1x05 - DWARAKA
- Sejam bem-vindos a Gujarat, a costa oeste da
índia, onde Krishna estabeleceu a dinastia dos Yadavas que governavam o reino
de Anarta. E aqui foi onde Krishna fundou a cidade mítica de Dwaraka há 5000
anos. – Diz Chiatzal.
Os magos se encontram na costa indiana próximo a
um vilarejo numa linda noite estrelada. Decidem procurar uma pousada para comer
alguma coisa e descansar um pouco. A garota albina adolescente demonstra
cansaço novamente e é ajudada por Akidaban e Glenda até chegarem ao local de
repouso.
Próximo dali se acha uma grande fogueira e cerca
de 25 indianos com trajes ritualísticos chamados Salwar Kameez e mulheres
vestindo sáris (vestido tradicional indiano). Todas as pessoas ali tem um
brilho azul muito claro nas pupilas dos olhos.
Chiatzal diz:
- São seres humanos que estão sendo utilizados
como hospedeiros de uma raça diferente chamada de souls. A maioria deles são
pacíficos. Acho que não terão problemas. O próximo fragmento está na cidade de
Dwaraka que está submersa e naquela direção. – Fala a adolescente apontando
para o mar ao leste. - Mas agora tenho que descansar um pouco, está me vindo
muito sono... – Chiatzal encosta no ombro de Akidaban e volta a dormir.
- Dormiu de novo?
E agora? – Indaga Jack.
- Vamos descansar um pouco naquela pousada ali.
Acho que precisaremos de Chiatzal acordada para nos dar mais informações. Pela
manhã vamos resolver isso.
- Até que enfim vamos ter um tempo pra gente. Vou
querer um banho e uma cerveja gelada. – Comenta Jack.
- Mesmo assim temos que ficar em alerta, Jack.
Melhor revezarmos em turnos. O mundo não é mais o mesmo. – Aconselha Carter.
- Eu começo com o primeiro turno. Vamos ficar em
poucos quartos e próximos. – Fala Akidaban.
Os presentes concordam e têm uma noite de descanso
após uma refeição de curry kissed salmon (molho curry com salmão e arroz), naan
(pão indiano) e frutas da região.
Lá pelas 23 horas da localidade, Glenda sai do
quarto e encontra Akidaban no corredor próximo a uma janela do segundo andar do
pequeno hotel.
Ele a olha e se encanta com a beleza da moça de
lindas curvas, mesmo com o sobrepeso, sendo realçadas suas formas dentro de um
sári recém adquirido, de cores lilás e verde.
- Você está mais linda do que o normal, gordinha.
Ela se aproxima da janela apresentando um sorriso
de dentes perfeitos entre lábios carnudos e desejáveis.
- Obrigado. Não sabia se iria ficar bem em mim,
mas sempre quis usar um. Comprei com o recepcionista.
- Eu deveria estar de guarda e agora não consigo
parar de olhar pra você. – Comenta Akidaban entre risos.
Glenda olha nos olhos do negro alto e depois se
vira para a janela. Mira a lua cheia de uma costa indiana. Suspira, agora numa
expressão preocupada e diz:
- Acha que vamos conseguir terminar essa jornada?
- Eu nunca paro de acreditar no nosso potencial,
Glenda. Meus amigos e eu já passamos por muita coisa. Um dia, quando tivermos
tempo, poderei te contar com mais detalhes. E vamos passar por essa também.
Ainda mais tendo a Chiatzal e você com a gente.
- Obrigado
pela acolhida, Aki. Mas não sou tão importante.
- Pra mim você está se demonstrando super
importante. E ainda mais pra mim.
As últimas palavras de Akidaban são proferidas
devagar enquanto mira os fundos dos olhos castanhos de Glenda. Ela aproxima o
corpo do mago brasileiro que por sua vez aproxima seu rosto do dela.
Um beijo terno e apaixonado acontece sob a
luminosidade daquela lua cheia. O tempo parece parar naquele instante e para
ambos a existência ganha um novo significado.
O beijo cessa lentamente e Glenda ao abrir os
olhos fala:
- Hora de voltar para o meu quarto. Vou deixar
você terminar seu turno. Não sabemos o que nos aguarda amanhã, melhor eu ir
descansar.
- Sim, melhor. Boa noite. – Fala Akidaban meio a
contragosto a princípio. Mas depois entendendo a situação.
Glenda lhe dá um ultimo beijo rápido e depois
volta pelo corredor até seu quarto, mandando uma piscadela ao olhar para o
negro apaixonado, antes de entrar no quarto.
Akidaban volta a seu posto com uma esperança
renovada e ainda mais disposto a resolver toda a situação. No anseio de
encontrar a tranquilidade de um encontro com a moça num futuro breve.
Uma hora depois Carter aparece e toma o lugar de Akidaban na vigília, e assim, aquela noite passa entre troca de turnos.
No dia seguinte, após o desjejum os magos passam
pelo monumental complexo de templos em Dwaraka e vão até a praia por trás
deles, com Chiatzal já acordada. Mas ao chegarem na praia um grupo de pessoas
vêm até os magos, e um senhor com as pupilas dos olhos azuis claros, pinturas
vermelhas nas bochechas acima de uma longa barba grisalha e uma vestimenta
tradicional dos sacerdotes hindus, diz:
- Namastê, - enquanto coloca as mãos em palmas na
frente do corpo em cumprimento - Sou Sadhu. Preferi continuar com o nome do
terreno que estou cuidando. Sou de um povo chamado Souls. Temos a intenção de
cuidar deste planeta já que os humanos que o habitam o estavam degradando e
destruindo a si mesmos. Tenho cerca de 2300 anos terrenos e vivemos passando
por planetas a fim de melhora-los. Para isso habitamos os corpos dos moradores
e fazemos mudanças significativas no modo de administrar os recursos do ambiente.
- O que deseja de nós, Sadhu? – Pergunta Lorenzo.
- Estou disposto a duelar com dois de vocês pelo
artefato mágico que vocês têm e pela garota alva. Devo avisar que nunca perdi
um confronto e sou conhecido em outros mundos como o “Senhor das Mágoas”.
- E se ganharmos, o que vamos ter em troca? –
Pergunta Carter.
- Auxílio para alcançar o que vieram buscar nesta
região. – Responde o indiano desafiante.
- Não vai precisar de dois oponentes, Sadhu,
senhor das mágoas. Você será magoado pela humilhação ao ser derrotado por mim,
Akidaban, o iniciado nos segredos espirituais e nos caminhos dos orixás.
- Aki, você tem certeza? – Pergunta Glenda
preocupada.
- Não se preocupe, senti o poder espiritual nele.
Sou o melhor oponente pra ele dentre o grupo.
- Toma cuidado, negão. Acaba com ele. – Fala Jack
batendo no ombro do amigo lhe motivando.
- Contamos com você, Akidaban. – Incentiva
Domenico Lorenzo.
- Vamos começar, senhor. – Afirma o negro
brasileiro em direção ao indiano vestido de sacerdote.
Ao dizer isso, Sadhu tira de dentro da túnica uma adaga indiana, a desembainha, e com sua ponta corta levemente sua testa no formato do símbolo místico do OM. A luta terá início.
- Favor me acompanhe. – Convida Sadhu fechando os
olhos, e estando em pé junta as mãos como numa prece.
Akidaban entende. Então senta na areia da praia na
posição de flor de lótus a poucos metros à frente do indiano. Ambos estão de
olhos cerrados e entram em meditação.
Todos os outros presentes estão esperando o duelo
começar na ansiedade de um primeiro ataque. Os segundos são longos e
exaustivos. A plateia não entende o que está acontecendo e o silêncio só é
quebrado pelo som do vento e do ir e vir das ondas.
Após alguns instantes, sem qualquer aviso uma
forte corrente de ar separa o grupo dos indianos, espalhando os incautos em
várias direções na praia.
- Puta merda! O que foi isso, nerd? – Jack
pergunta a Carter.
- Foi Aki, mostrando sua habilidade. – Responde
Glenda.
- Como assim? – Indaga Carter confuso.
- Foi o efeito de um ataque de seu psicossoma ou
corpo astral. Eles estão duelando no plano astral. – Responde Glenda torcendo
com um sorriso positivo.
- Corpo astral? Caramba, esse negão ficou fodão mesmo. – Comenta Jack surpreso.
Lorenzo se vira para a Chiatzal e diz:
- Enquanto estão ocupados, vamos pegar o próximo
fragmento. Pode me indicar o local?
- Claro, vai ser fácil. Estava querendo mesmo
tomar um banho de mar.
Assim, Lorenzo e Chiatzal se afastam e entram no mar.
Glenda, Carter e Jack estão preocupados de onde
Akidaban pode estar e onde pode vir um próximo ataque. Logo uma rajada de vento
abre um buraco numa onda. Depois uma cratera na areia da praia.
- Mas pensei que projeção astral não pudesse ter
contato com o plano físico. – Comenta William Carter.
- Eles estão tão evoluídos espiritualmente que a
vibração de suas auras espirituais provoca os efeitos também no nosso plano. –
Fala Glenda espantada. – Não consigo acompanhar os movimentos. Parece uma luta
de Dragon Ball Z.
- Gostei disso, o negão agora vai ser o Goku? – Comenta
Jack entre risadas.
- Mas espere. Aki!!! Cuidadoooo!!!! – Grita Glenda
antes de ficar espantada olhando em silêncio para o vazio.
- O que foi, menina? Fala logo. O que aconteceu
com o negão? – Indaga Jack Harper nervoso.
- Sim, Glenda. Também estou curioso. Por favor nos
fale. – Pede Carter.
- A luta acabou.
Akidaban sentado em posição de meditação cai com a
cabeça para a frente e põe a mão direita na areia para não deixar o rosto tocar
a praia, enquanto acorda devagar do transe.
Sadhu abre os olhos e então diz:
- Você lutou bem, meu caro.
Então o sacerdote indiano cai para trás,
desfalecido pelo esforço da luta espiritual que culminou com sua derrota.
- Iéééééééééé!!! O negão venceu, porraaaaaaaa!!! –
Grita Jack em comemoração antes de levantar o amigo brasileiro.
Os amigos se alegram.
- Você foi inestimável para essa batalha,
Akidaban. – Observa Carter sorrindo.
- Obrigado, pessoal. – Agradece o mago
espiritualista enquanto se levanta com o apoio de Harper.
Glenda vai até ele e lhe dá um terno beijo
aliviado nos lábios. Enquanto Carter e Jack demonstram surpresa com o romance.
- Esse safado além de botar os indianos para
correr, ainda conquista os corações das donzelas. – Fala Jack Harper jocoso.
- Hahaha... Deixa de tripudiar, Jack. Vamos
encontrar o fragmento agora. – Lembra Carter.
- Vocês estão falando desse aqui? – Pergunta
Lorenzo se aproximando com Chiatzal, ainda molhados, e portando outro cubo
negro, mas que emite um brilho verde jade.
- Mas quem é essa garota do seu lado, Dom? –
Questiona Akidaban curioso.
- Ora é a... – Domenico Lorenzo emudece ao se
virar e notar que Chiatzal agora não tem mais doze anos, mas aparenta a flor da
idade de dezoito anos.
- Muito bem, magos. Vocês realmente são incríveis.
Mas não podemos parar agora. Vamos em frente. Não se preocupem com os souls, ao
resolvermos o problema maior eles irão embora. – Pondera a moça Chiatzal
decidida antes de dizer: – Se aproximem.
Novamente fios brilhantes circundam os ocultistas
e logo eles aparecem numa planície onde se encontram diversas cabeças de pedra
gigantes. Estão numa ilha conhecida no mundo todo como ilha da Páscoa.
Jonnathan Freitas
Elenco
Direção
Carlos Mota
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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