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Testemunha de um Crime - Capítulo 06

Novela de Luiz Gustavo
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TESTEUNHA DE UM CRIME - CAPÍTULO 06

 

música do capítulo: Bad Guy – Billie Eilish

Um caminhão de pequeno porte estaciona em uma rua completamente deserta, de dentro do veículo o homem permanece com as mãos no volante, seus olhos observa um automóvel alguns metros adiante. O rapaz tem por volta de 25 anos, esferas acinzentadas e cerca de 1 metro e 90 de altura, os cabelos loiros estão cortados gradualmente dos lados e alto no nível da cabeça, recuando os movimentos até a parte de trás. Utiliza um casaco de couro estilo Marlon Brando, abaixo da jaqueta traja uma camiseta com o símbolo da língua vermelha, da banda de rock inglesa Rolling Stones.

Frank Salvatore é o braço direito de Herbert Viana e Junior Brandão, um nome prodígio na organização. De origem italiana e família de classe média alta, trabalha acerca de cinco anos e mantém uma imagem fechada para todos. Já conheceu pessoas que entraram no grupo e subiram de vida, outras que morreram por traição, assim como Nicolas Ximenes. É uma pessoa inteligente, formado em direito e possui a carteira da OAB, porém nunca exerceu nenhuma função como advogado. Abaixa a cabeça em um ar de desdém, com certeza está na hora. Pega o aparelho de celular do porta-luvas, disca número 1 na discagem rápida, sendo atendido depois de alguns segundos.

- Estou com os dois na minha frente, Herbert.
- Mate-os Frank, faça do seu jeito.

Refere-se aos dois caras de 18 anos, que se encontra logo na dianteira no carro Sport. Motivo do óbito? Terem jogado cerca de meia tonelada de drogas no oceano atlântico em um confronto com a polícia federal.

- Claro. Estou treinando aquele garoto chefe, creio que ele tem uma determinação admiradora. Porém é pouco tímido.
- Não sendo como o Nicolas, que o Ricardo Medeiros contratou, por mim tudo bem. Nunca alimente o ego de iniciantes, seja duro, assim como fui contigo e ainda continuo sendo.

A linha fica completamente muda.

- Eu vou ser muito duro com esse moleque. – Aperta a calça acima do pênis, dando um leve sorriso malicioso. – Bem, agora é a hora do show.

Frank coloca os pés no acelerador e bate no carro, avaliado em cerca de 200 mil reais. Desce do caminhão, um ainda permanece vivo, o cheiro forte de gasolina domina a alameda, o liquido vaza de ambos os veículos em todo pavimento de paralelepípedo, fazendo uma pequena linha de quase sete metros. O homem se afasta e risca o fósforo, as chamas seguem no alinhamento, os dois carros explodem, junto com um grito entorpecedor de socorro, rasgando o ar do interior de São Paulo.

Ele escuta alguns passos e vira apontando a calibre 380 prateada em direção do garoto de 20 anos. O rapaz tem o corpo definido de academia, olhos castanhos e cabelos pretos brilhantes, Bruno Lima está vestindo uma bermuda jeans firme em sua constituição física e uma camisa de manga cumprida, o relógio de ouro apresenta a hora: 11h55min.

- Vai me matar Frank?

Frank guarda o revólver entre a calça e se aproxima, roubando um selinho de Bruno, que recua lentamente e regressa para um encontro intenso. Os dois se encararam por algum tempo.

- Não é errado o que estamos fazendo? – Pergunta Bruno meio desconfiado. 
- Isso nunca aconteceu comigo, pelo menos não no trabalho. Me senti atraído por você, desde a primeira vez que nos vemos.
- Vamos sair daqui, por favor. Esses carros se alastrando, está me dando agonia.

Os dois caminharam juntos e entraram no Amarok branco. Frank mantém-se sentado no banco do motorista e Bruno no de carona. 

- Já matou uma pessoa antes?
- Nunca. – Bruno respondeu. 
- Ainda não entendo o que você faz aqui. 
- Como assim?
- Me disseram que você era um bandido de primeira linha, um dos mais perseguidos da capital. Pensei que fosse uma pessoa dura, sem temores. Mas tu pareces um simples iniciante, mero aluno.
- Sou ladrão e não assassino de aluguel.
- Eu sei, mas...
- Matar não é comigo. Tenho compaixão com a vida humana, vejo o bem e o mal, essas pessoas podiam pagar pelo que fizeram. No entanto, se para participar precisa puxar o gatilho, não tem problema, consigo sem medir esforços.
- Gostei da sua resposta.
- Eu não quero te magoar, Frank. 
- Tenho certeza que você não irá fazer nada de ruim.

O Amarok saiu da rua escura afastando-se do pequeno incêndio, que certamente será apagado em algumas horas pelo corpo de bombeiros. O 4x4 percorre metade da capital chegando em um grande prédio na Avenida Paulista. Os dois saltam do veículo e pressionam o elevador, que segue direto em menos de um minuto para o quadragésimo andar. Frank abre uma porta enorme feita de madeira, deixando o acompanhante passar primeiro.

- Eu quero você. – Disse no ouvido de Bruno.
- Tenho muito medo cara, nunca fiz isso antes, apesar do desejo.

Frank pressiona Bruno na parede, coloca seus lábios no rosto moreno, cada detalhe dele era perfeito como se juntassem um ao outro. O pecado capital, entregues a luxúria, possuídos pela aspiração. Bruno mordisca várias vezes o rosto do homem a frente, tira a camisa e beija o corpo loiro e másculo com força, seguindo mais abaixo passando a mão na cueca, sentindo o membro duro. O tesão ultrapassa o temor e o garoto descerra o cinto, abaixando a calça e posteriormente a cueca, chegando ao fruto proibido, a fonte do prazer.

A imagem da família tradicional seguida pelos Salvatores é quebrada naquela cama, sem arrependimentos, os dois transam intensamente, como se tivessem partindo para um nível superior, seguindo apenas os desejos, sem imaginar nos pensamentos de terceiros, sem imaginar no que pudessem entender.

- Isso foi mágico, especial. – Acredita Frank, ao falar para o par romântico que segue aninhado em seu corpo, adormecendo como em um desmaio.

Ás três da manhã o celular de Frank começa a tocar, vira-se lentamente da cama e pega o aparelho do criado-mudo, anda para perto da janela de vidro fumê e o atende rapidamente. 

- Você não dorme? – Frank indaga baixinho.
- Não com tantos problemas na minha vida, Frank. Conseguiu finalizar aquele serviço com êxito? 
- Sim.
- Muito bom. Esses também foram contratados pelo Ricardo, não sei como prosseguir com esse cara, ele me ajuda bastante, mas ás vezes quebra as minhas pernas, entende? Não estou com tanta paciência, como a um ano atrás, você pegou rápido, aprendeu rápido, nasceu para o crime. Nunca comete erros. 
- Ninguém é perfeito, lembre-se disso. 
- Eu sei. 
- Leva em conta que o Junior está preso, o senhor continua nervoso, levando a facção nas costas.
- E ainda quero pegar essa maldita testemunha.
- Por isso me ligou né?
- Eu quero que você siga o David ou coloque esse estagiário na cola desse pirralho. Pedi ao Ricardo, mas aquele lá é a lentidão em pessoas. Frank, você é o homem que eu mais confio nesse mundo, por favor, nunca me decepcione.
- Vou tentar.
- Você sempre consegue, boa noite.
- Boa...

Herbert desliga o telefone. 
Frank permanece em pé por alguns instantes, apenas de cueca, observando o rapaz deitado na cama com os lençóis de seda ao redor do corpo, dormindo que nem um anjo.

- Acho que encontrei a pessoa certa para mim. A metade da minha maçã.




INSPIRADO EM UMA HISTÓRIA REAL

autor:
LUIZ GUSTAVO

elenco
DAVID ASSUNÇÃO

AMANDA LOPEZ
ANDRESSA YAMASHITA

HERBERT VIANA

NICK SMITH
ADAM SMITH

FRANK SALVATORE
BRUNO LIMA

PROFESSORA MARIA
ROBERTO ASSUNÇÃO

MATHEUS
JEFERSON

DONA HILDA
SÁVIO MESSIAS
JUNIOR BRANDÃO

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:

MARCELO MIRANDA
MÔNICA VELARDO

TRILHA SONORA:
SAVE ME - REMY ZERO (abertura)

BAD GUY – BILLIE EILISH


COLABORAÇÃO:
MÁRCIO GABRIEL
JULIANA CORDEIRO


PRODUÇÃO:
BRUNO OLSEN
CRISTINA RAVELA


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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