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Estrada 34: Capítulo 20 (Último Capítulo)

Novela de Isa Nota
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CAPÍTULO 20



Bruna volta para frente do computador e reinicia o vídeo, ao lado do investigador. Ambos observam cada cena, quando o homem pausa o vídeo no exato momento em que se vê a assassina.

– E então? Podemos fechar o inquérito? – Indaga Bruna, virando-se para ele.

– Sim. Já estamos há quase um ano nessa investigação. A Iolanda vem tendo um mau comportamento desde que foi presa. Pra falar a verdade, não entendo os motivos dela para matar a Lana. O Guilherme disse que ela não havia recebido nenhuma ameaça...

– Poderia ser queima de arquivo. A Lana era juíza criminal. – Disse o homem, sentando-se na cadeira a frente da mesa de Bruna, que escora na cadeira e fecha os olhos. – Tudo bem?

– Essa história está mal contada. Aqui mostra claramente o rosto da Iolanda ficando a faca na vítima e levando a prova do crime embora. Minutos depois ela aparece na frente de todos os convidados como se nada tivesse acontecido. A única explicação seria a Iolanda ser comparsa da Lana em algum crime e a Iolanda ser ameaçada de alguma maneira pela vítima ou...

Ouve-se uma batida na porta. Uma mulher de roupas simples, com o cabelo amarrado a um rabo de cavalo baixo adentra no local.

– Sônia? – Indaga Bruna, levantando-se e abraçando. – Quanto tempo!

– Pois é. Mas eu vim te dizer uma coisa que está entalado dentro da minha garganta há muito tempo. Devia ter lhe dito desde o início, mas achei que não acreditaria em mim.

– O que foi? Está me deixando curiosa.

– Eu ouvi a conversa entre Iolanda e um capanga dela, lá na penitenciária onde trabalho. Eles estavam planejando a sua morte, com aquele acidente de carro.

– Morte? Mas o médico disse que foi apenas um susto.

– Por que provavelmente o carro bateu em algo de peso menor.

– A Iolanda é uma mulher perigosa! Matou duas pessoas e tentou matar você duas vezes. Se eu entendi a lógica, ela é responsável pelo incêndio também. – O investigador diz, retirando-se da sala. O celular de Sônia toca e ela sai do local enquanto Bruna fita o filho, aliviada.

***

Maria Paula está em frente a uma porta do aeroporto, onde dezenas de pessoas saem carregando o carrinho com malas. Um homem se aproxima e a beija.

– Senti tanta a sua falta, meu amor! – Diz Maria Paula abraçando o homem.

***

Alessandra sai de um elevador, em cima do prédio, e encontra Vivian sentada, com as pernas balançando para baixo.

– MÃE!

Vivian olha para trás e é surpreendida pelo abraço de Alessandra, que leva a mulher para longe da beirada.

– O que pensa que estava fazendo?

– Eu vou fazer, Alessandra. Queira ou não! A vida é minha!

– É por causa daquele menino? Ele morreu não foi? O que vai adiantar você se jogar?

– Nada, assim como ficar presa o resto da vida numa cela imunda! – Pega a carta que escrevia. – Ó, pra você.

– Mas isso é uma carta de despedida! – Leu e em seguida olhara para a mãe, de pé, com os braços abertos na beirada do prédio. – MÃE!

Vivian se joga do prédio. Alessandra observa o corpo cair e em seguida, a poça de sangue que se forma em volta do corpo.

***

UMA SEMANA DEPOIS

Iolanda, com a aparência cansada, adentra na sala de visitas, com os pulsos algemados e cabeça baixa. Senta-se na cadeira e lentamente levanta a cabeça, encontrando seu advogado a sua frente.

- Vai me tirar daqui? – Pergunta eufórica.

– Não. – Observa o desânimo de Iolanda. – A sua ficha criminal vem aumentado cada vez mais!

– O que você quer dizer com isso?

– Ora, descobriram que você matou a Lana e é mandante das duas tentativas de homicídio contra a delegada.

– Eu não matei a Lana!

– Vai ser a sua palavra contra a de dezenas de pessoas. Eu não posso fazer nada contra as acusações contra você.

– E o que veio fazer aqui?

– Te informar. O julgamento será dentro de dois meses. Com licença.

***

Rachel traja uniforme do mesmo presídio de Iolanda: blusa branca e calça amarela. Em outra sala ela conversa com seu advogado, um homem de barriga avantajada e cabelos grisalhos.

– É isso, Rachel. Seu julgamento foi marcado para daqui dois meses.

– Eu não fiz por mal. Só queria...

– Isso não vai ajudar em nada. – Fitaram-se. – Bom, já deu a minha hora. Com licença. Passar bem!

***

No apartamento, Bruna, de pijama, com o cabelo amarrado, segurando a babá eletrônica, senta-se no braço do sofá e observa um porta retrato que possui a foto de Bruna e Guilherme.

Ouve a campainha tocar. Passa a mão no cabelo e por fim, abre a porta.

– Você? – Indaga, observando Guilherme a sua frente.

– Ele está dormindo? – Pergunta, referindo-se ao filho.

– Sim. Pode ver aqui. – Dá a babá eletrônica, em seguida se fitam.

Guilherme aproxima seu rosto ao de Bruna e os lábios de ambos se tocam. Em seguida se beijam apaixonadamente, quando de repente, ouvem o choro de uma criança.

– Ele precisa mamar Guilherme. Pode voltar outra hora?

– Como quiser. – Aproxima o seu lábio do de Bruna, mas a mulher se afasta.

– Melhor não. Depois a gente conversa. Agora pode ir! – Abre a porta e sorri para Guilherme. Ao fechar a porta, observa novamente a babá eletrônica e sai para o quarto do filho.

DOIS MESES DEPOIS

Todos estão reunidos no tribunal, em pé. O juiz pede para sentaram-se e em seguida, adentra Iolanda.

Várias pessoas respondem perguntas, entre elas Guilherme, Maria Paula e Carlos Henrique.

Iolanda, nervosa, responde a algumas perguntas. Ao fim, o juiz lera a lista de crime que ela cometera.

 

– Condeno a ré Iolanda Cavalcanti a pena de trinta anos, quatro meses e dezenove dias em regime fechado. – Batera o martelo. – A sessão está encerrada.

– EU NÃO MATEI! EU NÃO MATEI A LANA! – Grita, ao ser algemada por um policial.

Maria Paula, ao lado de seu marido observando a cena, começa a rir e põe a mão na frente para disfarçar.

– O que aconteceu? Você tem alguma coisa a ver com isso?

– Eu? Não. – Olha para os lados. – Vamos? Eu quero te mostrar uma coisa!

***

– Condeno os réus Rachel Albuquerque e Douglas Azevedo a pena de doze anos, um mês e três dias em regime fechado.  – Outro juiz batera o martelo após ler os crimes cometidos por ambos, e em seguida, os policiais os algemavam.

***

João Guilherme engatinha lentamente por um corredor. Guilherme caminha até a criança e a pega no colo.

Bruna aproxima-se de ambos e sorrindo fita Guilherme. Os dois se abraçam.

– Agora você não tem mais motivos para fugir de mim! – Diz, dando um beijo na boca da delegada.

– Não... – Fala, antes de se beijarem.

***

Maria Paula e o marido, Wilker, estão sentados em uma mesa redonda, com cadeiras estofadas de um famoso restaurante.

– O que você quer me mostrar, Maria Paula?

– Os garçons precisam trazer, tenha calma. – Observara um garçom trazendo uma bandeja de metal fechada. – Pronto.

– Comida?

– Abre a bandeja.

Wilker retira a tampa e encontra um sapatinho de tecido branco. Ele o pega na mão e sorri.

– Já fazia um tempo que eu sabia, mas guardei segredo para não me decepcionar se caso acontecesse uma coisa com o bebê...

– Branco?

– Como ainda não dá para saber o sexo, comprei um branco que dá para os dois...

– Que notícia maravilhosa!

***

UM ANO DEPOIS

Em uma praia, Guilherme, no altar, conversa com o juiz de paz. Os convidados começam a chegar e sentam-se nas cadeiras que há no local. João e Arthur estão ao lado de Rafaela. O primeiro, segura uma almofada branca com as alianças presas.

Música: A Thousand Years – Christina Perry

Bruna, trajando um vestido branco tomara que caia, com os cabelos meio preso, caminha lentamente, carregando um buquê de flores, com Arthur na frente. Ao chegar ao altar, Guilherme beija a testa de Bruna, que entrega o buquê para a mãe, Dinorá.

– Estamos aqui para celebrar a união entre Bruna Muniz e Guilherme Steffens.

Enquanto o juiz conversa com os noivos, Rafaela e Noah se beijam e Giulia os observa. Maria Paula e Wilker com a filha, Valentina, de um ano. Antônia e Conrado felizes, ao lado de Liz. Natan observando Dinorá, que troca olhares com ele.

João Guilherme leva as alianças até o casal. Guilherme se agacha a altura do filho e pega as alianças.

– Guilherme Steffens. Aceita Bruna Muniz como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

– Sim!

– Bruna Muniz. Aceita Guilherme Steffens como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

– Sim!

– Pode beijar a noiva.

 

Na festa, Guilherme e Bruna conversam com os convidados. Maria Paula e Wilker saem disfarçadamente, sem conversar com os noivos.

O investigador aproxima-se de Bruna, com uma caixa de papelão lacrada.

– Bruna? – Ela vira-se e exibe um enorme sorriso, juntamente com Guilherme. – Sei não é de bom tom os noivos receberem presentes dos convidados no dia do casamento, mas como essa união significa uma nova vida e esse presente também, achei melhor te deixar mais feliz.

– Como assim? O que é isso?

– É algo que mudará a sua vida completamente. E para melhor!

Bruna pega o pacote e tenta abrir, com dificuldade. Ao conseguir, encontra uma camiseta e calça preta.

– Roupas?

– Tire da caixa, Bruna.

A delegada obedece. Guilherme segura a caixa e Bruna retira da mesma. Atrás da camiseta, em letras grandes e amarelas “Polícia Federal”.

– Mas como? Eu...

– Sim, você achou que não tinha passado nos testes. Você na verdade fez tudo em segredo, não contou nem para mim nem para o Guilherme dessa sua tentativa.

– Eu não passei, como é que...

– Eles trocaram o seu nome com outra mulher. Não me pergunte como. Isso não importa! Agora você é delegada federal... Não é maravilhoso?

– Claro que é. Só não imaginava!

– Bom, aproveite esse dia. Você é merecedora de tudo isso!

– Obrigada. – Disse Bruna. O investigador saira. Bruna, segurando a caixa, beijara Guilherme.

***

Iolanda adentra em uma sala. Maria Paula a aguarda, de costas. Ela ri e fica a frente de Iolanda, encarando-a.

– O que você quer? Se for pra rir da minha cara...

– Não. Eu vim te dizer que estou amando você me substituir naquela cela imunda! Realmente... Ela combina muito contigo.

– Como é? Repete! Você que...

– SIM, SUA TONTA. – Grita a interrompendo. – Consegui enganar a polícia e te encrencar de vez.

– Por que fez isso? O que eu te fiz?

– Ainda pergunta? 14 de Setembro de 2008. Recorda essa data?

– Não...

– Você, junto com a idiota da minha irmã entrou na minha casa, pegaram o MEU FILHO e enforcaram ele. Fui presa por um crime que não cometi!

– Eu não enforquei seu filho!

– Mas me segurou para que não conseguisse evitar a morte dele. E depois... Ainda jogaram no chão como se fosse um boneco!

– EI, VOCÊS! ELA É UMA ASSASSINA! ELA MATOU... – Iolanda levantara-se e gritara.

– CALA A BOCA. Hoje sou casada com um importante empresário americano, dei a ele uma herdeira. Se eu for presa, em menos de dez minutos sou solta... E você? Vai mofar aqui!

– Sua cachorra! Vagabunda!

– Isso foi pouco. Eu sou capaz de coisa pior para proteger a minha família. Espero que você apodreça aqui, saia daqui direto para o túmulo!

Maria Paula empurrara Iolanda, batera na porta e saíra, com um sorriso cínico no rosto.

***

Maria Paula adentra no carro. Beija o rosto de Wilker e observa Valentina dormir.

– Amor, eu preciso ir a um lugar antes de irmos para casa. – Disse.

***

Maria Paula carrega um ramo de flores e aproxima-se de um túmulo, onde tem a imagem de um bebê de aproximadamente cinco meses, com o nome de Henry Albuquerque.

– Eu finalmente consegui filho! Agora você pode descansar. Amarei-te eternamente.

A mulher retorna ao carro emocionada. Observa a filha, Valentina brincar com uma boneca de pano.

– Amor... Sabe aquela proposta de morarmos nos Estados Unidos? Eu mudei de ideia...

– Sério?!

– Será melhor para a Valentina e sem contar que não guardo boas lembranças do Brasil... – Observara a paisagem.

***

Após os últimos convidados irem embora, Guilherme e Bruna correm atrás de Arthur e João, que molham a seus pés na água do mar. Os quatro mergulham e brincam um com os outros e assistem ao pôr do sol. Guilherme segura Arthur no colo e Bruna faz o mesmo com João. Ao fim, eles se dão as mãos e caminham felizes a um destino próprio. 

A maior fonte de felicidade que há na vida, é saber que alguém nos ama; que nos ama pelo que somos ou, melhor, que nos ama apesar do que somos.” - Victor Hugo.





novela escrita por
Isa Nota

personagens
Bruna
Guilherme
Lana
Rafaela
Dora
Maurício
Fernanda
Martha
Iolanda
Carlos Henrique
Beatriz
Roberto
Conrado
Olívio
Antonia
Arthur
Lara
Clarisse
Margot Alvarez
Carla
Eva
Alessandra
Rosa
Fausto

trilha sonora
Tensions Run High - Soundridemusic (abertura)
La plata – Jota Quest
Esperta – Ana Carolina
American Authors - Best Day Of My Life
Satisfaction - Rolling Stones
Lana Del Rey - Born To Die
Rude - Magic!
Don't (Diablo Remix) - Ed Sheeran
Terror Requiem For Dream
My imortal – Evanescence
Rihanna – Diamonds
De Janeiro a Janeiro – Roberta Campos e Nando Reis
You & Me – Feldberg 
Esperta – Ana Carolina
Sol de Paz – Strike
Love Me Like You Do – Ellie Goulding
Dia Especial – Cidadão Quem
A Thousand Years – Christina Perry

direção
Carlos Mota

produção
Bruno Olsen

Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.

REALIZAÇÃO



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