CENAS DO CAPÍTULO ANTERIOR:
Pérola (saindo): Me dá licença, Julio.
Ele a puxa pelo braço.
Julio: Me escuta, por favor. Pérola eu estou sofrendo muito. Você não imagina como está me fazendo falta. Não imagina o quanto eu venho te procurando, eu preciso de você.
Pérola (chora): Julio, por favor, não brinque mais com os meus sentimentos.
Julio: Não é brincadeira, é o que eu estou sentindo. Sei que errei demais, fui covarde, queria te usar pra conseguir aquele maldito dinheiro, mas hoje me arrependo, eu juro, eu te amo demais Pérola. Eu compreendi que você era mais do que eu sonhava pra mim. Que eu não consigo viver sem você do meu lado. Eu te amo.
FADE IN: La Apuesta – Thalia feat. Erick Rubin.
CAM lenta. Eles trocam um profundo olhar. Os rostos vão se aproximando em recíproco desejo. Os lábios se tocam num beijo de amor.
CENA 01 – AGÊNCIA / SALÃO DE FESTAS / INT. / NOITE.
Continuação do capítulo anterior. Julio abraça Pérola com força.
Julio: Meu amor, isso parece um sonho.
Pérola: Julio, eu te amo. Te amo.
Afonso se aproxima.
Afonso: Vamos embora minha querida.
Julio solta Pérola e olha pra ela espantado.
Afonso: Ou você quer ficar mais um pouco na festa? Se quiser deixo Niurka e a menina no nosso apartamento e volto pra te buscar.
Pérola se aproxima do pai, delicada.
Pérola: Está bem. Leve as duas e depois venha me buscar, por favor.
Afonso sai. Ela se aproxima de Julio que está com uma cara de poucos amigos. Pérola sorri.
Pérola: Ele se preocupa muito comigo, depois que descobriu/
Julio (bravo): Você é uma falsa! Uma descarada! Meu Deus como eu sou idiota!
Pérola: O que é isso? Você está gritando assim comigo, por que?
Julio: Ainda por cima é cínica. Eu não acredito que você aceitou ser amante desse velho.
Pérola (surpresa): Amante?
Julio: Sim, tudo por dinheiro, não foi? Isso é vergonhoso, você não presta Pérola, é pior do que eu.
Pérola: Pois fique sabendo que ele é... Ele... Ah deixa pra lá. Nunca mais se aproxime de mim Julio, não sei como me deixei levar por suas palavras bonitas de amor. Fique aí com sua ignorância e sua ambição! Não quero te ver nunca mais.
Julio sai nervoso deixando Pérola chorando arrasada e desiludida.
CENA 02 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / JARDIM / EXT. / DIA SEGUINTE.
Camila caminha com a suposta filha no colo.
Camila: Seu pai nos deixou sozinhas aqui nessa fazenda. Nessa fazenda enorme. Sérgio não tem mesmo consideração com ninguém, às vezes eu tenho vontade de deixá-lo, nenhuma mulher merece ser tão humilhada como eu sou.
Camila ouve passos e olha assustada.
Sergei: Olá!
Camila: Ai que susto, é você.
Sergei: Estamos de volta com o circo e eu resolvi dar uma passadinha por aqui, pra ver se via a senhora, pra lhe agradecer novamente.
Camila: E como está a sua filha?
Sergei: Completamente curada. Ela foi operada e está pronta pra outra. E a senhora nos ajudou muito. Agradecido.
Camila (sorri): Ah, o que é isso? Não precisa me agradecer.
Sergei: E a senhora como está?
Camila: Levando a vida.
Sergei: Eu trouxe essas flores, não sei se são do seu agrado, mas é como um agradecimento singelo.
Camila pega as flores, emocionada.
Camila (pensa): Como ele é gentil.
Sergei dá um beijo no rosto de Camila, Sérgio aparece.
Sérgio: Mas que pouca vergonha é essa?
CENA 03 – CIDADE DO MÉXICO / APARTAMENTO JULIO / INT. / DIA.
Vitória e Julio sentados no sofá.
Vitória: Eu sei que você não está bem, meu filho, mas tenho que dividir essa minha preocupação com você.
Julio: O que foi mãe?
Vitória: Alicia e Tito ficaram na festa ontem à noite, e ela ainda não voltou pra casa!
Julio: Mãe, eles devem estar juntos. Não se preocupe.
O telefone toca.
Julio: Deve ser ela.
Vitória trêmula atende ao telefone, preocupada.
Vitória: Alô?
Alberto (off): Querida, sou eu! Estou com a nossa filha!
Vitória (desespera-se): Alberto! Onde você está?
Julio olha assustado e toma o telefone da mãe.
Julio: Quem está falando?
Alberto (off): Seja você quem for, diga a Vitória que eu estou com a filha dela. Estou com Alicia, e se faço isso é por vingança, porque ela nunca me amou de verdade. E eu fui preso por causa dela!
Julio: Me diz logo onde você está com a Alicia. Eu vou chamar a polícia de novo!
Alberto: Não faça isso, Alicia está desacordada ainda, mas quando acordar, eu a mato sem piedade.
Julio: Vamos resolver isso com calma. O que o senhor quer para resgatá-la?
Alberto: Eu não quero nada, só quero que Vitória sofra.
Batem na porta. Vitória atende e Tito entra.
Julio: Deixe de palhaçadas, você quer dinheiro?
Alberto: Já disse que não!
Alberto desliga o telefone, Julio olha espantado pra mãe que chora.
Julio: Eu vou avisar a polícia.
Tito: Polícia?
Vitória (desesperada): Sequestraram a Alicia meu filho, a sequestraram!
CENA 04 – APARTAMENTO AFONSO / QUARTO PÉROLA / INT. / DIA.
Pérola jogada na cama, desiludida com o que aconteceu. Chora. Afonso por ali a consola.
Pérola: Eu pensei que tudo tinha se resolvido. Ele me disse coisas tão bonitas, mas de repente aquele momento mágico se desmoronou. Ele me disse coisas horríveis.
Afonso: Ele interpretou mal. Você quer que eu fale com ele, que eu conte que sou seu pai?
Pérola: Não, não precisa. Ele não é digno do meu amor. Me faz sofrer demais e não confia em mim. Eu tenho que me afastar dele se quiser ter uma vida melhor.
CENA 05 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / JARDIM / EXT. / DIA.
Continuação cena 02.
Sérgio: Camila, nem sequer esperou eu sumir pra cair nos braços de outro?
Camila: Não é o que você está pensando.
Sergei: Eu vim agradecer a sua esposa, porque ela me ajudou um dia e/
Sérgio: Não estou te perguntando e muito menos estou com ciúmes. Siga seu caminho em paz.
Sergei (desconfiado): O senhor não está pensando mal do meu gesto, não é?
Sérgio (despista): O que isso? Confio na minha mulher. Estava só brincando.
Sergei se despede e some no meio do mato. Sérgio puxa a esposa pra dentro da casa.
Sérgio: Temos que conversar, querida.
Corta para.
CENA 06 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / QUARTO / EXT. / DIA.
O bebê está no berço.
Sérgio (grita): Você acha que eu tenho cara de palhaço?
A criança começa a chorar.
Camila (nervosa): Você disse que/
Sérgio acerta um forte tapa em Camila, que cai no chão.
Sérgio: Mulher minha não fica por aí beijando outros tá me ouvindo?! Isso é pra aprender a me respeitar, sua cachorra!
Sérgio espanca Camila, enquanto o bebê chora muito.
CENA 07 – CENTRO DO MÉXICO / EXT. / DIA.
Zamack e Esmeralda andam aparentemente cansados pelo centro da cidade.
Esmeralda: Fizemos bem em vir pra cá. Eu não suportava mais ficar no meio daqueles ignorantes.
Zamack: Cala a boca! Se estou aqui é porque ouvi aquela pirralha, filha do Sergei, dizendo que Pérola está aqui.
Esmeralda (irônica): E você acha que vai encontrá-la nessa cidade enorme?
Zamack: Não saio daqui sem ela.
Esmeralda: Ai, estou tão cansada. Está tão quente! O que você está olhando Zamack?!
Zamack se aproxima de uma banca de revistas, surpreso com o que vê. Pega a revista nas mãos.
Zamack: Olha aqui Esmeralda! É a Pérola! É ela na capa dessa revista!
Esmeralda se choca. Zamack com a revista na mão, Pérola na capa.
Zamack: É a Pérola! Ô moço dá pra você ler essa porcaria aqui pra gente?
Rapaz (assustado): O que senhor?
Zamack: Lê a capa dessa revista, vê se ta escrito Pérola.
Rapaz: Sim senhor, está escrito aqui embaixo, modelo Pérola Guimarães e sua filha Maria Lucia.
Esmeralda: Filha?
Zamack (ódio): Maldita. Maldita! Eu vou encontrá-la, vou acabar com ela!
CENA 08 – APARTAMENTO JULIO / SALA / INT. / DIA.
Julio abre a porta e se assusta ao ver Camila. Ela está com o bebê e o rosto todo machucado.
Julio: Camila? Você aqui?
Camila: Me ajuda Julio, me ajuda, por favor.
Julio: Meu Deus olha só isso, você está toda machucada.
Camila: Eu não aguento mais, o Sérgio me bateu. Eu estou cansada desse inferno que é minha vida ao lado dele.
Julio: Entre, por favor... Deixa-me ver como você está!
Camila: Eu trouxe essa carta, é pra entregar a Cristine, estava no criado-mudo do nosso quarto, o advogado entregou ao Sérgio.
Julio pega a carta e põe em qualquer canto.
Julio: Não se preocupe com isso agora.
Camila: Julio, você tem que procurar um advogado, você tem que denunciar o Sérgio.
Julio: Denunciá-lo?
Camila: Sim. O Sérgio vai desfrutar de todo o dinheiro, e ele não pode, essa menina não é nossa filha, adotamos fora do país. Eu não posso ser mãe.
Julio: Como assim? E o exame de DNA?
Camila: O Sérgio comprou de um médico esse exame falso.
Julio: Camila, por que você está me dizendo tudo isso?
Camila (chora): Por que eu estou com muita raiva daquele cretino! Ele me maltrata demais e eu quero que pague por tudo que me fez passar. Ele quase me matou dessa vez, eu não vou aceitar isso! Eu não vou aceitar.
Julio: Não se preocupe. Eu vou te proteger, vou desmascarar o imbecil do Sérgio. E não vou permitir que ele te faça sofrer mais.
Camila: Obrigada, Julio.
CENA 09 – PERIFERIA DO MÉXICO / BARRACO DE ALBERTO / INT. / DIA.
O local é bem pobre e desorganizado. Alicia acorda com dor de cabeça.
Alicia: Onde estou?
Alberto: Pensei que não acordaria mais minha filha.
Alicia: Quem é o senhor? Eu me lembro que me despedi de Tito e que ia entrar no apartamento do Julio e levei uma pancada na cabeça, foi o senhor?
Alberto: Sim, fui eu.
Alicia: E por que?
Alberto: Porque eu quero que sua mãe sofra um pouquinho de tudo que eu sofri na cadeia por ter matado um homem por causa dela. Vitória não quis passar a noite com ele, eu tinha apostado no jogo, ele ia me matar e eu o matei primeiro.
Alicia (chorando): Você é meu pai?
Alberto: Sou sim.
Alicia: E como pode tentar fazer mal a mim que sou sua filha?
Alberto: Quero me vingar de sua mãe! Já disse!
Alicia: O senhor devia se envergonhar do que está fazendo! Está louco só pode! Eu vou sair daqui.
Alicia se levanta e Alberto a segura pelo braço.
Alberto: Você não vai sair daqui.
Alicia: Vou sim, e o senhor não vai me impedir.
Alberto: Vou impedir sim.
Alberto segura Alicia, ela o empurra. Ele se mostra furioso, Alicia está prestes a sair pela porta. O homem cai desmaiado.
Alicia (chora): Meu Deus, o que houve?
Alicia procura um telefone, liga para Julio.
Julio (off): Alicia, onde você está?
Alicia: Eu não sei muito bem, eu estou num barraco, num bairro distante. Vem me buscar Julio, e venha o mais rápido possível, eu acho que o nosso pai morreu!
Julio: Olhe direito Alicia, veja aonde é o bairro que eu vou buscá-los.
CENA 10 – IGREJA / INT. / DIA.
LEGENDA: 15 dias depois.
Cristine e Alma na igreja. Apenas as duas por ali.
Alma: Vou lhe deixar um pouco sozinha Cristine. Reze, minha querida.
Cristine: Não demore muito.
Alma sai, Afonso entra na igreja com Felipe. Afonso caminha e se senta no banco do outro lado de onde Cristine, ela olha pra ele.
Cristine: É o mesmo que estava no desfile, quem será esse homem? Parece que já o conheço. Quem será?
Felipe sai correndo pela igreja. Afonso nervoso vai atrás dele. Felipe se aproxima de Cristine e sorri, ela corresponde sorrindo também.
Afonso (fala baixo): Felipe! Estamos numa igreja e não num lugar qualquer pra você sair correndo por aí. Desculpe-me senhora, se meu filho está incomodando suas orações.
Cristine: Não tem problema. Não se zangue com seu filho por uma bobagem. Depois o senhor pode se arrepender.
Afonso olha pra aquele rosto como se já o conhece.
Cristine: Tem um menino muito bonito.
Afonso se senta ao lado dela.
Afonso: Muito obrigado. Escute, parece que eu conheço a senhora de algum lugar.
Ela sorri.
CENA 11 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / SALA / INT. / DIA.
Sérgio abre a porta e se depara com o delegado e dois policiais.
Delegado: O senhor é Sérgio Gonçalo?
Sérgio: Sou sim. Por quê?
Delegado: O senhor terá que nos acompanhar até a delegacia.
Sérgio: Eu? Mas por quê?
Delegado: O senhor está sendo acusado de muitas coisas, incluindo, falsificação de documentos, estupro, agressão física e tentativa de homicídio, por sua mãe. Ela mesma denunciou que você a empurrou das escadas, acarretando dias em coma.
Sérgio: Não, eu não fiz nada disso. É mentira.
Delegado: Isso nós iremos ver.
Sérgio: Quem fez essas acusações absurdas?
Delegado: Além de sua mãe? Julio Gonçalo e sua esposa Camila Diaz Gonçalo.
Sérgio (pensa/nervoso): Desgraçada, pensei que tinha me livrado daquela imbecil e ela me denunciou.
Sérgio: Os senhores, por favor, esperem pelo menos que eu me troque.
Delegados: Meus homens o acompanharão.
Corta para.
CENA 12 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / CORREDOR / INT. / DIA.
Sérgio caminha e na sua cola os dois guardas. Chegam à porta. Ele abre e os encara.
Sérgio: Vão querer entrar?
Os guardas se entreolham. Sergio entra.
CENA 13 – FAZENDA ESPERANÇA / CASA GRANDE / CORREDOR / INT. / DIA.
Dentro do quarto, ele se encosta na porta, nervoso. Passa a mão pela cabeça caminhando pelo local. Encara a janela.
Sergio: Babacas!
CENA 14 – IGREJA / INT. / DIA.
Continuação da cena 04.
Cristine: Eu? Não sei, acho que o senhor deve estar confundindo.
Afonso (sorri): Muito prazer então, Afonso.
FADE IN: Poesia de amor - Café Quijano
Cristine observa aquele sorriso largo, em sua mente vem o rosto de Cristian. Cristine se levanta e sai depressa da Igreja.
Afonso (assustado): Por que será que ela saiu assim? Meu Deus, quem é essa mulher? Aqueles olhos azuis... Aquele sorriso... Cristine! Não pode ser.
Afonso sai correndo até fora da igreja, mas não a encontra. Felipe se aproxima.
FADE OUT: Poesia de amor - Café Quijano
Felipe: Papai, você não disse que não era pra correr dentro da Igreja? Por que estava correndo? Vamos ao parque?! Só um pouquinho, por favor!
Afonso: Tudo bem, vamos sim meu filho.
CENA 15 – PARQUE / EXT. / DIA.
Pérola está sentada no balanço com sua filha.
Niurka: Você parece criança, Pérola!
Pérola (ri): Tia, eu tenho que me divertir com o meu anjo. Faz um favor pra mim?
Niurka: Fala.
Pérola: Compra um algodão doce pra meu dar pro meu anjo? Ela vai adorar, assim como eu adorava quando a gente vendia, eu e o Tito. Lembra tia?
Niurka: Se lembro. Você vendendo as maçãs do amor, fazendo suas palhaçadas. O Tito vendendo os algodões doce. Vocês eram verdadeiros palhaços, não tinha ninguém que não ria das besteiras de vocês.
Pérola: Naquela época eu era muito inocente. Foi uma época boa, uma das melhores da minha vida.
Niurka: Deixa eu ir comprar então. Toma cuidado com essa menina!
Pérola (rindo): A senhora acha que eu sou uma mãe desnaturada?
Niurka sai e um pouco distante dali vai comprar o algodão doce, quando vê alguém que lhe chama a atenção.
Niurka: Essa mulher! Esses olhos!
Na mente de Niurka vem a lembrança.
FLASHBACK,
Niurka: Não tenhas medo menina. Niurka não morde nem faz mal a ninguém. Deixe-me ler tua mão.
Cristine: Eu não tenho dinheiro.
Niurka: Niurka não quer teu dinheiro, quer falar-te, há de me escutar.
Cristine: Por quê?
Niurka: Os olhos da menina me chamaram, o destino que te trouxe até aqui.
FIM DO FLASHBACK,
Niurka: Os olhos dessa mulher me chamam. Eles me chamam novamente.
Niurka vai à direção a Cristine.
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