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Antologia Romance à Vista: 2x02

Conto de Rafaela Navas
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Sinopse: Uma viagem pode mudar completamente a vida de alguém. O que se pode fazer quando você conhece aquela pessoa que pode ser a melhor pessoa da sua vida, sendo que você terá que voltar para o seu país em três dias? Kiraz tenta evitar o inevitável e acaba se surpreendendo com o destino final da sua viagem.

Kiraz
de Rafaela Navas

 

Estava tudo tão confuso, mas eu já tinha me decidido. O meu voo foi anunciado, olhei a sala de embarque em volta, havia muitas famílias felizes e casais sorridentes, eu nunca havia feito isso antes sozinha, e por que não? Seria uma experiência não é mesmo.

Identidade e passaporte, por favor! — O rapaz me pede, eu entrego a ele.

Boa viagem, senhorita. — Ele me devolve, com um sorriso.

Entro e vou olhando pelos vidros os aviões lá fora no pátio, sinto o meu coração bater a mais de mil. Eu já tinha viajado de avião antes, mas era a primeira vez que eu ia sozinha.

Seja bem-vinda e obrigada por viajar conosco. — A comissária diz assim, que passo pela porta do avião.

Espero algumas pessoas se sentarem para que eu possa guardar a minha mala. Guardo-a e me sento perto da janela, minha mãe manda uma mensagem me desejando uma boa viagem e agradeço. As pessoas ainda embarcam, pego os meus fones e coloco um chiclete na boca, normalmente acabo ficando com pressão no ouvido e o chiclete ajuda um pouco.

O avião começa a taxiar na pista e depois começa a subir, balança um pouco, mas logo vai se estabilizando, havia um assento vago no meio, é uma senhora sentada no assento da ponta.

Coloco uma música e me encosto na janela. Seria uma longa viagem.

~

Pousamos no Canadá assim que o dia estava amanhecendo. Quando passei pelos portões de desembarque, percebi o meu nome em um cartaz gigante com várias cerejas em volta.

Evelyn! — Digo assim que me aproximo dela.

Kiraz! — Ela me abraça.

Fazia quatro anos que eu não a via, desde que ela havia se mudado para Toronto. Evelyn havia se casado há um ano. Hunter, o seu marido era muito simpático e ele é engenheiro.

Seriam três semanas que ficaria lá, nós fomos à ilha do príncipe Eduardo, passando duas noites por Charllottetown, e depois indo para Cavendish, uma área rural no centro da ilha onde foi palco para a história de Anne de Green Gables.

Conheci o lugar que vivia nos meus sonhos, e não podia acreditar nisso. Era como estar em um sonho na realidade, um sonho no qual eu não queria acordar. Molhar os pés naquela água fria e ver as gaivotas planar era como estar no próprio livro da Anne e a Casa dos Sonhos.

Faltavam dois dias para eu voltar para a minha realidade, eu estava sentada em um bar de Toronto, tomando uma cerveja que estava muito amarga para o meu gosto.

Tomou um bolo? — Um rapaz diz se sentando ao meu lado no bar.

Não, eu só queria um tempo sozinha. — Digo a ele, tomando um gole de cerveja.

Ele sorri, ele era alto, e tinha olhos azuis iguais à água do mar do Caribe.

Como se chama? — Ele tenta puxar assunto.

Kiraz, e você? — Respondo, mas sem me importar muito.

Stefan. De onde vem esse nome? — Ele me olha intrigado.

Écereja em turco. — Sorrio.

Você é da Turquia? — Stefan me olha intrigado.

Ah não, não, meu pai, na verdade, é descendente de turco, a minha avó nasceu na Turquia.

Interessante. — Ele sorri.

E o seu? — Pergunto.

Sou canadense mesmo. E os meus pais eu não tenho a menor ideia. — Eleri e eu também.

Estava falando da origem do seu nome, você sabe o meu, então quero saber o seu. — Não era o tipo de conversa que eu costumava a ter, mas quem é que se importa?

Espera um minuto. — Ele pega o celular do bolso e digita no Google a origem do seu nome. — É grego. — Stefan me mostra o resultado da pesquisa e eu rio.

Agora sabemos. — Termino de tomar a minha cerveja.

E o que faz sozinha em um bar em uma quinta-feira à noite? — Ele pergunta se apoiando no balcão.

Eu poderia te fazer a mesma pergunta! — O fito e ele ri.

Bem, eu saio para tomar umas com o pessoal do meu trabalho, que está bem ali. — Ele mostra o grupo de pessoas.

E por que você não está lá? — Digo arqueando uma das sobrancelhas.

Porque está frio. — Era uma resposta bem modesta.

Como se isso justificasse alguma coisa.

Para mim justifica. — Ele roda no banco e escora na bancada.

O que está fazendo?

Esperando a minha resposta. — Ele passa a mão pelo cabelo, ele era bonito, e eu sorrio timidamente.

Eu não sou daqui. — Falo dando de ombros.

Pensei que fosse. — Ele diz de uma forma melancólica.

Não, eu sou da Colômbia.

Sério? E fala tão bem inglês. — Ele estava completamente surpreso.

E português também. — Dou um sorriso.

Português de Portugal?

o, do Brasil, a Colômbia fica perto do Brasil, não muito, mas posso dizer que sim, tenho parentes que moram no Brasil, a outra parte da minha família é de lá. — Acho que estava dando informações demais de mim ao cara completamente desconhecido.

Eu não conheço o Brasil. — Stefan fala tomando um gole de uísque, e só agora que fui perceber que ele estava bebendo algo.

Me fala mais sobre você, você já sabe muito sobre mim. — Tento desviar o foco de mim.

Eu não tenho muito para falar, eu sou engenheiro…

O marido da minha amiga também é! Me desculpe, continue. — Acabo interrompendo-o.

Tenho 27 anos, gosto de música, gosto de filme de ficção científica, e sou péssimo em esportes. — Ele suspira e me fazendo rir.

Até no futebol? 

Até no futebol. — Stefan ri. — E você?

Tenho 21 anos, eu não gosto de cerejas, que é um pouco contraditório já que o meu nome significa…

Cereja. — Ele ri.

Sou formada em Relações Internacionais, meu livro preferido é “Anne da ilha, e tenho 2 meias-irmãs.

Sério? 

Sim, eu sou “fruto” do segundo casamento do meu pai, as duas são mais velhas que eu, e a primeira esposa do meu pai morreu no parto da mais nova, e então o meu pai se casou com a minha mãe um tempo depois, e praticamente todas as outras duas foram criadas pela minha mãe.

Uau, e como é o nome das suas irmãs? — Stefan parecia um pouco impressionado.

Asli e Halide, nós somos pedacinhos da Turquia na Colômbia. — Rio.

E você já foi na Turquia?

Não. — Digo rindo e ele também.

Você tem namorado? — Ele me pergunta me olhando nos olhos.

Eu tinha… essa viagem que estou fazendo era para estar fazendo com ele, na verdade. — Mordo o lábio inferior. — Ele me traiu e engravidou a amante dele. — Stefan fica completamente surpreso.

Caramba, nem sei o que falar.

Nem eu não sei, a gente planejara essa viagem meses, íamos nos casar no final deste ano.

Caraca, e como você está?

Estou aqui. — Brinco e ele ri. — Essa aqui era a amante dele. — Mostro uma foto de uma mulher para ele, não sei porque estava fazendo isso, acho que deve ser por culpa do álcool.

Você ainda tem fotos com seu ex? — Stefan pergunta, porém dou de ombros. — Não, não, me empresta o seu celular! — Ele me pede e eu dou o meu celular na sua mão.

Regra número 1 de um término, apagar todas as fotos. — Ele abre os meus favoritos e seleciona todas as minhas fotos. — Caramba,mais de 400 fotos!

Foram quase 4 anos de namoro. — Digo a ele.

Não importa, agora foi. — Ele mostra as fotos sendo apagadas. — Regra número 2, você aceita um drinque de um desconhecido.

Que não é tão desconhecido assim, já que ele passou a última hora sabendo da minha vida toda. Rio e ele também

Você toma tequila? Stefan pergunta.

Ah, eu gosto. — Sorrio.

A gente toma uma dose de tequila que faz o meu corpo aquecer.

E agora? — pergunto.

Regra 3: dançar.

Está me convidando para dançar com você? — Olho para ele intrigada e ele me olha fixamente em meus olhos.

Você me daria essa honra? — Ele estende a mão para mim, e então pego a sua mão, corando de leve

Ele me leva para pista de dança, não tinha tantas pessoas, a gente dança, uma moça acaba se esbarrando em mim e me jogando contra ele, ele me abraça e continuamos a dançar. A gente dança, e eu apenas vivo o momento.

Venha, você precisa ir em um lugar. — Stefan diz alto.

Mas e os seus amigos? — Pergunto a ele.

Eles estão curtindo, vamos.

Seguro a sua mão e ele me leva para fora, a gente caminha pela rua indo para a ponte que ficava mais adiante, começava a nevar, flocos de neve caem lentamente.

Agora você vai tentar pegar um floquinho de neve com a língua e fazer um pedido.

Mas por quê?

Não tem um porquê… só faça! Finja que é a regra número quatro.

Então faço o que ele me pede, o floquinho de neve era minúsculo e não chega a congelar a minha língua, eu faço um pedido fechando os meus olhos.

Olho para ele, tinha muita neve no seu cabelo, e no seu casaco, estava frio, mais nada insuportável, estávamos próximos um do outro, ele tira a mão do bolso do seu casaco, a sua mão estava um pouco fria quando toca a minha pele, me causando um arrepio, ele acaricia o meu cabelo da nuca.

Número 5.  — Ele sussurra.

Seguro o seu casaco e então ele me beija, os seus lábios estavam frios, mas ficam quentes com o beijo, ele me envolve no seu corpo, e a sua língua encontra a minha. Sinto o meu corpo aquecer por dentro do casaco, ele termina o beijo deixando o seu rosto colocado com o meu.

O que vamos fazer agora? — Pergunto baixinho.

Eu não sei… quando você vai voltar para o seu país? Ele me pergunta.

Em dois dias! — E é aí que minha ficha cai, em dois dias eu estaria em um avião para casa, e esse últimos dias aqui havia sido maravilhoso como se eu tivesse encontrado o meu lugar no mundo.

Sério? — Stefan pergunta e eu concordo com a cabeça. — Venha, vou te levar em um lugar. — Ele completa.

Tudo bem. — Digo e o acompanho.

Estava uma noite fria, ele me leva até o seu carro, era um Tesla. Ele abre a porta para eu possa entrar e fecha assim que eu já estava dentro.

Você já conheceu toda Toronto? — Ele me pergunta.

Alguns lugares apenas, mas onde você for me levar será novo para mim. — Respondo e ele sorri.

Isso era uma loucura, sair e entrar no carro de alguém que conheci em um bar umas horas apenas, era coisa de louco, mas eu nada tinha a perder. Então Stefan me levou ao High Park, as árvores estavam cobertas de gelo e o lago parcialmente congelado, a gente passou pelo parque, era um lugar muito bonito, era quase três da manhã, e o parque estava completamente vazio, a gente viu um gato correndo pela neve e depois desaparecendo.

Ele me leva para comer um donut às quase cinco da manhã em um café perto daqui, vemos o nascer do sol no Trillium Park em outro ponto da cidade.

~

Cheguei na casa da minha amiga pela manhã enquanto ela e o marido tomavam café da manhã.

— Passou a noite toda fora? Pensei que só ia tomar uma cerveja. — Evelyn diz cruzando os braços.

— Eu costumava tomar cervejas assim antes. — Hunter brinca e ela revira os olhos.

— Conheci um cara no bar ontem a noite. — Digo a ela honestamente.

— Você foi no bar que lhe disse? — Hunter pergunta colocando a sua xícara na pia. 

— Fui. O rapaz que conheci é bem legal, ele é engenheiro, ele disse estar com alguns amigos do trabalho. 

— E qual era o nome dele? — Evelyn pergunta. 

— Stefan. Respondo. 

Vejo Evelyn e Hunter se entreolharem com um sorrisinho no rosto.

— O que é? — pergunto.

— Por acaso ele é engenheiro? — Hunter pergunta. 

— Ele é, como você sabe? — Estava completamente intrigada. 

— Sou chefe dele, ele é um dos meus melhores engenheiros, e o bar que eu te falei, é o mesmo que costumo ir para tomar uma cerveja às quintas. — Hunter diz então aí que entendo que tudo fora proposital, o bar que ele indicou era o mesmo que ele ia com o pessoal do trabalho.

— Isso tudo foi uma armação de vocês! — falo me sentando.

— Nem tudo. Não tínhamos pensando que seria o Stefan que iria querer sair com você. — Evelyn diz o que me faz ter uma pontinha de raiva, o que fazem eles rirem. — Mas não se preocupe amiga, Stefan é um bom homem. — Ela completa.

— E ele vai ser uma ótima distração, para você não ficar pensando no seu ex. — Hunter brinca, mesmo não nos conhecendo muito bem, ele sabia como eu estava mal com tudo que havia acontecido, sempre conversava com Evelyn e provavelmente ela contava as coisas para ele.

Confesso que fiquei irritada com o que eles fizeram, no entanto, eu continuei a sair com Stefan, curtíamos os últimos dois dias virando as noites e indo em todos os lugares que eu ainda não pude ir, confesso que estava bem cansada, só dormindo quatro horas por dia, mas valia a pena.

Vivi os melhores três dias da minha vida com ele. Stefan era um sonho, ele me fez perceber o mundo de outra forma e então acabei me apaixonando por ele, fizemos amor no dia que eu ia embora, mas sei que aquilo era uma despedida, ninguém fica com alguém que acabara de conhecer, Stefan e eu éramos de mundos diferentes.

E quando eu estava indo embora ele me pediu para ficar, mas eu não podia. Stefan, o cara do bar, virou o cara do meu pequeno momento fora de qualquer órbita. Embarquei naquele avião naquela noite de domingo, eu ia para a Colômbia mais com parte do meu coração em Toronto, esse é o preço que se paga por encontrar a felicidade em dois lugares.

Na Colômbia a minha irmã Halide foi me buscar no aeroporto, mas acabei ficando em silêncio durante todo o percurso de volta, eu estava aqui e Stefan ficou lá, a gente conversou muito, mas três dias era muito pouco tempo para fiar com alguém.

— Você está tão quieta, aconteceu algo? — Halide me pergunta.

— Só estou cansada, irmã. — Respondo por que era a verdade.

— Então me conta como foi a viagem. — Ela pede e é isso que eu faço.

~

Nada na vida é perfeito, e nada era como desejávamos, será que realmente eu estava apaixonada por Stefan ou foi só foi um momento? Ver Mathias, o meu ex, hoje no trabalho só reforçou a ideia que ele podia só ter sido um momento, todos podem ter um, e eu estava ainda magoada com tudo que havia acontecido, tinha apenas um mês e pouco que tudo aquilo aconteceu, ninguém se cura de um término tão rápido.

Mas olhar Mathias só me fez sentir nojo dele, como que ele pode ser tão mau-caráter? Como ele pode fazer isso comigo… ele nunca se importou com o nosso relacionamento no final das contas, não podia ter esperado nada dele. Eu trabalhava, mais minha mente estava em outro lugar, um lugar bem longe:, estava em Toronto.

~

Vou até a casa de Asli, a minha irmã mais velha, precisava falar com ela, pois a nossa última conversa foi muito ruim, digamos assim. Toco a companhia, era noite e provavelmente ela já estava em casa.

— Kiraz? — Ela parecia um tanto surpresa, ainda mais depois dos últimos acontecimentos.

Irmã, podemos conversar? 

Sim, entre. — ela diz, então eu entro.

— Aconteceu algo? — Asli me pergunta.

— Não. Na verdade, eu vim aqui para lhe pedir desculpas por tudo que eu lhe falei, você estava certa, eu deveria ter acreditado em você quando você descobriu que Mathias estava me traindo e veio me contar, sei que você fez isso para o meu bem, por ser minha irmã, mas fui ignorante, até que tudo aquilo aconteceu… quero pedir perdão pelas coisas ruins que lhe disse Asli, eu não deveria ter dito aquelas coisas horríveis.

— Kiraz, eu lhe perdoo, está tudo bem, o amor às vezes nos deixa cegos, e acima de qualquer coisa você é a minha irmãzinha.

Pensei que seria complicado, portanto, Asli era a bondade em pessoa, ela transmitia uma paz e harmonia que não existia igual, no fim das contas acabamos nos entendendo, e eu estava feliz por fazer as pazes com a minha irmã.

~

Já fazia três semanas que eu conversava com Stefan, a gente fez videochamadas algumas vezes, mas acho melhor deixar isso tudo acabar, morrer, seria melhor para nós dois, mas não sabia como dizer isso, eu gostava dele, e aqueles três dias foram maravilhosos.

— Que cara é essa, irmã? — Halide me pergunta, quando ela coloca os pratos na pia.

— E só a minha cara normal.

— Não é não, você passou a noite inteira mais calada que tudo. — Asli, diz pegando um pote para guardar as sobras do jantar.

Havíamos vindo jantar na casa de nossos pais, e acabei ficando responsável por lavar a louça.

— Até o papai estava perguntando a mim se havia acontecido alguma coisa. — Asli completa.

— Não vai dizer que essa cara é ainda devido ao imbecil do Mathias! — Halide cruza os braços e encosta na pia.

— Não é, eu não estou nem aí para ele, por favor não fale de novo no nome dele. 

— Não vai nos contar o que te aflige, irmã? — Asli insiste em saber.

— Quando eu estava em Toronto conheci um cara, o nome dele e Stefan, e é nele que tenho pensado. — As minhas irmãs se entreolham surpresas. — Mas não façam essas caras, passamos somente três dias juntos, nada aconteceu de mais, foi algo casual, digamos assim. — Completo ficando envergonhada.

— Está apaixonada, irmã? — Halide diz dando um sorrisinho.

— Não, é só que encontrei a minha felicidade no Canadá, não é devido ao Stefan, não é, eu só sinto que não pertenço mais a este lugar. — Falo, enquanto vemos papai entrar na cozinha.

— O que minhas meninas então cochichando aí? 

— Não é nada, papai. — Halide diz indo até ele.

— Só estou ajudando Kiraz com a louça. — Asli diz começando a secar a louca que eu lavava.

— Não demorem muito. — Papai diz saindo da cozinha e Halide vai atrás já que mamãe havia a chamado.

— Irmã, se você tem certeza que encontrou a sua felicidade em outro lugar, não perca o seu tempo aqui, você é formada, pode ir a qualquer lugar. — Asli diz baixinho para mim.

— Eu sei, mas tenho medo de não dar certo.

— Se não der certo serei a pessoa que estará no aeroporto te esperando, a sua felicidade só depende de você, irmã.

Asli estava certa, como sempre. Naquela noite quando fui para casa, decidi que iria seguir o meu coração, que iria atrás do lugar que me faz ser feliz, tendo o Stefan ou não nisso. Guardo meu carro na garagem e entro em casa e logo em seguida a campainha toca, eu vou até a porta e a abro, e tenho uma surpresa.

— Stefan? — Não podia acreditar no que eu via, ele estava bem aqui na minha frente.

— Kiraz! — Ele sorri.

— Como você descobriu onde eu morava? 

— Meu chefe é casado com a sua amiga, se eu não me engano. — Ele sorri e eu também. — Eu estava com saudades, queria te ver. — Ele completa.

— Eu também estava. — digo e o convido para entrar. 

— Kiraz, eu vim até aqui porque o que sinto por você é algo muito forte, você pode achar que sou louco, mas é que estou completamente apaixonado por ti. — Stefan diz, e eu nem podia acreditar nisso, foi algo muito rápido, mas eu não podia negar, eu também estava apaixonada por ele.

— Stefan, eu estava com muitas saudades. — Beijo-o, e o levo para o meu quarto onde fazemos amor mais uma vez, uma coisa intensa e que ardia de paixão.

Me senti feliz, realizada, não esperava que ele aparecesse, mas ele estava aqui, queria ficar comigo, e eu queria ficar com ele. Era como se tudo tivesse sido feito para nos encontrarmos e queríamos a mesma coisa.

~

Fazia seis meses que eu havia me mudado para o Canadá e que Stefan e eu namorávamos, a minha vida encontrou uma nova maneira de ser ressignificar, nunca foi uma viagem sozinha, eu estava indo para encontrar o meu destino.

Um ano mais tarde Stefan me pediu em casamento e três semanas mais tarde nós nos casamos, estávamos felizes, foi um por acaso que havia se tornado o melhor acaso. Algum tempo depois tivemos filhas gêmeas, o cara do bar se tornou o amor da minha vida, o pai das minhas filhas, e construímos um futuro juntos.

— O que você acha? — Stefan me pergunta sobre a roupinha que ele havia colocado em Adeline. 

— Ficou linda, vou me vestir, acabei de arrumar Viviana. — Digo, entregando a nossa outra bebê a ele.

Cuidar de dois bebês simultaneamente não era fácil, ainda mais Adeline e Viviana que tinham quase o mesmo temperamento, mas eu estava realizada com a minha família, éramos felizes, Stefan foi a melhor coisa que me aconteceu naquela viagem, foi coisa rápida, foi intenso, mas nos apaixonamos, e hoje estávamos juntos a mais de anos.

— Estou pronta. — Digo pegando Adeline. 

Saímos e colocamos as duas na cadeirinha de trás do carro, íamos à casa de nossos amigos, aqueles que aceitando ou não foram os responsáveis por nos juntar. Stefan abre a porta do carro para mim e eu entro e ele faz o mesmo. Ele olha pelo espelho retrovisor as meninas quietinhas lá atrás entretidas com um ursinho novo que ele havia comprado para elas. Ele me olha e coloca a mão no meu rosto, seus olhos fixos no meu., Stefan me dá um beijo lento.

— Eu te amo, Stefan.

— Eu também te amo, Kiraz. Amo muito.


Conto escrito por
Rafaela Navas

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Lopes Peçanha
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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