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Estações da Vida - 1ª Temporada | Capítulo Especial (Parte 1)

Novela escrita por Gabo Olsen e Diogo de Castro
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ESTAÇÕES DA VIDA - CAPÍTULO EPECIAL (PARTE 1)


CENA 01. MANSÃO DO PATO. EXT.
DIA

MUSIC ON: (NEVER LET ME GO - ALOK, BRUNO MARTINI, ZEEBA)

CAM PANORÂMICA vai se aproximando da porta principal que está aberta até que entra na SALA DE ESTAR.

CAM vai detalhando o local em estado lastimável, muita bagunça, latas e garrafas de cerveja dispersas, almofadas por todo o lado, vasos quebrados, restos de cigarro, um abajur caído no chão. Próximo ao sofá um casal dorme de mau jeito no chão coberto pelo tapete. A menina (16 anos), descalça e de cabelos loiros bagunçados, usa um vestido justo azul escuro. O rapaz (17 anos) moreno, usa calça xadrez, sem camisa, em sua mão direita segura uma garrafa de cerveja.

CORTA PARA:

CENA 02. MANSÃO DO PATO. QUARTO. INT. DIA

Uma jovem (morena, 15 anos, altura média) dormindo numa cama de solteiro. O celular TOCA e a garota acorda no susto.

MUSIC OFF.

GAROTA: Onde é que eu to? Quem ta aí?

Ela esfrega os olhos e observa ao redor tentando reconhecer o lugar. Procura o celular pela cama, em seguida coloca a mão na cabeça.

GAROTA: Ai, minha cabeça vai explodir!

Volta a procurar o celular em cima da cama e encontra debaixo do edredom. Ela pega o celular e atende, apressada.

GAROTA: Alô? Alô? Quem é?

MULHER (V.O): Nanda, graças a Deus!!!

NANDA: Ah, mãe, é você. O que foi?

MULHER (V.O/brava): Como o que foi, garota? Estou preocupada, minha filha. Você não voltou pra casa depois da festa. Onde é que você dormiu, Fernanda?

Nanda observa o quarto para saber onde está, e com o celular no ouvido caminha pelo lugar.

MULHER (V.O/preocupada): Filha? Você tá aí?

Um porta retrato na estante de TV chama a atenção de Nanda. Nele, um jovem ao lado de uma menina. Ela sorri ao ver a foto.

NANDA (pensa alto): Caraca, eu dormi na casa do Pato.

NANDA: Desculpe, mãe. Prometo que não vai acontecer mais.

MULHER (V.O): Tudo bem. Que isso não se repita. Agora trate de vir pra casa. Ah! E outra coisa/

Nanda desliga o celular na cara da mãe.

CORTA PARA:

CENA 03. CORREDOR. INT. DIA

Nanda anda procurando por alguém. Ela abre uma porta, mas não obtém sucesso, fecha e segue o percurso, parando em frente à outra porta. Abre e dá de cara com uma bagunça: lençóis, calçados, bebidas e peças de roupas dispersas no chão. Na cama, um rapaz, moreno, (16 anos), dorme apenas de cueca. O edredom está espalhado pela cama. Ela se aproxima, cutucando ele.

NANDA (baixo): Pato? Tá acordado?

O edredom se mexe assustando Nanda. Uma garota loira surge debaixo dos lençóis, mas não acorda. Nanda tira lentamente o edredom de cima da garota até perceber que ela está apenas de calcinha e sutiã.

NANDA: Nossa! O Pato transou com essa vadia.

Ela se retira do quarto.

CORTA PARA:

CENA 04. SALA DE ESTAR. INT. DIA

Nanda desce a escada já avistando o casal enrolado no tapete, se aproxima dos dois, se agacha e cutuca a garota.

NANDA (baixo): Paulinha. Acorda.

Paulinha abre os olhos devagar e vê Nanda a cutucando.

PAULINHA (resmunga): Só mais cinco minutinhos, vai. Deixa eu dormir mais.

CORTA PARA:

CENA 05. SALA DE JANTAR. INT. DIA

Nanda se choca ao entrar e perceber o jovem que dorme em cima da mesa, só de cueca.

NANDA: Caio!!! Mas, o que que é isso? O que que tinha na bebida dessa festa, gente?

Nanda sacode o rapaz.

NANDA: Caio, acorda!

CAIO (sonolento): O que foi, Nanda? Me deixa dormir.

NANDA: Acorda logo moleque, já passou da hora.

CAIO: Hora de que?

NANDA: De você se vestir, porque caso não tenha percebido, você tá praticamente pelado.

Caio se levanta no susto, se cobre.

CAIO (vergonha): Cadê a minha roupa?

NANDA (risada): Ta perguntando para a pessoa errada, bebê. Pelo visto a sua noite foi boa, hein?

Ele puxa a toalha da mesa derrubando a prataria que estava em cima fazendo maior barulho. Ele enrola a toalha no corpo.

CAIO: Cadê todo mundo?

E sai. Nanda vai atrás até que os dois vão para a SALA.

Paulinha já desperta, ainda no chão.

PAULINHA: Gente, que que houve lá dentro? Que barulho foi aquele?

NANDA: Caio resolveu fazer um novo modelito com a toalha de mesa.

CAIO (bravo): Quem de vocês pegou minha roupa? Podem ir falando!

PAULINHA: Nem olha pra mim. Tava ocupada demais cuidando do dorminhoco aqui.

Percebe que o garoto que estava com ela sumiu.

PAULINHA: Ué, cadê o Diego?

DIEGO (O.S): Aqui. Pelo menos o que sobrou dele.

CAM foca Diego que está com uma bolsa de gelo na cabeça, vai indo em direção ao sofá central, onde se acomoda.

CORTA PARA:

CENA 06. COZINHA. INT. DIA

O ambiente está bagunçado com latas de cerveja e comida espalhada pelo chão e a mesa. Nanda já está ali preparando um sanduíche e com um semblante sério.

NANDA (raiva): O Pato não se cansa de aumentar essa fama de pegador! Ainda mais com aquelazinha lá! Ai que raiva!

Ela retira o sanduíche do grill e coloca num prato. Enfia a faca com força no pão. Paulinha e Caio entram bem na hora.

PAULINHA: Coitado do pão. Que que ele te fez, amiga?

NANDA: Antes fosse o pão.

CAIO (sonda): Então foi alguém?

NANDA (grossa): Não foi nada, tá?  Só acordei de mau humor. Vai passar.

CAIO: Ok, então. Precisando falar, to por aqui.

NANDA: Obrigada.

CENA 07. MANSÃO DE PATO. VARANDA. EXT. DIA.

Diego sai da piscina e caminha em direção a entrada. Ele abre a porta e dá de cara com o rapaz da CENA 03.

DIEGO: E aí, Pato? Beleza?

PATO: Fala, meu brother!

Os dois fazem o cumprimento pessoal.

DIEGO: E aí, me conta! Como foi a noite com aquela gostosinha?

PATO (entusiasmado): Nossa, cara! Nem fala! Foi incrível!

DIEGO: Rolou então?

PATO: E tu acha que eu brinco em serviço, ‘cumpadi’?

DIEGO: Que irado, mano!

PATO: Aquela “belezinha” manda muito!!!

CAM DESFOCA deles e mostra Nanda pela vidraça da porta, escutando a conversa.

DIEGO (O.S): Opa, quero pegar também.

PATO (O.S): Na hora, meu parceiro.

DIEGO (O.S): Depois tu me passa a fita.

PATO (O.S): Demorou.

Nanda sai decepcionada. CAM foca nos dois.

PATO: Vou ali tirar o carro da garagem pra deixar a donzela em casa. Já aproveito e te coloco na dela.

DIEGO: Demorou.

Pato sai e Diego fica ali, esperançoso.

CENA 08. CARRO. INT. DIA.

Pato no volante e a garota loira da CENA 03 no carona. Ela está visivelmente irritada.

PATO: Tá entregue.

A garota abre a porta com grosseria, mas Pato a impede de sair.

PATO: Ei, gata! Calminha aí.

GAROTA: É isso que você tem pra me dizer? “calminha aí”?

PATO: Tá brava hein.

GAROTA: E você queria que eu tivesse como depois da noite de ontem, Patrício?

PATO: Olha, gata, eu já te expliquei.

GAROTA: Me poupa das tuas explicações, tá bom? Eu já ouvi demais. To decepcionada com você.

PATO: Foi mal. Isso nunca/

GAROTA (grita): NÃO OUSE COMPLETAR ESSA FRASE!

PATO: Tá, desculpa, desculpa. Foi mal. Eu prometo que da próxima vez te compenso.

GAROTA: Não vai ter próxima vez, Pato. Você já era! 

Ela vai sair do carro. Ele a impede de novo.

PATO (nervoso): Espera, preciso que você me prometa uma coisa.

GAROTA: Você não tá em condições de me pedir nada.

PATO: Eu sei. Mas, por favor, não conta pra ninguém sobre isso, beleza? Não vai pegar nada bem pra mim.

GAROTA: Ah, é isso? Pode ficar tranquilo, porque essa noite eu faço questão de esquecer, ou você acha que eu vou querer que a escola toda saiba que o maior garanhão deu pra trás comigo? Não dá né. Fica feio pra mim também. Mas fique você sabendo que está em minhas mãos, então, fica esperto.

A garota sai do carro e bate a porta com força. Pato soca o volante do carro com raiva.

PATO: Droga! Droga! Droga! Seu idiota!

CENA 09. MANSÃO DO PATO. INT. DIA

Paulinha e Caio continuam a limpeza do lugar.

PAULINHA: Os dois folgados aí vão ficar só olhando ou vão ajudar?

NANDA: Nem vem que eu já fiz minha parte lá na cozinha.

DIEGO: Folgado mesmo é o Pato né, que se mandou e deixou a gente aqui pra arrumar a bagunça.

No momento em que Pato ENTRA, vindo da rua.

CAIO: Falando nele...

PATO: Qual é a parada, galera? Tavam falando de mim, é?

DIEGO (irônico): Enquanto leva a gatinha pra casa, os amigos ficam aqui arrumando sua sujeira né, seu folgado!

PATO: Sabe como é né. Comigo o serviço é bem feito, com direito a deixar na porta de casa. Além do mais a mãe dela não parava de ligar.

DIEGO: Ah é? Pois eu quero uma explicação.

Diego vai pegando Pato pelo braço pra longe dali. Eles cochicham.

PATO: Qual foi, cara?

DIEGO: Se a noite foi tão boa como tu disse. Como é que você explica isso aqui?

Diego tira a camisinha embalada do bolso da calça e mostra a Pato, sem que os outros percebam. Pato fica sem jeito.

DIEGO: Eu arrumei a bagunça toda lá no teu quarto e não achei nada, nenhum vestígio de camisinha usada, só essa aqui. Tu mentiu pra mim, moleque?

PATO (sério): Claro que... Claro que não, cara. Pow, a gente é amigo.

DIEGO: Então explique, porque esse pacote está fechado?

PATO (confuso): É que... olha, você sabe.

DIEGO: Sei, o que? Tu ta me enrolando, Pato. Eu te conheço rapaz, quando você faz esse rodeio e gagueja, é porque você tá em busca de uma desculpa. E pelo que eu vejo, a minha teoria não ta errada, não é?

Pato abaixa a cabeça.

DIEGO: É, Pato. Você continua aquele garoto virgem que passa a fama de pegador, mas eu quero propor uma aposta pra essa fama se tornar realidade.

Pato levanta a cabeça.

PATO: Tipo um trato?

DIEGO: É.

PATO: Fala aí.

DIEGO: Você não é o Pato pegador, garanhão do pedaço?

PATO: É o que todas dizem por aí.

DIEGO: Isso é o que nós vamos ver.

PATO: Fala logo qual é o trato, zé.

DIEGO: Tu vai seduzir a primeira mina que ver pela frente. Fazer ela se apaixonar, levar pra cama e depois vai dar o pé na bunda dela. E aí? Tá dentro?

Pato pensa por um instante. Abre um sorriso sacana.

PATO: Missão dada é missão cumprida, rapá!

DIEGO: Esse é meu garoto.

PATO: Não tão fácil, moleque. Tu vai ter que se igualar a mim, hein! Quem conseguir cumprir com trato primeiro, paga uma rodada de cerveja pro outro!

DIEGO: Demorou!

Pato e Diego fazem o cumprimento deles. Em seguida, Pato sai. Nanda aproxima-se de Pato.

NANDA: Olha só, Pato, seu pai ligou.

PATO: É? O que ele queria? Encher o meu saco?

NANDA: Pediu pra avisar que só volta amanhã de manhã.

PATO: Espera, espera, espera... REPETE que eu acho que não ouvi direito.

Ela revira os olhos.

NANDA: Seu pai só chega amanhã.

Ele comemora.

PATO: Essa era a melhor notícia que eu podia receber hoje. Merece até um beijo por isso, Nandinha!

Ele agarra Nanda pelos braços e a beija na testa. Ela gosta, mas disfarça.

PATO: E pra comemorar essa notícia, vamo de festa!

NANDA (chocada): O que?

PATO: É, Nanda. O velho só chega amanhã, vamo aproveitar, vamo curtir!

DIEGO (animado): To dentro!

NANDA: Mas, Pato. A gente acabou de limpar a bagunça.

PATO: E eu agradeço imensamente, assim, vamos poder receber nossos convidados num ambiente limpo.

NANDA (tom): Seu pai chega amanhã cedo.

CAIO: É, não vai dar pra limpar tudo a tempo.

PATO: Relaxa, galera! Relaxa que o mestre Pato aqui vai dar um jeito, como sempre. Por hora, só avisem geral que mais tarde tem! Bora comprar a cerveja, Diego!

DIEGO: Partiu!

PAULINHA: Vou junto.

Pato sai arrastando Diego. Paulinha vai atrás. Nanda e Caio observam com ar de reprovação.

CORTA PARA:

CENA 10. RUA. EXT. NOITE

O carro em que Pato e Diego estão acelera.

PLANO GERAL da cena mostra o veículo a toda velocidade se aproximando de um semáforo. CAM detalha o sinal passando do sinal verde para o amarelo. O carro não reduz. Sinal fecha.

PATO: Vamos, Diego. Acelera esse carro.

CAM detalha o velocímetro do carro subindo. Pato e Diego sorriem. Ao ultrapassarem o sinal, o carro em que os dois estão COLIDE bruscamente com outro que vinha no sentido contrário.

Sai fumaça do carro em que Pato e Diego estavam. O veículo está com a lateral amassada. A porta se abre e Diego sai de dentro. Ele dá a volta.

DIEGO: Pato? Ta tudo bem, cara?

Ele vê o amigo desacordado.

DIEGO: Pato? Acorda, cara.

Ele vira o rosto de Pato, está sangrando.

DIEGO: Merda!

Pato vai acordando.

PATO: Que que houve?

DIEGO (aliviado): Nossa! Que susto tu me deu, moleque. Ainda bem que ta vivo.

PATO (saindo do carro): Meu pai vai me matar.

MULHER (O.S): Imagina só quando a conta do meu mecânico chegar na sua casa.

Eles se viram e se deparam com uma mulher (28 anos) alta, morena com um vestido decotado.

MULHER: Que foi? Vocês avançaram o sinal, vão ter que arcar com meu prejuízo.

DIEGO: Por você eu arco qualquer ‘prejú’, belezinha.

PATO (a Diego): E com que dinheiro, posso saber?

MULHER: A mim não interessa como, e sim quando. Ou preferem que eu ligue pro departamento de trânsito? Quantos anos vocês têm?

PATO: Não, não precisa se preocupar. Eu vou pagar o conserto do seu carro, tá tranquilo. Não precisa ligar pra ninguém.

MULHER: Foi o que eu pensei. Me dá seu celular.

Pato procura nos bolsos.

DIEGO: Não prefere o meu, não?

A mulher revira os olhos. Pato entrega o aparelho a ela. Diego cochicha no ouvido do outro.

DIEGO: Se liga: é ela.

PATO: O que?

DIEGO: A garota que tu vai ter que levar pra cama.

PATO: Que? Essa gostosa nunca vai me dá condição.

DIEGO: Se vira, moleque. Ou é isso, ou todo mundo vai saber o ‘virjão’ que tu é.

Pato respira fundo.

MULHER: Aqui! (devolve o celular) E eu acho bom você realmente me ligar. Meu namorado é policial.

DIEGO (ri): Ce tá ferrado!

Ela vai voltando pro carro.

PATO: Ei!

Ela se vira.

PATO: Não tá afim de uma festa?

MULHER: Festa?

PATO: É. Tá rolando uma na minha mansão, bebidinha, música boa, gente bonita. Pra desfazer a má impressão, sem maldade.

DIEGO: É, gata. Tá todo mundo lá.

Ela fica na dúvida.

PATO (incentiva): Vamo!

MULHER: Ok. Mas eu espero não me arrepender mesmo.

PATO: A gente ainda não se apresentou. Esse aqui é o Diego, e eu sou o Pato.

MULHER: PATO?

PATO: Na verdade é Patrício, mas as garotas gostam mais de Pato.

MULHER: Meu nome é Amanda.

DIEGO (brinca): Que prazer, Amanda!

Pato bate nele.

PATO: Ce pode dar uma carona pra gente? O ‘carango’ ali não tá em condições de rodar.

AMANDA: Tudo bem. Mas, não é melhor passar no pronto-socorro antes? (aponta pro machucado dele)

PATO: To de boa. No caminho eu ligo pro reboque.

Eles vão indo pro carro.

CORTA PARA:

CENA 11. MANSÃO DE PATO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE

(MUSIC ON: OPEN BAR PABLLO VITTAR)

Festa rolando. Amanda, Diego e Pato chegam no clima. Os streepers dançam em meio as pessoas. Muita diversão.

AMANDA (interessada): Uau, de quem é a casa?

DIEGO: Pai do Pato.

AMANDA: E quem é ele? O dono de Angra?

DIEGO: Tipo isso, gata. O pai do Pato é um importante empresário.

PATO: E um chato de galocha.

Eles riem. Pato puxa Amanda pra dançar, no momento em que Nanda aparece.

NANDA: Pato! Até que enfim vocês apareceram, como é que tá a Paulinha? (percebe Amanda) Quem é essa pu... Essa garota?

PATO: Essa aqui é a Amanda.

Elas trocam um sorriso falso.

CORTA PARA:

DIEGO: Vou pegar uma cerveja.

PATO: Vou junto. Quer também, Amanda?

AMANDA: Claro.

Os dois se afastam. Amanda fica ali dançando, atenta a casa.

AMANDA: Hoje é meu dia de sorte. O patinho vai cair nas garras da raposa vermelha. (ri)

CAM vai buscar Pato e Diego num canto da casa.

DIEGO: Que risinho maroto é esse, cara?

PATO: Já sei quem tu vai traçar.

DIEGO: Vê lá hein.

PATO: A Nanda.

DIEGO: O que?

PATO: É, cara. A Nanda.

DIEGO: Mas ela não é virgem?

PATO: Mais um motivo pra ser ela. Já pensou, tirar o selo da virgenzinha da escola?

DIEGO: Não sei não, Pato. A Nanda é do nosso grupo, pode dar ruim.

PATO: Ih qual é, Diego? Tá amarelando?

DIEGO: Tu sabe que eu não sou de dá pra trás.

PATO: Então fechou. É a Nanda e não se fala mais nisso.

DIEGO: Missão dada é missão cumprida!

Eles fazem seu cumprimento pessoal.

MUSIC OFF.

CENA 12. MANSÃO DO PATO. SALA. INT. NOITE

(MUSIC ON: SOMETHING JUST LIKE THIS - THE CHAINSMOKERS & COLDPLAY)

Pato e Amanda dançam de maneira sensual. Nanda ENTRA e observa. Não gosta. Diego chega junto.

DIEGO: E aí, Nandinha? Bora dançar?

Nanda encara Pato e Amanda. Olha pra Diego.

NANDA: Claro, vamo dançar!

Ela puxa Diego pra perto de onde estão Pato e Amanda. Os dois casais ficam ali se curtindo.

AMANDA: Até que você dança bem.

PATO: Espera só até você provar do meu beijo.

Pato agarra Amanda e lhe dá um beijo caloroso. Ao ver a cena, Nanda beija Diego no impulso. Tempo nos casais se beijando até que Amanda interrompe.

AMANDA: Vamos subir?

PATO (incrédulo): Que que você disse?

AMANDA (sussurra): Subir, pro seu quarto.

PATO (assimila): Pro meu quarto? Subir? Claro, claro gata. Vamo lá!

Eles vão indo em direção as escadas. Diego interrompe o beijo com Nanda.

DIEGO: Uau, Nanda! Eu não sabia que você tinha uma quedinha por mim.

Nanda procura por Pato e Amanda.

NANDA: Cadê eles?

DIEGO: Tá falando dos pombinhos ali?

E aponta pra escada onde Pato e Amanda estão subindo.

NANDA: Pra onde eles tão indo?

E vai atrás. Diego a impede.

DIEGO: Ei! Quem se importa com eles? Aqui tá melhor. Vem cá, vem!

Ele vai agarrá-la, mas Nanda o para.

NANDA: Eu preciso respirar.

E sai em direção a porta. Diego fica sem entender.

MUSIC OFF.

CENA 13. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Ele e Amanda vão entrando aos beijos. Ela tira a camisa dele e o empurra na cama. Amanda se inclina pra falar no ouvido dele.

AMANDA: Você já teve com uma mulher de verdade?

PATO: Não. Quer dizer, já, claro que já!

AMANDA: Você nunca mais vai esquecer do que a gente vai fazer agora.

Ele se levanta na cama super empolgado.

PATO: Ah é? E o que é que a gente vai fazer, hein?

Ela tira a roupa, sensual.

AMANDA: Você não sabe?!

PATO (pensa alto): Ah meu pai, eu não to acreditando nisso.

AMANDA: Não tá acreditando no que, gato?

PATO: Nada, esquece. Vem cá, vem!

Ele vai se aproximar. Ela faz gesto pra ele parar.

AMANDA: Calminha! Aqui eu mando e você obedece!

Ele dá um risinho sacana.

PATO: Eu faço o que você quiser.

Ela se aproxima dele. Face a face. Beijam-se. Ela vai descendo lentamente beijando seu tórax, barriga. Suas mãos desabotoam a bermuda que ele usava, arrancando a cueca em seguida. PLANO MÉDIO dele que faz caretas de prazer.

CENA 14. MANSÃO DO PATO. JARDIM. EXT. NOITE

(MUSIC ON: BIRDY – WINGS)

Nanda está aos prantos caminhando na beira da piscina. Ela soluça de tanto chorar. Diego surge por trás dela.

DIEGO: Nanda?

Ela se apressa pra enxugar as lágrimas.

DIEGO: Tá chorando por que?

NANDA: Eu não to chorando.

DIEGO: Como não?

NANDA: Foi só um cisco.

DIEGO: Tá parecendo mais que alguém da sua família morreu!

NANDA (grossa): Que é que você quer, Diego? Será que dá pra deixar eu curtir a minha bad em paz?

DIEGO: Espera aí, você tá assim porque o Pato subiu com a Amanda pro quarto? Você gosta dele, Nanda?

NANDA: Não! Claro que não!

DIEGO: Então por que?

Ela não sabe o que dizer. Ele se aproxima, cínico.

DIEGO: Oh Nanda, fica assim não. O Pato não vale a pena.

Ela se abraça nele. Choramingando.

NANDA: Ele não me enxerga. Por mais que eu tente.  

DIEGO: O Pato não merece que você fique chorando por ele. Fica calma, eu to aqui contigo. Deixa eu limpar esse rostinho.

Ele limpa as lágrimas dela ficando bem próximos.

NANDA: Obrigada.

DIEGO: Você precisa enxergar quem realmente gosta de você.

NANDA: Do que você tá falando?

DIEGO: Nanda, você nunca percebeu?

NANDA: Percebi o que?

DIEGO: Que eu gosto de você.

Ele a beija. Tempo e ela se esquiva empurrando-o. Ele cai na piscina.

NANDA: Ce tá maluco? Nunca mais faz isso!

E sai irritada. Diego soca a água.

MUSIC OFF.

DIEGO: Merda! Isso vai ser mais difícil do que eu pensei. Enquanto isso o Pato deve tá lá no bem bom.

CENA 15. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Pato está em êxtase deitado na cama. Amanda ao seu lado, sob os lençóis.

AMANDA: E aí, gatinho. Foi bom pra você?

PATO: Foi incrível.

AMANDA: Você era virgem, não era?

PATO: Não pow, claro que não.

AMANDA: Não precisa mais mentir pra mim, Pato. Qualquer mulher experiente notaria. 

PATO (admite): É, tá bom. Eu era virgem.

AMANDA: Que fofo! Mas olha, pra alguém inexperiente, até que você se saiu bem.

PATO: Ce achou mesmo?

AMANDA: Claro. Aquilo que você fez foi o máximo!

PATO: Andei ensaiando.

Ela ri.

AMANDA: Bom, agora eu vou ter que ir.

PATO: Não, gata. Dorme aqui.

AMANDA: Melhor não. Já fiquei tempo demais, se a polícia bate e descobrem que eu sou a única maior de idade, to ferrada. (faz doce) E você não vai querer que sua patinha se prejudique, não é?

PATO: Não, claro que não. Mas, fica mais um pouco.

AMANDA: Você pedindo assim, não tem como dizer não.

Ele abre um sorriso maroto. Ela monta nele. Os dois se beijam entrando no clima novamente.

CORTA PARA:

CENA 16. MANSÃO DO PATO. QUARTO DO PATO. INT. NOITE

Amanda ao lado do Pato, constata que ele está dormindo e se levanta aos poucos. Pega a sua roupa do chão, veste, depois calça a sandália. Apanha a bolsa. Ela observa o quarto, muito luxuoso e aproxima-se do criado-mudo e vê um relógio de ouro. Coloca na bolsa.

AMANDA: Patinho, Patinho... Achei minha mina de ouro!

Ela dá uma risadinha enquanto caminha em direção à porta. SAI.

CORTA PARA:

CENA 17. MANSÃO DO PATO. SALA. INT. NOITE

Poucas pessoas restam na festa. Diego observa Amanda descer as escadas que dão acesso aos quartos. Ela passa pelas pessoas até chegar a porta principal e SAI. Diego se apressa em subir as escadas.

CORTA PARA:

CENA 18. MANSÃO DO PATO. CORREDOR. INT. NOITE

Diego bate na porta do quarto de Pato.

DIEGO: Pato, ta aí?

Ele espera um instante até que ENTRA no local. Pato continua dormindo. Ele se aproxima.

DIEGO: Pato! Acorda!

Chega mais perto, cutuca.

DIEGO: Acorda, Pato!

Pato vai despertando. Ele agarra Diego, que o empurra.

DIEGO: Sai fora, ow! Tá maluco?

Pato se dá conta.

PATO: Que que tu ta fazendo aqui, cara? Cadê a Amanda?

DIEGO: Vazou. O que não é um bom sinal.

PATO (deslumbrado): Cara, tu não vai acreditar. Aquela mulher é incrível, velho!

DIEGO: Sem prova eu não acredito mesmo. Afinal, tu já passou a noite com uma garota e não deu em nada. E aí? Cadê a prova?

PATO: Prova?

DIEGO: Claro zé. Ou tu acha que eu vou cair no teu papo furado de novo?

PATO: Eu não tenho prova.

DIEGO: Nada feito então.

PATO: Acredita em mim, Diego. Rolou! Rolou e foi mais de uma vez! Ela é maravilhosa. Tu precisava ver! Acho que to apaixonado.

Diego ri.

DIEGO: Apaixonado?

PATO: Olha, eu não tenho como provar, tá legal?

DIEGO: Sem prova, sem mérito.

PATO: Ah que se dane também. Tenho certeza que outras oportunidades virão e aí tu vai ver que eu to falando a verdade. Ela curtiu muito e vai me procurar, certeza.

DIEGO: Curtiu tanto que não quis passar a noite.

PATO: Acredite se quiser! Mas e você? Como foi com a Nanda?

DIEGO: Ela é mais difícil do que eu pensei.

PATO: Ih ficou no zero a zero.

DIEGO: Por enquanto, mas eu vou amansar aquela ferinha.

PATO: Essa eu quero ver.

DIEGO: Trato é trato. E esse eu não vou perder!

Diego sai.

PATO: Ih ficou irritadinho foi? (ri) Ai Amanda! Amandinha sua linda!

Ele se joga na cama, feliz. O sorriso vai se desfazendo. Ele adormece.

CENA 19. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.

(MUSIC ON: NEVER LET ME GO - ALOK, BRUNO MARTINI, ZEEBA)

Takes da orla. Pão de Açúcar. Cristo Redentor. A noite vai acabando, surgindo um novo dia.

MUSIC OFF

CENA 20. MANSÃO DO PATO. QUARTO PATO. INT. NOITE

Pato está adormecido na cama toda bagunçada. Alguém BATE grosseiramente na porta. Ele acorda no susto.

PATO: Já vai! Não precisa quebrar!

Ele abre e o homem da cena anterior ENTRA feito um furacão.

LEONARDO: Qual é o seu problema, moleque?

PATO: Tava demorando.

LEONARDO: Você perdeu a noção do perigo?

PATO: Olha, são sete da manhã eu não to a fim de sermão. Volta outra hora.

Ele vai voltar pra cama, mas o homem o segura com força.

LEONARDO: Eu estou falando com você.

PATO (raiva): ME SOLTA!

LEONARDO: Você passou dos limites, Patrício.

PATO: Me deixa em paz!

LEONARDO: Você não vai fazer uma algazarra na minha casa e ficar por isso mesmo. Eu sou a autoridade aqui dentro e não vou permitir que esse tipo de atitude fique impune.

PATO (debocha): Olha só! Falou o dono da razão. Qual vai ser a sentença, senhor juiz?

LEONARDO: Não me faça perder a cabeça, moleque.

PATO: E vai fazer o que? Me bater? Acho que já to meio grandinho pra isso, não?

LEONARDO: Escuta bem o que eu vou te falar, porque eu não vou repetir: ou você começa a andar na linha, ou ponha-se daqui pra fora!

PATO: Como é que é? Você tá me expulsando de casa?

LEONARDO: Mais uma dessas suas festinhas e eu mesmo te coloco no olho da rua. Moleque insolente!

Leonardo se retira do quarto.

PATO (grita): Desgraçado!

CENA 21. MANSÃO PATO. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

Leonardo e Kátia tomam café.

KÁTIA: Você ficou tão calado depois da discussão com o Patrício.

LEONARDO: To pensando.

KÁTIA: Pensando em que?

LEONARDO: Numa maneira de colocar esse garoto nos trilhos de uma vez por todas. O Patrício está passando de todos os limites possíveis e a maioria das coisas que ele faz é tentando me atingir, só pra me afrontar.

KÁTIA: Não seja tão rigoroso, meu amor. Ele tá na fase da rebeldia, vai passar.

LEONARDO: O meu filho me detesta, Katia. Você sabe. Desde que aquele episódio lastimável que ele presenciou entre nós que acabou culminando na morte da Isabel.

KÁTIA: Você se sente culpado, não é? No fundo você sente culpa pela morte da sua ex-mulher!

LEONARDO: Não. Eu não me arrependo do que fiz. Mas não queria que as coisas tivessem acontecido daquela maneira.

KÁTIA: Aposto que se você pudesse, faria tudo diferente. Isso inclui me deixar fora da sua vida.

LEONARDO: Isso não. Eu amo você e você sabe disso. Mas eu não posso negar que depois do que aconteceu com a Isabel, o Patrício se afastou de mim, e desde então tem sido assim.

KÁTIA: Mas isso já faz tanto tempo, Leonardo! Nossa filha já tem 14 anos.

LEONARDO: O rancor de um homem pode durar pelo resto da vida.

CENA 22. MANSÃO DE PATO. QUARTO LUA. INT. DIA

Lua está deitada na cama. O celular emite um som fazendo com que ela acorde. Lua mexe no celular.

LUA: Uma nova solicitação de amizade. Quem será? (pausa) Hum... Iago Fonseca. (pausa) Não temos nenhum amigo em comum. Será que eu aceito? (pausa) Nossa ele tem poucas fotos. Essa do perfil está escura. Nem consigo ver direito o rosto dele. (pausa) Ah, quer saber vou aceitar, se eu não gostar eu deleto.

A porta é aberta. Kátia entra.

KÁTIA: Lua, você ainda não se arrumou?

LUA: Mãe, estou tão cansada. A viagem foi longa. Estou morrendo sono.

KÁTIA: Sim, a viagem foi longa, por isso, se você tivesse dormindo na hora estaria descansada. Mas vejo que passou a noite na internet.

LUA: Deixa eu faltar?

Kátia vê o celular nas mãos de Lua.

KÁTIA: Não. Você vai largar esse celular agora e vai tomar banho.

KÁTIA: Levante-se agora. Não vou repetir. Você tem dez minutos.

Kátia sai. Lua bufa de raiva.

LUA (sorrindo): Olha só, já chegou mensagem dele.

Na tela aparece a mensagem dos dois conversando:

IAGO: “Oi gatinha, td bem?”

LUA:  Oi, tudo e com vc?

IAGO: Melhor agora. Qual a sua idade?

LUA: 14 e vc?

IAGO: Tenho 15. Vc estuda em que escola?

LUA: No colégio Fran Vicentini e vc?

IAGO: Sou novo na cidade, meus pais estão procurando uma escola.

LUA: Que legal.

Os dois continuam conversando.

CENA 23. COLÉGIO FRAN VICENTINI. EXT. DIA

CAM mostra a fachada do imponente prédio. Há movimentação intensa de estudantes por ali. Um carro estaciona na calçada.

Paulinha vai caminhando em direção a entrada.

NANDA (O.S/tensa): Miga, espera!

PAULINHA: Oi, Nanda.

Nanda abraça Paulinha.

NANDA: Ainda bem que você tá bem.

PAULINHA: Pronta pra outra.

NANDA: Espera. Eu preciso te contar uma coisa chata que aconteceu ontem a noite.

PAULINHA: Na festa?

NANDA: Sim.

PAULINHA: Hm, safadinha, ficou com alguém né

NANDA: Não, quer dizer, sim. Quer dizer, não!

PAULINHA: Desembucha, garota!

NANDA: Tá. Mas você precisa me prometer que não vai ficar brava.

PAULINHA: Fala logo.

NANDA: O Diego me beijou.

PAULINHA (brava): Como é que é, Nanda? Você beijou o Diego?

NANDA: Não, miga. Não surta. ELE me beijou. O DIEGO me beijou!

PAULINHA: Aquele cachorro!

Paulinha sai enfurecida.

NANDA: Paulinha, espera!

Nanda vai atrás.

CORTA PARA

CENA 24. COLÉGIO FRAN VICENTINI. HALL INTERNO. INT. DIA

Pato, Diego e Caio conversam por ali. Paulinha chega feito um furacão. Tempo e Nanda chega junto.

PAULINHA (a Diego/brava): Qual é o seu problema, garoto?

DIEGO: Talvez seja você!

PATO (deboche): Ooow!

PAULINHA: Seu estúpido!

Começa a bater nele, que se protege como pode. Nanda tenta acalmar Paulinha.

CAIO: Que que houve, gente?

PAULINHA: É verdade que ontem você e a Nanda, se beijaram?

DIEGO: É verdade sim, por que?

Ela para de bater nele. Caio encarando Nanda.

PAULINHA: E você ainda pergunta?

DIEGO: Claro, ué. Não to entendendo esse showzinho que você tá dando na frente de todo mundo. Qual foi? Eu nunca te prometi nada, garota. Pelo contrário. Sempre deixei bem claro que não quero compromisso com ninguém. Agora você parece que não consegue entender. Beijei, beijei a Nanda sim e gostei!

CAIO (repreende): Diego...

DIEGO: Que é, cara? Alguém precisa mandar a real pra essa grudenta. Se toca, Paulinha! Eu até curto ficar com você, sabe, mas é só isso! Não assino contrato de exclusividade com ninguém, entendeu?

E sai de perto. Pato vai atrás dele.

NANDA: Eu sinto muito, Paulinha.

PAULINHA: Me deixa.

Paulinha sai.

NANDA: Que imbecil!

CENA 25. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA

Takes da cidade e sua arquitetura histórica enquanto o dia vai passando.

Legenda: Dias Depois...

CENA 26. COLÉGIO FRAN VICENTINI. HALL DE ENTRADA. EXT. DIA.

Nanda encara Paulinha.

NANDA: Você querendo falar comigo? O que aconteceu?

PAULINHA: Ontem eu conversei com o Diego.

NANDA (bufa): E o que aquele idiota disse dessa vez?

PAULINHA: Ele me disse o que você havia afirmado desde o início e eu não quis acreditar. Eu tava cega.

NANDA: O que você quer dizer com isso?

PAULINHA: Nanda, você me alertou que ele te beijou. E o que eu fiz? Acreditei nele e não em você.

Nanda a abraça.

PAULINHA: Como eu fui tola, eu te julguei sem te ouvir. Você quase foi expulsa por minha culpa. Como eu pude fazer isso com você?

Nanda encerra o abraço e pega nas mãos de Paulinha. As duas se olham.

NANDA: Você estava com raiva, cabeça quente, era natural aquela reação.

PAULINHA: Eu fui tão imatura.

NANDA: Nós estamos crescendo. É errando que vamos amadurecendo.

Paulinha sorri.

PAULINHA: Você me perdoa?

Nanda coloca o dedo indicador no queixo.

NANDA (brinca): Deixa eu pensar. Será que você merece?

PAULINHA: Amiga, para de graça.

As duas dão risadas e se abraçam.

CENA 27. MANSÃO LAMBERTINI. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Pato e Kátia no ambiente.

KÁTIA: Eu só quero te fazer uma pergunta sobre a Amanda.

PATO: Que pergunta?

KÁTIA: Você realmente confia nela?

PATO: Ela é mais confiável do que você.

KÁTIA: Ah é? Então me responda uma pergunta. Ela trabalha aonde?

PATO: Não sei, ela não disse.

KÁTIA: Pois eu sei onde sua querida namorada trabalha.

PATO: Que bom. Pode guardar a informação pra você. Não me interessa.

KÁTIA: Sabe, eu acho estranho ela não ter te contado. Você inclusive conhece o chefe dela.

PATO: Aonde você quer chegar?

KÁTIA: Na verdade eu vejo que ela não é 100% verdadeira com você. Eu vou abrir os seus olhos e revelar agora que a sua namorada trabalha na empresa do seu pai. Você imagina em qual setor?

PATO (desconfiado): Isso é mentira.

KÁTIA: Ela é secretária do seu pai. Os dois omitiram essa informação de você. Investiga e analise se ela realmente merece confiança.

Em Pato.

CENA 28. COSMÉTICOS LAMBERTINI. SALA LEONARDO. INT. DIA.

Leonardo concentrado digitando no notebook. Amanda entra.

AMANDA: Bom dia, senhor.

LEONARDO: Oi Amanda. 

AMANDA: Aceita um café?

LEONARDO: Por favor.

Amanda coloca o café na xícara e ao entregar, Leonardo a beija. Ela interrompe.

MUSIC ON: (BALA DE PRATA - FERNANDO E SOROCABA)

AMANDA: Acho que estamos indo longe demais.

LEONARDO: Você não está gostando?

AMANDA: E o Pato?

LEONARDO: Esqueça o mundo e curta o momento.

Eles voltam a se beijar.

MUSIC OFF.

CENA 29. COLÉGIO FRAN VICENTINI. BANHEIRO MASCULINO. INT. DIA.

Ismael entra no banheiro. Ajeita o cabelo na frente do espelho. Em seguida entra no toilet. Pato e Diego entram no local.

PATO: E quanto a aposta, não se esqueça que estou te dando uma chance. Ontem eu fiquei no apê da Amanda.

DIEGO: Relaxa, eu não esqueci. Eu fiz uma carta anônima pra Nanda. Vou colocar daqui a pouco na mochila dela. Dessa vez eu não vou falhar. Eu vou seduzi-la e levá-la pra cama e depois vou dar o pé na bunda dela. Pato, eu vou ganhar essa aposta. Eu vou transar com a Nanda, antes que você consiga me provar que você levou a Amanda pra cama.

PATO: Isso é o que nós vamos ver. Você tem até o final desta semana. É o ultimato. Ok?

DIEGO: Fechou, digo o mesmo a você.

Eles entram no toilet. (Tempo) Ismael sai do toilet. 

CORTA PARA

CENA 30. COLÉGIO FRAN VICENTINI. CORREDOR. INT. DIA.

Ismael parado na porta do banheiro.

ISMAEL: Quer dizer que esses imbecis fizeram uma aposta e colocaram a minha gata no jogo? Ah, isso não vai ficar assim. Esse jogo vai virar contra o feiticeiro.

Em Ismael.




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