SONETO CLAMOR DA TERRA
Nathália da Silva Gomes
NA CADÊNCIA DO SENHOR TEMPO
Katiúcia Carvalho
SOMOS O COSMOS
Tamara Ferreira da Silva
Nathália da Silva Gomes
Por justiça a terra clama
Já se sente exaurida
Pois o povo que a ama
Está minando sua vida
Seus recursos retirados
Desenfreadamente
Estão sendo desperdiçados
Inconscientemente
Suas águas poluídas
Sua floresta queimada
As geleiras derretidas
Sua vida está ceifada
Por esta gente tão sabida
Que transforma tudo em nada.
NA CADÊNCIA DO SENHOR TEMPO
Katiúcia Carvalho
O meu lugar, é feito de terra e água, verde e ar, vida e movimento
Por onde passam todos os ritmos de um senhor chamado Tempo
Que insiste em levar consigo, os versos de cor acinzentada
Na cadência descompassada, de uma canção conhecida como vento.
E são nesses ventos, que tudo se desfaz
Que deixamos de pisar descalços a delícia da terra molhada
Para encher de concreto, cada parte do solo antes fértil
Cimentando, em forma de destruição, as nossas pegadas.
Se as águas que aqui correm, soubessem alguma coisa falar
Certamente não poderiam dizer o já cantado “chuê, chuá”.
Porque sem voz, seguem perdendo força durante o curso
Como um nó na garganta, secam, ao invés de inundar.
O verde que há na nossa majestosa bandeira
Ora vira cinza: floresta queimada! Ora é desmatado: madeira cortada!
Pede socorro, mas engole seco o triste choro
E vai esmorecendo, tal como um rastro de poeira na estrada.
Também na nossa bandeira, tremula o belo céu anil
Mas por aqui, mal podemos enxergar sua face angustiada;
Coberta pelo tom cinzento: cortina de fumaça
Que segue sufocando, um Universo onde estrelas são forjadas!
E a vida tão cantada, poetizada em robustas obras de arte
Vai desaparecendo, por um caminho deserto...
Lá para onde sopra, sem serenidade, o senhor Tempo
Na cadência acelerada, entoando o caos que está tão perto.
MATATOURO
AsternautaO salto suicida sobre a muralha
A fuga da morte pelas vielas
A fúria incompreendida taurina
O cavalgar pelas pedras paralelas
Nas esquinas, um breve renascer
A liberdade presa nas rédeas
Rumina pela vida o ser combalido
Mas o fim ecoa por vozes etéreas
Escarcéu de irascíveis piadas
Tomba pelas cordas da aflição
Só lhe resta o derradeiro bramido
Regatos de sangue no chão
SOMOS O COSMOS
Tamara Ferreira da Silva
O cosmos! Eis o que somos!
Com todos seus astros e imensidão
As flamejantes estrelas e sua vibração
Sob meus seios, o fulguroso sol
Sob meus pés, a terra a enraizar
A chuva que faz rememorar
E um doce canto de rouxinol...
Sinto a delicada floreira
Posso tocar suas doces essências
E um cão a vaguear faminto
Dói-me o estômago, o sinto!
E o tombar da frondosa árvore
Faz com que, pelo ar eu implore
Veja! Impurezas aos oceanos lançadas
Exuberantes animais extintos
A natureza há de ficar zangada:
Eu os advirto!
Allan Soares Nascimento
a presença do fim do mundo, e eu aqui atordoado pela sua ausência
secretamente sei que o vazio dilata
e eu aqui penso em escrever sobre tudo que posso não imaginar
sei que o mundo não é mais como imaginavamos, porque você agora é ausência
e a minha casa, ou melhor dizendo, a sua antiga casa está ameaçada não pelo mar do nosso quintal
mas pela floresta, agora seca, que grita em silêncio pela sua presença
sei que grito
sei que choro
sei que não me abandono
sei que o universo continuará sem nós
sei que o mundo colapsa com nossa presença, mas sua ausência é, em definitivo, minha condenação mais humana
agora jovem
agora eterno
agora tempo
agora fim
e eu almejo o fogo infinito da destruição
e eu almejo que o silêncio do fogo que queima nossa floresta, não queime minha existência nem minhas memórias da sua presença.
MINHA TERRA CANTA
Claudia Camilo
Minha terra canta
A melodia dos pássaros no azul celeste,
sobre o verde de infinitos tons
e aos pés de animais silvestres encanta.
Na linda jornada neste chão,
vibra a natureza exuberante,
em seu rico baú de belezas
parques, reservas sem igual,
os vivos tesouros da criação.
Minha terra canta
as vozes de todas as criaturas
do chão à profundeza das águas,
dança onde o ritmo frenético acalanta.
A voz da terra mãe é perfeita,
como a força de suas raízes
sementes, flores e frutos
à geração do futuro,
os sabores que o povo deleita.
Minha terra canta
com o sussurro dos biomas
a canção da esperança
todas espécies num só olhar
pela preservação se levanta.
Eis o clamor, cuidado, ação,
florescimento da consciência,
diante do que a terra ensina
vida no ventre deste chão.
Minha terra canta
A alegria dos sentimentos,
o frescor de árvores centenárias
um vislumbro que a ela percanta.
Mirante natural de pura beleza,
sob o riso vívido do universo
todo o horizonte reluz,
o pleno enlace de amor
na aliança do homem e natureza.
Poema escrito por
Nathália da Silva Gomes
Katiúcia Carvalho
Asternauta
Tamara Ferreira da Silva
Allan Soares Nascimento
Claudia Camilo
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Lopes Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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