Os magos aparecem repentinamente em meio a uma
clareira e enxergam uma linda floresta com o característico som de pássaros e
bichos silvestres. O sol está se pondo e seus últimos raios beijam as copas das
árvores.
Ao longe se podem ver ruínas de pirâmides pertencentes
à cultura Maia.
- Agora sim, fiquei assustado com esse transporte
rápido. – Fala Akidaban.
- Eu poderia ter feito um assim também. Mas iria
gastar muita energia e o papai aqui tem que se preservar para os perigos, tá
ligado? – Comenta Jack.
- Chiatzal? – Pergunta Glenda olhando a menina com
as pernas fracas quase caindo.
Chiatzal olha para Glenda e cai repentinamente
como se estivesse para desmaiar. William Carter a segura no último instante.
- Desculpem, estou muito fraca agora. Fiz um
esforço repentino muito grande para esse corpo tão pequeno. Acho que depois que
dormir um pouco vou ficar melhor.
- Mas onde estamos, pequena? – Indaga Carter.
- Nós estamos em Ek Balam, sítio arqueológico de
Yucatán no sudoeste do México. Precisamos encontrar a pirâmide da serpente da
lua. Lá nós vamos achar o primeiro fragmento.
A criança então encosta a cabeça no peito de Carter e começa a dormir.
- Ela dormiu, gente. E agora? Nem pra indicar a
tal pirâmide. – Fala o mago brasileiro.
- Não estamos longe, Akidaban. Tem algumas daquele
lado. Glenda vai nos orientar e vamos encontrar depressa. Capisci,
Glenda? – Comenta Lorenzo aguardando a afirmação da companheira de jornada.
Glenda acena positivamente com a cabeça e começa a
caminhada dizendo:
- Vamos encontrar essa tal pirâmide, meninos.
Os outros a seguem, mas quinze minutos de
caminhada depois começam a escutar som de animais vindo em sua direção.
Percebem que do meio da mata vem em sua direção dois
animais monstruosos do tamanho e parecidos com cães, mas repletos de espinhos
em suas costas. Outro vem em seguida por trás dos dois primeiros.
- Mas que merda são esses bichos? – Questiona
Akidaban incrédulo.
- Não sei e nem quero dar a chance que eles se
apresentem, negão. – Fala Jack enquanto movimenta os braços e em seguida aponta
o chão com os dedos indicador e médio desenhando círculos.
Os cães monstruosos caem então num portal circular
feito por Jack Harper, que então abre outro a vários metros de altura acima das
árvores. Fazendo com que os cães alienígenas tombem sobre galhos e em seguida
alcancem o chão há uma certa distância.
- Essa foi boa, Jack. Tá melhorando, hein? –
Comenta Akidaban.
- O pai tá on, pivete.
- Que tipo de animais são esses? – Pergunta
Carter.
- São cães alienígenas com certeza. Mas ainda não
sei precisar de qual planeta. Precisamos nos proteger caso eles voltem. –
Afirma Glenda.
Antes que algum dos cães
alienígenas venha a atacar é escutado um apito fino que faz cessar os rosnados
ao longe.
- Não vamos esperar pelo
pior. Vamos em frente, pessoal. Jack e Akidaban, protejam a retaguarda. Glenda
e eu vamos cuidando da dianteira. – Comanda Domenico Lorenzo.
Todos afirmam com a cabeça e
seguem o caminho num passo mais apressado dessa vez.
Ao caminharem um pouco mais
adiante os magos encontram uma pirâmide maia onde em sua frente se encontra um
poste de madeira enterrado e inclinado na areia onde veem um espécime da raça
Yautja amarrado e com a cabeça baixa. Ao se aproximarem da criatura esta acorda
e faz sons guturais ao abrir sua boca com pinças que lembra um caranguejo.
- Um Predador? Sério?! – Fala
Jack estupefato.
- Não é só ficção em filmes,
Jack. É uma raça que deu origem a ideia das mídias. Os cães devem ser de algum
deles. – Explica Glenda.
- Vamos parando por aí. Quer
dizer que tem mais deles? – Indaga Akidaban.
- Se tem um preso, alguém o
deixou amarrado. E dificilmente eles são derrotados por outras raças. – Conclui
Glenda.
- Então vamos entrar logo na
pirâmide, que aqui não é seguro para a criança, pessoal. – Comenta William
Carter preocupado.
- Só um momento. – Fala
Lorenzo enquanto se aproxima do ser alienígena.
Os outros magos olham
atentamente o siciliano se aproximar da criatura levantando um de seus bastões
de combate. Esperam que a qualquer momento ele desfira um golpe de misericórdia,
dando fim a humilhação do ser amarrado.
Falando uma palavra numa
língua antiga, Domenico Lorenzo atinge a corda cortando-a num golpe rápido e
libertando a criatura.
- Você está louco, Dom? –
Pergunta Carter.
O Predador encara o seu
libertador olhando nos olhos apesar de ser mais alto e imponente que ele. Então
faz um sinal de aprovação com a cabeça e se afasta.
- Ufa, quase me caguei agora,
gente. – Fala Jack.
- Vamos subir. Rápido. –
Insiste Lorenzo.
Enquanto estão subindo a
escadaria, Jack Harper percebe um pequeno dispositivo eletrônico sobrevoando
aqueles arredores. Parece um pássaro, mas na verdade é uma espécie de drone
alienígena.
- Acho que estamos sendo
observados, moçada. – Alerta Harper.
A pirâmide não tem entrada
lateral, a única entrada é no topo da mesma. Quando os magistas sobem ao topo, veem
por meio de uma abertura e utilizando a lanterna de smartphones, que no meio de
uma câmara escura se encontra um altar com inscrições em Maia antigo e corpos
de pessoas com um buraco aberto no peito.
O sol está se pondo e a
incidência dos últimos raios do sol daquele dia permite que os magos vejam
imagens um pouco distorcidas, como se fosse vidro opaco, vindo de dentro da
floresta. Uma destas distorções de vidro aponta uma pequena faixa de luz
vermelha com três pontos para o peito de Akidaban.
- Cuidado, Akidaban! – Fala
Lorenzo empurrando o amigo negro enquanto um tiro de energia passa entre eles a
centímetros do braço do mago italiano.
- Então eles chegaram. São
três. Dom, vai com Glenda e leve a criança. Eu, Jack e Aki, vamos cuidar deles.
– Instrui William Carter colocando suas luvas pretas nas mãos e se preparando para
a batalha.
- Gostei, Nerd. Tava meio
chato aqui mesmo. – Comenta Harper.
- Tamo esperando o quê,
galera? – Diz Akidaban retirando um chocalho indígena de sua bolsa lilás. Em
seguida ele senta e começa a recitar palavras quase inaudíveis, enquanto mexe o
chocalho num pequeno ritual.
Jack Harper abre um portal circular
na frente de si mesmo e de William Carter para então pegar o braço do cientista
e dizer:
- Vamos pegar um atalho.
Num piscar de olhos aparecem
atrás dos Predadores e atacam os oponentes enquanto não estão esperando. Carter
aperta uma sequência de botões em sua luva e depois toca o chão, fazendo com o
que o inimigo mais próximo ceda ao chão fofo como em areia movediça e depois
sinta a terra se petrificar lhe prendendo.
Harper corre num ataque
rápido e acerta as costas de outro oponente com um chute do tipo voadora em
suas costas.
O terceiro Predador está
mirando sua arma laser de três pontos triangulares para a cabeça de Akidaban
que ficou no topo da pirâmide. Carter percebe o perigo que seu amigo se
encontra e tenta se aproximar para impedir, mas não dá tempo.
Quando o alienígena se
prepara para disparar, Akidaban abre os olhos com um brilho de cor azulada e
então o Predador recebe um golpe de espada destruindo seu pequeno canhão laser
no ombro.
Foi atacado por um homem
alto, negro e musculoso de capacete de ferro, com ombreiras e braçadeiras de
metal brilhante. Uma roupa azul cobrindo parte do tórax e uma capa esvoaçante
completam suas vestes.
- Obrigado, Ogum. – Diz
Akibadan enquanto o guerreiro espiritual negro continua a atacar o inimigo com
sua espada do tipo cimitarra.
A alguns metros Jack se
esquiva dos ataques do seu oponente que ataca com seu punho equipado com duas
lâminas retráteis e mortais. Em seguida escuta o barulho de cães enormes se
aproximando.
- O negócio vai ficar mais
complicado do que eu pensei, Nerd. – Comenta Jack em direção à William Carter.
– Os totós do demo estão voltando.
Carter usando sua magia
amplia a força de seu golpe e acerta um soco perfurando o peito do Predador que
estava com as pernas presas, não lhe dando chance de reação.
Depois, ainda arfando pelo
esforço, se vira para Jack e diz:
- Quer que eu cuide deles?
Jack então leva um golpe com
as costas da mão do Predador que estava enfrentando e é jogado, caindo quase
aos pés de Carter. Tentando se recobrar da dor, então exclama:
- Deixa todos esses filhos da
puta comigo! Agora a coisa ficou séria.
- Só espero que seja rápido,
Jack. Por que os alienígenas que se assemelham a cães já chegaram. – Comenta
Carter.
Logo em seguida, os três cães criados pelos Youtja chegam e cercam os dois magos, enquanto rosnam se preparando para o ataque.
Enquanto isso, Lorenzo
segurando a pequena menina albina, ainda dormindo, num braço e tocando o ombro
de Glenda com o outro, passa a pronunciar palavras em sânscrito. Para então
começar a levitar devagar e descer para o interior da pirâmide. Glenda ilumina
a área com a lanterna de seu smartphone.
Ao descerem para o solo no interior da pirâmide
encontram próximo do altar três formas ovais gelatinosas que começam a se
abrir. No outro lado da câmara veem três xenomorfos com suas garras, caudas e
boca interior prontos para atacar. Criaturas conhecidas pelos filmes da
franquia Alien. Todos sedentos de carne humana.
- Farabuttos, estavam esperando pela gente.
– Fala Domenico Lorenzo se preparando para lutar com um só braço.
- Pois eles não vão gostar por termos chegado. –
Comenta Glenda, enquanto toca suas têmporas com as mãos e inicia uma magia em
que seus cabelos azuis começam a levitar.
Quando os aliens adultos e os pequenos facehuggers
saltam para atacar os magos visitantes, um triângulo brilhante aparece na testa
de Glenda. E todos os xenomorfos hostis param de se movimentar entrando numa
armadilha mental controlada pela maga.
Em seguida, essas criaturas começam a se atacar
entre elas vindo a restar, em poucos instantes, apenas pedaços delas e
esguichos de sangue verde e ácido no ambiente.
- Gostei do efeito. Ainda bem que está no nosso
lado. – Comenta Lorenzo.
- Essa foi só amostra grátis, gato. Vamos
verificar o altar e sair logo daqui.
Lorenzo percebe que Chiatzal acorda por um instante e aponta para o altar, que emite um brilho violeta e aparece o contorno de uma tampa que cerra o esquife. A caixa deve ser aberta. O fragmento celestial está lá dentro.
Fora da pirâmide, um dos Youtja luta bravamente
contra o guerreiro negro, mas tomba diante da espada do orixá que veio em
auxílio de Akidaban. Ogum se vira na direção de Akidaban e cumprimenta com a
cabeça antes de desaparecer. O mago brasileiro desperta do transe de sua magia
espiritual.
Mas ali perto, Jack se levanta devagar e diz para
Carter:
- Quando eu der o sinal você pula o mais alto que
puder, Nerd.
- Quê?! Mas pra quê? – Indaga Carter.
- Só faz o que estou te dizendo, porra!
- Então tá bom, só espero que não seja mais uma
das suas ideias malucas. – Fala Carter preocupado.
O Predador que acertou Jack está se aproximando
com suas lâminas prontas para um novo ataque e os cães Youtja salivam
impacientes se preparando para investir.
Jack Harper joga o smartphone no chão e começa a
fazer sinais com as mãos, para então dizer:
- Agora, Nerd!!
Os cães avançam enquanto William Carter e Jack
pulam cerca de meio metro. Jack em seu salto joga as pernas para cima enquanto
abre a palma da mão para baixo em direção ao smartphone. Num instante uma linha
divisória de energia, como de uma abertura de um portal, cobre um raio de
quinze metros na altura em que a mão de Jack estava.
Os inimigos param. Carter e Jack caem meio de mal
jeito enquanto olham. A árvore que estava próxima começa a cair, os cães
alienígenas tombam fatiados exatamente na altura que a linha de energia passou,
e o Predador remanescente vai ao chão com suas pernas cortadas um pouco abaixo
dos joelhos.
- Pela maçã de Newton, como você conseguiu isso?
- Nem eu sabia que sabia. Foi improviso... e deu
certo.
Enquanto os amigos conversam passam a ouvir uma
risada do Predador que teve as pernas amputadas. Ele está apertando botões num
dispositivo tecnológico no seu antebraço com caracteres estranhos num contador
digital, enquanto dá risadas guturais com sua boca enorme em meio a pinças que
lembram as de um caranguejo.
- Isso não é bom. – Fala Carter.
- Não brinca... – Fala Jack abrindo um portal e
empurrando Carter para dentro para segui-lo na sequência.
Eles saem em outro portal no topo da pirâmide ao
lado de Akidaban. Olham para o mago brasileiro e Carter diz:
- Não temos tempo de explicar, mas agora é hora de
sairmos daqui. Os outros ainda estão na pirâmide?
- Sim. Estão, mas...
- Sem tempo de explicar, negão. – Fala Jack
interrompendo Akidaban.
Carter utiliza o poder de suas luvas e um cálculo
mental com requintes de trigonometria, faz com que ele produza uma magia onde o
solo da pirâmide, logo abaixo da entrada, se eleve e se transforme numa espécie
de escorregador.
- Vamos nessa, senhores. – Fala Carter pulando e
descendo.
- Alguém quer me explicar... – começa Akidaban
quanto é interrompido de novo por Jack.
- Vai logo, seu cara de merda.
Dentro da pirâmide, o mago italiano deixa a menina
sentada ao lado e começa a abrir o esquife. Glenda e ele notam que o fragmento
celestial é um pequeno cubo negro com uma aura de cor violeta. Chiatzal se
levanta e está diferente. Cresceu. E agora não parece mais uma criança de cinco
ou seis anos, mas uma adolescente no início dos doze anos.
Ela fala:
- Que bom que conseguiram. Agora temos que ir
embora para o local do próximo fragmento.
- Não sem meus companheiros. – Fala Lorenzo.
- Se está falando da gente, estamos aqui, Dom. –
Diz Carter ao chegar ao solo.
Jack e Akidaban chegam em seguida.
- Tem uma bomba alienígena lá fora. Como vamos
sair daqui? – Pergunta Carter.
- Bo..bo..bomba? – Indaga Akidaban.
- Chiatzal, vamos embora daqui. – Fala Glenda para
a adolescente albina.
Chiatzal confirma com a cabeça e pede para todos
se aproximarem.
A garota passa uma mão na outra e prepara uma
palma, que ao tocar com a outra saem fios luminosos que vão se multiplicando e
envolvendo o grupo de magos. Instantaneamente eles vão desaparecendo aos poucos
enquanto veem uma explosão destruir as paredes da pirâmide.
Jonnathan Freitas
Elenco
Direção
Carlos Mota
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
Copyright © 2023 - WebTV
www.redewtv.com
Comentários:
0 comentários: