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Antologia Contos Contemporâneos da Violência Urbana: 4x09 - O Inferno de Dante

Conto de Jober Rocha
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Sinopse: Família se defronta com uma convulsão social na cidade do Rio de Janeiro e decide fugir para a casa de campo, situada em região montanhosa do Estado, para tentar sobreviver.


4x09 - O Inferno de Dante
de Jober Rocha

(O Rio de Janeiro no ano de 2030) 

            Acordei com estampidos vindos da rua. Isso já era uma coisa normal em todos os bairros da cidade; mas, naquela manhã, os tiros eram tantos e acompanhados de muita gritaria, razão pela qual resolvi olhar por detrás da persiana fechada do meu quarto e ver do que se tratava.

             Antes quero dizer que moro com a família, mulher e dois filhos, em um apartamento de três quartos em um bairro de classe média alta, na cidade do Rio de Janeiro.

            Olhando por detrás da persiana, vi muitas pessoas armadas saqueando os transeuntes e as lojas, algumas delas já cerrando as suas portas rapidamente. Resolvi descer até a portaria do prédio e ver como estavam as coisas lá embaixo, isto é, nas ruas ao redor do edifício.

           No térreo fui alertado pelo porteiro a não sair do prédio, mas minha curiosidade era grande e resolvi sair e caminhar pelas ruas.

             A primeira coisa que notei foi a total ausência da polícia. Essa havia, simplesmente, sumido. Caminhando por várias ruas não vi nenhum policial, como, também, nenhum bombeiro para combater os inúmeros incêndios que grassavam pelo bairro, ateados com coquetéis Molotov jogados pelos criminosos e revoltosos.

            Pelo que pude perceber, as facções criminosas haviam ordenado aos moradores das comunidades pobres que se rebelassem contra as autoridades constituídas e fossem às ruas para roubar e saquear o comércio e as residências particulares, visando à instauração do caos social.

Notei, caminhando pelas ruas, as lojas fechadas, a ausência de transportes públicos e, apenas, um ou outro veículo circulando. Muita fumaça partindo dos prédios incendiados e as ruas quase todas desertas.

           Ao longe eu ouvia rajadas de fuzis e metralhadoras e disparos de pistolas. Resolvi retornar para casa, me esgueirando rente às paredes das lojas e dos edifícios.

 Fiquei cerca de três ou quatro dias em casa com meus familiares, comendo aquilo que tínhamos na despensa. A situação nas ruas não se modificara. Nenhuma polícia, nem elementos das forças armadas eram vistos circulando pela cidade. As lojas permaneciam fechadas e os gêneros alimentícios já faltavam em todas as residências.

Em uma ocasião, durante a noite, a luz foi cortada em um ato de sabotagem junto às torres de distribuição, segundo fiquei sabendo por intermédio do porteiro. Pouco depois, cortaram o fornecimento de água.

            Resolvi que não valia mais a pena esperar ali, no apartamento, a normalização da situação, pois, pelo visto, ela não se normalizaria. Decidi que tentaria me deslocar com a família para minha casa de fim de semana, localizada em região montanhosa do interior, afastada da capital.

            Antevendo eu a possibilidade de uma futura convulsão social no país, há alguns anos, adquirira uma casa em região montanhosa isolada, onde estocara alimentos, armas e munições, em um porão previamente construído. Ali eu poderia resistir durante muito tempo, até as coisas se definirem e o país voltar ao seu rumo, com ordem e segurança.

           Com calma e tempo, eu preparara previamente uma horta, plantara árvores frutíferas, montara um galinheiro onde viviam cerca de trinta e poucas galinhas e iniciara uma criação de coelhos. O terreno possuía em seus limites um pequeno córrego de águas limpas, que abastecia a casa.

 A energia da casa vinha de células captadoras de energia solar. O gás da cozinha provinha de uma pequena usina produtora de gás a partir de rejeitos orgânicos. Havia estocado diesel para a caminhonete.

             Em suma, se eu conseguisse chegar até a minha propriedade, ali poderia sobreviver durante muito tempo, resistindo pela força das armas a alguma invasão ou assalto de bandos ou turbas revoltosas.

             O grande problema era chegar até lá, pois a convulsão social havia se estendido por todos os Estados da Federação e, naquela situação, transitar pelas ruas das cidades transformara-se em uma aventura arriscada, ainda mais com mulher e filhos.

 De qualquer forma, dei início à preparação para sair dali. Minha caminhonete Toyota estava estacionada na garagem do prédio com o tanque de diesel cheio.

             Recolhi os mantimentos que ainda restavam em casa, enchi várias garrafas de plástico com água potável, apanhei vários cobertores, meus documentos e os dos demais membros da família e coloquei tudo na parte de trás do veículo.

 Peguei minha pistola Beretta mod. 92, calibre 9mm, com quatro carregadores de 15 tiros cada, cheios; minha pistola Colt 1911, calibre .45, com cinco carregadores de 7 tiros cada, cheios; uma escopeta Mossberg, calibre 12, semiautomática, com capacidade para 10 cartuchos, carregada, e diversas caixas de munição que possuía em casa.

             Coloquei as caixas com as munições no porta luvas, as pistolas na cintura, os carregadores nos bolsos da calça e a escopeta ao meu lado no banco da caminhonete, reuni a família e deixei a garagem do prédio sem nem olhar para trás e sem saber quando ali voltaria novamente.

             Saí do prédio e transitei por várias ruas desertas, tomando o rumo do Aterro do Flamengo. Avisei aos familiares que, quando me vissem sacando alguma das armas, eles deveriam se jogar no chão do veículo e dali só sair com ordem minha.

            Pretendia atravessar a Ponte Rio Niterói, seguir pela Avenida do Contorno, já em Niterói, até atingir a BR 101, passando pelo município de Itaboraí e, mais adiante, seguir pela RJ 116 em direção ao município de Nova Friburgo. Dali, depois de atingir Mury no quilômetro 73, pegaria a estrada à direita em direção ao município de Lumiar. Minha propriedade ficava próxima de São Pedro da Serra, em uma alta montanha, quase sempre coberta pela cerração, entre esse município e o de Benfica.

             Pelo caminho por onde passávamos, o panorama era de uma guerra declarada: casas, lojas e edifícios em chamas ou enegrecidos pelo fogo já apagado. Buracos de balas em muitas paredes, ruas desertas, esparsos veículos circulando, nenhuma viatura policial ou das forças armadas.

            Entrei no Aterro do Flamengo e segui em direção ao Aeroporto Santos-Dumont, de onde seguiria através do túnel Marcello Alencar até a Praça Mauá. Nas proximidades do aeroporto, ainda de longe, notei que haviam feito uma barreira na pista e algumas pessoas armadas faziam sinais para que eu parasse. Parar, naquela situação, significaria morte certa. Mandei que todos no veículo se abaixassem, saquei a pistola 9mm e desci os vidros da frente do veículo. Fiz menção de que iria parar na barreira, o que tranquilizou os seus integrantes.

            Com os olhos, procurei rápido o ponto mais fraco da barreira e logo o encontrei. Alguns caixotes de madeira bloqueavam o lado esquerdo da pista, e vi que por ali poderia passar, quebrando aqueles caixotes com as rodas do veículo.

            Quando um dos que ali estavam se aproximou pela direita, atirei em seu peito com a pistola. Ele caiu e os outros se aproximaram. Descarreguei meio carregador neles, joguei o veículo em direção aos caixotes e, passando por eles, pisei fundo no acelerador; pois eles começavam a atirar em minha direção. Felizmente não acertaram nenhum tiro.

            Entrei no túnel Marcello Alencar e rumei célere em direção à Praça Mauá. Ali chegando, rumei em direção à subida da Ponte Rio-Niterói. Eventualmente, cruzava com algum veículo em sentido contrário, pois aquela parecia uma cidade fantasma, embora possuísse cerca de 6,2 milhões de habitantes.

 A travessia da ponte foi tranquila. De cima dela, pude avistar partes da cidade do Rio de Janeiro, que ficavam para trás, e parte da cidade de Niterói, para onde eu me dirigia. Em ambas a fumaça negra dos incêndios turvava o céu azul daquele belo dia de sol.

             O posto de pedágio estava vazio e as cancelas todas abertas. Não vi nenhum funcionário no local. Tomei o rumo da Avenida do Contorno, local perigoso, pois passava por cerca de quinze comunidades carentes, a pior delas entre os quilômetros 307 e 309 da BR 101 (Rodovia Niterói-Manilha), chamada Complexo do Salgueiro, porém mais conhecida como “Faixa de Gaza”.

             Nessa rodovia parei o veículo e pedi à minha esposa que ocupasse o volante. Passei para o banco de trás da caminhonete, arriei a ambos os vidros do veículo, segurei nas mãos a escopeta Mossberg semiautomática, engatilhei e fiquei atento à estrada.

 Mais à frente, justamente na altura da Faixa de Gaza, duas motocicletas atravessadas na pista impediam o trânsito de veículos. Minha mulher ficou nervosa, sem saber o que fazer. Mandei que seguisse devagar e mirasse com a nossa caminhonete a parte da pista que separava ambas as motos, pois entre elas havia um espaço de cerca de um metro.

             Em volta das motocicletas, havia cerca de dez pessoas conversando, algumas com fuzis nas mãos e outras com suas armas penduradas nos ombros pelas bandoleiras. No acostamento da rodovia notei mais algumas pessoas.

             Nenhuma delas esperava reação, pois foram completamente surpreendidas pelos meus disparos repetidos em suas direções. Muitos, atingidos pelos inúmeros chumbos projetados dos cartuchos, caíram ao chão. Minha mulher jogou o veículo entre as duas motos, que foram atiradas para o lado. Ao mesmo tempo eu seguia disparando em todas as direções, vendo gente cair por todos os lados, atingidas pelos meus disparos.

            Mais uma vez passamos incólumes por uma barreira de revoltosos sublevados. Seguimos até perto de Itaboraí, quando pedi à minha esposa que parasse o veículo e assumi o volante. Recarreguei todas as armas e seguimos em frente.

             Meus filhos, dois meninos, um com doze anos e o outro com quatorze, participavam daqueles acontecimentos como se estivessem vivendo na vida real algum dos jogos de guerra que costumavam acessar com seus smartphones. Eu me recordava dos velhos filmes de faroeste em que os colonizadores, em seus carroções puxados por parelhas de cavalos, eram assediados pelos índios revoltosos.

             Lembrei-me, naquela ocasião, do maquiavelismo dos governantes que desarmaram a população do país, já prevendo a chegada destes dias negros que vivíamos. Os cidadãos desarmados tornavam-se presas fáceis das organizações criminosas que importavam fuzis, pistolas e munições em quantidade pelas fronteiras desguarnecidas do país.

             Eu, desde longa data, havia me filiado a um clube de tiro e caça e, como atirador desportivo e caçador, havia adquirido diversas armas e munição em quantidade, além de praticar com frequência o tiro sob as mais diversas modalidades.

Aprendi técnicas de sobrevivencialismo e procurei construir um refúgio isolado e distante dos centros urbanos para viver com a família em uma eventualidade como a que agora se apresentava. Quantos cidadãos de bem irão perecer por não terem feito o mesmo? – pensava eu comigo mesmo.

           Uma coisa que notei agora, e que jamais pensei que fosse ocorrer, é que os primeiros a sumirem das ruas nas convulsões sociais são as autoridades públicas. As ruas tornam-se desertas de uma hora para a outra. A polícia, os bombeiros, os militares, os serviços públicos, todos desaparecem da vida da cidade. O transporte público para de funcionar, o lixo não é mais coletado e se amontoa pelas ruas, a luz e a água são cortadas, o comércio fecha as suas portas, surge o desabastecimento e com ele a fome.

            Quem antecipadamente não se preparou para uma eventualidade desse tipo é apanhado de surpresa e, infelizmente, acaba perecendo. A situação geral de destruição é muito parecida com aquela que ocorre nos grandes cataclismos; todavia, nestes existe um espírito de cooperação entre os sobreviventes. Na convulsão social e na guerra civil, o espírito é de antagonismo e de guerra entre os participantes dos dois lados em contenda.

             Você seguirá vivendo, tão somente, enquanto dispuser de armas, munições, água e comida. Ninguém estará preocupado com a sua situação e a da sua família, a não ser você mesmo.

            Minha mulher é uma pessoa prática e fatalista. O que tiver de ser será, segundo pensa. Vive bem com aquilo que tiver, não sendo ambiciosa nem gastadeira. Ela se adapta perfeitamente à vida simples do campo, como eu também. Espero que possamos seguir sobrevivendo enquanto durar esta terrível situação pela qual estamos passando, exclusivamente, por descaso e ambição de algumas autoridades, políticas, militares, econômicas e religiosas. Tais autoridades sempre acharam que, em nosso país, as coisas poderiam ser negociadas entre os grupos que disputavam o poder, visando chegar a um acordo que fosse bom para todos os grupos; sempre foram pacifistas e tiveram receio da opinião mundial.             

             Com o início da convulsão social, os ricos e oportunistas seguiram em seus aviões particulares para as grandes capitais no exterior e para os paraísos fiscais, onde aguardariam a poeira assentar, vivendo nababescamente, para retornarem, futuramente, com seus esquemas e maquinações tradicionais, tão logo os novos e poderosos governantes controlassem a situação. 

Terminada esta pequena digressão, face a impaciência que percebo já em alguns leitores para conhecer o desenrolar dos acontecimentos daquele dia, seguirei narrando a nossa viagem.

            Após atravessarmos o município de Itaboraí, viramos à esquerda e seguimos pela RJ 116 em direção a Nova Friburgo. Já estávamos, praticamente, bastante longe dos principais focos de rebelião, que eram os centros urbanos populosos, como o Rio de Janeiro e Niterói.

             Passamos por Sambaetiba, Agrobrasil, Papucaia e Cachoeiras de Macacu, antes de atingir Nova Friburgo. Esse trajeto foi feito sem nenhum incidente, pois a estrada estava praticamente deserta. Não vimos nenhum veículo da Polícia Rodoviária, nem pessoas andando nas margens da estrada. Parecia que éramos os únicos habitantes vivos do planeta. Nos municípios em que penetrávamos, as lojas estavam todas fechadas e as ruas vazias.                                                          

 Notávamos alguns veículos queimados e marcas de disparos de armas de fogo nas paredes das casas. A situação, realmente, parecia muito grave. Os pedágios da estrada, da mesma forma que o da Ponte Rio Niterói, estavam vazios e com as cancelas abertas.

             Finalmente, mais tranquilizados, pudemos apreciar um pouco da bela paisagem que se descortinava e respirar aquele ar puro que sentíamos ao subir a serra. Matas com grandes árvores se perdiam no horizonte. Por vezes, ao fazer alguma curva, divisávamos um fio de água escorrendo pelas encostas rochosas que a estrada margeava.

Um forte cheiro de essências florestais nós sentíamos enquanto abríamos os vidros das janelas do veículo.

           Os meninos brincavam no banco de trás, minha mulher dormia no assento do meu lado. Aquele parecia mais com um dia de férias do que com um dia de guerra, no qual eu já havia matado e ferido diversas pessoas. Chegamos ao alto da serra de Friburgo e começamos a descer.

            Passamos pelo posto fechado da Polícia Rodoviária, na entrada do município, e seguimos em frente. Pouco depois de Mury, viramos à direita e entramos na estrada que conduzia a Lumiar.

             Esta estrada, como as demais, estava totalmente deserta. Pensei comigo mesmo: será que só eu tive a ideia de construir um abrigo fora de casa na cidade e afastado para me esconder e tentar sobreviver? Todos os demais se escondiam em suas próprias casas nas cidades? Só podia ser isso, para as estradas se encontrarem todas desertas.

            Depois de rodar algumas horas, nos aproximamos da minha propriedade. A casa ficava na parte alta da montanha e era acessada por uma estrada de terra. Na época das chuvas, mesmo usando a tração nas quatro rodas era difícil chegar ao alto, pois o barro ficava escorregadio.

            Chegamos à casa em um dia de semana, de surpresa. Todavia, quem foi surpreendido fui eu, pois um indivíduo estava sentado na varanda.

             Ao descer da caminhonete, notei que ele portava um revólver na cintura, de um lado, e um facão, do outro. Já desci com a pistola Colt .45 na mão, engatilhada, e mandei que deitasse no chão com as mãos na nuca. Ele, vendo a minha disposição, seguiu a ordem que recebeu. Perguntei o que fazia ali e ele respondeu que a casa estava vazia e que ele resolvera pegá-la para si, pois o país estava em guerra e nada era mais de ninguém. Segundo ele, tudo era de todos e aquela propriedade agora era dele.

             Percebi que corria um risco enorme ao deixá-lo ir embora naquela situação de guerra civil em que nos encontrávamos; pois ele poderia voltar com outros companheiros seus e tomar a casa pela força, matando a mim, minha mulher e meus filhos. Mandei que a esposa e os filhos permanecessem na caminhonete, aproximei-me e, com ele ainda deitado de costas no chão, apontei para a sua nuca e disparei. A morte foi instantânea e eu diria que até indolor. A varanda ficou, imediatamente, toda suja de sangue.

             Arrastei o corpo dele, segurando-o pelas pernas, para fora da varanda, em direção ao chão de terra, vendo um rastro de sangue que escorria da sua cabeça esfacelada seguir o mesmo trajeto do seu corpo.

            Minha mulher e as crianças, saindo correndo do carro, entraram na casa pela porta dos fundos e eu fui cavar um buraco razoavelmente grande para depositar aquele corpo.

 Escolhi um local distante da casa e, com uma picareta, uma pá e uma enxada, comecei a cavar. Depois de horas, o buraco estava com uma profundidade razoável. Arrastei o corpo até lá e joguei-o dentro. A seguir, comecei a tapá-lo, jogando terra com a pá. Em breve o buraco estava totalmente fechado. Coloquei alguns troncos secos e arbustos em cima, bem como algumas pedras.

             Voltei para a casa, guardei as ferramentas e fui limpar a varanda e os rastros de sangue.

            Em breve tinha terminado tudo e estava com as costas e os braços doloridos. Descarreguei a caminhonete, acendi as luzes da casa, pois já escurecia, e preparei-me para comer algo. Minha mulher já tinha feito um arremedo de jantar, e as crianças já haviam comido e estavam dormindo. Tomei um banho rápido e sentei-me à mesa, junto com ela.

 Minha mulher me olhou e vi que dos olhos molhados escorriam lágrimas. Peguei em sua mão e, depois de algum tempo, disse baixinho olhando-a firme nos olhos: “É a vida. Temos de sobreviver. Não temos mais a quem recorrer neste salve-se quem puder. As autoridades deixaram de existir. Estamos por nossa própria conta e risco”. 

             No dia seguinte começaria a vida da minha família no campo, que duraria cerca de três anos; período este em que durou a guerra civil no nosso país.

           A vida que levamos como fazendeiros e desbravadores sobreviventes, nestes três últimos anos, tendo que aprender quase tudo sobre a vida no campo, eu pretendo narrar em outro texto, ainda em elaboração.



Conto escrito por
Jober Rocha

CAL - Comissão de Autores Literários
Francisco Caetano Gisela Lopes Peçanha Liah Pego Lígia Diniz Donega Mercia Viana Pedro Panhoca Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen
Cristina Ravela


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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