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Antologia O Mal que nos Habita - 2x09

Conto de Ney Alencar
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Sinopse: Um manuscrito é encontrado atrás de um tijolo oco na parede de um quarto na ala dos esquerda do Hospital da Tamarineira, em Recife Velho, em 1957, um registro dos dias insanos de um de seus pacientes!

2x09 - Na Própria Carne
de Ney Alencar

 

 “A loucura é apenas um pensamento,

Que escapa à sanidade da Razão!”
 

O manuscrito a seguir foi encontrado atrás de um tijolo oco na parede do quarto ... na ala esquerda do Hospital da Tamarineira, em Recife Velho, em 1957.

...

Janeiro de 1895. 1ª Efeméride.

O doutor me pediu para escrever este diário, para que pudesse me lembrar de tudo com detalhes, dizia que isso ajudava na cura. Não sei se irá funcionar. Hoje eu desenhei o Primeiro arcano! Foi assim como um nada, que veio se aproximando e tomou conta de minha mente. Sua figura não era de homem, era uma coisa sem forma, uma coisa sem mente, havia apenas uma coisa ali naquela figura que mais se parecia com uma nuvem de tempestade, havia fome! Senti que aquela letra abriu uma porta e que algo havia entrado neste mundo através daquele desenho, algo negro e mau! Uma coisa que era ao mesmo tempo apenas uma voz e uma emoção lasciva e avassaladora. Ela cantou seu som em meus ouvidos como um rouxinol que canta para atrair os insetos que irá devorar! Lançou sua rede e eu vim até ela! Olhei para a figura na parede e vi que a vida pulsava nela, indecente e latejante, e me vangloriei do que havia feito!

 

Abril de 1895. 2ª Efeméride.

Eu o ouvi sussurrando pelas escuridões dos cantos, fora do quarto, lá na noite e depois no fim dos corredores que estão sempre cheios de gritos. Eu ouvi sua voz pastosa e amorfa me falando de outros como ele que vivem nos espaços entre as estrelas e dentro delas, emprenhando-as com suas sementes malignas de horror. Ele me falou sobre o doutor e sobre o que ele iria fazer comigo, sobre os choques e a dor e sobre a água. Ouvi, mas não acreditei, não, somente quando o doutor veio e me levou para a sala branca e colocou aquelas coisas de metal frio na minha cabeça é que acreditei. Gritei que acreditei e pedi-lhe que parasse, mas ele não parou! Não parou!

 

Agosto de 1895. 3ª Efeméride

Havia outra voz na sala ao lado. Agora eu sei disso porque ela falou comigo, ela sabe meu nome, eu não posso falar qual é o nome dela. Havia outra pessoa naquela sala, eu sei, eu a ouvi gritar quando a coisa que estava lá a possuiu e devorou completamente. Eles pensaram que ela havia sido levada por outro médico, mas não foi isso, eu sei, eu ouvi. Seus gritos ainda me acompanham durante a noite. Seus gritos de desespero não me deixam mais dormir. Eles ecoam sem parar dentro de minha mente como uma música blasfema. Janete veio me visitar ontem. Sei que ela ainda se ressente por causa de minhas crises, mas não existe nada que possa fazer à respeito. Ela chorou. Sei que ainda quer se casar comigo, mas parecia mais distante do que de costume, não me beijou quando foi embora!

 

Dezembro de 1895. 4ª Efeméride.

O doutor diz que vou ter que tomar remédios para dormir, não consigo mais, ele não sabe porque, mas eu sei. São as vozes, elas me contam coisas horrendas, me contam como entram na cabeça das pessoas e as possuem e as emprenham com suas sementes degeneradas e imundas. Não sei o que são, mas sei o que podem fazer. Havia um enfermeiro que duvidou de mim e contei às vozes sobre ele. Elas me disseram o que iriam fazer com ele. Ele não veio me ver mais. O doutor disse que ele havia morrido, mas que não podia me dizer como. Então eu lhe contei como: as vozes me disseram e eu contei ao doutor. Foi assim, elas o encontraram, as coisas da outra sala, foram até a casa dele de noite, pegaram-no dormindo, fizeram-no gritar quando seus instrumentos se enrijeceram, entraram dentro dele com toda sua lascívia e sua fome primordiais, partindo-o ao meio como um simples galho seco, uma coisa à toa, e deixaram-no lá sem vida, mas cheio de sua semente blasfema. O doutor não acreditou em mim e sei que ele vai procurar saber. Sei porque elas me contaram. Elas me contam tudo! Janete voltou diversas vezes, mas ontem foi muito diferente: ela estava mais fria e parecia mais alegre do que de costume. Desconfio que esteja em traindo com outro, sua voz estava tremendo quando me contou sobre um amigo que vinha visitá-la na casa de sua mãe e ela afastou sua mão quando tentei tocá-la, quase como se tivesse repugnância de mim. Uma onda de ciúme e raiva me tomou e não desgostei quando ela foi embora. Não chorou nem uma vez!

 

Fevereiro de 1896. 5ª Efeméride.

O doutor veio me ver hoje, perguntou sobre as vozes novamente. Não quero contar sobre elas porque podem ir até ele e descobri-lo e então devorá-lo. Elas me disseram que vão fazer isso, mas não quero que façam, porque ele é um bom doutor. Me dá choques, mas é para curar minha cabeça que está podre por dentro. Sei que ele não quer me machucar, e sei que preciso levar os choques para purgar esses pensamentos cheios de blasfêmias que tornam a entrar em mim a cada noite! Janete me contou sobre o amigo, eles parecem muito próximos agora, ela veio me ver apenas hoje, parecia distante e tinha um sorriso esquisito. Contou que ele era um amigo de infância e me descreveu suas brincadeiras. Não gostei daquilo. Levantei-me e a deixei falando sozinha! O doutor disse que não deveria fazer isso, que ela vem me ver porque gosta de mim, mas eu sei que não gosta mais, ela gosta do outro! Sei disso agora e essa certeza me devora como uma doença!

 

Maio de 1896. 6ª Efeméride.

Eu vi o gato hoje, um gato preto e branco, grande, que veio gingando pelo lado de fora da janela. Ele ficou me olhando, pude ver os olhos grandes dele andando de um lado à outro da sala enquanto ele seguia os donos das vozes que andavam ao meu redor com seus rodopios silenciosos. Ele ficou ali parado durante muito tempo. Foi depois que ele foi embora que ouvi uma voz na outra sala, sei que era de outra pessoa viva que colocaram ali. Eu havia dito ao doutor para não fazer isso. As vozes não quererem ninguém lá. Querem que a sala fique vazia para poderem realizar suas danças macabras na escuridão. Mas ele não me deu ouvidos. Será que as vozes vão devorá-la como fizeram com a outra? Janete não veio mais me ver!

 

Setembro de 1896. 7ª Efeméride.

Eu conversei com aquela voz na outra sala, antes que as vozes viessem e a devorassem com seus membros e suas bocas famintas. Ela me contou muitas coisas sem sentido. Estava louca, é claro! Ela me contou que tudo isso que escuto são apenas efemérides das insanidades que habitam dentro da minha cabeça, que são apenas eventos que registro para manter vivas as memórias dessas outras coisas que existem dentro de mim, destas disfunções e destas anomalias e perturbações que me preenchem de insanidade. Mas eu sei que isso não é verdade! Eu mostrei a ela que isso não é verdade. Eu lhe disse que iria provar-lhe e contei-lhe sobre o gato e que iria contar às vozes sobre o gato na janela. Ele ainda vem me ver de vez em quando e fica bem parado observando enquanto elas dançam ao meu redor. Ela não acreditou que fosse fazer, mas eu fiz! Contei às vozes, elas vieram e pegaram o gato, enquanto ele estava lá fora olhando pela janela, elas o abriram com seus membros túrgidos e tentaculados e o preencheram com sua imundície profana, eu vi! Depois elas o trouxeram para dentro da sala, por entre a rede de metal que fica depois das grades das janelas. Claro que ele ficou em pedaços, era uma coisa óbvia. O doutor ficou estarrecido quando viu o que havia acontecido, eu expliquei que a culpa fora apenas do gato, por ter ficar olhando para as vozes, mas ele não entendeu. A pessoa da outra sala viu tudo, ela gritou muito e o doutor foi obrigado a mudá-la para outro lugar. Não a ouvi mais depois daquilo. Pelo menos sei que ela vai continuar viva. Quanto a mim, dependo apenas da misericórdia das vozes. Enquanto se saciarem com outras pessoas elas vão me deixar vivo!

 

Março de 1897. 8ª Efeméride.

Faz tempo que não escrevo nada. Acreditei que as vozes haviam me deixado em paz, pois elas não falaram comigo por muito tempo, desde o incidente do gato. Parece que ficaram desgostosas porque a pessoa da outra sala havia sido mudada de lugar. Elas vieram falar comigo hoje, me contaram que foram atrás dela, demoraram para encontrá-la, enfim conseguiram e saciaram sua fome e sua lascívia nas carnes dela. Um horror frio tomou conta de mim. Pensei que ela havia escapado, agora sei que é impossível escapar das vozes, elas sempre encontram quem procuraram e sempre conseguem o que querem. O doutor me contou que Janete estava noiva e que iria se casar no próximo mês. Por isso não tinha mais vindo me ver. Eu sabia que traidora ela era, me abandonando assim para ficar com o outro, sei porque ela fez isso, ela havia me contado das brincadeiras que fazia com ele e das dimensões avantajadas que ele possuía. Um ciúme doentio me corroeu quando vi seus lábios tão virginais pronunciando aquelas palavras, minha mente pode ver como ele a havia conspurcado com sua semente imunda, exatamente como aquelas vozes faziam com as pessoas que devoravam. Ele foi malvado e seus atos pecaminosos destruíram meu amor e a pureza de Janete! Poluíram seu corpo, desonraram sua boca com aquele fel impuro e lascivo! Um ódio fervente tomou conta de mim, quase tão grande quanto a luxúria que percorreu me corpo ao imaginar tudo aquilo que ele estaria fazendo com ela naquelas noites quentes de março. Mesmo assim ainda não consegui criar coragem para contar sobre ela às vozes da outra sala!

 

Outubro de 1897. 9ª Efeméride.

Ah, não consegui me conter! O doutor veio ontem de manhã me contar que Janete iria se casar amanhã com aquele homem abominável! Não consegui me conter! A luxúria e o ódio foram demasiados para mim! O alívio não veio! Senti apenas mais ódio fervente que consumiu minha mente em um estertor quase fulminante. As vozes vieram de madrugada e me perguntaram o que havia acontecido, eu não pude deixar de contar-lhes, eram riram e caçoaram de mim, me humilharam por causa de minhas próprias dimensões minúsculas e de meu desejo meloso e débil! E então sumiram, só retornaram quando a madrugada já se esvaía. Elas me contaram que visitaram Janete, e me contaram tudo o que fizeram com ela! Enquanto ouvia eu conseguia imaginar tudo aquilo e um tremor lascivo tomou conta de meu corpo. Vi Janete deitada sobre a grande cama de seu quarto, as cortinas abertas por causa do tamanho das vozes, o terror consumia seus olhos arregalados em um misto de prazer e dor, os braços e as pernas estavam abertos, jogados para os lados em um gesto de abandono como se ela se entregasse de corpo e alma àquela profanação! Debatia-se em vão, gritando e tentando escapar daquilo que se jogava sobre ela em uma penetração profunda e a conspurcava com uma lascívia que não pertencia à este mundo. Líquidos lúbricos e pegajosos escorriam pelos cantos da cama em uma cascata de sujidade! As vozes continuaram naquele ritmo vertiginoso até que atingiram o ápice de sua cupidez hedionda: terminaram em um grito medonho de uma voluptuosidade bestial que mesclou-se à voz balbuciante e estertorante de Janete e dissolveu-se em uma nuvem carmesim que escorreu pela janela e voluteou para os abismos do espaço. Do corpo dela, aberto e maculado, um ícor esbranquiçado e nauseabundo escorria pegajoso e quente. Vi pelos olhos vidrados de minha amada que algo dentro dela havia se partido, havia agora lá em suas profundezas uma coisa perversa, uma depravação fora plantada ali, uma malícia e uma indecência que não existia e jamais seria novamente minha pura Janete! Desmaiei com aquela visão prenhe de ignomínia! Quando acordei, apenas o calor do sol me fez acreditar que estava vivo!

 

Maio de 1898. 10ª Efeméride.

Hoje o doutor retornou e me falou sobre Janete. Sua voz estava cansada e havia um tom de repulsa em suas palavras. Nesses meses de silêncio ela havia se transformado completamente, abandonara aquele noivo abominável e jogara-se no mundo! Abandonara-se aos prazeres da carne, em um frêmito de depravação e impudicícia! Viera vê-lo uma vez, havia uma semana, mas ele não a deixou falar comigo. Disse que ela já não era minha Janete, era outra pessoa, irreconhecível! Havia tristeza em sua voz. Também fiquei triste por saber que foram minhas palavras que a transformaram no que ela era agora! Foi apenas o meu ódio e minha luxúria que a fizeram se emprenhada com aquela volúpia que não conseguia ser saciada! Chorei nas noites que se seguiram e as vozes vieram várias vezes, mas me mantive em silêncio. Não queria que soubessem o que estava sentindo. Elas me tentaram, com suas palavras de conforto, mas não me deixei levar. Senti a raiva incontida que as permeava, a figura na parede pareceu mais nítida e pulsante, como se fosse descer de seu pedestal e me agarrar. Senti medo! Um odor nauseabundo surgiu, como se um vento quente, um hálito blasfemo, viesse daquela figura e bafejasse meu rosto. Uma náusea tomou conta de mim, cai ao chão, febril, e quando o doutor veio encontrou-me já delirando em um transe lúbrico, um mourejar que fazia exalar aquele mesmo odor por todos os meus poros. Estava tomado por ele como se aquilo agora impregnasse minha própria alma e minhas entranhas estivessem cheias com aquele miasma repugnante! Ele me levou para a sala branca e pude sentir as correntes elétricas passando por meu cérebro febril, pude sentir os choques cada vez mais fortes, como descargas purificadoras que ele usava para purgar aquela imundície de meu corpo. Pedi a consciência várias vezes, para recobrá-la logo em seguida, a dor e o arrependimento me consumiram até que desmaiei exausto pelo esforço. Quando acordei, me disseram que havia ficado uma semana em coma, tudo parecia mais claro e limpo. O doutor trouxe Janete para me ver. Ela estava diferente, mais magra, seu corpo parecia consumido por uma moléstia morfética, seus olhos pareciam vidrados e seus lábios descoloridos. Ela me pediu perdão e eu o dei. Ela precisava daquilo mais que eu de meu opróbrio. Um horror repulsivo tomou conta de mim, quando olhei dentro de seus olhos e percebi a sujidade que agora maculava sua alma! Aquela perversidade que tomava conta dela e da qual ela jamais poderia se livrar, pois estava prenhe dela, de uma maneira que aquilo iria acompanhá-la até o fim de sua vida! Eu a destruíra! Sabia disso agora! Voltei-me e saí, ouvi o choro convulsivo e contrito dela antes de deixar a sala! Não voltei a vê-la como homem vivo!

 

Novembro de 1898. 11ª Efeméride.

Depois de tanto tempo, as vozes retornaram. Parecia que haviam me esquecido. Ainda as ouvia por vezes, durante as horas mortas das madrugadas, mas elas não se dirigiam a mim, pareciam me ignorar! Um estranho alívio tomara conta de mim. Até mesmo o doutor percebeu, e por algum tempo parou o tratamento de choque. Tudo indicava, para ele, que eu estava melhorando e logo poderia sair daquela clausura auto imposta! Foi então que elas retornaram. Consegui ouvi-las escavando por dentro das paredes atrás da figura, as linhas se moviam em uma cadência lubrica, ouvi suas unhas escavando os tijolos de barro, pude ver seus olhos brilhando na escuridão da noite e me vigiando, seus sussurros caminhando por meus pensamentos com passos hediondos. Elas vieram em uma noite sem lua, senti as escamas de suas peles, pegajosas e oleosas com aquela sujidade que brotava de seus membros rígidos e desejosos de se fartar com minha carne. Mas eu sabia que elas não iriam me conspurcar. Não meu corpo, pois elas já haviam penetrado fundo em minha alma e em preenchido com aqueles sussurros indecorosos e degenerados. Eu já havia sucumbido a elas desde aquela primeira vez. Agora elas colhiam os frutos de sua colheita pérfida. Elas vieram naquela noite, as duas vozes em uníssono, como uma cacofonia de tons lamuriantes, preenchendo meus ouvidos com suas promessas cínicas. Elas cantaram para mim sua música herética durante toda a noite, e quando veio a aurora aquele coro calou-se. O silêncio que se seguiu foi pior do que toda aquela cacofonia. Esperei, mas elas não voltaram a falar comigo!

 

Dezembro de 1899. 12ª Efeméride.

Já faz quase um ano que não ouço as vozes. O médico diz que estou ficando curado e que não vai precisar mais me dar choques nem mesmo fazer sangrias. Não ouvi mais nenhuma das vozes, nem mesmo aquela que mora no quarto ao lado. Ela não grita mais... porém hoje.... Hoje ouvi a Terceira Voz! Ela dizia ser aquela que devorara a alma de Janete e que a tomara naquela noite amaldiçoada! Ela me falou sobre coisas terríveis, coisas que nunca pude sonhar, coisas que jamais acreditei! Ela me contou sobre aquele que Homem das Estrelas que olhava para o mundo daquele lugar escuro no centro do céu onde as estrelas não brilham e onde toda a luz some! Ela me disse que ele não era como nós, homens comuns, ele não tinha carne, nem ossos, nem mesmo sangue como nós. Me disse que eles eram três e que viviam famintos porque devoravam mundos como este e suas formas verdadeiras, que sempre se escondiam quando podiam, para que os homens não perdessem sua sanidade. Era como a forma das estrelas, grandes estufadas e famintas, sempre muito famintas! Sua carne era a escuridão e seus ossos eram aquilo que existe entre as estrelas! Eu posso senti-lo se movendo ao meu redor, como uma serpente gigantesca e lasciva, e posso sentir o odor mefítico e impuro de sua semente gotejando querendo emprenhar minha mente com sua loucura e danação! Agora ele irá possuir meu corpo e conspurcar minha alma! O mal está em mim! Eu sou o décimo quinto Arcano!

Conto escrito por
Ney Alencar

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Mercia Viana
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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