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Ciranda - Aventura Interdimensional - Capítulo 01

Novela de M. P. Cândido
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CAPÍTULO 01- DE QUE REINO VOCÊS SÃO?

O ar puro invadindo o nariz desperta Imã suavemente, logo em seguida ela sente um arrepio causado pela brisa fresca que se esfrega em sua pele. Seus olhos vão desanuviando gradualmente devido ao facho de luz colorido que banha o rosto. Ao recuperar toda a consciência, ela percebe que está voando alto, pois passa por nuvens branquinhas e, olhando para o lado, vê uma passarinhada a acompanhando em formação. No horizonte, uma majestosa montanha em forma de triângulo e cume coberto de neve, se levanta imponente.

Apesar da situação incomum, Imã está acostumada a acordar em lugares estranhos. Ela lembra o porquê está nessa viagem, mas nunca sabe como vai acordar. Mesmo assim, ela se sente segura, pois tem em torno da cintura o braço aconchegante e seguro do avô Táquio.

Imã é uma menina de oito anos esperta e corajosa, depois de descobrir que o avô, um velhinho alegre, de cabelos grisalhos, nariz aquilino e olhos vivazes, tem o hábito de se transportar por diversos mundos, nunca mais o deixou viajar sozinho. Os dois não se desgrudam quando entram em mundos fantásticos, que é onde Táquio prefere ficar.

Quando estão viajando, eles se apresentam como Princesa Macar, porque ela adora a macarronada que a Tiana faz, e Conde E, porque o avô teve vergonha de arrumar outro nome. Na última aventura conheceram um Rei que se mostrou bondoso e os acolheu com alegria, pois imaginou que seus visitantes vinham de um reino rico.

Porém, o Rei disse que estava prestes a ser atacado por um inimigo poderoso, então, pediu ajuda do avô e da Imã, para que eles encontrassem a maga Cuca e conseguir dela um objeto mágico que o ajudaria a proteger seu reino.

Táquio sempre ensinou a neta a evitar brigas, mas nunca fugir da luta. Combater o mal e fortalecer o bem é a única forma de conquistar a felicidade, por isso aceitaram a missão.

Agradecido, o Rei forneceria uma borbolecóptero para ajudar a dupla a chegar o mais rápido possível. Como estava tarde, Táquio pediu licença ao Rei para se recolherem, pois só poderiam partir no outro dia bem cedinho. Na verdade, Imã sabia o que isso significava, eles precisavam voltar para o nosso mundo.

E logo na alvorada do dia seguinte, é nesse ponto que encontramos Imã, sentada confortavelmente em um assento felpudo e quentinho. A menina abre os braços e fecha os olhos, a alegria toma seu coração. As viagens sobre a borbolecóptero são muito agradáveis.

Táquio e Imã têm esse costume de nomear as criaturas que encontram em cada mundo que visitam e por causa das belezas vegetais eles batizaram o mundo como Emityma. Táquio diz que é o melhor jeito de lembrar delas. Toda borbolecóptero é dotada de asas enormes e multicoloridas que filtram os raios de sol, assim os passageiros são protegidos da claridade e também do calor, já que produzem o próprio vento. Dessa forma, os viajantes não precisam usar os gosmentos protetores solares que só servem para grudar poeira no corpo e nem os óculos escuros e sombrinhas. Todas às vezes que a mamãe da Imã ia às ruas tinha que levar esses trambolhos.

Tem também os minidipis que pilotam as borbolecópteros, eles parecem com ariranhas, são pequeninos, gordinhos, têm olhos arregalados e sempre desconfiados, porém muito mais espertos, porque, vamos ser sinceros, não acredito que as nossas ariranhas saibam pilotar borbolecópteros.

O voo é sereno e silencioso. Táquio diz que é a forma mais tranquila de viajar e dá para ver que fala a verdade quando vemos o sorriso dos companheiros de viagem. As sensações de liberdade e leveza são indescritíveis. Realmente não há lugar mais gostoso do que ali.

Quando a viagem vai terminando, a borbolecóptero desce aos poucos e passa entre gigantescas flores. As próprias flores aproveitam o vento provocado pelas batidas das asas e borrifam um delicioso aroma no ar.

Táquio sempre advinha o que a neta está pensando e quando a viu prestando atenção nas flores provocou.

— Veja, Espoletinha, o que você acha que está acontecendo?

Imã olha tentando entender a situação.

— Não sei vô, será que você não tem nenhuma ideia?

A menina acredita que seu avô sabe tudo sobre todas as coisas.

— Acho que é assim que elas conversam.

— E o que elas falam, vô?

— O de sempre, “como tem passado? O que vai fazer hoje? Como estão seus filhinhos? Será que vai chover?” Essas coisas.

Imã não responde, mas se mantém concentrada. Enquanto isso, a borbolecóptero continua o voo solo, bailando através das pétalas brancas e amarelas. Ocasionalmente Imã levanta a mão para tentar tocar nas flores, mas seu braço é curto, e Táquio não percebe a intenção da neta, pois também está apreciando a paisagem.

Porém, um abalo quase derruba a dupla, Táquio agarra a neta para protegê-la, de repente abelhas gigantes passam atrapalhando o vôo. O minidipi pousa a borbolecóptero em um caule de margarida, obrigando a todo mundo se pendurar na pelugem para não cair. Imã se agarra ao avô. Eles ainda estão tão altos que não conseguem ver o chão. Mas, o enxame não demora a passar e eles voltam para posição normal. Rapidamente chegam ao destino.

— Vô, eu fiquei assustada.

— Eu não, achei até bacana o minidipi parar um pouco pro enxame passar.

— Mas a gente podia cair.

— Só se eu te largasse. Você sabe que nunca ia deixar você se machucar, senão a sua mãe ia brigar comigo né?

— Eu duvido que ela ficasse zangada contigo. Mas comigo...

— Venha, chegamos, vamos esticar um pouquinho as pernas.

O lugar é cheio de criaturas diferentes do que conhecemos, uns rastejam, outros pulam e tem também os que andam de costas, mas o que mais chama atenção de Imã e Táquio são uns bichinhos peludos que têm o nariz brilhoso e olhos azuis piscinas, um rabo bem alto cheio de penas que refletem a luz do sol.

— Vô, o que são aqueles bichinhos ali?

— Hum, acho que ainda não demos nomes para eles, o que você acha?

— Eles parecem um pássaro que eu vi no zoológico...

— Parecem com pavão? Mas também com os semáforos do trânsito. — avô Táquio compara na memória.

— Isso, parece com pavão. — Imã fica feliz com a lembrança.

— Então, pense num nome que junte as duas coisas.

— Pode ser Pavoro?

— Bingo! — Quando Táquio fala assim é porque aprova o nome.

O bichinho também parece que gostou porque passou por eles sorrindo.

— Vô, não podemos esquecer do nosso trabalho. — Imã toma um ar de séria.

— Tá bom! — Táquio a levanta sobre os ombros e atravessam as ruas.

Imã não tem a menor ideia por onde começar, mas não está preocupada, pois Táquio sempre sabe aonde ir e com quem falar, mesmo que nunca estivessem naquele mundo. Eles param e perguntam a um e outro sobre a maga até conseguir a informação. Então, eles caminham direto para um gigantesco angeli-vermelho um pouco mais afastado do centro.

A toca fica no tronco da árvore, tem um gramado verde em torno dela e janela com flores, tudo sob a sombra frondosa da copa. A expressão no rosto de Imã já diz tudo.

— É diferente do que a gente esperava, né Espoletinha?

— Eu pensei que seria mais feia, mas está tão bem cuidadinha. Parece casinha de boneca.

— Vamos bater na porta?

— Vô, você acha que tem gente lá dentro?

— Parece que tem.

Imã olha para cima e depois chegam à porta, Táquio a coloca no chão, mas antes que possam bater, a porta range abrindo e uma criatura aparece logo em seguida.

— Vocês são os enviados do Rei?

Táquio abre um largo sorriso e estende a mão para cumprimentar a criatura, em princípio, simpática. Mas, ela desconhece o que é um aperto de mão.

— Sim, estamos a mando do Rei, eu sou o Conde E e essa é a Princesa Macar. A senhora pode me dizer se a maga Cuca está?

A criatura parece com uma lagartixa, só que fica em pé sobre as duas patas traseiras, tem olhar cativante e uma voz sibilante, é quase como se cantasse. Ela se aproxima de Imã e fala diretamente com a menina.

— Nossa, que lindinha, o que você é?

Apesar dos modos gentis, Imã se assusta com a aproximação e dá um passo atrás, se protegendo nas pernas do avô, que repete.

— Mocinha, eu gostaria de ver a dona Cuca.

— Vocês querem falar com a maga Cuca?

— Sim, por favor. — Táquio é paciente.

— E se ela não quiser falar com vocês?

A criatura fala enquanto vira as costas entrando na casa.

— Por que ela não falaria conosco? — Táquio pensa em voz alta.

Antes de seguir a criatura, Imã puxa a perna da calça do avô, ele se abaixa para dar atenção.

— Vô, ela é mal-educada.

— Por que diz isso, Espoletinha?

— Uma vez você disse que é falta de educação responder às perguntas com outra pergunta e ela só responde perguntando.

— E sussurrar também não é falta de educação? — a criatura ressurge à porta.

Táquio e Imã trocam olhares enquanto a criatura faz gestos para a seguirem. A grande sala tem uma lareira ao fundo, eles deparam com a mesma criatura sentada na poltrona sobre um tapete colorido e com um abajur ao lado dela. No centro há uma mesinha posta com xícaras, bule de chá e travessa com bolos e biscoitos. A luz ambiente vem dos vaga-lumes pousados em todo o teto, ainda assim, a claridade é muito pouca. Imã, fica espantada com tantos enfeites de quadros com flores e insetos nas paredes.

Táquio precisa forçar as vistas para ver cada detalhe.

— Então, a senhora é a maga Cuca, muito bacana.

— Se sabia por que perguntou?

— Não quis parecer grosseiro.

— O Rei os mandou? — Cuca se levanta com uma caixa nas mãos.

— Sim, ele nos disse que a senhora nos daria um objeto mágico.

— E como vão pagar?

Imã e Táquio se olham novamente.

— Ele só nos deu a borbolecóptero. — Imã responde rapidamente.

— Hum, nada mais?

— Na verdade, ele só mandou a gente vir pegar o tal objeto. Não disse nada sobre pagamentos. — Táquio fica preocupado.

— Ora, vocês não sabem que tudo tem um preço?

— Ué, então vá lá você falar com ele. — Imã começa a ficar nervosa.

— Não é quem precisa, que deve buscar? — Cuca caminha lentamente para perto dos dois. — Mas, o que temos aqui? Vocês são realmente quem são?

Antes que pudesse tocar na menina, Táquio se intromete.

— Não se aproxime da Princesa Macar.

— Princesa de que reino? — Cuca fala sorrindo.

— Por que você só fala perguntando? — Imã escapole do toque da maga.

— Você também não fala só assim? — Cuca desafia.

— Eu não, eu falo normal, ué!

— Qual é o preço pelo objeto? Eu vou avisar ao rei e ele te envia o valor. — Táquio se intromete.

— Hum, e se ele não pagar?

— A senhora pode confiar na minha palavra e na do Conde E. — Imã se adianta.

— De que reino vocês são?

— Escuta aqui, dona maga, a gente só quer ajudar, se não pudermos levar o objeto, fala agora que a gente vai embora.

— Embora? Não querem nem uma xícara de chá?

— Eita! Agora ela fez duas perguntas numa só. — Imã puxa o avô para perto da porta.

— Precisam mesmo sair tão cedo? — Cuca faz um gesto e a porta se tranca sozinha.

— Moça, não precisa disso, a gente é de paz...

— E eu sou de guerra?

— Uma coisa não tem nada a ver com outra! — Imã fala mais asperamente.

Táquio tenta acalmar a neta e ganhar tempo. Cuca, rodeia os dois, alisando uma caixa com o objeto.

— Olha, a sua casa é uma beleza, hein! Quem é seu decorador?

— O que é um decorador?

— Caramba, ela nunca responde direito. — Imã fica cada vez mais irritada. — Decorador é uma pessoa que decora, ora.

— E o que há para decorar aqui? Minhas poções?

— Não, dona, a decoração que o decorador faz é para enfeitar. — Táquio também tenta esclarecer.

— Então, não devia ser um enfeitador?

— Vô, faz sentido.

— Ah, sim, sim. Acho que tem razão. Bom, o papo está bom, mas já que não temos como fazer nada, acho que já vamos andando. Algum recado pro rei? Sei lá, um abraço, uma desculpa... essas coisas.

— Vocês voltam de mãos vazias para o Rei?

— O que há de se fazer dona Cuca? A gente tá meio desprevenido, meus cartões ficaram todos em casa, sabe como é...

— E o que tem esses cartões?

— É que se o vô, quero dizer, o Conde tivesse os cartões aqui, ele pagava esse bendito objeto.

— Eu posso sugerir um pagamento?

— Qual?

— E se vocês me levassem até seu reino e eu enviasse o presente para o rei?

— Nós não podemos te levar ao nosso reino. — Táquio tenta se afastar lentamente. — É alta temporada, dificuldade para arrumar vagas, férias escolares, uma bagunça.

— E se eu encontrar algo que me sirva? Vocês são diferentes de todos aqui, no seu reino todos são iguais a vocês?

Táquio olha em volta discretamente, enquanto joga Imã para trás de si e coloca alguns objetos nas mãos da neta. Cuca caminha despreocupadamente alisando a caixa nas mãos com movimentos lentos.

— Eu não sei o que quer dizer, somos todos iguais em todos os lugares.

— Vô, ela vai comer a gente?

— Mas, nunquinha nessa vida! — Táquio se joga em cima da maga.

Pega de surpresa, Cuca deixa a caixa cair no chão, perto da lareira e um som agudo escapa dela. Imã corre para todos os lados e encontra uma janela aberta. Com a ajuda de Táquio consegue pular por ela e depois fica esperando. Ele aparece, mas fica entalado sem apoio para saltar. De repente, algo o puxa com força de volta para a casa.

— Como vocês vieram parar aqui? Como chegaram ao nosso mundo? — a voz da maga muda do som melodioso para estridente, quem ouve se arrepia.

Àquelas palavras, Táquio percebe sua verdadeira intenção. A maga joga um pó em cima do avô, tentando imobilizá-lo, mas o pó só pega do pescoço para baixo, então ele grita.

— Imã, vai!

Mesmo sem saber direito o que seu avô quis dizer, Imã tenta voltar para a casa, mas seu corpo paralisa, é envolvido por um brilho e começa a desaparecer lentamente. Então, tudo escurece.

Assim que abre os olhos, Imã percebe a sacudida carinhosa da Tiana.

— Vocês dois estão dormindo muito, venham, já preparei o lanche.

Imã olha para o avô que ainda não despertou e fica preocupada, pois quer que ele abra os olhos para saber que está bem. Tiana o sacode e sacode, mas nada do vô Táquio acordar. Ela começa a lacrimejar e estremecer, os lábios ficam brancos de medo.

— Tiana, que foi? — Imã não consegue entender.

— Minha filha, vá pegar o telefone, por favor. — Tiana continua tentando acordar vô Táquio.

Imã corre para a sala e logo volta, entregando o aparelho.

— Alô, dona Ziza, é seu pai... acho que... — os soluços não permitem terminar a frase.

Imã olha para a situação e começa a solavancar o avô.

— Não, não, não... vô, acorda, fala comigo, vô! Vô! Tiana, não é nada disso, ele só tá desacordado, não pense que tem nada errado. Eu tô falando, acredita em mim. Vô! Vô!


Novela de
M. P . Cândido

Elenco
Imã vô Táquio Rei Gjorgy maga Cuca Tiana Rui Carlito Drica Tudão Cerol Renê Zara Ema Utah Sári Vento Participações Especiais Gualbe Beron Zebu Melo vó Nácia Tema Boom Boom Pow Intérprete The Black Eyed Peas
Direção
Carlos Mota

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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