| CENA 01 | Continuação do capítulo anterior. Início da tarde. Bar Ponto de Encontro. Interior. Cozinha. A câmera dá um close na porta de entrada do local, onde está Melissa, gravando em vídeo no seu celular o momento em que Valeska sabota a comida do evento, feita por Bruna. Após despejar todo conteúdo do frasco de laxante na panela, a loira o coloca na bolsa novamente. Melissa rapidamente abre a porta da dispensa, no lado oposto do corredor, e se esconde lá dentro. Valeska sai do local, desconfiada. Ao chegar ao fim do corredor, ela entra a direita em direção ao banheiro. Melissa reaparece com o celular na mão cruzando os braços.
MELISSA: Essa garota ‘uó’ anda mesmo precisando de uma liçãozinha básica!
| CENA 02 | Bairro Santa Felícia. Casa de Carlos e Janaína. Interior. Ele entra na casa, visivelmente embriagado, cambaleia e esbarra nos móveis. Arremessa a garrafa de cerveja que estava em sua mão na parede e grita.
CARLOS: Janaína!
Ele a procura nos cômodos da pequena casa.
CARLOS: (grita) Janaína! Cadê tu mulher?
Tira a blusa preta de botões que vestia, e se joga de bruços na cama.
CARLOS: Mulher minha num pode sair sem minha permissão. Vai ver quando chegar em casa...
Ele continua sussurrando algumas palavras incompreensíveis e adormece sob efeito do álcool.
| CENA 03 | Bar Ponto de Encontro. Interior do local. A movimentação continua intensa. Chad aparece no andar de cima com um microfone na mão direita. Ele faz sinal para o DJ diminuir a música, o pessoal reclama e ele surge se apoiando nas barras de proteção do andar de cima.
CHAD: Um minuto da atenção de vocês, por favor. Eu sei que o som do nosso parceiro tá dez. Mas é chegada a hora do júri-popular né. Tem alguém faminto aí?
Gritaria geral.
CHAD: Pra quem ainda não entendeu como funciona, eu explico. Nossas maravilhosas garçonetes estarão lhes passando a partir de agora uma cédula de votação onde vocês deverão escrever uma avaliação com as palavras “aprovada” ou “reprovada”, e em seguida depositar seu voto naquela urna lá (e aponta para o balcão) onde está a mulher mais linda e maravilhosa desse planeta, Melissa Cavalcante!
Novamente a galera grita. Melissa se derrete toda.
CHAD: A partir de agora o almoço será servido por nossos nem tão lindos e maravilhosos garçons. Bom apetite, e lembrem-se, votem conscientes. O emprego da Bruna está na mão de vocês!
Os garçons começam a sair da cozinha com bandejas nas mãos e se espalham entre as mesas. Melissa percebe que é hora de agir e antes que a música voltasse a tocar, ela sobe em cima do balcão central e grita.
MELISSA: (dramática) Não comam essa comida... Ela foi sabotada!
Ela faz uma cara de mal. As pessoas se espantam com a declaração da moça e os garçons paralisam. Chad não entende e fala ao microfone.
CHAD: O que você disse meu amor?
MELISSA: É isso mesmo pessoal. ELA (aponta para Valeska) sabotou a comida da Bruna.
Todos os olhares se voltam para a mesa dos republicanos.
VALESKA: (incrédula) O quê?! Isso é mentira!
Valeska começa a caminhar em direção a Melissa. Seus companheiros de república vão atrás.
VALESKA: De onde você tirou essa ideia sua garçonetezinha de quinta?
Close rápido em Chad que desce as escadas do andar de cima pedindo calma a todos, prevendo uma confusão. Melissa desce do balcão, estressada.
MELISSA: Olha aqui sua patricinha toda trabalhada na 25 de Março. Vê lá como fala comigo hein...
CHAD: (aperreado) Parou. Parou. Parou as duas! Alguém me explica o quê que tá acontecendo aqui?
MELISSA: Eu vi a Valeska entrando na cozinha e despejando LAXANTE na comida que a Bruna preparou pra todo mundo.
VALESKA: (mentindo) Eu não fiz nada disso. (riso nervoso) Ela tá mentindo, gente.
MELISSA: (irônica) Ah eu tô mentindo? Deixa eu ver sua bolsa então.
Antes que Valeska dissesse alguma coisa, Melissa puxa a bolsa das mãos da loira e tira o vidro de dentro, mostrando-o a todos no local. Começam os buchichos. Celina não acredita no que vê.
CELINA: Como explicas esto, chica?
VALESKA: Eu não sei como isso foi parar aí. Eu juro. Tem alguém armando contra mim. Só pode ser isso.
MELISSA: (irônica) Se é assim. Prove um pouco da comida, então!
Melissa cruza os braços, com ar de vitoriosa. Valeska a fuzila com o olhar. Se recompõe e também cruza os braços, provocando.
VALESKA: Quero ver quem vai me obrigar...
BRUNA: (deduzindo) Por isso você inventou que o Chad tava me chamando?! Como eu fui burra...
CHAD: (sério) Se você não tem nada a esconder, Valeska. Coma a comida. (para um garçom) Trás um prato pra nossa amiga aqui.
O garçom trás o prato deixando Valeska encurralada diante de todos. Mesmo contrariada, ela prova um pouco da comida.
MELISSA: (irônica) Um pouco mais de molho, Valeska. Vai te fazer bem, querida.
VALESKA: (histérica) Já chega! Viram? Não tem nada nessa comida. Ela enlouqueceu e eu exijo que você demita essa fulana, Chad.
FABIANA: A Melissa é noiva dele, caso você não saiba.
MELISSA: Para de mentir confessa logo o que você fez, garota.
VALESKA: (irredutível) Não vou confessar nada. Eu não fiz nada.
Melissa agora revira os olhos, impaciente. Ela exalta o tom de voz para que todos no local ouvissem o que ela tem a dizer.
MELISSA: Tudo bem então, se você prefere assim. Agora, a minha cartada final. Depois de ver esse vídeo onde EU GRAVEI VOCÊ COM A BOCA NA BOTIJA, quero ver com que cara você aparece aqui novamente, sua magricela.
Valeska não acredita no que acabara de ouvir. Melissa retira o celular do bolso e mostra o vídeo para os que estão mais próximos. O vídeo revela o momento em que Valeska despeja o conteúdo do frasco de laxante na comida.
CHAD: (decepcionado) Francamente, Valeska...
BRUNA: Qual é o seu problema garota?
LUCIANO: Vai negar agora?
Valeska fuzila Melissa com o olhar.
VALESKA: Sua cretina. Isso não vai ficar...
A ameaça de Valeska é interrompida pelo pum que ela deixa escapar. Ela põe a mão na barriga logo em seguida, fazendo uma expressão constrangedora. Todos no local começam a dar gargalhadas da situação da patricinha que sai correndo do local, derrotada. Vanessa vai atrás da irmã. Close em Chad, para Bruna.
CHAD: Bom. Parece que o nosso evento gastronômico foi por água abaixo. (voz alta) Mas o emprego é seu mesmo assim, Bruna.
A galera começa a aplaudir e gritar freneticamente.
| CENA 04 | Condomínio Almirante. Interior. Corredor. Suzana, a mulher robusta e de postura ereta anda pelo corredor até chegar a uma porta cuja placa diz apartamento 210. Ela procura a chave em sua bolsa. Nesse momento, Isabel sai de dentro de seu apartamento e acaba por perceber a presença da outra dondoca.
ISABEL: Boa tarde. Vejo que tenho uma nova vizinha.
SUZANA: Por pouco tempo.
ISABEL: De qualquer maneira, seja bem vinda. Isabel Felício, prazer!
SUZANA: Suzana Medeiros, o prazer é meu.
ISABEL: Precisando de alguma coisa, estou aqui no 209.
SUZANA: Obrigada.
ISABEL: Bom. Tenho que ir agora.
Isabel faz um gesto de despedida com a cabeça e se vai. Suzana continua a olhar a nova vizinha, sem nenhum ar de simpatia, logo volta a procurar a chave em sua bolsa. Ao encontrar, entra no seu apartamento.
| CENA 05 | Bar Ponto de Encontro. Interior. Fim de festa. O local agora está praticamente vazio. Os garçons trabalham na limpeza do local. No balcão central, Chad está inconformado.
CHAD: Poxa Melissa! Você podia ter evitado toda essa confusão.
MELISSA: (revoltada) E eu evitei, meu bem. Se as pessoas tivessem comido a comida batizada, o estrago seria muito maior. É assim que você agradece?
CHAD: Mas você devia era ter impedido a Valeska de fazer essa brincadeira de mau gosto. Mas não, não podia perder a oportunidade de protagonizar um barraco daqueles que só você sabe fazer né!
MELISSA: Quanta ingratidão meu Deus! Eu só quis ajudar. Mas você tem toda razão, eu não ia perder a chance de ver aquela patricinha desmoralizada. Já tem um tempinho que ela precisava de uma lição como essa. Ou por acaso você já esqueceu o barraco que ela armou da outra vez por causa do Marcelo? Isso não podia ficar assim, não mesmo!
CHAD: Agora tudo foi por água abaixo. Que prejuízo!
MELISSA: Claro que não, meu amor. O que importa é que conseguimos reunir uma boa clientela, nunca antes vista aqui. Esse imprevisto não vai afastar as pessoas, confia em mim.
CHAD: Assim espero...
| CENA 06 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Sala de estar. A porta é aberta e por ela entram todos os moradores, com direito ao fuzuê de sempre. Bruna é a primeira a entrar. No mesmo momento, Vanessa desce as escadas indo em direção à geladeira, na cozinha.
BRUNA: Gente. Qual o problema da Valeska comigo? Por que ela fez aquilo?
Vanessa, vindo da cozinha com um copo d’água nas mãos.
VANESSA: Você queria o quê? Roubou o namorado dela e esperava que ela ficasse de braços cruzados?! A Val não tem sangue de barata. Aqui se faz, aqui se paga.
MARCELO: (sentando-se ao lado de Bruna no sofá) A Bruna não me roubou de ninguém, Vanessa.
LUCIANO: Mas nesse caso, quem pagou caro foi a sua irmãzinha.
Eles riem. Vanessa toma sua água.
FABIANA: (exagerada) O fato é: depois do papelão que a ‘chateska’ fez hoje. Ela NUNCA MAIS sai daquele quarto.
CLÁUDIO: Não enchi a barriga, mas em compensação, dei muitas gargalhadas. Isso não tem preço.
CELINA: (para Vanessa) Cómo está tu hermana? [Como sua irmã está?]
VANESSA: (voltando pra cozinha) Passada de vergonha né, Celina. Esse foi o mico do ano. Eu sei que o que ela fez não foi certo, mas coitada da minha maninha também. Humilhada na frente de toda aquela gente.
FABIANA: Pois é, Vanessa. Como você mesma disse: aqui se faz, aqui se paga.
| CENA 07 | Bairro Bela Vista. Casa de Darlan. Interior. Sala de jantar. O ambiente é bem espaçoso, as paredes pintadas em tons de bege. Há uma mesa triangular no centro da sala, com cadeiras ao redor. Quadros na parede. Um lustre de cristais ilumina o local, no teto. Darlan está sentado em uma das cadeiras, localizada na ponta da mesa, na cadeira do lado está Janaína. Por trás do homem há uma janela com vista para a rua. O casal acabara de almoçar e saboreia a sobremesa.
DARLAN: Já que o almoço da sua filha foi por água abaixo...
JANAÍNA: O importante é que mesmo assim ela conseguiu o emprego, afinal, a culpa foi daquela garota. O que a levou a fazer aquilo?!
DARLAN: Conheço a Valeska desde moleca. Ela é meio problemática. Não tem boa relação com o pai que vive fora do país. A mãe já é falecida. E aparentemente gosta muito do meu filho Marcelo, que agora namora a sua filha Bruna. Acho que isso explica, não é?!
JANAÍNA: Esses jovens...
Ele prova sua sobremesa.
DARLAN: Que tal o pudim?
JANAÍNA: Divino. É minha sobremesa favorita.
DARLAN: A minha também.
JANAÍNA: Jura?
DARLAN: Agora é!
JANAÍNA: (rindo) Seu bobo.
DARLAN: Agora é sério, Janaína. Nós já não somos dois jovens adolescentes não é. Somos adultos, donos de nossas vidas e de nossas próprias decisões. Não faz sentido a gente ficar apenas namorando, você me entende? (ela assente com a cabeça) Está tudo muito claro pra mim. Eu te amo e quero muito mais com você...
Ela segura sua mão, convicta.
JANAÍNA: Eu também...
DARLAN: Se é assim... Eu quero que você venha morar comigo, o mais rápido possível. Me faça companhia. Seja minha esposa.
Janaína é pega de surpresa. O nervosismo é visível em seu rosto.
DARLAN: Não gostou da minha proposta?
JANAÍNA: Não, não é isso. É que... bem... Não é nada. E sim, tudo que eu mais quero é ser sua esposa.
MÚSICA: “Quase um segundo – Luiza Possi”.
Ele abre um sorriso e levanta-se de seu lugar, conduzindo-a até encostá-la em seu corpo. O casal se beija com paixão. Fim da sonoplastia.
| CENA 08 | República Universitária Laços de Amizade. Interior. Quarto Morango. Vanessa assiste a um filme na TV, emocionada. Valeska sai do banheiro só de toalha, uma enrolada no corpo e outra na cabeça, e com cara de poucos amigos.
VALESKA: EU NUNCA FUI TÃO HUMILHADA NA MINHA VIDA!
VANESSA: (olhos marejados, falando com a TV) Isso tá errado! Não é assim que acontece... O Gerard não pode morrer assim. Ele tem que ficar com a Carlota. Cadê o final feliz, gente?!
VALESKA: (histérica) Eu estou falando com você, Vanessa.
Vanessa desvia sua atenção para a irmã.
VANESSA: Ai mana. Você é muito insensível. Não foi por outra coisa que o Marcelo te largou...
VALESKA: Foi por outra coisa sim. Uma coisinha tão insignificante que só de pensar me dá ânsia de vômito. Quê que eu fiz pra merecer isso, meu Deus?
VANESSA: Quer mesmo que eu diga?
VALESKA: (cortante) Você é Deus, por acaso? Perguntei a Ele. Não a você.
VANESSA: Que grossa, eu hein! Admite logo que você tomou um fora pela primeira vez na vida e desiste de querer dá o troco na Bruna. Você viu o que aconteceu hoje, o feitiço virou contra o feiticeiro. Entenda uma coisa Val, os mocinhos sempre vencem no final. Com exceção desse filme que acabei de ver, claro. E eu sinto informar que nessa história você é a vilã.
VALESKA: (bufa) Só que essa história ainda não acabou. E está muito longe do fim, ouviu bem?! E como você mesmo disse, toda regra tem uma exceção.
Ela volta para o banheiro, sorrindo.
VANESSA: (preocupada) Val... Não foi isso que eu disse, Val... Quê que você vai aprontar agora?! Val... Ô Val!
| CENA 09 | Bela Vista. Casa de Darlan. Interior. Quarto. O ambiente é tão elegante quanto à sala de jantar. Na cama de casal, forrada por cobertas pretas estão Darlan e Janaína, deitados e abraçados.
DARLAN: Sabe... Nunca nenhuma mulher me fez sentir o que sinto agora. Não tive muitas mulheres depois da morte da Marli, mas me consolei com algumas. No entanto, nenhuma delas chega aos seus pés. Com você tudo é diferente. O meu conceito de amor mudou totalmente quando te encontrei.
Janaína engole em seco.
JANAÍNA: Como você via o amor?
DARLAN: Algo que acontecia por conveniência, apenas. Foi assim meu primeiro casamento, já te falei sobre isso. Eu apenas cumpria com minhas obrigações de marido, e a Marli, com suas obrigações de esposa. Mas existia amor por parte dela. Sentimento do qual eu não compartilhava, por mais que eu tentasse. Às vezes até me sinto fracassado por isso. Ela era uma boa mulher. Mas eu nunca a amei. Não fui capaz.
JANAÍNA: Não se sinta assim. Quando o amor acontece não se trata de ser capaz de amar, como se fosse uma obrigação. O sentimento infelizmente só chegou pra um de vocês, e tenha certeza, apesar de tudo ela foi uma mulher feliz, porque esteve até o fim da vida, ao lado de seu grande amor.
DARLAN: Mesmo sabendo que não era correspondida?
JANAÍNA: Amor também é doar sem receber...
DARLAN: (sorrindo) Mas é muito melhor quando a recíproca é verdadeira.
Ela sorri, apaixonada. Ele segura o seu rosto e a beija.
| CENA 10 | MÚSICA: “Tantinho – Carlinhos Brown”. O sol vai se pondo ao som da canção, o céu escurece anunciando as estrelas e a lua. Corta para. Condomínio Almirante. Interior. Corredor. Um homem magro, vestido com um uniforme e boné verde, caminha pelo corredor carregando uma espécie de mochila nas costas. Ele toca a campainha do apartamento 209. Quem atende é Igor. Fim da sonoplastia.
ENTREGADOR: Aqui está senhor. Sushi, conforme o pedido.
Igor estranha, mas não argumenta. Recebe as compras, retira a carteira do bolso e entrega o dinheiro ao entregador.
ENTREGADOR: Obrigado.
O homem se retira. Igor fecha a porta. Corta para. Interior do apartamento 209. O jovem caminha até a mãe que se encontra no sofá, onde também está Jaqueline.
IGOR: Você pediu comida ‘pro’ jantar, mãe?
ISABEL: Claro que não meu filho. Pra isso temos uma cozinheira.
JAQUELINE: Eu também não pedi nada.
IGOR: Então acho que o cara errou o endereço. E o pior é que eu já paguei.
ISABEL: (deduzindo) Deve ser da nova vizinha...!
Close em Jaqueline.
JAQUELINE: A gente tem uma vizinha?!
Corta para. Interior. Corredor. Close em Igor que toca a campainha do apartamento 210. Rapidamente a porta é aberta.
SUZANA: (brava) Até que enfim hein...
Ao se deparar com Igor diante de seus olhos, Suzana para de reclamar e passa a admirar o rapaz, grata com a surpresa. Ele, por sua vez, se encontra estático na porta ao perceber a sua frente uma bela mulher, apenas coberta por uma camisola preta. Igor levanta o braço com as compras, sem jeito.
IGOR: Você pediu comida japonesa?
SUZANA: Vocês não usam mais uniformes? Eu até achava sexy, sabe... Mas, se me permite um comentário, assim está bem melhor...!
Ela sorri, maliciosa.
IGOR: Ah... Não. É que eu não sou o entregador. O cara se enganou de porta e entregou lá em casa.
Ele aponta para a porta do apartamento de sua mãe.
SUZANA: (recebendo a comida) Então você deve ser filho da Isabel, sim?
Ele assente com a cabeça.
IGOR: Você a conhece?
SUZANA: Tive o prazer de conhecer hoje mais cedo. Se me permite outro comentário, ela fez um belo trabalho, meu rapaz. (abrindo caminho) Não quer entrar e me acompanhar no jantar? Só tem comida pra um, mas podemos dividir.
IGOR: (desconcertado) É que... bom...
SUZANA: (provocante/encosta-se a porta) Estou me sentindo tão sozinha. A companhia de um rapaz tão viril e bonito, assim como você, me faria muito bem.
Ela levanta a camisola deixando a mostra sua perna esquerda. Igor, que não esperava a investida, engole em seco, mas logo se recompõe e abre um sorriso maroto.
IGOR: Como resistir a um pedido desses, não é?!
MÚSICA: “Flor do meu jardim – Faluja”.
Suzana se afasta, Igor entra, fechando a porta em seguida. Ele deixa a comida cair no chão e agarra Suzana com força, ela solta um gritinho safado. Ele a beija enquanto os dois caminham agarrados em direção ao quarto, apontando por ela. Corta para. Interior. Quarto. Excitado, Igor joga Suzana na cama. Ela se insinua. Ele tira a blusa, os sapatos e se joga na cama, diante das risadas maliciosas dela. Fim da sonoplastia.
| CENA 11 | Bairro Santa Felícia. Casa de Carlos e Janaína. Interior. Recomposto da bebedeira, ele está na frente da TV que se encontra ligada, sentado na poltrona com os pés na mesinha de centro e controle na mão. Janaína entra em casa com um sorriso incriminador de ponta a ponta.
CARLOS: Já era hora né! Aonde era que tu tava?
JANAÍNA: Até quando vou ter que dizer que não te devo satisfações?!
CARLOS: Mas também isso não importa agora. Um cliente me ligou e vai precisar dos teus serviços daqui a pouco. Vai tomar um banho, passa um perfume e bota uma roupa decente que o homem é importante. Tá esperando o quê?
JANAÍNA: (convicta) Eu não vou fazer nada disso.
CARLOS: (alterado) Como é que é?
JANAÍNA: É isso mesmo, Carlos. Tô indo arrumar minhas malas. Vou morar na casa de quem realmente me ama.
Close em Carlos, surpreso com a decisão de Janaína.
autor
Diogo de Castro
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