei, querida. Já providenciei tudo para a sua mudança lá para a mansão. Ficarei feliz em tê-la comigo.

LIZA: - Eu que agradeço à senhora por me ajudar... Nesse momento tão difícil.

As duas se abraçam. Liza vê Monique, se afasta de Maria Alice e se aproxima de Monique.

MONIQUE: - Eu sinto muito, por tudo o que aconteceu.

LIZA: - Muito obrigado por vir.

Monique segura a mão de Liza, carinhosa. As duas se abraçam. Enquanto isso, Henrique conversa com Lenara.

HENRIQUE: - Eu preciso que você me encontre na empresa, logo mais.

LENARA: - Por quê?

HENRIQUE: - Eu preciso falar com você. É importante.

LENARA: - Tudo bem. Não pode me adiantar o assunto?

HENRIQUE: - Aqui não. Não é hora nem lugar.

Lenara se mostra desconfiada, afasta-se de Henrique, vai até o túmulo. Humberto chega ao seu lado.

LENARA: - Meus pêsames, Humberto.

HUMBERTO: - Obrigado, Lenara. Eu ficaria melhor ainda se o seu conforto para mim fosse de outra forma.

LENARA: - Mas nem no enterro do seu pai você consegue de me deixar em paz?

HUMBERTO: - Eu não vou desistir de você tão fácil. E você vai ver que eu tenho razão.

LENARA: - Razão do quê?

HUMBERTO: - Que nós dois vamos conseguir muito mais juntos. O Henrique não é homem pra você.

LENARA: - O Henrique me ama. E é rico. Ainda com a divisão da empresa, ele continua com a maior parte do patrimônio. Nunca você vai chegar aos pés dele.

HUMBERTO: - Veremos!... É bom você pensar bem no que está fazendo. O Henrique vai tombar e se você não vier para o meu lado, vai cair junto com ele.

Os dois trocam olhares. Lenara se afasta. Vilma se aproxima.

VILMA: - Controle seus impulsos diante dessa loira sem sal.

HUMBERTO: - Ela se acha tão esperta. Mas vai cair do cavalo, Vilma. Vai vir atrás de mim rastejando. Escreve o que eu to dizendo...

CENA 14. ATELIER JAQUELINE. INT. DIA.

Jaqueline organiza seus trabalhos quando Joaquim entra no atelier, devagar, observando alguns quadros nas paredes. Jaqueline o avista e se aproxima.

JAQUELINE (simpática): - Olá, tudo bem?

JOAQUIM: - Olá, bom dia!

JAQUELINE: - Gostou dos quadros?

JOAQUIM: - Sim! São todos muito bonitos. São seus?

JAQUELINE: - Sim, são meus. Me chamo Jaqueline. (cumprimenta Joaquim)

JOAQUIM: - Joaquim! (cumprimentando)

JAQUELINE: - Você é português?

JOAQUIM: - Sim, sou sim. O sotaque denuncia... (risos)

JAQUELINE: - É, é realmente inconfundível. (risos) E gosta de obras de arte?

JOAQUIM: - Eu não tenho muito conhecimento, mas sempre achei interessante... As suas parecem fotos e não pinturas.

JAQUELINE: - É a minha técnica... Tenho mais alguns ali atrás, fique à vontade. Eu só vou guardar um papel ali na mesa e já te acompanho.

JOAQUIM: - Obrigado.

Joaquim se afasta, observando as telas que estão espalhadas pelo atelier, enquanto Jaqueline retorna para sua mesa. Joaquim fica escondido por entre as telas, olhando uma a uma. Neste instante, Raquel chega no local.

RAQUEL: - Atrapalho?

JAQUELINE: - Raquel! Imagina, nunca!

Joaquim escuta a voz e nome de Raquel. Para, fica um pouco apreensivo.

RAQUEL: - Jaque, você precisa ver o espaço do restaurante. É encantador, divino, tudo!

JAQUELINE: - Eu imagino, Raquel! Tudo o que você sempre quis! Seu restaurante...

Joaquim então toma coragem e sai de trás dos quadros, revelando-se.

JOAQUIM: - Muito bonitos seus quadros...

(sobe trilha “Tem Que Ser Você” – Victor e Léo) Raquel se mostra surpresa ao ver Joaquim. Ele tenta disfarçar.

RAQUEL (surpresa): - Joaquim!

JOAQUIM: - Raquel!

JAQUELINE: - Ei, vocês se conhecem?!

RAQUEL: - Claro! O Joaquim foi meu colega lá em Portugal! Meu Deus, como você veio parar aqui?!

JOAQUIM: - Acho que antes de qualquer pergunta, eu mereço um abraço, não?

RAQUEL: - Claro, vem cá!

Raquel abraça Joaquim. Ele gosta do abraço dela.

JAQUELINE: - Mas que mundo pequeno esse!

RAQUEL: - Minúsculo!

JOAQUIM: - Então quer dizer que você abrir um restaurante?

RAQUEL; - Vou sim! Estou tão empolgada!... Mas me fale de você! O que veio fazer aqui? Como chegou em São Paulo?

JOAQUIM: - Se me permite, Raquel, eu gostaria de falar contigo sobre isso, mas a sós.

JAQUELINE: - Eu tenho uma salinha logo ali atrás, se quiserem.

RAQUEL: - Mas o assunto é tão sério assim?

Joaquim concorda com um aceno de cabeça. Ele e Raquel trocam olhares. (fade out “Tem Que Ser Você” – Victor e Léo)

CENA 15. EMPRESA QUEIRÓS. SALA PRESIDÊNCIA. INT. DIA.

Henrique conversa com Lenara em sua sala, na empresa.

LENARA: - Então, o que você tem para falar comigo?

HENRIQUE: - Na verdade esse tipo de conversa nem era pra gente ter aqui, na empresa, mas eu não consigo mais segurar.

LENARA (apreensiva): - Segurar o quê, meu amor?

HENRIQUE; - Olha só, Lenara. O nosso casamento foi um erro. Eu não vou negar.

LENARA: - Erro?! O que você está falando, Henrique?

HENRIQUE: - Erro, Lenara... Eu me casei com você acreditando numa coisa que no fundo, não é verdade.

LENARA: - O meu amor por você é verdade, Henrique!

HENRIQUE: - Mas o meu por você não é, Lenara. 

Silêncio. 

HENRIQUE: - Eu estava desiludido com o que aconteceu entre eu e a Raquel, mas depois a gente se reencontrou, foi tudo esclarecido. Eu amo a Raquel. E nós vamos ter um filho. 

Lenara vira-se de costas para Henrique, expressão de raiva.

LENARA (fala baixo, a si mesma): - Eu não posso te perder... Eu não posso perder essa mina de dinheiro..

HENRIQUE: - Eu sei que você deve estar triste, sofrendo. Mas eu não posso mais te enganar e me enganar. Eu vou ter um filho com outra mulher e (pausa)

LENARA (interrompe): - Não vai ter um filho só com ela não, Henrique.

HENRIQUE: - Como é que é?

LENARA: - Eu estou grávida, Henrique. Estou esperando um filho seu! 

Henrique se mostra surpreso com a revelação de Lenara. 

CENA 16. ATELIER JAQUELINE. SALA. INT. DIA. 

Raquel e Joaquim estão a sós numa sala no atelier de Jaqueline. A sala possui uma janela grande, que dá de frente para a Avenida Paulista. O ambiente é claro, apenas com uma mesa e duas poltronas. Joaquim está parado em frente à janela, olhando a cidade. Raquel atrás dele. 

RAQUEL: - Você não conhecia São Paulo, né?

JOAQUIM: - Não... É realmente encantadora e aos mesmo tempo assustadora.

RAQUEL: - É a selva de pedra, a paulicéia desvairada... A minha cidade é fantástica, um misto de pessoas, culturas, caos, agitação, mas aqui dentro, a gente tem calma...

Raquel se afasta, senta-se numa das poltronas.

RAQUEL: - E então, Joaquim. Por que você está aqui? Algum motivo especial?

JOAQUIM (volta-se para Raquel): - Sim. Um motivo muito especial... Eu voltei por sua causa, Raquel.

RAQUEL (surpresa): - Por minha causa?!

JOAQUIM: - Todo esse tempo se passou e eu não consegui te esquecer. Foi um golpe de sorte eu te achar aqui, hoje.

RAQUEL (levanta-se): - Joaquim, eu nem sei o que dizer...

JOAQUIM: - Sei que parece loucura, mas o que eu sinto aqui dentro é amor, Raquel. E só você pode receber.

RAQUEL: - Joaquim, nós já falamos sobre isso... Eu não posso...

JOAQUIM: - Mas não pode por quê?! Está com o Henrique?!

RAQUEL: - Isso foi um dos motivos que me fez vir embora de Lisboa e voltar para o Brasil. Eu estou grávida, Joaquim. Estou esperando um filho do Henrique.

JOAQUIM: - Grávida do Henrique...

RAQUEL: - Sim. Por isso que eu voltei.

JOAQUIM: - Tem certeza?

RAQUEL: - Do que você está falando?

JOAQUIM: - Que esse filho que você está esperando é mesmo do Henrique.

RAQUEL: - Mas claro que tenho! Eu só fui pra cama com ele e (pausa)

JOAQUIM (interrompe): - Tente lembrar, Raquel... Nós também dormimos juntos.

CENA 17. FLASHBACK. CAP 11. CENA 08. APTO JOAQUIM. INT. NOITE.

Joaquim chega em seu apartamento, carregando Raquel, que está de pileque.

RAQUEL: - Devagar, Joaquim! (ri) Eu estou flutando!

JOAQUIM: - Você bebeu demais, Raquel... Amanhã tem o trabalho e você de pileque.

RAQUEL: - Eu só queria festejar o aniversário da nossa colega...

Joaquim vai caminhando com Raquel até seu quarto. Raquel se deita na cama.

RAQUEL: - Nossa, meu Deus, tudo gira...

JOAQUIM: - Você precisa é de um bom banho, vem!

RAQUEL: - Não, Joaquim, não... Deixa de ser chato. Me deixa aqui...

Joaquim fica pensativo, observando Raquel deitada em sua cama. Raquel adormece. Joaquim se aproxima, acaricia o rosto dela, levemente.

JOAQUIM: - Você é tão linda, sabia? Uma mulher, incrível. (toca nos lábios de Raquel) Especial.

Joaquim beija, levemente, os lábios de Raquel, que não se mexe, adormecida. Joaquim se despe de suas roupas e deita-se ao lado de Raquel na cama, a abraça.

JOAQUIM: - Enfim, sós...

CENA 18. ATELIER JAQUELINE. SALA. INT. DIA.

Raquel se mostra aflita.

RAQUEL: - Isso tudo...

JOAQUIM: - Nós ficamos juntos no meu apartamento...

CENA 19. FLASHBACK. CAP 11. CENA 13. APTO JOAQUIM. QUARTO. INT. DIA.

Raquel aos poucos se acorda. Percebe que está na cama ao lado de Joaquim, que está sem camisa. Ambos estão envoltos por lençóis. Raquel salta da cama.

RAQUEL (apreensiva): - O que aconteceu aqui?!

JOAQUIM (acorda): - Raquel? Calma, o que foi?

RAQUEL: - Joaquim! O que eu estava fazendo deitada na sua cama? E você... Você está sem roupa...

JOAQUIM: - Você não lembra?

RAQUEL: - Claro que não... Ai, minha cabeça ta doendo...

JOAQUIM: - A gente foi pra festa da Aninha e depois viemos aqui pra minha casa... Você me beijou e aí (pausa)

RAQUEL (interrompe): - Eu te beijei?!

JOAQUIM: - Beijou, Raquel. E aí nós acabamos aqui na cama...

RAQUEL: - Meu Deus, Joaquim... Isso é loucura! Eu estava bêbada! A gente não podia! Você não podia ter feito nada comigo nessas condições!

JOAQUIM: - Eu tentei argumentar, mas você insistiu tanto... Achei que estava sendo sincera.

RAQUEL: - Eu preciso é ir embora daqui. (saindo do quarto)

Joaquim vai atrás dela. Na sala, Raquel coloca seu sapato.

JOAQUIM: - Mas você vai sair assim?!

RAQUEL: - Desculpa, Joaquim, mas essa situação foi extremamente desagradável. Não era pra ter acontecido. Eu vou pra minha casa. A gente se vê mais tarde lá no Centro de Estudos para apresentar o trabalho.

Raquel sai. Joaquim fica pensativo.

CENA 20. ATELIER JAQUELINE. SALA. INT. DIA.

Raquel se mostra perplexa. Joaquim a encara.

RAQUEL: - Isso não poderia ter acontecido, Joaquim.

JOAQUIM: - Mas aconteceu, Raquel. E aí eu te pergunto novamente... Tem certeza que esse filho é do Henrique?

Raquel fica um tanto aflita.

JOAQUIM: - Esse filho pode ser meu, Raquel. Sou eu o pai dessa criança que você está esperando!


novela de
Édy Dutra
 
elenco
Juliana Alves como Raquel
Guilherme Winter como Henrique
Christine Fernandes como Lenara
Júlio Rocha como Humberto
 
Daniele Suzuki como Jaqueline
Jonathan Haagensen como Daniel
Cláudio Lins como Ulisses
Rodrigo Hilbert como Robson
Cinara Leal como Bárbara
Carlos Casagrande como Claude
Diego Cristo como Joaquim
 
Erika Januza como Aimée
Liliana Castro como Fernanda
Léo Rosa como Marcelo
Aline Dias como Stefany
Cecília Dassi como Carol
Luiz Otávio Fernandes como Nuno
Renata Castro Barbosa como Salete
Bernardo Mesquita como Cássio
Jonatas Faro como Igor
Odilon Wagner como Carlos
 
Rodrigo dos Santos como Barreto
Patrícia Werneck como Monique
Karina Bacchi como Keylla Mara
Nando Cunha como Candinho
Sérgio Guindane como Leopardo
Letícia Colin como Rita
Luiz Felipe Mello como Otávio
Maria Pinna como Lisa
 
atrizes convidadas
Carolina Ferraz como Paula
Regina Braga como Maria Alice
Aída Leiner como Tarsíla
Tânia Alves como Zuleica
Zezé Motta como Rosa

atores convidados
Zé Carlos Machado como Donato
Aílton Graça como Macedão
Nuno Leal Maia como Jair
Jean Pierre Noher como Santiago
 
Malu Galli como Dalva
Sônia Braga como Vilma
Reginaldo Faria como Gurgel

trilha sonora
 Além da Nova Ordem – Julio Serrano
 Tem que Ser Você – Victor e Léo
 Badabauê – Eliana de Lima

produção

 Bruno Olsen
 Diogo de Castro
 Israel Lima


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


 
REALIZAÇÃO



Copyright 
© 2014 - WebTV
www.redewtv.com

Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução

Compartilhe:

Capítulos de Terra da Garoa

No Ar

Terra da Garoa

Comentários:

0 comentários: