Sinopse: Em uma história relacionada aos animais, vemos o protagonismo de Judas, uma gata siamesa, que se recusa a ignorar a situação precária dos gatos abandonados em sua cidade, Tucuruí. Ela enfrenta desafios, inclusive colaborar com sua inimiga Madalena, em prol de sua missão de ajudar os gatos necessitados.
3x06 - Uma Gata chamada Judas
de Daiane Macedo
Ela era uma gata siamesa, de olhos azuis, orelha esquerda rosa, suas patas pareciam que usava botas.
Ela era uma bela gata. Apareceu em minha casa com os seus dois filhotes, não importa o quanto eu falasse para ir embora, ela estava decidida a ficar.
A gata sabia que tinha uma missão a cumprir, e não iria embora antes de realizá-la, não tive escolha, a não ser ficar com aquela fofura.
Fui olhar se estavam bem, e levei uma mordida em minha mão esquerda como cumprimento, era uma gata um pouco brava.
Conforme o tempo passava, descobri que ela sabia ser gentil, brincalhona, divertida, companheira, mas apenas quando queria.
Com a mordida que levei, coloquei o seu nome de Judas, passávamos boa parte do dia brincando. Ela gostava de subir nas árvores atrás dos pássaros. Amava correr, parecia filhote, apesar de ser adulta. Judas foi e é motivo de muitas das minhas risadas.
No fim do dia principalmente, balançávamos no balanço, algumas vezes eu a chamava, em outras ela sabia que podia vir e deitar em meu colo.
Judas gostava de comer. Um dos seus pecados capitais era a gula. Judas quando sabia que seria servida corria de uma vasilha a outra.
Além de anunciar miando que era hora da sua refeição. De 2016 a 2021, partilhei momentos com essa gata que parecia um filhote.
Como dizem, tudo o que é bom dura pouco. Atualmente sempre prezo em deixar a sua memória viva.
Escrevi contos e dois livros em sua homenagem: O Boto Estribado do Lago e As Aventuras de Judas, Melody e o Anjinho Gremista”.
Com curta apresentação da minha gata Judas, vamos ao conto: Uma Gata Chamada Judas.
Era uma vez uma cidade chamada Tucuruí, ali vive uma gata chamada Judas. Ela era uma gata bondosa e generosa, que morava em uma casa confortável na referida cidade. Ela tinha tudo o que precisava: comida, água, brinquedos e carinho.
Todos os dias ela saía de casa, e se compadecia da situação em que os gatos abandonados se encontravam. Judas via muitos gatos sofrendo nas ruas, sem ter o que comer ou onde se abrigar.
Cada vez mais gatos morriam envenenados. Judas não se sentia feliz, ela sabia que precisava fazer algo. Invocando a fada madrinha dos gatos, ela conseguiu direito a ter seu desejo atendido, mas teria que fazer uma coisa em troca: trabalhar com a sua inimiga Madalena.
Apesar de Judas não querer trabalhar com a sua inimiga, porém, ela não podia deixar aquela situação continuar. Todos os dias ela via gatos abandonados, magros, doentes e assustados, alguns ela levava para casa e cada vez estava mais difícil achar um lar para todos.
Judas também via muitos gatos que eram perseguidos por cães, ela tentava mostrar sua gentileza, e prometia lhe dar alimentos caso nunca mais perseguisse os gatos. Mas os seus acordos, de vez em quando não funcionavam, além de pessoas que também os perseguiam para fazer maldade.
A felina via também que muitos gatos morriam envenenados, devido, alguém que colocava comida estragada ou veneno nos lugares onde eles costumavam se alimentar. Ela ficava muito triste e revoltada com essa crueldade, e desejava poder fazer algo para ajudar os gatos necessitados.
A gata siamesa fez uma curta reflexão e sabia que não tinha mais o que esperar. Tudo o que a fada madrinha dissesse, ela faria em prol dos animais, mesmo que isso fosse trabalhar com sua inimiga Madalena. Discretamente Judas chega em casa, deitando na grama, aproveitando a sombra.
Ali, longe da correria da cidade, Judas outra vez invocou a fada madrinha dos gatos, que era a protetora de todos os felinos. Ela sabia que a fada madrinha só aparecia para os gatos que tinham um coração puro e um desejo sincero.
— Querida fada madrinha, perdoe meu egoísmo, sei que tem muitos animais que precisam de ajuda, eu aceito trabalhar com a Madalena e fazer o que for preciso.
Imediatamente a fada madrinha apareceu mais uma vez, ela era uma gata linda branca e tinha asas brilhantes. Ao ver que Judas havia mudado de ideia ela sorriu, deitando ao seu lado.
— Olá mais uma vez Judas, então você quer que eu salve todos os gatos que precisam de ajuda em Tucuruí?
— Sim fada madrinha, e se possível se apresse.
— Não se preocupe mais, desde que você me procurou com o coração limpo, todos os gatos estão protegidos, e os que morreram ressuscitaram e estão sendo bem cuidados igual aos outros.
— Sabe fada madrinha, fico feliz, eu não suportava ver sofrimento e injustiça. Tem como protegê-los eternamente?
— Sim, mas como conversamos antes, você terá que trabalhar com a sua inimiga.
— Eu posso fazer isso. Eu aceito o seu desafio. Vou trabalhar com a Madalena. Mas o que nós vamos fazer?
— Vocês vão fazer o que você já faz, sei que você ajuda, leva para casa, divide alimentos, sei também que é pouco alimento para muitos gatos.
— Se para fazer o que já faço, qual o sentido?
— Dessa vez será para todos os gatos, vocês formarão uma grande família de gatos felizes e unidos. Vocês farão de Tucuruí uma cidade melhor para todos os gatos.
— E da onde vamos tirar recursos?
— Eu vou fazer aparecer, e as sobremesas vocês terão que ir caçar.
— Fada madrinha, eu acho que isso é um sonho.
— Parece, mas não é um sonho, Judas, é uma realidade.
— E a Madalena?
— Estava esperando você perguntar. — A fada madrinha a chama e Madalena surge desfilando igual modelo em passarela. Como um encanto, Judas e Madalena estavam abraçadas, pedindo desculpas uma para a outra.
— Vamos começar o nosso trabalho?
— Sim! — Judas e Madalena responderam juntas.
A fada madrinha preparou tudo, alimentos, caminhões, pessoas para ajudar. Às duas precisavam apenas convencer os gatos a confiarem. Juntas, as gatas conseguiram fazer grande transformação na cidade.
Vendo que o trabalho estava sendo um sucesso, a fada madrinha dos gatos estabelece os termos que às duas deviam seguir:
— Não brigar;
— Agir com sabedoria;
— Partilhar;
— Não julgar;
— Ajudar sem esperar nada em troca; — A lista da fada madrinha era extensa, Judas e Madalena dormiram.
— Acordem!
— Desculpa fada madrinha. — Madalena olha com o seu olhar encantador que conquista corações.
— É desculpa, estava tão bom nessa rede… — Judas segurava seu prato com alguns alimentos e por pouco não caiu. A fada madrinha segurou-se para não gargalhar.
— Estão desculpadas, mas por segurança, separei uma cópia do manual para às duas.
Às duas se espantaram com a grossura do livro, mas, ao ter seus amigos a salvos era mais importante. A fada madrinha estava indo embora, quando Judas a chamou.
— O que deseja Judas?
— Desculpa tomar teu tempo e se possível, pode nos dizer como se chama? — A fada sorriu.
— Você não é a primeira que me pergunta, mas como gostei de vocês duas, eu direi.
— Então, como se chama fada madrinha? — Pergunta Madalena ansiosa.
— Eu me chamo, Judite, os mais próximos me chamam de Judy. Quando eu retornar, vocês podem me chamar de Judy.
— Agradecemos, mas como assim retornar?
— Eu, você e a Madalena teremos muitas aventuras. — A fada madrinha voltou ao mundo encantado, Judas e Madalena continuaram seguindo a missão de mudar a sua cidade, logo atingindo o mundo inteiro.
Conto escrito por
Daiane Macedo
CAL - Comissão de Autores Literários
CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Rossidê Rodrigues Machado
Telma Marya
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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