LONGO PRAZO
Thais Bueno
PAREM DE NOS MATAR
Patrícia Almeida
TERRA AMIGA
Marcus José
Thais Bueno
decepar da vida
contaminação
sujos vapores
ensinar a retina
as matizes
das flores
banhar a semente
sementes de hoje
na potência da árvore
árvores de ontem
árvore dos filhos
árvore de amigos
dar água à vida
ser paciente
do grão ao vaso
do vaso ao verde
mero mestre
de planos
de um futuro
Patrícia Almeida
Pintaram minha aldeia de vermelho!
Corpos indígenas caídos ao chão.
Foram as armas que destruíram vidas,
Atingindo meu coração.
Padece, Amazônia!
Só queria um pedaço de chão,
Este chão que sempre foi meu.
Só queria viver do que a natureza me deu,
Só queria ser eu.
Fim da expansão da fronteira agrícola!
Fim da apropriação de terras públicas!
Fim da perda de cobertura florestal!
Que tipo de bem vencerá este mal?
Tenho saudade do tempo
Que o vermelho da minha aldeia
Era pintado de urucum.
Hoje não me contento de jeito nenhum, (revolto-me),
Ao ver corpos indígenas pintados de sangue.
Parem de nos matar!
MANGUE
André Eitti OgawaNo final do dia incandescente
no maral de ondas cálidas
as águas atléticas vazavam
sedimentando os ocultos aquáticos
em meio ao bailado de siris
brotaram topos de um tesouro cintilante
enraizado ao soalho lodoso.
logo, decorando o manguezal ao avesso
submergiram as belezas da produção humana.
polímeros
cerâmicos
emborrachados
curtidos
restos, inteiros
sobejos, despejos.
os combinados da tabela periódica.
às vezes penso
que o geotropismo negativo
são as plantas em desespero.
TERRA AMIGA
Marcus José
A breve história que vou lhes contar
Com certeza, jamais será em vão
De um precioso planeta, iremos cuidar
Essa é a grande e prazerosa missão
Sim! Não podemos disso esquecer
Que, para cada um de nós, sobreviver
É necessário cuidado, preservação.
A peça chave é a sustentabilidade
Independente de qualquer idade
Sabemos que a água, o solo, o ar
Cada vez mais limpos devem estar
Para uma boa e equilibrada relação
Pensando em cada nova geração
Terra Amiga, meu lugar, quero cuidar.
Então, deixo aqui o meu recado
Pois não devo ficar quieto, calado
Diante de tanta intencional destruição
Escrevo, como habitante e ambientalista
Pois sou um profundo e intenso otimista
Podemos sim iniciar uma reconstrução.
Em cada lugar, independente da latitude
Na prática cotidiana, que a nossa atitude
Limpar a nossa casa, morada, habitação.
FRUTOS DA TERRA
Lunara
Brota do solo
abençoado
a flor lilás
da lavanda...
Da terra gentil, fértil,
altaneira,
sumo de lágrimas
e suor,
vertem artérias
pulsando águas e cristais...
Terra, torrão,
lar e chão...
Mãe gentil...
De onde nascem
o pão, o grão,
o quinhão, o sustento,
o fermento, o alimento...
Dos maracujás
aos olivais...
Dos campos encharcados de verde...
aos trigais dourados, maduros de sol...
Bendita és tu,
terra hermosa
e fecunda!
NATURAL
Patricia de Campos Occhiucci
O que seria natural
Passou a ser pedido
Cuide do que é especial.
Melhor arrependido
Que continuar mal.
O ambiente está pedindo
Sem abuso, ou desleixo
Queimadas se repetindo
Da poluição queixo
A natureza resistindo.
Extração abusiva
Tráfico de animais
Das leis esquiva
Fere um pouco mais.
Precaução, viva!
Preservação requerida
Unidades de conservação
A ordem restabelecida
Nas mãos da população
Há justa troca obtida.
O meio fornece
E o homem usufrui
Às vezes, esquece
O desrespeito rui
Tranquilidade padece.
Você e eu fazemos parte
O mundo é nossa casa!
Equilíbrio, bom empate.
Ter senso embasa
Assim, a indignação não bate.
Poema escrito por
Thais Bueno
Patrícia Almeida
André Eitti Ogawa
Marcus José
Lunara
Patricia de Campos Occhiucci
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Mercia Viana
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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