CAPÍTULO 10
Margot falecera na hora. Carla, ainda
desacordada é retirada do carro pelos paramédicos. Um homem, de estatura alta,
careca e usando óculos de sol pegara a sua bolsa e procurara seus documentos.
- Maíra Gouveia. – Os documentos eram
falsos para poder atravessar a fronteira.
Carla fora levada pela ambulância
para o hospital mais próximo. A mulher com as mesmas características que fora
atropelada estava morta. O homem procura pelo seu celular, mas não o encontra.
Deixa a bolsa ao lado do carro e
continua seu trajeto.
***
Bruna adentra em sua residência.
Senta-se no sofá e põe uma almofada em sua cabeça e respira. Em seguida, ao
ouvir o som de chaves, vira-se para a porta e vê uma jovem, com aproximadamente
vinte e cinco anos, de cabelos castanhos lisos na altura do pescoço, trajando
um short jeans azul e uma camiseta de manga curta branca com estampa com uma
sapatilha rosa claro com detalhes na ponta. A jovem senta-se ao seu lado, no
sofá e põe a almofada sobre a barriga, bufando.
- Onde você estava? – Bruna
perguntara para a jovem.
- Levei a Giulia no colégio e fui
procurar emprego, mas voltei à estaca zero.
- Amanhã de manhã você procura com
mais calma, tudo bem? – Acariciou seus cabelos. – Essa semana eu ficarei
durante a noite na delegacia, então já sabe o que tem que fazer.
- Plantão? De novo? – Perguntou, um
pouco entristecida.
- É o meu trabalho. – Levantou-se do
sofá e aproximou-se da escada. – Vou subir e descansar. Minha cabeça está
latejando!
***
Guilherme adentra silenciosamente no
apartamento. Ele aproxima-se de uma cômoda que possuem porta-retratos de Lana e
da família. Senta-se no sofá segurando um deles.
Rosa desce as escadas, limpando suas mãos na calça branca e senta-se ao lado do patrão, observando o retrato.
- Eu li o jornal. – Disse, quebrando
o silêncio que pairava no local. – Sinto muito.
- O mais difícil vai ser contar para
o Arthur. – Olhou para a empregada. – Eu vi a Lana morta. Assassinada.
- O Arthur já sabe.
- Como? Você contou pra ele? –
Indagou surpreso.
- Não. Mas ele sentiu que algo
aconteceu com a dona Lana.
- Se eu pudesse voltar ao tempo e
evitar tudo isso...
- Mas não é verdade o que disseram no
jornal? – Pegara-o e dera-o para Guilherme. – Estão dizendo que foi o senhor
responsável pela morte da dona Lana. – Guilherme lê a reportagem e nega com a
cabeça.
***
A ambulância, com a sirene ligada,
para em frente a um hospital público. Os médicos que estão do lado de fora
carregam a maca e a levam para uma sala. Após, ela é encaminhada ao centro
cirúrgico.
A cirurgia durara cerca de duas horas
e meia e Carla fora caminhada para a UTI.
- A paciente foi identificada como
Maíra Gouveia. Sofreu um acidente grave de carro e entrou em coma. – Escreveu
algo num papel e o entregou a enfermeira. – Se ela não acordar nos próximos
dias, teremos que transferi-la para o centro da cidade. – A enfermeira assente
e o médico se retira.
***
Música: You & Me – Feldberg
Uma moça, de aproximadamente vinte
anos, de cabelos ondulados castanhos com mechas loiras nas pontas, trajando uma
blusa vermelha com uma saia de renda branca, carregando uma mala preta grande e
outra de mão, adentra num apartamento grande.
- Mãe? – Pergunta, fechando a porta.
– Mãe, eu cheguei! – Caminha pelos cômodos. Ela volta a sala. – Ué... – Pega as
suas malas e vai ao seu quarto.
***
Iolanda e Vivian, trajando vestido
preto e vermelho respectivamente sentam-se no sofá da sala de estar do
apartamento de Vivian. A última cruza a perna e olha para trás, um pouco
preocupada.
- O que houve, Vivian? – Iolanda
também olhara. – Aconteceu alguma coisa?
- Não, imagina. É a Alessandra. Eu
disse que pegaria ela no aeroporto, mas não deu em virtude da morte da Lana.
- E...?
- Esquece. – Olhou para trás
novamente. – Eu só não me senti bem com o Carlos Henrique na delegacia.
- Por que?
- Ele é o pai da Alessandra,
esqueceu? Se ela descobrir que o pai está aqui, na cidade, ela vai atrás dele,
arma um escândalo, tudo o que imaginar!
- Não entendi.
- Eu disse para ela que o pai foi um
cafajeste comigo, me seduziu e me obrigou a tirar o bebê. Na verdade, ele só
disse que não assumiria a criança.
Alessandra, que ouvira escondida no corredor, caminha lentamente para o quarto sem emitir ruídos. Vivian e Iolanda continuam a conversar.
***
Meio dia e quinze. O sinal do colégio
particular soa. Crianças e jovens, do maternal ao último ano do Ensino Médio
descem os dez degraus e encaminham-se para a parada de ônibus ao lado do
colégio, para os carros e outros fazem seu trajeto a pé. Guilherme avista a
diretora e a professora de Arthur, na porta de saída, observando os alunos. Ele
sai do carro e aborda a professora, que traja uma calça jeans preta e uma blusa
de seda de manga longa vermelha. Seus cabelos são castanhos lisos. A diretora,
de cabelos pretos, utiliza um vestido preto formal um pouco acima do joelho.
- Bom dia. – Guilherme cumprimentou
ambas. – Onde está o Arthur?
- O Arthur não veio a aula hoje,
senhor. – Respondera a professora.
- Como não?! A minha empregada o
trouxe, deixou-o na porta do colégio! – Observou a reação da professora e da
diretora. – ONDE ESTÁ O MEU FILHO?
***
Um ônibus para em frente a um bar.
Arthur, completamente assustado, anda pela região empobrecida. Crianças sem
camisas, homens tomando cerveja e mulheres observando de seus portões o
movimento da rua. Ele senta-se num banco, põe as duas mãos sobre o queixo com
os braços equilibrados na perna e olha para o chão. Um garoto de rua pega a sua
mochila e corre para longe. Arthur apenas os observa.
***
Bruna, deitada na cama, abraça um travesseiro branco. Seu sono é interrompido por um toque de celular. Ela põe sua mão sobre a cômoda onde colocara o celular, pega-o e atende-o.
- Alô? – Era da delegacia. – Quem? –
Pergunta, surpresa.
- Isso, doutora. Duas suspeitas do
assassinato da noite de ontem morreram num acidente de carro. Margot e Carla
Alvarez. As duas estavam fugindo para a Colômbia pela fronteira. – O policial
do outro lado da linha lera notícia da internet. – O trabalho é mais fácil, por
enquanto. Só focar nos cinco restantes e se, nenhum for declarado culpado,
investigamos as duas... O que não vai adiantar muita coisa.
- Entendi... – Pôs a mão na testa. –
Quando eu chegar na delegacia, eu vejo o próximo passo da investigação. –
Desligara o telefone, fechara os olhos e deitara para o lado esquerdo.
Em menos de trinta segundos, o
celular tocara novamente.
- Alô? – Bruna encostara-se na
cabeceira da cama, um pouco irritada.
- Sou eu, Bruna, o Guilherme. – Falou
um pouco nervoso. – É o Arthur...
- Calma. – Sorriu involuntariamente.
- O que tem o Arthur?
- Ele fugiu da escola. Na verdade,
nem entrou na sala de aula. Bruna, por favor. Me ajuda. O meu filho perdido no
Rio de Janeiro. Sabe se lá onde!
- Fique calmo! – Bruna levantara-se
da cama, pegara sua bolsa e saíra do quarto. – Onde você está?
***
Arthur caminha lentamente ao bar,
ainda assustado e senta-se numa cadeira. Ele vê o jornal na bancada e, sem
alcançar, põe sua mão na mesa e consegue alcançar o jornal.
Arthur volta para a mesa e observa
vários homens o olhando.
- “JUÍ-ZA CRI-MINAL DO RIO DE JANEIRO
É MIS-TE-RI-O-SAMEN-TE EXE-CUTA-DA DU-RAN-TE EVENTO EM RE-NOMADO ESPAÇO” – Lê
com dificuldade. E ao encontrar a imagem da mãe, joga o jornal para outra mesa,
cruza os braços e põe sua cabeça entre eles, chorando.
Um homem o tocara em seu cabelo.
Virou-se. Assustou-se com o rosto do homem. Era um bandido, tinha uma arma
pendurada na cintura o qual Arthur pôde ver. Correu para fora do bar andando
pela rua. Vira um ônibus e entrara nele, enquanto observava os pingos de chuva
molharem seu rosto, com a janela aberta.
***
Música: Esperta – Ana Carolina
Iolanda volta para seu escritório.
Antônia não se encontra no local. Ao adentrar em sua sala, depara-se com quatro
homens, todos bem vestidos, aguardando-a.
- Como entraram aqui? – Iolanda
fitou-os. – Quem deixou vocês entrarem aqui?
- A sua secretária. Dissemos que
faríamos uma surpresa e ela não suspeitou de nada. – Disse um que fumava, com a
janela aberta, e observava o movimento. Haviam vários paparazzi em busca de
informação sobre o assassinato que houve no evento da revista.
- Estamos aqui por algo de suma
importância. Na verdade, queríamos adiantar o serviço contra a delegada
- Ah, entendi. – Iolanda sentara-se
em sua cadeira. – Eu mudei meu plano.
- Qual é? – O homem que fumara jogara
o cigarro do alto do prédio.
- Eu quero a casa da delegada em
chamas, com toda a família dentro. – Pegara sua bolsa e retirara um saco
plástico, com um objeto envolvido por um pano. Balançou-o e o mesmo caíra na
mesa. Era uma faca ensanguentada. – E se ela sobreviver TODOS vocês irão entrar
na faca. – Sorrira para os homens a sua frente, que pouco a pouco mostravam-se
assustados.
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