(QUARTA, 28 DE DEZEMBRO DE 2022)
INDICADOS A OSCAR DE MELHOR ROTEIRO - PARTE 2 OU OLHANDO PARA 2023- por HANS KAUPFMANN
A corrida para o OSCAR já começou e alguns já são considerados favoritos
a roteiro original. Ao mesmo tempo que
faço as apostas já mandarei minha critica de um forte candidato a vencedor desse
ano, que será conhecido em 2023.
O conceito de multiverso nos quadrinhos é bem popular e explorado através dos anos. A Marvel introduziu-o no cinema e assim a ideia rompeu fronteiras. Mas foi o duo de diretores (os Daniels) que antenados na demanda, aproveitaram a boa recepção de suas estreias em "Um Cadáver para Sobreviver" para derramar toda a criatividade nonsense e fazer de "Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo" uma aula de fazer muito, e muito bem, com poucos recursos e atores menos badalados (Michelle Yeoh e Ke Huy Quan) mas não menos incríveis.
Na essência trata-se de uma comédia familiar, mas a embalagem entregue é
um caleidoscópio metafísico e metalinguístico, sobre escolhas de vida,
parodiando alucinadamente o assunto, como quem quer chamar a atenção da beleza
da noite escura com fogos de artificio. Apesar de parecer por vezes com as
maluquices do Charlie Kaupfmann e o humor o Wes Anderson, a aura pop dos
Daniels não deixa as ideias aterrissarem no cinema em si, como se a câmera fosse
um aparato a favor das ideias. Por isso, nas cenas onde é necessário descanso,
falta aos seus criadores um estofo cinematográfico, e o timing dramático quase
fica arrastado por conta de tudo que já foi visto, não fossem os atores
sustentarem o rojão.
Mas é um alívio ver que ainda tem gente que não tem medo de errar quando
quer narrar algo novo. A independência do "nada a perder" ainda
transforma e importa. E embarcar nesse CAOS foi a experiência cinéfila mais
divertida do ano e um roteiro que não subestima os espectadores.
RITINHA: Oie, meninas e meninos. Turo pom? O Giro Virtual chegou, gracinhas. Tão preparados para os babados? Vem com a titia que eu conto tudooooo. E tem o bate cabeloooo, ooops, bate-rebate.
Os episódios podem ser acessados aqui.
QUER UM BISCOITO?
BATE-REBATE
HOJE EM DIA É UMA RUA VAZIA, A GENTE ESCREVE HISTÓRIAS E PARECE QUE NÃO HÁ MAIS O ENGAJAMENTO DE ANTES, diz SAMUEL BRITO
Ele mora em Portugal. Seu primeiro contato com o MV foi em 2017, através da extinta TV Mix Audiência. Em seguida, conheceu o Séries de Web, onde escreveu a web novela "Perigosos Acasos" e a web minissérie "Como Nossos Pais". Em 2020, publicou na Cyber TV a minissérie "A Cesareia" e o conto "Judas", que posteriormente também integrou a webtvplay. No entretenimento apresentou o "Conta Mais" e participou do reality show "Raça" no Megapro. Voltando a escrita assinou o conto "A Coroa da China" na antologia "Da Cyber pra você" e a minissérie "PSI", que ganhou uma exibição no Portal Glook em Espanhol. Samuel, seja bem-vindo ao Diário do Autor.
SAMUEL: Olá. Muito obrigado pelo convite. Estou me sentindo muito lisonjeado.
GABO: Samuel, fazendo uma comparação entre a descoberta do MV, com os dias atuais, o que mudou e quais aprendizados você adquiriu?
SAMUEL: O mundo virtual que eu conheci era maravilhoso. Era concorrido ter uma obra exibida e isso me fascinava, mostrava a relevância do MV. Hoje em dia é uma rua vazia, a gente escreve histórias e parece que não há mais o engajamento de antes, sinto muita pena, espero que no próximo ano o mundo virtual reascenda novamente.
GABO: A falta do feedback é realmente um ponto negativo no MV. Qual a sua opinião sobre a análise crítica das obras virtuais? Quando você não concorda com algum item, qual a sua reação?
SAMUEL: Eu respeito muito a opinião alheia, acho incrível ver minhas obras analisadas por alguém. É um feedback honroso, independente se for uma crítica positiva ou negativa, mas há ressalvas. Nem sempre acato a opinião dos críticos e isso é pessoal, um exemplo disso são as críticas à PSI, eu amo os diálogos dessa obra e vivo relendo, mas a crítica foi severa com essa minissérie. Eu respeito, mas amo essa história. Critica é necessário, eu aprendo muito e tento ao máximo acatar as críticas, porém sempre priorizo o meu gosto pessoal.
GABO: O primeiro contato com o MV foi através da TV Mix Audiência. Na época, você tentou publicar um projeto, mas não deu certo. O que houve nos bastidores?
SAMUEL: Eu tinha 14 anos e como todo escritor, eu sonhava em ter uma história exibida e a TV Mix era o auge, porque tinha uma grade sólida com horários bem definidos. O horário mais concorrido era o das 21h, então surgiu um novo horário que se destacava na época que era o horário adulto, então eu comecei a por cenas quentes desnecessariamente nas minhas histórias para tentar a sorte, contudo não adiantou muito e não fui aceito. E o pior era a falta de uma resposta por parte dos supervisores, eu mesmo vivia olhando meu e-mail na esperança de uma resposta que nunca chegou.
GABO: Sua estreia no MV foi na Séries de Web. Como foi o resultado de ter o primeiro trabalho publicado com a web novela "Perigosos Acasos"? Fazendo uma análise nos dias atuais, você mudaria algo na obra?
SAMUEL: Me deram uma divulgação pesada, fui muito respeitado lá dentro e isso me impressionava, porque eu era um estreante. Fui acolhido demais, mas a história em si era totalmente desfigurada. Escrevi para o horário adulto, então em outro contexto pareceu desconexo. Hoje em dia eu mudaria tanta coisa nessa história, tanta coisa, era uma premissa até boa, mas as cenas quentes foram muito mal exploradas e mal feitas. É até uma vergonha reler nesses aspectos, apesar de reconhecer que é bem ágil e dinâmica. Cada capitulo tem muita coisa acontecendo.
GABO: No processo criativo, quais são suas referências? Você prefere escrever no silêncio ou a trilha sonora é sua companheira?
SAMUEL: Amo escrever ouvindo música. Cada história tem uma música que eu ouço para me estimular e as vezes nem corresponde totalmente com a proposta da obra. Quando escrevi A CESAREIA eu ouvia Frozen da Madonna, né? Eu fiquei tão fissurado com essa música que até cheguei implorar para o Well por ela na abertura da web, mas ele quis algo mais erudito que era o que realmente combinava com a Grécia antiga. A gente se apega, pra mim "A Cesareia" e Frozen tem tudo à ver, não consigo desvencilhar. (Risos)
GABO: Quando surge o bloqueio criativo, você para tudo ou tem algum meio de estimular a mente criativa?
SAMUEL: Amo ver entrevistas de autores e diretores para me estimular. Quando tenho algum bloqueio, busco logo ver uma entrevista de Gilberto Braga ou Quentin Tarantino. Amo o jeito como ambos falam sobre cinema, sobre seus personagens e histórias, é inspirador ver qualquer coisa desses dois mestres da escrita.
GABO: Da dramaturgia para o entretenimento, como foi a experiência de apresentar o "Conta Mais"? Como eram os bastidores? Você tinha total liberdade na escolha das pautas e perguntas ou tinha algum roteiro a seguir?
SAMUEL: Foi uma experiência bacana. Eu lia muitas entrevistas no Mundo Virtual, mas parecia que os entrevistadores não iam ao ponto, sabe? Não perguntava o que eu gostaria de saber e eu percebi que muita gente tinha a opinião igual a minha, então eu dei a ideia para o Well de fazer um programa de entrevistas e foi aí que ele me propôs assumir o conta mais. Tive total liberdade de chamar quem eu quisesse, de fazer as perguntas que eu quisesse, me senti totalmente livre e os leitores adoraram. Recebi muitos elogios até dos meus colegas de emissora, mas o elogio que mais mexeu comigo foi o da Zih, ali eu percebi que estava realmente fazendo bem aquele papel de entrevistador.
GABO: O reconhecimento na escrita chegou com o prêmio de melhor autor de Conto/Crônica de 2020 no Troféu 4Elements com o conto "Judas". Qual foi a sensação desse momento pra você?
Judas, disponível na webtvplay, clique aqui para ler
SAMUEL: Talvez pareça pouco para muitos autores, mas pra mim foi de extrema importância. Eu ralei muito no mundo virtual, já recebi muitos comentários de gente dizendo que eu não teria futuro e afins, então ser reconhecido por uma premiação respeitada foi um deleite pra mim. Falo com muito orgulho.
GABO: A participação no reality show "Raça" promovido pelo Megapro não foi muito positiva pra você. Quais pontos você destaca e o como você avalia o pós-evento?
SAMUEL: Foi uma loucura. Eu pensei que seria mais fácil pra mim, porque de todos os participantes eu era o único que tinha uma história exibida, mas a pressão mexe com o nosso psicológico, pra além disso os insultos e ofensas que recebi durante esse período foi muito prejudicial a minha autoestima, sofri horrores. Então me aprimorei mais e consegui chegar ao segundo lugar, mas foi muito acirrado. Acho que minha jornada pelo Raça, parece até coisa de novela, talvez até mais interessante que muita novela por aí. (RISOS) Mas concluindo, acho que o Everton foi muito atencioso comigo, vejo alguns falando mal dele, mas comigo ele foi um querido. Sobre o pós, não tenho muito o que falar. Acho que o programa deixou claro quem tinha talento ou não, e minha permanência diz muito para os haters. Eles que lutem.
GABO: Entre novela, série e minissérie, qual é o seu gênero preferido? Se você pudesse escolher um conto para transformá-lo em novela, série ou minissérie, qual conto seria?
SAMUEL: Amo novela, mas peguei um apelo por obras mais curtas. Minissérie me ganha por esse quesito. Sobre o conto, acho que Maldita Judia daria uma minissérie maravilhosa, a trama é realmente interessante e rende muito, talvez eu a transforme num livro futuramente. Aguardem!
GABO: Quem é Samuel Brito fora do Mundo Virtual?
SAMUEL: Tenho medo de me descrever para não parecer metido. (Risos) Mas tenho uma vida bem pacata, tenho amigos, meu pai é pastor, então vocês já imaginam o resto. Sou muito feliz com o que tenho, me sinto muito realizado na minha vida pessoal, muito mesmo e não é fingimento. Tem muita gente que vive de aparência, eu não preciso disso, sou muito feliz e acabou.
GABO: Samuca, chegou a hora do bate-bola. Nosso jogo rápido. Preparado?
SAMUEL: Ai Deus! Vamos lá.
BATE-BOLA:
TV MIX: O início de um sonho
CYBER TV: Uma família
WEBTVPLAY: Realização
MEGAPRO: Um sonho ruim, mas não chega ser um pesadelo
PERIGOSOS ACASOS: Hot demais
A CESAREIA: Épico
JUDAS: Meu xodó
LITERÁRIO: Eu prefiro roteiro, mas acho necessário
RAÇA: Decadência
MUNDO VIRTUAL: Purgatório
FRASE: "Não limite seus sonhos. Eles podem te levar a lugares inimagináveis"
SAMUEL POR SAMUEL: Uma pessoa querida, mas que precisa melhorar muito.
GABO: Samuel, chegamos ao final da nossa entrevista. Para encerrarmos, fica o espaço ara as considerações finais.
SAMUEL: Olha. Confesso que estou emocionado. Desde Perigosos Acasos, eu sonhei em ser entrevistado por você. Muito, muito obrigado pelo convite. Desejo o melhor que há nesse mundo à você e a WebTV. Beijos.
GABO: Samuel, obrigado pela participação no Diário do Autor. Fico feliz e lisonjeado pelo carinho e feedback. Sucesso nos novos projetos. O Boletim Virtual fica por aqui. Voltamos na próxima edição. Até lá.
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