Lua Negra em Hoer Verde
de Thaís Lyn
Cinco jovens exploradores trabalhando em seu canal do Youtube sobre
eventos paranormais descobriram um caso de desaparecimento em massa no Brasil.
Enquanto produziam uma matéria sobre Hoer Verde – a cidade do interior de Goiás
em que 600 pessoas desapareceram no dia 05 de fevereiro de 1920 – acharam
supostas coincidências com outros casos de desaparecimentos em massa como a
colônia de Roanoke, na Carolina do Norte, em 1587, e o navio Marie Celeste, em
1872.
A equipe composta de cinco acadêmicos da Universidade Federal de Minas
Gerais, ao descobrir a matéria, uniu-se para fazer o trabalho de suas vidas:
iriam até a suposta localização de Hoer Verde gravar um documentário sobre os
tais desaparecimentos. Programaram-se para viajar para o interior de Goiás
respeitando o fenômeno astrológico comum a todos os sumiços que conseguiram
identificar: a lua negra.
Marcaram a viagem para dia 22 de outubro. Uma lua negra aconteceria no
dia seguinte e a equipe já desejava ter sua base instalada e os equipamentos
prontos para as gravações. Alugaram uma van e a carregaram com todos os equipamentos
que usavam na produção de seus vídeos virais sobre casos paranormais e lugares
assombrados.
Já dentro do estado de Goiás, após muitas pesquisas, conseguiram chegar
ao tal vilarejo: quase na fronteira entre Goiás e Mato Grosso do Sul. A tal localização
foi seguida à risca com o auxílio de um GPS e a base foi montada dentro de uma
grande floresta.
Carlos era o piloto do grupo e diretor do canal. Estacionou a van de
forma que pudessem montar as barracas sem que o matagal atrapalhasse as
gravações e caso precisassem sair às pressas conseguiriam – coisa que às vezes
acontecia...
Agnes era a câmera do grupo. Embora todos usassem capacetes com pequenas
webcams, era ela quem filmava tudo capturando as imagens globais. Lucas
e Jules – os gêmeos – operavam os equipamentos de comunicação extra sensorial
enquanto o último membro do grupo, Kiko,
cuidava da edição dos vídeos e auxiliava todos os outros.
Montaram as barracas, arrumaram os equipamentos e enquanto Kiko resolvia
algumas pendências na base o resto do grupo foi andar pelo local. Jules marcou
algumas partes do terreno com fitas para não se perderem.
— Eu li num fórum do Reddit que dias antes de
perceberem o sumiço dessa aldeia, pessoas das cidades vizinhas alegaram ver
luzes estranhas no céu – comentou Jules.
— O que não falta é teoria sobre isso – complementou
Carlos – Alguns atribuem esse sumiço a aliens,
outros a loucura coletiva e até a guerrilheiros da fronteira.... Tudo não passa
de especulação, mas nós faremos história amanhã! Muitos lugares contam sobre o
tal desaparecimento, mas ninguém nunca achou o lugar exato e gravou nele. Somos
os primeiros!
— Esse lugar é um pouco estranho – redarguiu Agnes –
Prestem atenção – pediu fazendo silêncio.
Todos pararam para ouvir em volta: não havia um único canto de pássaro
ou barulho de vento.... O lugar era simplesmente uma tumba.
— Não acham isso estranho? – Continuou – Talvez
ninguém nunca tenha vindo aqui por uma boa razão. Nem nós podemos ter certeza
se existiu mesmo esse lugar. Até onde vimos, não passa de especulação. Que
provas pretendem conseguir aqui?
— Não sei se conseguiremos provar que estamos onde
já foi Hoer Verde, mas lembra-se das pessoas quando perguntávamos sobre esse
lugar? – Inquiriu Carlos animadamente – Não queriam falar ou faziam sinal da
cruz antes de apontar o caminho! Algo realmente aconteceu por essas bandas. Só
precisamos gravar amanhã alguma coisa e teremos dado um passo a mais do que
qualquer outra equipe de jornalismo ou exploradores do paranormal já deram.
Caminharam um pouco mais para dentro da floresta marcando lugares para
tomadas com a câmera e depois voltaram para a base. Kiko já havia preparado uma
fogueira caprichada onde poderiam ter algum conforto naquele lugar pouco
hospitaleiro.
Jules e Carlos gravaram as primeiras tomadas dentro do acampamento
mostrando todos os bastidores da investigação e explicando como seria feita a
matéria para os outros do grupo. Enquanto assavam salsichas e marshmallows na
fogueira, o diretor detalhava alguns pontos:
— Então aí a Jules faz aquela tomada da árvore
marcada ampliando a visão da floresta naquele pedaço e a Agnes deixa uma câmera
pegando apenas a lua. Vamos contando a história de Hoer Verde e as possíveis
causas do desaparecimento do vilarejo intercalando com imagens do lugar e fotos
antigas.
— E quanto ao contato? – Inquiriu Lucas – Vai querer
tentar algum contato com os espíritos do lugar?
— Claro, podemos capturar talvez até mesmo os
próprios colonos.... Quem sabe conseguimos alguma resposta do que aconteceu
aqui!
Após acertarem os últimos detalhes, cada um se recolheu para sua barraca para descansar um pouco. O
dia seguinte seria marcado por muito trabalho e talvez uma das matérias mais
importantes que já tinham feito. A floresta era estranhamente silenciosa e não
viram sequer uma única formiga por lá, o que parecia muito incomum.
Na manhã seguinte, a equipe fez as primeiras tomadas do dia, mostraram o
cotidiano das gravações e montaram alguns textos para gravarem durante a noite.
A lua negra seria um obstáculo a ser contornado pela equipe, pois, sendo a
segunda lua nova do mês, o céu estaria muito escuro.
Para observar o céu a escuridão era o cenário ideal, contudo, para
gravar, precisariam usar visão noturna e refletores quando necessário. A equipe
seguiu preparando os equipamentos e por volta das sete da noite, entraram
floresta adentro para fazer a tão esperada matéria.
Embora estivessem fazendo uma matéria grande para edição, a equipe
concordou de última hora em fazer uma live mostrando tudo em tempo real. O céu
estava extremamente escuro naquela noite. As estrelas brilhavam fortemente e a
visão era absolutamente linda.
A floresta era iluminada apenas pelos refletores que ficavam desligados
a maior parte do tempo. As câmeras utilizavam a visão noturna e os exploradores
tinham lanternas potentes em suas mãos. Num determinado momento da noite, por
volta de uma da manhã, o primeiro de três fenômenos que assolariam a noite
começou...
— Que merda é aquela? – Perguntou Lucas apontando
para o céu.
Todos olharam ao mesmo tempo e viram luzes verdes piscando e movendo-se
rapidamente em grande velocidade pelo céu. Filmaram e aproximaram com o zoom da
câmera o máximo que puderam e viram que se tratava de um objeto ovalado quase
com o formato que lembrava um prato.
— Aquilo é um OVNI?
- Perguntou Jules com medo.
— Claro que não – afirmou Carlos em dúvida – Pode
ser um drone, um avião, um balão qualquer coisa assim.
— Claro que não! – Discordou Kiko – Aquilo é
claramente uma nave gente!
— Vocês estão muito loucos – Redarguiu Agnes,
resoluta – Não temos uma imagem clara do que é. Não adianta especular, temos
responsabilidade com as informações que divulgamos!
Todos ficaram acompanhando o que acreditavam ser um OVNI sobrevoando o
céu aparentemente em cima da floresta. A luz brilhava de forma intensa e
rápida, e parecia aproximar-se cada vez mais do chão. Embora não estivessem
certo do que era, ter aquela coisa sobrevoando ameaçadoramente sobre eles
deixou toda a equipe nervosa.
- Eu li algo sobre a lua negra ser uma espécie de abertura para
experiências que rasgam o tecido da realidade – Informou Kiko – Talvez aquilo seja mesmo uma nave...
Não tiveram tanto tempo para especular, pois, o segundo fenômeno da
noite aconteceu: de repente a coisa com formato de prato simplesmente desceu
com grande velocidade e caiu produzindo um forte som de explosão. Tudo foi
filmado pela câmera e transmitido em tempo real. A coisa caíra perto de onde
estavam, pois, além de sentir o impacto no chão viram a grande nave ovalada
descendo muito perto deles.
— Temos que correr e achar aquilo! – Gritou Carlos
correndo floresta adentro.
Todos o seguiram procurando o lugar da queda da coisa que certamente
parecia com as imagens vazadas pela Nasa dois anos antes de pilotos que
encontraram UFOS durante missões. Todos sentiam que estavam diante de algo
inédito na história, pois, eram a primeira equipe fazendo uma Live no momento
em que uma nave colidiu. Logo, teriam mais imagens para divulgar aos quase
duzentos mil inscritos que acompanhavam online tudo junto com eles.
Cerca de quase quinze minutos depois, a equipe chegou numa espécie de
clareira onde o cheiro de queimado era quase insuportável e uma fumaça horrível
subia ali de perto. Naquele momento, o terceiro fenômeno da noite aconteceu...
O grupo desligou os refletores e lanternas e seguiu em direção a luz
verde que emanava de algo grande no chão. Diversas árvores estavam caídas e, de
repente, tiveram a imagem de milhões: um grande objeto metálico de
aproximadamente 100 metros de diâmetro estava caído ali.
— Chegamos ao local da queda, e vejam isso! –
Anunciava Carlos animadamente – Não tô acreditando, é uma nave de verdade!
Agnes sentia-se horrorizada por tal objeto, pois como poderia uma nave
cair ali? Teriam mesmo filmado a queda de uma nave alienígena na Terra?
Indiscutivelmente aquilo não era nenhum tipo de avião ou balão: era uma
coisa metálica em formato de prato com bastante fogo saindo dela. E se aquela
coisa explodisse? Morreriam sem dúvida, pois estavam
perto demais.
Chegaram muito perto da coisa e gravaram tudo que puderam. Deram uma
volta completa mostrando todos os detalhes que podiam ver. Os refletores foram
ligados e mostravam um prato metálico com alguma espécie de resina cobrindo
espaços circulares. Não viram nenhuma espécie de porta ou saída.
Agnes queria sair dali, estava com um pressentimento ruim sobre tudo
aquilo. Aquela coisa a deixava apavorada, mas todo o resto da equipe tinha
razão em estar tão empolgada cobrindo algo tão incrível quanto aquilo.
— Gente, acho que devíamos ir embora! – Comentou ela
percebendo alguns estranhos movimentos em volta das árvores.
— Tá louca, Agnes? – Redarguiu Carlos – Essa é a
melhor coisa que já aconteceu! Quantas pessoas gravaram a queda de uma nave
alienígena? Precisamos explorar isso, logo terá uma caralhada de gente e
repórteres por aqui! Somos os primeiros!
— Isso nos colocará na história! – Concordou Kiko –
A primeira equipe a grava um UFO do céu até a queda!
— E quanto ao que tem dentro dessa coisa? Não estão
com medo do que possa ter aí dentro? – Perguntou olhando com cautela ao redor.
— Qualquer coisa que tenha aí dentro já deve ter
virado gelatina – Respondeu Jules – A queda foi muito forte, a gente sentiu lá
de onde estávamos.
Algo passou rapidamente pela árvore atrás deles arrancando um grito de
Agnes e Jules. Os rapazes sobressaltaram-se apontando a câmera para a mesma
direção. Alguns pontos verdes com um espaço curto como se fossem olhos
apareceram e sumiram rapidamente entre as árvores.
Agnes gritou uma vez mais “aquilo só poderia ser os olhos de alguma
coisa! ” – Pensou. Carlos acalmou-a apontando o refletor que segurava em
direção às árvores.
— Não precisa ficar tão histérica Agnes, com certeza
não é uma espécie de predador ou alien como dos filmes.
— E como você acha que são, Carlos? – Redarguiu ela
furiosa – Acha que são como bichos de pelúcia fofinhos?
— Não tenho ideia, mas espero poder descobrir!
Agnes não sabia o que havia naquelas árvores, mas aqueles pontos
brilhantes verdes foram o suficiente para ela desejar sumir dali. Avisou que
iria esperá-los no carro, pois, não conseguia continuar. Ninguém do grupo
concordou com a ideia.
— Se não vieram comigo, vou sozinha! – Afirmou.
— Boa caminhada, então! – Respondeu Carlos, tocando
o metal.
A moça estava desesperada. Não queria voltar sozinha para a base, mas
não conseguia ficar ali com tanto medo. Caminhou devagar com seu refletor pela
floresta de volta ao acampamento seguindo as fitas. O caminho estava
completamente escuro, obviamente a lua negra dava um toque apavorante em
qualquer lugar deserto como aquele.
A garota sentia a estranha sensação de estar sendo observada enquanto
caminhava e olhava o tempo todo para os lados e atrás de si. Após alguns
minutos já estava de volta ao acampamento. Desligou a webcam de seu capacete e
entrou na van. O vento do lado de fora estava gelado, mas nem o som dele
soprando dava para ouvir.
Aquela parecia a noite mais estranha que já tinha vivido. Sua equipe nunca tinha deixado nenhum
membro voltar sozinho. Estavam tão empolgados com tudo.... E era de se esperar,
quantas vezes na vida alguém poderia ter aquela experiência?
Já passava das três da manhã quando Agnes caiu no sono. Ninguém tinha
voltado da floresta ainda e provavelmente ela os encontraria por lá na manhã
seguinte caso o exército ou jornais locais não aparecessem antes e os deixasse
de fora de todo aquele caos. Contudo, algo estranho aconteceu...
Agnes acordou por voltas das sete horas. Sentia menos medo com a luz do
sol. Seguiu as marcações até o local da queda e tamanha foi sua surpresa ao
encontrar tudo completamente vazio! As árvores estavam caídas em volta da
clareira num grande círculo preto, mas o que quer que tivesse caído lá na noite
anterior, havia desaparecido.
E sua equipe? Onde estariam todos? Agnes gritou a plenos pulmões, mas
não os encontrou em parte alguma. Andou ainda alguns quilômetros à frente e não
achou absolutamente nada. Todo o equipamento tinha sumido junto com eles. Não
havia pegadas, rastros, simplesmente nada que indicasse onde poderiam estar.
Desesperada, ligou para a polícia e achou estranho que ninguém tivesse
aparecido para cobrir a queda daquela coisa. Com toda certeza as pessoas da
cidade deveriam ter visto e ouvido a queda da nave, mas por que ninguém
apareceu?
Agnes esperou até os policiais chegarem. Cinco homens fardados chegaram
na van, mas demonstravam desconforto em estar naquele lugar. Pareciam até com
os transeuntes que apontaram o lugar para eles na ida: fizeram sinal da cruz
para entrar na floresta.
Após contar tudo que presenciara, os policiais aconselharam-na a tirar a
van e as coisas dali. Ajudaram-na a desarmar tudo e guardar na van rapidamente
como sem quisessem sair de lá o mais rápido possível.
— Se tivesse nos chamado ontem, moça, não teríamos
vindo – Respondeu o comandante – Ninguém entra nessa floresta em dias
normais... Menos ainda durante uma lua negra.
— Mas e quanto a minha equipe?
— Vamos fazer uma busca. Voltaremos com mais homens
para procurá-los.... Mas já te digo para não esperar muito.... Sabe que lugar é
esse?
— O suposto vilarejo de Hoer Verde.
— Desde que a cidade foi “abandonada” em
1923, pouca gente se aventurou por aqui. Dizem as lendas da cidade que coisas
estranhas acontecem nesse lugar em alguns períodos do ano. Qualquer coisa que
se perde por aqui, não é encontrada.... Nunca mais.
Agnes ficou aterrorizada. Tinha imagens de sua câmera para provar tudo
que dizia. Tinha a live que foi
encerrada às três horas da manhã. Ela mesma não tinha visto as filmagens e, a
contragosto, resolveu aceitar a sugestão de esperar notícias num hotel da
cidade.
As respostas chegaram cerca de dois dias depois. Reviraram a floresta
toda e não acharam ninguém, qualquer nave ou objeto por lá. A clareira
realmente havia sido atingida por alguma coisa que deixou um grande círculo de
impacto e árvores quebradas, mas nenhum metal, vidro ou qualquer coisa foi
achada em volta do lugar.
A Live mostrou tudo que a equipe capturou e nas duas horas finais, nas
quais Agnes não estava mais presente, mostrou uma escotilha abrindo-se e depois
tudo ficou completamente escuro. A equipe falava rápido e depois de alguns
gritos horríveis e sons distorcidos um silêncio absoluto tomou conta de tudo.
Uma única câmera, a webcam que Kiko usava em seu capacete continuou transmitindo
até pegar o caminho de marcações feitas pelas fitas.
A imagem pegou as barracas e a van. Lentamente, a imagem aproximou-se e
filmou por cerca de dois minutos o rosto de Agnes colado ao vidro da janela em
sono profundo. O reflexo do vidro deu as imagens que viralizaram junto a live
realizada pelo canal “Caçadores do Paranormal” ao mostrar um ser de pele
escura e dois pontos brilhantes verdes no lugar dos olhos encarando o rosto
dela dormindo. A massa negra e sua deformidade chocaram todos que assistiram.
Toda a equipe, exceto Agnes, desapareceu na floresta conhecida como o
vilarejo de Hoer Verde, onde 600 pessoas desapareceram em 1923. Após toda a
publicidade, notícias e gravações, a pequena cidade do interior de Goiás ganhou
manchetes mundiais onde o primeiro UFO capturado por câmeras desapareceu
misteriosamente.
Agnes encerrou o canal do grupo e lançou um livro que ficou no top 10 de
livros mais vendidos por anos intitulado “Lua Negra em Hoer Verde: a matéria
que deu errado”. Muitas pessoas não acreditam, mas há diversos mitos sobre o
vilarejo de Hoer Verde ser real. O que de fato assombrou Agnes foi o fenômeno
da Lua Negra, o momento mítico em que o tecido da realidade pode ser rasgado
fazendo fenômenos considerados antinaturais ou até impossíveis acontecerem.
Em entrevista, Agnes afirmou que desde os acontecimentos de 2020, seu calendário é uma das coisas na qual mais presta atenção atualmente. Por alguma razão estranha, toda ocorrência da segunda lua nova no mesmo mês a deixa inquieta.... Ela tem certeza que se olhar o céu nesse dia verá um objeto de luzes verdes sobrevoando os arredores de onde quer que esteja...
CAL - Comissão de Autores Literários
Suspense Music
Intérprete:
Gabriel Andrade Produções
Bruno Olsen
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