Você e Eu: Capítulo 08

VOCÊ E EU - CAPÍTULO 08
 

CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR:

Enquanto uma mulher abraça Natália. Ela pensa.

Natália: Agora é só esperar a leitura do testamento. Com toda a herança desse velho eu estarei livre pra fugir com o Jorge. 

Ela quase deixa se formar um sorriso. 

Cena 1 – Fazenda Reys / Casa / Sala / Dia / Int.  

Graziela, Miguel e Rodrigo estão em pé. Sentados no sofá Manuel, Susana e Gabriela. 

Graziela: Bom dia, senhor.

Ele levanta-se.

Manuel: Bom dia Marisol. Miguel... Sentem-se. Vamos tomar café.

Susana: Sempre chegam visitas inoportunas no café da manhã.

Manuel (constrangido): Filha... Não liguem pra essa menina.

Miguel: A gente agradece, mas não vamos aceitar. Viemos só pra pedir que o senhor permita que a menina Gabriela vá passear conosco em Vila Verde.

Manoel: Claro que sim.

Graziela abre um sorriso.

Gabriela: Obrigada por se lembrarem de mim.

Susana (debochada): O que vocês vão fazer em Vila Verde? Vão à missa ou vão ficar sentados nos banquinhos da praça?! Então um ótimo passeio pra vocês.

Graziela (irônica): Como você adivinhou querida?! Também vamos ao circo.

Susana: Ah então é por isso que está vestida como um palhaço?

Graziela ri, mas se sente ofendida.

Graziela: É. É sim... Quando não se tem uma roupa melhor vai com a que se tem, não é?!

Manuel: Que modos são esses, Susana? Perdoe-a Marisol. Acho que essa temporada em outro país mexeu com o senso de educação dela.

Graziela: Imagine, senhor Manuel.

Ela encara Susana, que devolve o olhar.

Graziela: O que vem de baixo não me atinge. Melhor sair por aí pra fazer coisas simples do que ficar sozinha, pois quando se é tão insuportável com certeza nunca terá amigos pra desfrutar bem o tempo.

Susana engole em seco.

Cena 2 – Rua / Ext.

Silas e Lupita estão parados em frente a porta de uma casa mal cuidada. Ela está visivelmente com medo. Ele a olha friamente.

Lupita: Silas, eu estou com medo.

Silas: Não seja covarde Lupi. Entra lá. Eu vou te esperar aqui fora. A parteira garantiu que vai ficar tudo bem com você depois.

Lupita: Mas não é certo o que estamos fazendo. Você inventar que é o Miguel pra me tirar do colégio... Eu... Eu matar meu bebê... É pecado!

Silas: Você quer que eu te deixe sozinha? Pois então eu lavo minhas mãos. Vou embora pra capital e você fica aí mal falada e criando esse bastardo.

Lupita: Você está sendo muito cruel, Silas.

Silas: Anda Lupita. A senhora ali não tem o dia inteiro pra ficar esperando sua decisão.

Lupita respira fundo e entra na casa. Silas a segue.

Cena 3 – Igreja / Ext.

Miguel, Graziela, Gabriela e Rodrigo saem da igreja junto com algumas pessoas. Graziela observa que alguns rapazes e moças olham pra ela e cochicham.

Graziela (pensando): Será que me reconhecem? Ah meu Deus me ajude! (falando) Vamos embora daqui, Miguel.

Miguel: Aquelas pessoas estão falando de você. Vou perguntar o que querem!

Graziela: Não! Vamos embora, vamos.

Graziela puxa Miguel, correndo. Rodrigo conduz Gabriela. Eles riem. Próximo ao circo, Miguel se senta no banco, cansado. Logo Graziela chega, ofegante. Há uma leve movimentação de pessoas no ambiente.

Miguel: Você parece criança.

Graziela (rindo): O que tem demais eu brincar com eles? Você deve estar me achando ridícula por que... É preciso que eu brinque como as cigarras irão cantar quando chegar a primavera.

Miguel segura as mãos dela.

Miguel: Ontem você estava tão desesperada. Hoje está contente, que nem uma criança. Eu não te entendo.

Graziela: Nem eu me entendo. Ontem me senti muito mal, como se algo de ruim estivesse acontecendo e que chamavam por mim. Chamavam, mas eu não sei quem.

Uma cigana se aproxima.

Cigana: Cordão do amor... Comprem o seu cordão do amor! (oferecendo) Cordão do amor, moça?

Graziela: O que é isso?

Miguel: Marisol, não dê atenção a ela, vamos embora.

Cigana: Não seja rabugento, rapaz... Olhe moça, você me dá a sua mão e o rapaz também. Tenho o poder de prever se vocês são almas gêmeas!

Miguel ri.

Miguel: Pois já errou, cigana. Nós somos primos, não somos namorados.

Cigana: Não errei não, meu filho. Vocês dois não são primos, se amam.

Graziela (sorrindo): Continue...

Cigana: Assim que sentir a energia na mão de vocês vou pegar um pingente e colocá-lo num cordão. Se neste pingente que lhe der tiver as letras iniciais do nome dos dois, é porque são almas gêmeas, e mesmo que se separem seguirão se amando.

Graziela: Ah eu quero... Miguel compra um pra mim, por favor.

Miguel: Não Graziela, deixa de besteiras.

Graziela (emburrada): Não estou te pedindo pra me dar de presente. Te pago depois quando o seu Manuel pagar o meu salário.

Miguel: Ai meu Deus do céu... Eu compro então, você não me dá sossego.

Graziela ri.

Cigana: Deem-se as mãos... Assim.

Logo após de dizer poucas palavras a cigana pega um pingente no bolso de sua saia e coloca num cordão.

Cigana: Aqui está.

Miguel paga pelo cordão e a cigana diz, saindo.

Cigana: Serão felizes... Não agora, mas um dia serão felizes.

Graziela olha o pingente e se surpreende ao ver as letras M e G.

Cena 4 – Casa / Quarto / Int.

Silas entrega um dinheiro a enfermeira, que recebe e se retira. Lupita, deitada na cama, abre os olhos.

Silas: Poxa vida! O último dinheiro que eu tinha. Não vai dar pra gente fugir junto.

Lupita: Mas pra onde eu vou agora? E você?

Silas: Bem. Você volta pro seu colégio, eu volto pra casa, peço perdão ao meu pai.

Lupita: Mas o que eu vou dizer quando as freiras perguntarem sobre o bebê?

Silas: Sei lá, mente. Diz que perdeu. Lupi, minha linda, você tem que aprender muita coisa na vida ainda. Me escuta, eu juro pra você que vou trabalhar, conseguir o máximo de dinheiro que puder e vamos partir pra capital. Eu juro.

Lupita fica confiante.

Cena 5 – Vila Verde / Praça / Ext.

Miguel e Graziela seguem sentados no banco.

Graziela (pensando): Miguel é minha alma gêmea!

Miguel: Poxa! Pago esse absurdo nesta porcaria e ainda não sou sua alma gêmea... Quem será o “G”da sua vida?

Graziela (pensando): G de Graziela e M de Miguel... Eu queria tanto poder contar tudo, mas tenho medo. (falando) Você queria que fôssemos almas gêmeas?

Miguel ri e a puxa pelo braço.

Miguel: Vamos... O espetáculo já vai começar!

Cena 6 – Colégio Rivera / Ext.

Há poucos metros dali, Silas estaciona o carro.

Silas: Um beijinho, linda.

Lupita desanimada o beija e sai do carro logo em seguida. Silas dá partida. Lupita caminha até a entrada do colégio. Uma freira se assusta com a chegada dela.

Freira: O que faz aqui Guadalupe?

Lupita: Eu... Estou me sentindo muito mal. Eu perdi o bebê... Posso voltar pra cá?

Freira: Mas, como? Seu irmão não/ (pausa)

Lupita: Minha tia não quis me aceitar assim como eu estava. Ela não é ruim, mas o patrão dela não gosta de mim. Ele poderia despedi-la. Então resolvi voltar... Me aceite... Eu imploro.

Lupita se ajoelha. Algumas internas assistem a tudo, espantadas.

Freira: Seu mau exemplo pode acabar com a reputação do nosso colégio, menina.

Lupita: Eu juro pela Virgem que jamais voltarei a fazer algo de errado. Podem me vigiar, me castigar... Mas, por favor, me aceitem de volta.

Freira: Tudo bem, Lupi. Vou levá-la até a madre superiora pra ver o que ela decide.

Cena 7 – Circo / Ext.

Movimentação intensa na saída do circo. As pessoas comentam o espetáculo. Entre elas estão Miguel, Graziela, Rodrigo e Gabriela. Graziela está com seu cordão do amor, um enorme urso e uma maçã do amor. Miguel olha sorrindo.

Graziela (oferecendo a maçã): Quer uma mordida?

Miguel se delicia com a maçã e fica com a boca toda lambuzada.

Graziela: Depois me chama de criança. Olha só... Você está pior que um bebezinho, se lambuzou todo.

Miguel: Deixe-me limpar.

Graziela: Não, deixa que eu limpo.

Ela se aproxima dele com um lenço e lhe rouba um beijo, para seu espanto. Rodrigo olha desconsolado para os dois. Miguel empurra Graziela.

Graziela: Perdão! Eu não sei onde estava com a cabeça, eu...

Miguel: Pois saiba que eu sou diferente dos seus outros homens. Você não precisa me pagar com beijos os presentes que eu te dei.

Graziela fica furiosa, joga o urso na cara dele.

Graziela: Eu te odeio!

Ela sai correndo.

Cena 8 – Fazenda Reys / Ext. / Dia.

Um ônibus para em frente ao portão de entrada da fazenda. Miguel é o primeiro a descer e entra no local sem falar com ninguém. Rodrigo e Graziela ajudam Gabriela a descer. Entram logo em seguida.

Cena 9 – Fazenda Reys / Int. / Cozinha 

Graziela chora sentada a mesa. Susana surge ali. 

Susana: Por que a pobre menina está chorando? 

Graziela: Vai pro inferno! 

Susana: E esse cordão ridículo? 

Susana vai até Graziela e puxa o cordão que arrebenta machucando o pescoço dela. 

Graziela: Sua imbecil! 

Graziela empurra Susana que cai sentada. Em seguida corre pra pegar seu pingente. 

Susana: Se cuide garota! Você espere só pra ver o que eu vou fazer. 

Susana sai e Graziela chora com o pingente na mão. Miguel que viu tudo vai até ela. 

Miguel: Ela te machucou? 

Graziela: Não te interessa! 

Miguel: Me desculpe. Eu não queria ter te ofendido daquele jeito. Nem sei como fui capaz. 

Graziela: É... A gente faz cada burrada na vida. Me arrependo amargamente daquele beijo. 

Miguel pega na mão dela.

Miguel: Vamos. Te levo até a casa da tia Flora.

Graziela (soltando-se): Eu posso ir sozinha.

Ele a acompanha até lá, eles seguem em silêncio.

Miguel: Você não vai me desculpar?

Graziela: Eu acho melhor a gente evitar ficar por aí conversando. Estou confundindo os meus sentimentos. Estou como uma idiota me humilhando, uma perdida, me oferecendo.

Miguel: Está bem. Mas, pelo menos esqueça o que eu disse. Eu te peço.

Graziela: Está bem. Eu sou a culpada mesmo. Devia ouvir outra coisa pior. Sou uma xereta que não tem controle dos próprios sentimentos.

Miguel: Olha pra mim. Olha só o que aquela mimada fez no seu pescoço!

Graziela: O que mais me deixa triste é que ela quebrou meu cordão.

Miguel tira uma corrente do bolso e pegando o pingente de Graziela entrega a ela.

Miguel: Bom, aqui já tem o pingente da Virgem e agora você põe esse, bem... Se você quiser.

Graziela: Não, não precisa.

Miguel: Essa corrente é de ouro, sabia? Ganhei do meu pai.

Graziela: Agora mesmo que eu não quero.

Miguel coloca a corrente nas mãos dela.

Miguel: Deixa de ser teimosa! É sua. Quando olhar pra ela, lembre de mim.

Miguel sai e Graziela olha emocionada para a corrente. 

LEGENDA: Uma semana depois.

Cena 10 – Igreja / Int. / Dia. 

O local está decorado e repleto de gente. No altar, Paola e Luís Felipe. 

Padre: Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. 

Paola abre um enorme sorriso. Luís Felipe olha pra ela, pensa. 

Luís Felipe (pensando): Começa aqui minha vingança Paola. 

Ele a beija com desprezo. Todos aplaudem. 

Cena 11 – Fazenda Reys / Quarto Gabriela / Int. 

Graziela brinca com Gaby, Manuel entra no quarto com um pacote amarelo em mãos, enorme. 

Manuel: Trouxe isto pra você, Marisol. 

Graziela se assusta e pega o enorme pacote. Gabriela toca o ar pra tentar achar o pacote que logo encontra, curiosa. 

Gaby (rindo): Abra! 

Sem jeito, Graziela abre o pacote e está repleto de roupas, roupas de grife.

Manuel: E então, gostou?

Graziela: Eu... Eu... Sim. Mas, não posso aceitar!

Manuel: Não aceitamos recusas não é, Gaby? São pra você. Presentes que a Gaby quer te dar.

Gabriela: É a surpresa a qual me referia.

Manuel: Se não aceitar, a menina vai ficar magoada.

Graziela se emociona e abraça a menina.

Graziela: Obrigada, meu amor... Obrigada.

Cena 12 – Mansão Drumon / Salão de Festas / Int.

O ambiente está cheio de pessoas bem vestidas, sentadas em mesas e outras dançando na pista. Garçons servem os convidados.

Raúl: Eu ainda acho que está muito cedo pra sua irmã casar. Não faz nem uma semana que o seu pai morreu.

Mariana: Ah Raúl, por favor... Quem foi que pediu sua opinião?

Raúl: Me perdoe, Mariana. Você está muito nervosa. O que houve?

Mariana: Marcelo nunca mais me escreveu, nem ligou.

Raúl: Você gosta dele?

Mariana: O que você acha?

Raúl: Que ele não te merece. Vamos, não fique assim, vai...! Quer dançar comigo?

Mariana: Fazer o que né? Vamos.

Raúl e Mariana dançam. Luís Felipe bebe compulsivamente na festa de seu casamento.

Natália: Mariana, minha filha. É telefone pra você... Marcelo.

Mariana solta Raúl imediatamente e sai correndo pra atendê-lo. Natália ri da cara de desiludido que Raúl faz.

Cena 13 – Casa Flora / Int.

Miguel entra pela porta deixando-a aberta, sorrindo. Ele carrega sacolas com compras.

Miguel: Olha só tia. Comprei bastante coisa já que recebi hoje. Comprei coisas boas pra senhora cozinhar.

Flora: Que Deus te abençoe meu filho.

Miguel abre uma sacola e mostra um vestido rosa claro floral para a mulher.

Miguel: O que acha? Será que a Marisol vai gostar?

Flora: Huum... Presentinho pra menina... Está apaixonado!

Miguel: Que bobagem, tia. Só comprei porque ela não tem quase nada de roupa. Vive com aquela mesma roupa que chegou aqui, e sempre com aquele uniforme azul.

Flora ri. Graziela entra animada com os presentes de Manuel nas mãos.

Graziela: Tia, olha só quanta coisa eu ganhei do senhor Manuel! Olha quantas roupas, tia!

Miguel decepciona-se com o que vê.

Graziela: Olha quantas coisas lindas... E não são coisas baratas! É tudo de grife!

Miguel deixa seu presente em cima da mesa e sai, cabisbaixo.

Cena 14 – Bar / Int.

O local é simples e mal frequentado. Sentado a uma mesa de madeira está Márcio, tomando uma cerveja. Jorge chega de repente. Márcio se surpreende.

Jorge: Até que enfim te encontrei, seu ignorante.

Jorge acerta um soco nele que cai imediatamente.

Márcio: O que é isso, chefe? O que aconteceu?

Jorge: Só pode ter sido você que contou pro velho sobre a princesa. Eu vou te matar seu, linguarudo.

Jorge tira uma faca do bolso e o ameaça.

Jorge: E depois de te eliminar, irei matar sua coroa.

Márcio: Não me mate, por favor. Não faça nada com a minha mãe. A gente pode dividir a grana que consegui com a informação.

Jorge: Agora você começou a falar minha língua. Apesar de ser um traidor, dessa vez alivio pro teu lado, desde que me dê uma boa quantia.

Márcio afirma com a cabeça, ofegante.

Márcio (pensando): Eu tenho que sumir dessa cidade junto com a minha mãe.

Cena 15 – Casa Flora / Int.

Graziela percebe que Miguel saiu.

Graziela: Cadê o Miguel?

Flora: Você estava tão empolgada com essas roupas que nem deu atenção a ele.

Graziela: O que a senhora quer dizer com isso?

Flora: Olhe. O Miguel trouxe esse vestido de presente pra você. É coisa simples se comparado a isso aí, mas... Ele tava tão alegre! Ele comprou especialmente pra você. Mas vendo todas essas roupas caras que ganhou meu sobrinho se sentiu humilhado, deixou o vestido aí e se foi.

Graziela (lacrimejando): Ah meu Deus. Eu não queria magoá-lo.

Ela pega o vestido.

Graziela: Vou vesti-lo, tia. Este sem dúvida foi o melhor dos meus presentes, porque foi o meu amor que comprou, pensando em mim.

Flora sorri para ela, que devolve o sorriso.

Cena 16 – Mansão Drumon / Salão de Festas / Int.

A festa continua animada. Na pista, Luís Felipe dança com uma das convidadas, que tenta se desvencilhar. Ele está bêbado. Sentadas a mesa da família, Paola tenta esconder sua insatisfação.

Natália: Você não acha que seu marido está passando dos limites, Paola?

Paola: Ele só tá se divertindo.

Mariana: Vocês não vão viajar para a lua de mel?

Paola: Acho que não mais.

Paola levanta-se decepcionada e se retira dali.

Cena 17 – Mansão Drumon / Ext.

Mais tarde. O jardim da mansão está sujo após a festa ter terminado. As portas do salão ainda estão abertas e por elas passa Luís Felipe, titubeando, bêbado ao extremo. Mal consegue caminhar.

Cena 18 – Mansão Drumon / Quarto / Int.

Paola dorme profundamente. Luís Felipe entra no quarto tirando sua camisa social branca e observa a esposa dormir. Ele chama.

Luís Felipe: Paola! Acorda Paola!

Ela não se mexe. Ele arranca o lençol de cima dela e a acorda a força.

Luís Felipe: Acorda! Você não pode dormir na nossa noite de núpcias!

Paola: Você está bêbado. Saia do meu quarto.

Luís Felipe (rindo): Você não quis se casar comigo? Agora aguente as consequências! Tem que cumprir com suas obrigações de esposa!

Paola: Me deixa em paz! Sai daqui!

Luís Felipe: Paola... Paola... Não dificulte as coisas.

Ele a agarra com força.

Paola: Me solta!

Luís Felipe: Vou fazer de sua vida um inferno!

Ela chora.  

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