CAPÍTULO 09
Música: My imortal – Evanescence.
Seis pessoas observam a cena,
assustados, além dos policias e peritos. Um homem, de jaleco branco, tira diversas
fotos do crime. A delegada conversa com um dos peritos.
- Foi um crime premeditado.
Apesar do ferimento estar em uma região que a própria
vítima poderia ter atingido por descuido, a arma do crime não foi encontrada. O
assassino enforcou-a para não ter chance de sobrevivência. – Disse a delegada.
Seus olhos acompanhavam o corpo da mulher, que fora colocado em um saco preto e
em seguida levada para fora do evento.
- Boa noite. O que aconteceu aqui? –
Eva aproximou-se da delegada. As duas apertaram-se as mãos. – Eu sou a dona do
salão.
- Um assassinato. – Massageou seus
cabelos. – A senhora deverá comparecer na delegacia em uma hora.
- Delegacia? Mas eu não sabia de
nada! – Gritara. Os convidados olhavam para ela assustados. – Eu só vim aqui
porque suspeitei...
- De qualquer maneira a senhora seria chamada. Tem muita gente que não tem nada a ver com o crime, mas será conduzido a delegacia para prestar depoimento. – Andou alguns passos para frente. – Até mais.
***
Música: Rihanna – Diamonds
Adentram na delegacia todos os
convidados. Eles depositam os celulares em um saco plástico. Em seguida, se
sentam nas cadeiras estofadas.
Guilherme, de pé, observa a mulher
que vira anteriormente entrando numa sala. Em ordem, os policiais chamam um a
um em intervalo de quatro minutos aproximadamente para prestar depoimento com a
delegada.
Após aproximadamente três horas, restam apenas Guilherme, Iolanda, Carla, Margot, Vivian, Maria Paula e Carlos Henrique. Eva acabara de deixar a sala. Sua expressão facial indicava nervosismo. Encaminhou-se para fora do ambiente, estendeu o braço e com o dedo indicador, parara um táxi.
- Por favor, Guilherme Steffens. – O policial olhara a lista de convidados. – É a sua vez.
Guilherme adentrara na sala. Vira a mulher pela terceira vez. O policial fechara a porta e permanecera ao lado de fora. A delegada enviava uma mensagem pelo seu celular, sem perceber que havia uma pessoa ali.
- Com licença. Mandou me chamar...
Doutora? – Guilherme permanecia em pé, olhando para os belos pares de olhos
verdes.
- Você? – Pôs o celular no bolso e
relembrara o momento em que o vira pela primeira vez.
- Está se sentindo melhor? – Ele
perguntou, fitando-a.
- Sim, sim... Foi um mal-estar
passageiro. – Olhara para a janela que dava para o corredor da delegacia. O
policial havia dado duas batidas e mostrando o relógio para ela, um pouco
nervoso. – Então. Vamos ao depoimento? Meu nome é Bruna Muniz, delegada
responsável pelo caso. É algo rápido. Preciso que me diga a sua relação com a
vítima, onde estava na hora do crime e qual foi a última vez que a viu antes do
crime.
- Eu e a Lana éramos casados há doze
anos. Temos um filho de sete anos. Um pouco antes do crime, eu encontrei a Lana
aparentemente bêbada e discuti com ela. Depois, eu segui ela até a fonte de
água.
- E o que aconteceu depois? – Os dois
foram interrompidos por um policial. – O que houve?
- Doutora, tem uma mulher no telefone
chamando por ele. – Olhara para Guilherme. – Ela disse se chamar Rosa.
- É a babá do meu filho...
- Transfere a ligação para mim, por
favor. – Pediu educadamente. O policial assentira fechara a porta. – Pode usar.
- Rosa? O que aconteceu? – A voz do
outro lado da linha poderia ser ouvida.
- Senhor, eu tentei ligar para o
celular da dona Lana e para o seu também. Mas nenhum atendeu e disseram que
estavam na delegacia... Acontece que o Arthur teve um pesadelo com a morte da
mãe e eu não sei o que fazer. Ele não quer dormir!
- Rosa... – Limpava as lágrimas que
escorriam de seu rosto. – Dê um copo de leite morno para ele, dorme com ele,
tudo bem? Eu volto para casa de manhã cedo. – Terminara a conversa e colocara o
telefone no gancho.
- E aí? – Perguntou.
- Parece que o Arthur previu a morte
da mãe. A Rosa disse que teve um pesadelo. – Olhou para a delegada. – Como se
explica para uma criança que a mãe morreu?
- Diga a verdade. – Aproximou sua mão
ao braço de Guilherme, mas puxara de volta para seu colo. – Não alimente
esperanças nele. E faça isso o mais rápido possível. – Olhara o relógio. Eram
aproximadamente 03h45. – Você está liberado, pode voltar para casa.
- Obrigado. – Olhou para a delegada e abrira a porta.
***
Carla fora chamada em seguida. Bruna fazia as perguntas e ela balançava a cabeça de acordo com a resposta. A delegada ficava cada vez mais nervosa, e andara de um lado para o outro, repetindo as perguntas.
- Qual o seu parentesco com a vítima?
– Perguntou, colocando sua cabeça ao lado de Carla.
- Sou prima, assim como a Margot. –
Sorriu. – Poderia ter nos chamados juntas, pouparia seu mísero trabalho.
- Onde estava na hora do crime?
- No banheiro. – A resposta não
convencera Bruna.
- Qual foi a última vez que a viu?
- Ela tinha saído do banheiro e ido
para a fonte de água.
- Pode sair. – Disse.
***
Iolanda, Maria Paula, Margot e Carlos Henrique foram chamados individualmente a sala da delegada. Porém, nenhuma resposta que ouvira agradara Bruna. O relógio marcava 06h40 quando terminara de ouvir a irmã da vítima, Maria Paula.
- Então doutora? Alguma pista? – O
inspetor invadira a sala.
- NADA! – Gritara. – Desculpe-me. Mas
provavelmente apenas as últimas sete pessoas que conversei estão envolvidas de
fato no crime.
- E o marido?
- Creio que não seja ele o assassino.
Mas se é, frequentou ótimas aulas de teatro. – Pegara sua bolsa. – Vou para
casa, descansar e mais tarde eu volto, ok?
- Tudo certo. – Parou-a no caminho. –
E se houver alguma denúncia?
- Você anota, grava, dita. Mas não quero ser incomodada com isso até quatro horas da tarde, ok? Tenha um bom dia.
***
Música: American Authors - Best Day Of My Life.
Iolanda, Margot, Carla e Vivian se encontram num bar, afastado da cidade. Elas bebem cerveja enquanto conversam.
-
O que foi a festa ontem? – Carla bebia o sexto copo de cerveja. – Terminou em
grande estilo!
-
Realmente. Quem fez o serviço se saiu ótimo! – Iolanda rira. – Agora temos a
delegadinha para cuidar.
-
Não! - Margot, um pouco bêbada interrompera Iolanda. – Ouvi dizer que nos
deixaram por último por suspeitar da gente. Então, se a delegada for apagada,
vão suspeitar da gente num piscar de olhos.
-
Mas... – Vivian tentara falar.
-
O que importa é que a Lana morreu. Está ardendo no inferno nesse exato momento.
– Margot levantou-se e pagara a conta no caixa. Carla, bêbada, tomara o último
copo de bebida alcoólica.
-
Onde vocês vão?
-
Vamos sair do país pela fronteira. Alguém quer ir junto?
- Não, não... – Responderam, observando as dezesseis garrafas em cima da mesa. – Vamos ficar por aqui.
As duas, cambaleando, saem do bar e adentram num veículo roubado. Carla senta no banco do motorista e Margot acena sentando-se no assento de carona. Elas passariam para a Colômbia e lá pegariam um jatinho para a França com identidades falsas.
Um homem, funcionário do bar, observa as quatro mulheres e disfarçadamente telefona para uma pessoa:
- As quatro estavam aqui, chefe. Mas duas, Carla e Margot saíram dizendo que iriam sair do país pela fronteira. – Cochichava, para ninguém ouvir. Iolanda e Vivian continuavam sentadas, bebendo a cerveja em pouca quantidade.
***
Guilherme está sentado na porta da delegacia. Bruna mexe no celular quando percebe o homem. Ela olha para trás e senta-se ao lado esquerdo.
-
Achei que já tivesse ido embora. – Guardara o celular na bolsa. – Tudo bem?
-
Eu fiquei aqui, pensando. A Lana reclamava que eu não cuidava do nosso filho
direito. E era verdade. Agora que ela morreu, não sei o que será dele. De certa
forma ele era apegado a mãe.
-
Como assim? Você não quer cuidar do seu filho?
-
Não. Não é isso. – Olhara para a delegada. – Mas eu não sei como fazer isso.
Ele pode me acusar.
-
Isso é normal, Guilherme. Como você disse, o seu relacionamento com a sua
mulher não era dos melhores e por isso as brigas, não?
-
Sim.
-
Você precisa encarar essa situação de frente. O seu filho também é vítima. Se
ele souber ainda hoje, melhor. – Levantou-se. – Venha, vou te levar para casa.
***
Eram sete horas da manhã. Rosa, trajando seu uniforme de babá, uma calça e blusa branca segura na mão de Arthur. Ela carrega sua mochila de rodinhas. O menino caminha sem pronunciar uma palavra.
-
Tia... Onde está a minha mãe? Ela não apareceu ainda!
-
Eu não sei, Arthur. O seu pai vai vir te pegar e vocês conversam na saída, tudo
bem?
- Sim. – Disse com a cabeça baixa. Ele pegara a sua mochila e aproximara-se da escada. – Tchau.
A babá saíra rapidamente da frente da escola, sem olhar para trás. Virara para a esquerda e Arthur, sem ninguém perceber, correra para o lado direito da escola. O portão fora fechado. Enquanto isso, Arthur corria com a sua mochila, aos prantos.
- Eu quero a minha mãe... – Disse, parando num banco e ficara ali por horas.
***
Música: La Plata – Jota Quest
“JUÍZA CRIMINAL DO RIO DE JANEIRO É MISTERIOSAMENTE EXECUTADA DURANTE EVENTO EM RENOMADO ESPAÇO”. Maria Paula servia-se de café e lera o jornal.
- Sua vida durou muito irmãzinha. MUITO! – Jogara a xícara de café contra um espelho, que caíra no chão em pequenos pedaços.
Rachel descera das escadas, com uma cara cansada. Sentara-se na ponta da mesa e lera o jornal, em seguida para Maria Paula.
-
Você tem alguma coisa a ver com isso, Maria Paula? – Dobrou o jornal e jogou em
sua cara. – Acabou de sair da prisão por um crime imperdoável. Se você tiver
algo a ver com isso eu não respondo por mim.
-
NUNCA MAIS REPITA ISSO! – Batera na mesa. – A senhora sabe da verdade e o
quanto eu sofri com isso. A Lana viveu muito mais do que devia. Se eu fui a
responsável ou não, só a polícia vai dizer.
-
O que aconteceu entre as duas não vem ao caso agora. – Conteve-se. – Se você
matou ou não também não importa. Mas pelo menos faça a imagem de boa tia com o
Arthur. Se eu o conheço, vai acusar o Guilherme e se negará a conversar com
ele.
-
E por que eu faria isso? O Arthur deve ser farinha do mesmo saco.
- Ele é único herdeiro da Lana. Então, se ele ficar com nós, temos grandes chances de mexer no valor. – Rachel rira, enquanto Maria Paula olhara para o lado preocupada.
***
Música: De Janeiro a Janeiro – Roberta Campos e Nando Reis.
O carro de Bruna parara em frente a um condomínio, onde Guilherme residia. Os dois se entreolharam, um pouco tímidos. Eles queriam saber algo um do outro, mas ambos transpareciam nervosismo.
-
Não entendo o porquê de a senhorita estar se preocupando comigo, pelo menos por
enquanto. Eu sou um suspeito e você uma delegada que pode me prender a qualquer
momento.
- Não. Estas enganado. A
minha profissão não é só prender. É ajudar também. Pelo fato de ser uma
delegada, todos acham que eu sou fechada carrancuda. Sou totalmente ao
contrário. Mas me responda. Como amigo: você tem envolvimento com a morte da
sua mulher?
-
Não. – Respirou fundo e olhara para Bruna. – Mas todos os convidados dizem que
fui eu. – Sorriu e permaneceram em silêncio. – Até mais.
-
Até. – Mostrou um sorriso com os lábios. – Ah. Fique com o meu cartão. – Pegara
a sua carteira grande Louis Vitton. - Qualquer coisa que precisar, me telefone
com esse número. Acho meio difícil, fiquei com todos os celulares. Mas em breve
eu devolvo, não se preocupe.
-
Eu tenho outro pessoal, dou...
- Bruna. Dentro da delegacia é doutora e fora apenas Bruna. – Fitaram-se. Guilherme aproximara-se cada vez mais do rosto da bela mulher e dera um beijo carinhoso na bochecha. – Eu confio em você, Guilherme. – Ele saíra do carro, balançando a mão de um lado para o outro. Por fim, abrira o portão e adentrara no condomínio.
***
Carla, muito bêbada dirige em alta velocidade. Margot, bebendo mais uma garrafa de bebida alcoólica, ri sozinha. O carro anda em ziguezague.
-
Viva a vida! Viva a felicidade! Viva... – Margot gritava, colocando sua cabeça
para fora da janela. Carla cutucara Margot. – O que foi, hein?
-
A minha bolsa, Margot. Pega a minha bolsa!
-
Já peguei...
-
Tira dela o saco plástico. E coloca no porta luvas.
-
Isso... Isso é uma faca enrolada num pano! –Pegara o pacote.
- Sim. Agora põe onde eu disse. Anda!
Assim que coloca o saco plástico dentro do porta luvas, Margot olha para frente. Carla joga sua bolsa para o banco de trás.
-
CARLA! – O grito sucede um acidente. O carro atropela uma mulher loira, nas
mesmas características de Carla. O carro capota quatro vezes e Margot é
arremessada para fora do veículo, enquanto Carla, que usava o cinto de segurança
permanece desacordada, com sangue escorrendo em seu corpo.
Copyright © 2023 - WebTV
www.redewtv.com
Comentários:
0 comentários: