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Estrada 34: Capítulo 16

Novela de Isa Nota
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CAPÍTULO 16



Ambos continuam a se beijar. Guilherme empurra a porta com a perna esquerda e tranca a mesma, ainda com Bruna nos braços. Ele sobe as escadas e adentra em seu quarto, colocando Bruna em sua cama. Ela retira toda a sua roupa e fica nua, assim como Guilherme.

No dia seguinte, Bruna, com a cabeça no peito de Guilherme, acorda com o cafuné que o homem lhe faz.

– Eu dormi aqui? – Levanta a cabeça e, sentada na cama, fita Guilherme. – Não vai me dizer nada?

– Não tenho o que te dizer... Só confirmar que você é uma louca! Atravessar a cidade a pé, toda molhada, pular em mim e dizer que não lembra...

– Eu não disse que não lembro. Só me assustei. – Levanta da cama e começa a se vestir. – Eu preciso ir.

– Não vai me falar nada? – Indaga Guilherme.

Bruna põe o cabelo que ficara dentro da blusa para fora, o massageia com as mãos e aproxima-se de Guilherme e o beija na boca.

– Eu te amo, viu? Agora preciso ir... – Bruna pega sua bolsa e sorri.

***

Passam-se das oito horas da manhã. Rafaela e Giulia assistem televisão quando Bruna abre a porta. Ela tosse.

– Finalmente! Onde você foi? – Rafaela faz Bruna sentar em uma cadeira.

– Eu... – Bruna põe a mão na boca e tosse. – Fui atrás do Guilherme, como você mesma pediu!

– Não, eu não pedi. Fiz você enxergar o outro lado da história. E consegui. Mas não era para a senhorita ficar doente. E agora? Como vai trabalhar?

– Não preciso nem te responder. Sei me cuidar.

– Bom... E não vai me contar como passou a noite?

Bruna sorri e conta todos os detalhes da noite anterior que passara com Guilherme.

***

Dora, trajando um belo vestido vermelho, acima do joelho, está à frente da penitenciária. A porta do local é aberta e Fausto sai, trajando uma calça jeans e uma blusa de manga curta vermelha. Ele carrega uma mochila nas costas e corre para a mãe, que estende os braços para um abraço.

– Meu filho! Quanto tempo não lhe vejo assim... Feliz!

– Eu sou um homem livre! – Fausto sorri e olha ao redor.

– Mas você sabe quais são os seus planos a partir de agora. Você precisa convencer a Rafaela de que você mudou para que consiga se aproximar da menina.

– Isso não vai funcionar... Acho melhor cair fora!

– Desde que você entrou naquele buraco não pensa em outra coisa a não ser essa maldita menina. Então, cumpra a sua palavra. E faça o que planejou. Sem remorso. Nem pena! – Disse, entrando em seu carro. – Vamos.

***

Antônia atravessa os jornalistas, que estão na porta da Revista Maxxes em busca de informações sobre a prisão de Iolanda. A secretária, trajando seu uniforme – um vestido cinza acima do joelho –, adentra no edifício e sobe as escadas ao ver que os elevadores estão ocupados. Na recepção, está Suzana, diretora do colégio de Liz.

– Suzana?! – Indaga surpresa. – O que lhe traz aqui?

– Gostaria de me desculpar com você, Antônia. Fui injusta. Achei que não conseguiria pagar a mensalidade da Liz até o prazo.

– Mas eu não paguei Suzana. Deve estar havendo algum engano!

– Não houve nenhum engano. – Conrado saíra de sua sala e parara a frente de ambas. – Eu paguei.

– Mas... – Antônia fica sem palavras e tímida. – Suzana, se me der licença, eu preciso trabalhar.

Suzana assente com a cabeça e se retira do recinto, entrando no elevador.

– Você pode me explicar como fez isso? – Antônia fechara a porta do escritório. – Nunca me abri sobre a minha família.

– Pode não ter se aberto, mas dito que tem uma filha. O que foi suficiente. A Iolanda não te pagava bem. Eu sei que não iria conseguir o dinheiro até o prazo.

– Mas faço questão de lhe devolver o dinheiro!

– Antônia. Conversei com a secretária da escola. Você não pagava a mensalidade da Liz desde o ano passado. Não querendo lhe desmerecer... Longe de mim! Mas com esse seu salário mixuruca... Pretende me pagar quando?

– Não precisava disso, Conrado! Eu...

– Precisava sim. Mudando de saco para mala, a hora de você agir é agora! Vai à sala da Iolanda e retira todo o dinheiro e mova para uma conta secreta.

– Isso não tem o maior cabimento. Ela está presa. O que ganhariam com a falência da empresa?

– Se a empresa falisse, o que já está acontecendo com a queda nas vendas dos exemplares, a Iolanda perderia definitivamente a presidência da Maxxes e ficaria com o segundo filho... No caso eu.

– Meu Deus! Não sabia.

– Agora que já sabe, faça o que lhe pedi. E rápido! – Antônia caminha para a sala de Iolanda, mas Conrado a segura pelo braço e a beija. A moça corresponde.

***

Rafaela e Bruna caminham juntas na calçada. Dora e Fausto as encontram e decidem segui-las. Bruna adentra na delegacia e Rafaela segue o destino sozinha, enquanto Fausto desce do carro e caminha atrás dela.

– Ei, Rafaela. – Fausto segurara o braço da moça. – Nós precisamos conversar.

– Você? O que está fazendo aqui?

– Eu disse que sairia daquele fim de mundo. Aqui estou eu. E a menina? Cadê?

– Nem por um decreto que você encostará nela!

– Você pode se complicar com isso. A Giulia é minha filha. Tu não a fez com o dedo, fez?

– Não. – Diz, olhando para os lados. – Quem amou ela desde o primeiro dia que foi concebida fui eu! Eu a criei! E você? Me levou para uma clínica de aborto. Qual direito você tem sobre ela? O fato de ser pai não justifica nada.

– Eu sei que errei. Passei muito tempo na cadeia e estou na condicional... Me dá uma chance!

– NÃO! – Grita. – Faça o favor de esquecer a menina. Caso contrário lhe denuncio por perseguição obsessiva. – Rafaela estende o braço e adentra em um táxi, que sai em disparada.

***

Alessandra e Vivian saem de uma farmácia e observam o Banco a sua frente, com carros de polícia em volta, jornalistas curiosos, um helicóptero cercando o local, uma perseguição de polícia e assaltantes envolvendo tiros e mais a frente avistam Lara e Carlos Henrique algemados. A menina é levada para o camburão e o homem colocado no banco de trás de outra viatura.

Observam Clarissa discutir com um policial e sendo retirada a força pelo mesmo.

– O que está acontecendo? Por que pai e filha estão algemados? – Indaga Vivian, com um sorriso torto no rosto.

– Não seja burra, mãe. Tá na cara que eles tiveram envolvimento no assalto. – Alessandra responde, sem perceber que Vivian havia saído.

– Ô seu policial! Aquela moça ali... E aquele homem... – Diz, apontando para ambos. – Foram presos por quê? Sou da família!

– A mocinha estava participando do assalto e o homem ofereceu dinheiro para que ela não fosse presa. – Diz o policial.

– Ótima notícia! – O policial fita Vivian, que se retira com Alessandra. 

***

Bruna, em sua sala, está à frente de um painel. Em uma mesa, estão as fotos de Iolanda, Vivian, Carlos Henrique, Maria Paula e Lana. Ela adiciona a última foto no topo, e as outras abaixo, todas enfileiradas.

O investigador adentra no local e para ao seu lado.

– Descobriu alguma coisa? – Indaga o investigador.

– Nada. Para ser sincera, estou desconfiando de uma pessoa.

– Quem seria?

– Ele. – Aponta para a foto de Carlos Henrique. – Foi preso por suborno para proteger a filha, Lara Casagrande. Que inclusive já foi detida suspeita de um assalto seguido de sequestro. A Lana que iria julgar a garota, mas com a morte dela ficou com outro juiz que a inocentou. Sabendo que ela tinha envolvimento direto no crime. Ou seja, seria mais fácil o Carlos Henrique matar a Lana e subornar o juiz que se escafedeu no mundo do que oferecer dinheiro a Lana, que inclusive já foi casada com ele.

– Falando neles... Vão ficar detidos aqui ou serão transferidos?

– Consegui a transferência imediatamente.

– E quanto às outras três mulheres?

– Não vou acusar injustamente. Por isso, a Maria Paula irá depor novamente. E dessa vez vou tirar algo da boca dela!

***

Fausto está em um bar, comendo um sanduíche e um café. Observa Rafaela de mãos dadas com uma criança, de aproximadamente dez anos.

Ele joga uma cédula de vinte reais e sai do estabelecimento e começa a segui-las.

– Que linda! É linda a minha filha! – Diz feliz.

***

Passam-se alguns dias. Bruna senta-se em sua cadeira e fita Maria Paula.

– No dia do crime, você foi vista no evento, que ocorreu no Estrada 34, e minutos antes da morte da Lana, foi flagrada na cena do crime. – Bruna afirmara.

– Não. Eu fui vista na festa, mas...

– É melhor dizer a verdade.

– Como eu ia dizendo... – Maria Paula ficara nervosa. – Estava no local do crime, mas não fui eu que matei. Podem ter sido duas pessoas. Iolanda ou Vivian.

– Por quê?

– A Iolanda destruiu a carreira da Lana na época que era casada com Carlos Henrique, e depois disso, pode ter havido outras desavenças que desconheço. A Vivian era melhor amiga da Lana, tiveram um desentendimento forte que acabou com a vida do pai da Vivian.

– O que aconteceu?

– Parece que a Lana mantinha um relacionamento com o pai da Vivian secretamente e quando descobriram tanto o pai da Vivian quanto o da Lana tiveram uma discussão séria que, infelizmente, tirou a vida de Seu José, pai da Vivian. É muita coisa doutora...

– Entendo! Está liberada. – Bruna ficara pensativa.

***

Carlos Henrique e Lara adentram em casa, ao lado de Clarissa e Alessandra.

– Bom... Fiz a minha parte. Tirei vocês da cadeia e agora é seguir as ordens do advogado.

– Não sei nem como agradecer, Alessandra. – Lara abraçara a irmã. Carlos Henrique e Clarissa a observavam.

– Mas eu sei. Não se metendo nisso outra vez. Bom... Preciso ir senão perco o voo.

– Fique aqui, querida. Essa viagem é uma perca de tempo! – Clarissa pega nas mãos da enteada.

– Não, Clarissa. Nunca gostei do Brasil e não tem o que me segura aqui. – Abraçou um a um. – Até mais. – Alessandra se retira, enquanto Carlos Henrique fita a filha. Lara e Clarissa sobem para seus aposentos.

***

Guilherme e Bruna estão sentados em um banco de uma roda-gigante. Eles se beijam.

– Que lugar lindo, Guilherme!

– Realmente... Acertei na mosca. – Diz, observando Bruna vomitar em uma sacola plástica. – O que houve Bruna?

– Nada... Um mal-estar passageiro.

– Tem certeza? – Guilherme mostra-se preocupado.

– Sim, querido. Talvez seja o movimento da roda-gigante. Nada de mais!– Bruna ingere goles de água e deita sua cabeça sobre o ombro de Guilherme, observando a bela paisagem do parque de diversões.

***

Rachel, no banco de motorista, observa Arthur jogar bola, enquanto Rosa adentra no edifício. Douglas, trajando uma máscara que cobre todo o rosto, segura um pano com clorofórmio. Ele desce do carro e surpreende Arthur, que grita, mas desmaia ao inalar o líquido. Douglas pega a criança no colo e volta ao carro, que sai em disparada.

***

Iolanda, com os pulsos algemados, adentra em uma sala onde um homem a espera. Ele traja roupas simples, enquanto Iolanda utiliza uniforme da penitenciária, uma camiseta de manga curta branca e uma calça amarela.

– Eu preciso de um favor seu. – Aproximou-se do homem e cochichou. A carcereira observava-os. – Que mate a delegada.

– Eu não posso fazer isso, dona.

– Pode sim. E se não me ajudar, você está ferrado!

– E como eu faço isso? – Disse com medo.

– Sabote o carro particular dela. Ninguém vai suspeitar. E geralmente, acidentes assim são fatais! Essa mulherzinha já atrapalhou muito o meu caminho!

***

Rachel põe uma escada e Douglas, carregando Arthur desacordado, sobe para o sótão do apartamento. Assim que ele entra no local, retira a escada.

Douglas deita Arthur em um colchão velho, abre uma gaveta, pega as duas cordas, a mordaça e o par de algemas. Com uma corda, constrói uma forca. Ele algema o pé do menino a uma cadeira. E põe sobre a cadeira a outra corda e a mordaça.

Arthur desperta. Enxerga um homem mascarado e grita por ajuda. Douglas abre a gaveta e pega um bastão e começa a bater no menino.

– Isso dói, né? Grita mais uma vez pra ver se não apanha de novo, idiota! – Arthur se cala.

– O que é aquilo? – Com a mão trêmula, Arthur aponta para a forca.

– Se você se comportar bem, assim que seu pai der o que é preciso você sai com vida. Senão, você morre, entendeu? – Arthur balança positivamente a cabeça.

***

Rosa toma um copo de água com açúcar enquanto responde perguntas de um delegado. Guilherme e Bruna adentram sorrindo, mas logo o fecham.

– Rosa... O que está acontecendo aqui? – Indaga Guilherme.

– O Arthur. – Bruna observa a cena. – Onde ele está?

Rosa permanece em silêncio, fitando o casal.

– Não ouviu? Onde está o meu filho? – Guilherme começa a ficar nervoso, mas Bruna lhe dá um beijo no rosto e tenta acalmá-lo.

– Seu Guilherme... O Arthur desapareceu!

– Desapareceu? Como? Eu pago para você cuidar dele, Rosa!

– Eu subi para pegar água e quando voltei, o porteiro disse que o menino tinha sumido.

– Talvez não seja um desaparecimento. E sim um sequestro. – Diz o delegado.

 




novela escrita por
Isa Nota

personagens
Bruna
Guilherme
Lana
Rafaela
Dora
Maurício
Fernanda
Martha
Iolanda
Carlos Henrique
Beatriz
Roberto
Conrado
Olívio
Antonia
Arthur
Lara
Clarisse
Margot Alvarez
Carla
Eva
Alessandra
Rosa
Fausto

trilha sonora
Tensions Run High - Soundridemusic (abertura)

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

REALIZAÇÃO



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