Crimes no Subúrbio Carioca - A Gata de Irajá: Capítulo 11 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Crimes no Subúrbio Carioca - A Gata de Irajá: Capítulo 11

Minissérie de Marcelo Oliveira
Compartilhe:






CRIMES NO SUBÚRBIO CARIOCA - A GATA DE IRAJÁ - CAPÍTULO 11


   

Eu sei o que meu amigo quer, eu sei, juro. Mas, não suporto aquele macho que me chutou duas vezes. O cara é um “mala-sem-alça”. Vive sumindo e voltando pra minha amiga. Ela tá é certa, pra que viver com um macho só, tem que ser igual a gente, cada canto um encanto. Só não aceitava aquele sem-cheiro que aparecia de noite. O maldito machucou a minha velha.

A sua expressão de frustração já diz tudo. O que você quer? Eu sou uma dama, pra me conquistar tem que trabalhar muito e se eu não gostar, boto pra correr mesmo.

~ * ~

Aquela maldita gata chegou mais perto de mim do que a polícia. Ela conseguiu me machucar de verdade. Mas, nada que uma boa pomada cicatrizante não resolva. Estou cada vez melhor, penso que talvez pudesse aumentar o nível de periculosidade, brincar um pouco. Fazê-los ficar bem perto sem me enxergar. Queria estar ao lado deles, ver seus rostos de frustração a cada vez que ficaram perdidos com aqueles corpos contorcidos, sem a menor ideia por onde começar a procurar alguma pista.

E essa mulher? Ela me completa é perspicaz e muito articulada. E se eu a forçar entre minhas mãos?

— Ah, você está aí, amor? Pensando em quê? Nossa, esses arranhões devem doer... se eu não te conhecesse poderia até sentir pena, mas sei que você gosta disso.

Essa voz sensual me deixa louco de tesão.

— Adoro quando você faz essa cara apreensiva, como se estivesse pronto para me fazer implorar pela vida. Você gosta disso, não é? Sente o poder passar pelos dedos.

Sim, eu sinto, ela sabe que sinto. Como ela me entende. Esse corpo quente, sedutor, macio, cheiroso. Ah, minha querida, é tão reconfortante ter alguém que entenda o meu prazer, compartilhar a mesma sensação. Você é como um espelho d’água para mim, uma água límpida e fresca, saborosa e energizante. E você sabe disso, sabe e quer. E eu a amo mais do que qualquer outra coisa, sem a sua ajuda, nada disso teria sido possível. Eu não preciso dizer nada, ela me conhece tão bem que já sabe o que eu quero só pelo olhar.

— Ah, meu... amor... Sim, eu também quero você, venha. — a mulher se esfrega nos braços musculosos de seu amado.

O ritual de dominação começa com movimentos sincronizados, como numa dança. A mulher se contorce lentamente, como se quisesse sentir cada toque do amado em seu corpo. Aos poucos a pele sua e inebria o homem que fica alucinado, ele a toma pelo pescoço e aperta, empurrando-a para o chão, ela se joga e senta sobre as pernas, sem tirar os olhos dele. O jogo de sedução prossegue por horas, até os amantes ficarem extenuados.

~ * ~

Na delegacia, Gonçalo é preparado para a transferência, as fotos de perfil e de frente são tiradas para arquivamento, um prontuário com todos os dados dele é aberto. O montador de móveis não tem noção da gravidade do problema que foi envolvido. O encaminhamento do homem está marcado para o dia seguinte.

— Doutor, doutor, o que vão fazer comigo? Pra onde estão me levando? Eu sou inocente, doutor, juro por tudo que é mais sagrado. Por favor, fale com minha patroa, a Letícia. Deixa eu ver meus filhos. Doutor? Doutor?

Os rogos de Gonçalo ecoam pela delegacia como um martelo nos ouvidos de Ralf e Zé Carlos. O Delegado responsável pela jurisdição recebe e transmite os parabéns do Governador. Ao chegar ao seu escritório, Ralf encontra Zé Carlos acariciando Nina no colo.

— Você adotou mesmo essa gata, hein?

— Vou levá-la pra casa, ver se o pessoal aceita ficar com ela.

Ralf sorri, mas não esconde uma preocupação. Zé Carlos também compartilha do mesmo sentimento, ambos não se sentem com o dever cumprido. Adriana bate à porta trazendo algumas folhas e entrega para Ralf.

— O que é isso Ralf?

— Uma pesquisa que pedi a Adriana.

— Tem alguma coisa a ver com o caso?

— Não exatamente com o caso, mas vai me ajudar a esclarecer algumas coisas.

~ * ~

Nossa, como vocês machos são entediantes. Ficam aborrecidos por qualquer coisa. Eu sei o que você quer, meu amigo e vou te ajudar, mas prometa que eu vou ganhar uma boa comida.

~ * ~

— A Nina parece que está incomodada com alguma coisa.

— Ela presenciou dois crimes, quem me dera pudesse fazer um retrato do assassino. E também, ela sabe quando estou chateado.

— Hum... — Ralf folheia os papeis e fica pensativo — quem sabe ela já tenha tentado nos ajudar?

— Afinal o que você tem aí, Ralf?

— Eu fiquei intrigado com algumas características a respeito da psicologia dos felinos e pedi para Adriana buscar alguns artigos a respeito e olha só o que encontrei. — Ralf entrega algumas folhas para Zé Carlos.

Enquanto ele lê os artigos, Nina salta de seu colo e ganha a rua.

— Pelo que estou lendo aqui, o fato de a Nina ter eriçado os pelos não significa repulsa por trauma, e sim apenas uma irritabilidade que pode ser provocada por um perfume que a desagrade.

— Sim, depois que a Marilda fez aquela explanação a respeito do comportamento pós-traumático da Nina, eu me interessei pelo assunto e percebi que havia algumas inconsistências na avaliação psicológica dela.

— Mas, o que é o restante?

— Veja.

— Artigos de relacionamentos sadomasoquistas?

— Os estrangulamentos, psicologicamente falando, tem outro aspecto, o que a Marilda nos disse, foi uma exata descrição das características usadas por adeptos dessa prática.

— Bom, mas a que nos leva isso?

— Ah, aqui também achei a quem pertence o sangue AB que foi encontrado nas patas da Nina.

— Quem?

— São da própria vítima, a Nina deve ter andado na poça de sangue para comer a carne da falecida.

— Ainda assim, isso não nos leva a nada.

— Talvez não, mas eu tive um palpite e decidi tomar algumas providências.

autor
Marcelo Oliveira

personagens
Ralf
Zé Carlos
a gata Nina
Sergio Riso
Zulmira
Abigail
Gonçalo
Marilda

agradecimentos
Leda Selma
Wellington Santos
Guilherme Hepp
Gustavo Calazans
Maria Ines
Maria Aparecida

trilha sonora
Hitman - Kevin MacLeod

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO


Copyright © 2022 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução



Compartilhe:

Capítulos de Crimes no Subúrbio Carioca - A Gata de Irajá

Crimes no Subúrbio Carioca - A Gata de Irajá

Minissérie

No Ar

Comentários:

0 comentários: