CENA 01. CASA DE JOSH. QUARTO DE JOSH. INT. DIA.
Câmera aérea. A imagem abre em Josh e Ryan deitados na cama do primeiro garoto. Eles olham para o teto (em direção à câmera) e não trocam nenhuma palavra um com o outro.
JOSH – (quebrando o silêncio) Ryan, acho que precisamos conversar...
RYAN – (olha para o garoto) Escuta, Josh, eu sou o culpado por tudo o que aconteceu nos últimos dias... Eu fui imaturo, idiota e injusto com você.
JOSH – Não, Ryan, eu não estou aqui pra te julgar. Eu só quero saber se a gente está no mesmo patamar, porque não dá pra continuar um relacionamento se não houver confiança entre nós.
RYAN – E eu confio totalmente em você, Josh. Mas te ver com aquele garoto... Sei lá... Me deixou inseguro.
JOSH – Você não precisa ficar inseguro, Ryan. Eu só estava sendo gentil com o filho do diretor.
RYAN – Eu também vi vocês dois juntos na biblioteca municipal.
JOSH – (surpreso) O que? (pausa) Digo, o que você foi fazer lá?
RYAN – Naquele dia em que a gente brigou, eu acabei me arrependendo de ter sido tão grosseiro com você e resolvi te procurar pra pedir desculpas.
JOSH – Daí me viu conversando com o Austin na biblioteca e, sem pensar duas vezes, acabou tirando conclusões precipitadas... (encara o garoto) Ryan!
RYAN – E foi por causa disso que eu comecei a me envolver com a Lisa... (pausa) Eu estou muito seguro quanto à minha sexualidade, Josh, eu só queria impressionar você.
JOSH – E ao invés de envolver uma pessoa inocente nesta história, por que você não me procurou, Ryan? A gente poderia ter conversado e resolvido isso sem maiores transtornos.
RYAN – Sei lá, Josh, eu estava triste, irritado, confuso...
JOSH – E tudo por causa do Austin.
RYAN – Naquele momento em que eu olhei pra vocês dois juntos, Josh, eu imaginei como seria a minha vida se eu te perdesse para a outra pessoa...
JOSH – Você não vai perder!
RYAN – Espera, eu não terminei... (retoma o que estava dizendo) Desde a primeira vez que te vi, eu nunca passei um dia sem estar ao seu lado. Você me apoia, me consola, me faz sorrir e esquecer os meus problemas com o meu pai. Durante todo este tempo, você foi muito mais do que um amigo, muito mais do que um namorado... Você foi uma pessoa essencial na minha vida, com quem sempre pude contar e que foi a razão para eu despertar todos os dias...
JOSH – Ryan...
RYAN – Se eu vencia um jogo, é porque eu queria entregar esta vitória para você... Se eu me pegava sorrindo em qualquer momento do dia, é porque com certeza eu estava pensando em alguma piada que você me contou... Se eu colocava a cabeça no travesseiro e tinha a sensação de que podia dormir tranquilamente, é porque eu sabia que você estaria em meus sonhos, Josh...
JOSH – Ryan, por favor...
RYAN – Você completou a minha vida, Josh... Você era o que eu precisava para ser realmente feliz... E se algum dia eu acabasse te perdendo, eu não sei o que seria de mim. (deixa uma lágrima rolar em seu rosto) Eu te amo, Josh!
E sem pensar duas vezes, Josh beija o garoto apaixonadamente. O beijo mais longo, profundo e intenso de suas vidas.
RYAN – (interrompe o beijo) Eu preciso que você me perdoe...
JOSH – Você já está perdoado. (sorri) E não precisa mais ficar inseguro quanto ao nosso namoro. Você foi o garoto por quem me apaixonei no primeiro dia que te conheci e eu jamais... (realça) JAMAIS seria capaz de trocar esse sentimento lindo que existe entre a gente por outra coisa ou alguém. Eu te amo, Ryan!
E eles voltam a se beijar intensamente. Josh termina o beijo com alguns selinhos e os dois garotos voltam a olhar para o teto.
JOSH – Enquanto você falava sobre como a gente se conheceu, foi passando um filme pela minha cabeça...
RYAN – Ah, é? Que filme?
JOSH – O filme de nossas vidas. Você consegue imaginar quanta coisa aconteceu até chegarmos aqui?
RYAN – E tudo parece ter acontecido a favor da gente.
JOSH – Sim. (olha para Ryan) Existe uma boa história antes da primeira vez em que nós nos vimos.
RYAN – (olha para Josh) E ela é a razão de estarmos aqui hoje. Juntos.
Os garotos sorriem. A câmera se afasta e explora o quarto de Josh até chegar a um caderno que estava sobre o criado-mudo. A imagem corta rapidamente para:
| INÍCIO DOS FLASHBACKS |
CENA 02. NEW YORK HIGH SCHOOL. CORREDOR DE ARMÁRIOS. INT. DIA.
A imagem anterior
ganha efeito envelhecido. O caderno que estava sobre o
criado-mudo de Josh agora é pego por uma mão feminina,
que o coloca dentro de um dos armários. A câmera se
afasta e revela a garota: é Marta, mãe de Josh, aos seus
17 anos. Surge a legenda:
Marta continua a
organizar seu material dentro do armário. Um garoto,
carregando uma mochila nas costas, caminha em sua
direção. Trata-se de Alex, também aos 17 anos.
ALEX – (sorri) Pode parar o que está fazendo, porque eu tenho uma grande notícia para você.
MARTA – (olha para Alex) Diga, amor.
ALEX – Ou talvez seja uma grande notícia apenas para mim. (sorri) Mas eu espero que você fique feliz pela minha conquista.
MARTA – Vou ficar irritada se você não matar a minha curiosidade logo. Diz, que notícia importante é essa?
ALEX – A resposta para a minha inscrição na New York University chegou hoje pela manhã. Eu fui aceito, meu amor!
Surpresa, Marta se aproxima do namorado e o abraça fortemente.
MARTA – Quem diria! Esses quatros anos de estudo realmente valeram a pena para você. (interrompe o abraço) Parabéns, amor, você é merecedor disso.
ALEX – E você? Já tem a resposta?
MARTA – Não, mas se o seu envelope já chegou, é porque o meu também está prestes a ser entregue.
ALEX – Vamos pensar positivo. Você é uma garota inteligente, dedicada, participa ativamente dos projetos da escola. Tenho certeza de que a NYU vai reconhecer o seu empenho. (sorri)
MARTA – Eu espero que sim.
ALEX – Nosso futuro está apenas começando, meu amor... E depois que nos graduarmos na NYU, eu quero formar uma grande família com você.
MARTA – Não sonhe alto, Alex. Meu envelope com a resposta ainda nem chegou e talvez as coisas não saiam como planejado.
ALEX – E o que mais poderia atrapalhar os nossos planos?
Nisso, Marta começa a se sentir mal e perder o seu equilíbrio. Alex se aproxima dela e passa um de seus braços pelas costas da garota, na tentativa de mantê-la em pé.
ALEX – Você está bem, amor?
MARTA – Não sei. De repente começou a me dar uma tontura...
ALEX – Você quer que eu te leve até a enfermaria?
MARTA – Não, eu já vou ficar bem. (sorri) Deve ser a ansiedade para a resposta da New York University.
ALEX – (sorri) Aposto que sim. (soltando Marta cautelosamente) Tem certeza de que está bem?
MARTA – Sim, amor, não precisa se preocupar.
ALEX – Bom, então eu vou até a biblioteca devolver alguns livros que peguei emprestado. (sorri) Qualquer coisa que você precisar, me procura.
Marta acena a cabeça positivamente. Alex sai, animado. A garota volta a organizar seu armário, mas é interrompida por seus pensamentos.
VOZ DE ALEX – E o que mais poderia atrapalhar os nossos planos?
Marta olha para baixo e passa uma das mãos em torno de sua barriga.
MARTA – Isso não pode estar acontecendo comigo...
A câmera se afasta, mostrando a garota sozinha no corredor, alisando sua barriga com uma das mãos e preocupada com o futuro que estava batendo na sua porta.
A imagem escurece.
1x16 - COMO CHEGAMOS AQUI - PARTE 1
CENA 03. FARMÁCIA. INT. DIA.
Marta entra apressada no local e, com discrição, caminha até a prateleira onde se encontram os testes de gravidez. A garota vira a cabeça para os lados, certifica-se de que ninguém está olhando e então pega uma das caixinhas. Em seguida, dirige-se até o balcão de atendimento e entrega o exame para o farmacêutico.
MARTA – (enquanto tira o dinheiro de sua mochila) Você sabe me dizer se esse exame é eficaz?
FARMACÊUTICO – (colocando a caixinha dentro de uma sacola) Não tão confiável quanto um exame de sangue, mas é uma ótima alternativa se você não consegue conter a ansiedade.
MARTA – (fala para si mesma) Ótimo, é isso mesmo que estou procurando. (entrega o dinheiro) Aqui está.
FARMACÊUTICO – (passa a sacola para Marta) Boa sorte. Espero que você haja com maturidade após saber o resultado.
A menina encara o farmacêutico e sai logo em seguida.
CENA 04. CASA DE MARTA. QUARTO DE MARTA. INT. DIA.
Marta está deitada em sua cama segurando o exame de farmácia em uma das mãos e um relógio na outra. Ela encara os dois alternadamente.
MARTA – Mais quinze segundos para essa agonia chegar ao fim...
Marta olha o exame por mais alguns instantes, até que o tempo de espera é encerrado.
MARTA – Hora de saber a verdade...
A garota continua encarando o exame a espera do resultado. Close em sua reação surpresa e, ao mesmo tempo, confusa.
MARTA – (para si mesma) Eu estou oficialmente... (pausa) Esperando um filho!
Ela ouve alguns passos vindos em direção ao seu quarto e, apressadamente, esconde o exame de gravidez embaixo da cama. Sua mãe, cabelo curto, castanho claro, abre a porta e entra, eufórica, segurando um grande envelope em suas mãos.
MRS. BENTON – (exibindo o envelope) O que diz o envelope pequeno?
MARTA – Que a faculdade lamenta muito, mas não pode ter o estudante entre os seus selecionados.
MRS. BENTON – E o que diz o envelope cujo tamanho é o mesmo deste que estou segurando?
MARTA – (sorri decepcionada) Que eu fui escolhida para ser uma das futuras alunas da New York University.
MRS. BENTON – Exatamente, minha filha! Você foi selecionada! A minha filha vai estudar na maior faculdade de Nova York.
MARTA – É... Esta é uma boa notícia!
MRS. BENTON – (indo até a cama de Marta e entregando o envelope a ela) É uma ótima notícia, minha filha! Eu estou indo ligar para o seu pai. Ele vai ficar maluco quando souber que você será uma caloura da NYU.
Mrs. Benton sai do quarto da filha, animadíssima. Marta se abaixa e volta a pegar o exame de gravidez que tinha escondido embaixo da cama. Em seguida, segura o envelope de aceitação da NYU e passa a olhar alternadamente para ambos.
MARTA – (para si mesma) Estou olhando para as consequências dos meus atos. (pausa) O que eu faço agora, meu Deus?
CENA 05.
(música: You Learn - Alanis Morissette)
Tomada da cidade de Los Angeles,
Estados Unidos, mostrando os principais pontos turísticos do local
durante a noite. Surge a legenda:
(Música cessa.)
CENA 06. CASA DE SUZIE E KURT.
SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
A câmera explora a bela casa do casal Jordan até chegar em Suzie, aos seus 22 anos. Ela está sentada no sofá, com um sorriso estampado no rosto, e segura um envelope em suas mãos. Kurt, aos 24 anos, entra na casa, carregando uma mala e vestindo um luxuoso terno.
KURT – (avista Suzie) Desculpa a demora, meu amor. Aquela empresa está precisando cada vez mais de mim.
Kurt joga a mala em cima do sofá e começa a desamarrar sua gravata.
KURT – Ainda bem que me contrataram a tempo de dar as minhas ideias jovens e revolucionárias. Escuta o que eu estou te dizendo, aquele lugar vai decolar quando meus projetos forem colocados em prática.
SUZIE – Eu fico muito feliz que você esteja gostando do seu primeiro emprego, meu amor. (sorri) Mas eu preciso que você se sente aqui, porque eu tenho uma notícia muito importante para lhe dar.
KURT – Claro, Suzie. (caminha até o sofá e se senta nele) Que envelope é este?
SUZIE – Digamos que ele anuncia algumas mudanças no nosso futuro. Mas que fique claro que são mudanças positivas. (entrega o envelope para Kurt) Veja você mesmo.
Kurt encara a esposa e, em seguida, começa a abrir o envelope. Ele tira um papel de dentro e começa a fazer a sua leitura. Close em sua reação de susto.
KURT – (tirando o sorriso do rosto) Você está...
SUZIE – (complementa o que Kurt ia dizer) Grávida. Eu estou grávida do nosso primeiro filho, meu amor.
Suzie ameaça abraçá-lo, mas Kurt acaba se levantando do sofá antes. Close em Suzie, surpresa.
KURT – Mas uma gravidez não estava entre os nossos planos, Suzie.
SUZIE – Eu sei, meu amor, mas o que podemos fazer? Acabou acontecendo...
KURT – Mas não devia. A gente acabou de se casar, este é o meu primeiro emprego, estamos vivendo em uma casa que foi dada pelos seus pais. Ainda não temos a renda suficiente para educar uma criança.
SUZIE – A gente faz um esforço, Kurt. Tudo é possível quando tem um fruto do nosso amor envolvido. Sei lá, talvez eu possa começar a trabalhar.
KURT – Não! (grita) Não! Porque mulher minha não trabalha...
SUZIE – Você está sendo grosseiro, Kurt.
KURT – Quando eu decidi me casar com você, eu prometi a mim mesmo que não deixaria nada te faltar, Suzie. (pausa) A ideia de você trabalhar para sustentar uma criança é como se a minha promessa estivesse sendo quebrada.
SUZIE – Mas é um filho que está a caminho, Kurt. A gente vai precisar unir as nossas forças.
KURT – (andando de um lado para o outro) Meu Deus! Um filho era o que eu menos esperava neste momento.
SUZIE – Falando assim, até parece que ele não é bem-vindo, Kurt.
KURT – Claro que é, meu amor! Eu só não acho que esta seja uma boa hora.
SUZIE – Eu passo o dia esperando você chegar pra te dar essa maravilhosa notícia e a sua preocupação é se teremos boas condições financeiras para criar um filho, Kurt? Eu pensei que isso te deixaria feliz...
KURT – Eu estou, Suzie. Acontece que um filho vai bagunçar toda a nossa vida. A gente estava se estabilizando aos poucos. Agora, teremos que apressar o processo das coisas.
SUZIE – Não importa, Kurt. A boa notícia é de que seremos pais. O dinheiro é fator menos relevante neste momento. O que importa é que teremos amor de sobra para dar ao nosso filho.
KURT – (olha para Suzie) Você tem razão, Suzie! É um filho! É um Jordan vindo por aí. Eu preciso ficar feliz!
Suzie corre até Kurt e o abraça.
SUZIE – Você já pensou se ele herda o mesmo talento do pai para jogar basquete?
KURT – (olha para Suzie) Seria um grande presente. (pausa) Desculpa, Suzie, eu não queria ter reagido desta forma à notícia.
SUZIE – Tudo bem, meu amor. Você só estava agindo como um bom pai preocupado com a educação de seu filho.
KURT – Sabe o que eu vou fazer? Eu vou abrir uma champanhe para a gente comemorar...
SUZIE – (olha feio para Kurt) Não sei se você sabe, mas gestantes não podem beber.
KURT – Então eu vou pegar um copo de uísque para mim. Eu preciso comemorar, Suzie. Um Jordan está a caminho. (dirigindo-se até o barzinho da sala)
SUZIE – Kurt, agora que estamos esperando um filho, eu acho que você deveria maneirar um pouco na bebida.
KURT – Mas é só um copinho de uísque, meu amor. Eu prometo a você que vou parar de beber.
SUZIE – Você não precisa parar, Kurt, eu só quero que você reduza um pouco o costume.
KURT – (colocando uísque em um copo) Só um copinho, vai... Um copinho só para comemorar a chegada do nosso garoto!
SUZIE – (saindo) E se for uma garota?
KURT – Eu já sinto que será um menino. Um grande menino, Suzie!
Suzie sai. Close em Kurt, que bebe o copo de uísque em um único gole.
KURT – (pegando a garrafa de uísque) Talvez mais um copo. É um bom motivo para se comemorar.
CENA 07. CASA DE SUZIE E KURT. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE.
Suzie está terminando de guardar algumas roupas no armário, ainda sorridente com a notícia de que está esperando um filho.
SUZIE – (grita) Kurt, vá tomar um banho. Enquanto isso, eu preparo uma coisa bem gostosa para a gente comer e celebrar a boa notícia.
Suzie continua a guardar as roupas a espera da resposta do marido.
SUZIE – (grita) Kurt, você está me ouvindo? (silêncio) Kurt?
Suzie começa a estranhar o marido não lhe responder e decide descobrir o que está havendo. Ela sai do quarto em direção a sala.
CENA 08. CASA DE SUZIE E KURT. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Suzie entra na sala. Close em sua reação. Ela se depara com o marido estirado no sofá e com a garrafa de uísque vazia sobre o seu peito. Devido à enorme quantidade de álcool ingerida, ele acabou adormecendo. Suzie se aproxima do marido.
SUZIE – (chacoalhando-o) Kurt, acorda! Você me prometeu que tomaria só um copo. (batendo levemente em seu rosto) Kurt! Kurt! Kurt!
KURT – (acorda ainda sonolento) Suzie, me deixa dormir! Eu tenho uma família para sustentar e preciso acordar cedo amanhã. (volta a dormir)
(música: Never Ever - All Saints)
Suzie se afasta e deixa algumas
lágrimas rolarem sobre o seu rosto.
SUZIE – (sussurra inconformada) Você me prometeu que tomaria só um copo...
A câmera se afasta enquanto Suzie, aos prantos, observa o marido bêbado dormir.
A imagem escurece.
(Música cessa).
CENA 09.
A imagem abre na bela área externa da escola, lotada de alunos conversando, trocando beijos e fazendo a leitura de livros. Marta está sentada em um banco, balançando as pernas continuamente, demonstrando estar ansiosa. Alex se aproxima dela.
ALEX – (sorri) Vim o mais rápido que pude. Sobre o que quer conversar comigo, meu amor? Aposto que foi aceita na NYU e quer me contar.
MARTA – Por favor, Alex, sente-se.
Alex nota a seriedade de Marta e tira o sorriso do rosto. Ele senta-se ao seu lado e espera que a namorada comece a falar.
MARTA – Eu fui aceita sim na New York University...
ALEX – (interrompe) Viu? Eu sabia que você seria capaz.
MARTA – (complementa) ... Mas infelizmente não vou poder dar continuidade aos estudos.
ALEX – (surpreso) O que você está dizendo, Marta? Ir para a NYU é um dos sonhos que compartilhamos juntos.
MARTA – Eu sei, Alex. E eu fiquei muito feliz por ter sido aceita. Mas tem uma razão maior que me fez dizer “não” para a faculdade.
ALEX – Então me conte o que é...
MARTA – Eu não quero que você pense que estou te cobrando alguma coisa ao te dar essa notícia. Eu só acho que você tem o direito de ficar sabendo.
ALEX – (assustado) O que você está dizendo, Marta?
MARTA – Lembra que nós estávamos juntos ontem no corredor dos armários e eu comecei a passar mal?
ALEX – Sim, você disse que era porque estava ansiosa para a resposta da New York University.
MARTA – Eu te enganei, Alex. Porque eu não queria te deixar preocupado nem estragar a sua felicidade.
ALEX – Aonde você está querendo chegar, Marta? (pausa) Por acaso você está doente?
MARTA – Há um mês, Alex, nós tivemos a nossa primeira relação sexual...
ALEX – Sim, eu me lembro.
MARTA – E você esqueceu de usar preservativo. (pausa) Acontece que agora essa falta de proteção trouxe as suas consequências.
ALEX – (surpreso) Você está...
MARTA – (complementa) Eu estou grávida, Alex.
ALEX – Meu Deus!
MARTA – Escuta, Alex, você não precisa se preocupar em assumir esta criança. Eu só decidi te contar porque achei que estaria sendo injusta se escondesse isso de você.
ALEX – Você fez muito bem em me falar a verdade, Marta...
MARTA – Eu escolhi ter a criança, então eu mesma posso cuidar sozinha. Você pode ir para a faculdade, se formar em administração e seguir em frente com a sua vida. Eu não estou te cobrando nem pedindo nada em troca.
ALEX – Eu seria um cafajeste se fosse embora para a NYU e te deixasse aqui sozinha com um filho que eu ajudei a fazer.
MARTA – Eu não quero que você interrompa a sua vida por causa de mim, Alex.
ALEX – Eu te amo, Marta. Eu jamais seria capaz de abandonar você e meu filho. Se você pretende assumir esta criança, então fique ciente de que eu estarei ao seu lado.
MARTA – Mas você não precisa fazer isso, Alex...
ALEX – É a minha obrigação, Marta. Nós prometemos que iríamos juntos para a New York University, não prometemos? Se um não vai, o outro também não. Sendo assim, eu fico.
MARTA – Você é um cara dedicado, Alex. Tem um futuro enorme pela frente...
ALEX – Eu não quero que você diga mais nada, Marta. O meu futuro é ao seu lado. A gente vai assumir essa criança, não importa quantos problemas aparecerem, e vamos ser felizes juntos. (pausa) Eu quero me casar com você.
MARTA – (surpresa) O que?
ALEX – Isso mesmo que você ouviu. Eu quero me casar com você e ter uma vida feliz ao seu lado e ao lado do nosso filho.
MARTA – Alex, nós temos apenas 17 anos... Amanhã, você pode acordar e acabar mudando de ideia. Por favor, não tome decisões precipitadas.
ALEX – Eu nunca fui tão maduro em toda minha vida como estou sendo agora, Marta. (sorri) Só resta você dizer se quer se casar comigo...
MARTA – É claro que eu quero.
(música: I Will Come To You - Hanson)
E os dois jovens se abraçam, emocionados. Marta deixa uma lágrima rolar em seu rosto.
ALEX – (interrompe o abraço e limpa a lágrima de Marta) Por que está chorando?
MARTA – É que eu não imaginava que você seria tão compreensível.
ALEX – (sorri) Nós vamos ser ótimos jovens pais, Marta.
MARTA – Eu estou ainda mais segura agora sabendo que posso contar com você.
Alex sorri.
MARTA – Que acidente de percurso, hein? (ri)
A câmera se afasta enquanto os dois adolescentes se beijam apaixonadamente. Alex, cautelosamente, leva sua mão até a barriga da namorada e começa a alisá-la.
A imagem escurece.
(Música cessa.)
CENA 10. CASA DE MARTA. QUARTO DE MARTA. INT. DIA.
Marta entra irritada em seu quarto. Sua barriga já está começando a aparecer, o que sugere que alguns meses se passaram. A mãe da garota a acompanha.
MRS. BENTON – Eu não acredito que você esperou quatro meses para jogar essa bomba dentro da minha casa...
MARTA – Eu esperei a hora certa pra mim...
MRS. BENTON – Hora certa? Você só me contou porque a sua barriga começou a aparecer, garota!
MARTA – Talvez seja exatamente esse o motivo, mãe. Porque eu já imaginava qual seria a sua reação.
MRS. BENTON – E você queria que eu reagisse como ao saber que a minha filha de 17 anos dormiu com outro cara e está trazendo uma criança para eu criar?
MARTA – Eu nenhum momento, eu pedi a sua ajuda. Eu estou abandonando tudo, os estudos, a faculdade, a minha família, pra poder me dedicar inteiramente ao meu filho que irá nascer.
MRS. BENTON – Você está ficando maluca, né Marta? Você acha que tem idade para cuidar de uma criança? Eu acho que seria melhor a gente procurar uma clínica...
MARTA – (grita) Não, eu não vou abortar o meu filho. Mãe, como você pode pensar em uma coisa dessas? É do seu neto que você está falando!
MRS. BENTON – Eu sei, Marta, mas você não está em condições de trazer um filho para o mundo. Criança deve ser algo planejado.
MARTA – (abre o seu armário e começa a tirar as roupas de dentro) Você não precisa se preocupar comigo, mãe. Eu estou indo morar com o Alex.
MRS. BENTON – E você acha mesmo que esse garoto vai te aturar por muito tempo? Eu não dou dois meses para ele enjoar de você e te deixar sozinha com uma criança na barriga.
MARTA – Não, porque eu confio no Alex e sei que ele não é como esses garotos que andam em qualquer esquina. O Alex é diferente, mãe. Ele me ama e vai ser um ótimo pai para o nosso filho.
MRS. BENTON – Quer saber? Eu lavo as minhas mãos. Faça da sua vida o que bem entender, Marta. (sai do quarto)
Close em Marta, que continua a guardar suas roupas em uma mala, enquanto
chora com a atitude insensata da mãe.
CENA 11.
(música: Name - Goo Goo Dolls)
Alternar imagens dos pontos
turísticos das cidades de Nova York e Los Angeles. Surge a legenda:
CENA 12. LOS ANGELES. CASA DE SUZIE E KURT. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Suzie está sentada no sofá fazendo a leitura de um livro. De repente, sente uma forte dor na barriga e leva a mão até ela. Ela percebe que as contrações começaram e, com muito esforço, se curva até o telefone, discando o número desejado.
CENA 13. LOS ANGELES. BOTECO. INT. NOITE.
Kurt entra no boteco vestindo um terno, o que sugere que ele acabou de sair do trabalho. Ele se dirige até o balcão e senta-se em um dos banquinhos. O dono do bar vai atendê-lo.
DONO DO BAR – Um copinho de uísque, seu Kurt?
KURT – (sorri) Uma garrafa inteira. O dia hoje foi bem estressante.
DONO DO BAR – O senhor deveria ir direto pra casa. Você tem uma mulher precisando de cuidados especiais.
KURT – Ué, se eu fosse direto pra casa, você não ia lucrar com o que eu bebo. (ri) Vamos, serve uma garrafa de uísque aí. A Suzie vai ficar bem.
Balançando a cabeça negativamente, o dono do bar caminha até a prateleira e pega uma garrafa de uísque para servir a Kurt. A câmera vai até o jovem rapaz, que tira o celular do bolso. Pelo identificador de chamadas, notamos que Suzie está ligando para ele. Kurt ignora a ligação.
KURT – (para si mesmo) Me dá um tempo, Suzie... (diz para o dono do bar) Não esquece do gelo, hein?
A imagem escurece.
CENA 14. LOS ANGELES. CASA DE SUZIE E KURT. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Suzie liga para Kurt insistentemente.
SUZIE – (com uma das mãos sobre a barriga) Vamos, Kurt, eu preciso que você me atenda.
Mas sem sucesso, o marido ignora todas as suas chamadas. Percebendo que não há mais tempo para espera, Suzie pega a chave do carro que estava na mesinha ao lado e se levanta com bastante dificuldade do sofá. Pega a sua bolsa e então decide ir sozinha para o hospital.
CENA 15.
(música: Wonderwall - Oasis)
A cena é alternada entre:
01. Hospital de Los Angeles: Suzie está deitada em uma maca sem a presença de nenhum acompanhante. Ela é levada por três enfermeiras para a sala de parto.
SUZIE – (sem muito fôlego por causa das contrações) Alguma de vocês pode ligar para o meu marido e dizer que eu estou entrando em trabalho de parto? Ele não queria perder o nascimento do Ryan...
ENFERMEIRA – Estamos tentando localizá-lo, querida. Mas sem nenhum resultado até agora. Concentre-se no seu filho que está prestes a nascer.
Close em Suzie, triste por seu marido não estar ali.
02. Hospital de Nova York em dia diferente: Marta está deitada em uma maca. Ao seu lado está Alex que segura sua mão fortemente. Ela é levada por três enfermeiras em direção a sala de parto.
ALEX – Fica tranquila, meu amor. Tudo vai dar certo. Em pouco tempo, teremos o Josh aqui conosco.
MARTA – Obrigada por estar aqui comigo, meu amor.
ALEX – Eu não perderia este momento por nada.
Close em Marta e Alex, felizes pelo nascimento do filho.
A imagem escurece.
AUTOR
André
Esteves
O ELENCO
Graham Phillips como Josh
Parker
Sterling Knight como Ryan Jordan
ELENCO ESPECIAL
Elizabeth Gillies como
Marta Benton (17 anos)
Daren Kagasoff como Alex Parker (17 anos)
Megan Park como Suzie Jordan (22 anos)
Sebastian Stan como Kurt Jordan (24 anos)
Sarah Clarke como Mrs. Benton
Pequenas aparições que
não constam na lista acima são interpretadas por atores
contratados pela produtora.
TRILHA SONORA
You Learn - Alanis
Morissette
Never Ever - All Saints
I Will Come To You - Hanson
Name - Goo Goo Dolls
Wonderwall - Oasis
(Todas as músicas tocadas
neste episódio são sucessos dos anos 90, em função do
episódio ter esta década como pano de fundo.)
PRODUÇÃO
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Rafael Oliveira
REALIZAÇÃO
Copyright © 2015 - WebTV
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