TESTEUNHA DE UM CRIME - CAPÍTULO 28
Aquele é o último dia de Roberto Assunção no hospital, ao despertar na manhã bem
cedo e escutar o barulho da leve garoa, o homem se levanta lentamente sem sentir
aquelas pequenas dores que o incomodava anteriormente próximo do estômago,
finalmente acabaram com o passar do tempo, antes que os médicos imaginavam. O
metalúrgico se aproxima do pequeno guarda-roupa branco para os pacientes e
retira uma camisa de manga longa bege e uma calça jeans escura, infiltra-se no
banheiro e toma um extenso banho e finalmente retira-se, secando o corpo com uma
toalha branca e veste-se rapidamente, estava ansioso demais para continuar nesse
lugar, mesmo que o filho não esteja presente para ver essa vitória.
- Você foi uma pessoa muito forte, Roberto. – Disse o médico ao entrar no
leito, para se despedir do paciente. – Não haverá nenhuma cicatriz, no começo
será complicado para se recuperar do susto.
- Estou renovado agora.
- Isso é excelente.
Roberto retira-se do cômodo segurando uma maleta em mãos, Maria o aguarda
no hall de entrada e se oferece para carregar a pequena bagagem.
- Consigo fazer isso sozinho, Maria.
- Só ando preocupada contigo.
- Obrigado. Cadê os meninos e a Dona Hilda?
- Na sua casa, estão fazendo uma pequena surpresinha para você.
Roberto e Maria seguem caminhando no passadiço em direção do elevador, ao
entrar no pequeno local espelhado, a mulher aperta o botão "-2" no painel, que
faz o ascensor descer em direção do estacionamento.
- O David não ligou?
- Não.
- Sinto falta do meu filho, esses dias todos longe.
- Deve doer bastante, mas isso está quase acabando.
- Como você sabe, Maria?
- É só um palpite, nosso garoto voltará em breve.
As portas prateadas descerram para os dois passarem para o estacionamento
extenso do hospital, cercado de veículo de milhares de modelos. Maria segue na
frente para coordenar os passos de Roberto, que a segue vertiginosamente, a
mulher abre a porta do motorista e o homem, acomoda-se no banco do carona.
- Finalmente livre. – Comemora Roberto.
- A sensação deve ser essa mesmo.
O carro segue rapidamente em meio trânsito da cidade de São Paulo, como de
praxe turbulento.
- Não entendo como as pessoas conseguem ser feliz nessa metrópole.
- Não são. – Roberto começa a falar. – Nasci em Goiás, se pudesse voltava
para minha terrinha natal, tão calma quanto o barulho das aracuãs. É disso que
sinto falta, de respirar a natureza.
- Minha família saiu do Nordeste em busca de trabalho, mas levamos um
grande tapa da sociedade.
O sinal fica vermelho e Maria para o carro e observa o rosto do amigo.
- Creio que o David nunca gostaria de se mudar daqui.
- Devido os garotos e a namorada, né?
- Com certeza, são um grude.
- A coisa mais linda do mundo é a amizade sincera.
- E o amor verdadeira. – Acrescenta o empresário.
O automóvel finaliza o trajeto em menos de quinze minutos, o bairro Jardim
Satélite continua fleumática, o homem desce primeiro do carro e segue andando em
direção da morada do outro lado da rua, o portão da garagem está aberto, assim
como a porta de entrada com uma placa de "Boas Vindas", Matheus e Jefferson
abraçam o tio com toda a força do mundo, quase o machucando, Dona Hilda
interfere a manifestação de carinho dos adolescentes.
- Cuidado para não esmagarem o homem. – Disse Dona Hilda.
Roberto estava sentindo a falta da sua casa, da presença do lar. Maria
entrou pela porta segurando a maleta que Roberto havia esquecido, todos seguem
em direção da cozinha, a mesa está farta, cercada de doces, bolos e salgados e
com duas opções de sucos.
- Podemos comer agora, Dona Hilda? – Indaga Jefferson.
- Parece que estava num cambão, acabou de almoçar e ainda está com fome?
- Mas eu estava num hospital e quero muito me alimentar de umas guloseimas
de verdade! Chega daquela sopa só de verduras e daquelas gelatinas sem açúcar.
Roberto, Maria, Dona Hilda e os garotos sentam-se nas cadeiras, para
aproveitarem do lanche naquele começo de tarde.
- Está uma maravilha Dona Hilda. – Elogia Jefferson.
- E o que está ruim para você? Se deixar come até pedra com farinha e
pensa que é sucrilhos.
Todos deram uma leve gargalhada na mesa.
- Mas está muito bom mesmo. – Afirma Roberto.
- Obrigado Doutor Roberto, é muito gratificante um elogio vindo do senhor,
alias de todo mundo que prova do tempero de Hilda Furacão, a melhor cozinheira
dessa região.
- A senhora podia abrir um restaurante mesmo. – Fala Maria.
- É uma boa ideia, posso pensar nisso e falar com os meus empresários.
- Posso abrir um site e tudo. – Argumenta Google. – Que nem esses sistemas
de entregas famosos.
- Entrou em uma parte que não entendo, mas se der dinheiro.
- Dá muito sim, Dona Hilda.
Depois de cerca uma hora, Roberto começa a se sentir meio cansado e sobe
para o quarto meio sonolento, certamente deve ser os efeitos dos medicamentos. O
quarto está limpo e com um cheiro agradável, o homem deita-se na cama e
embrulha-se nos lençóis, seus olhos lutam para ficarem abertos, mas fracassam, o
homem entrega-se aos sonhos, acordando quase onze horas depois, ás duas da
manhã.
Roberto eleva-se do leito e pega um álbum de fotografia do Homem Aranha,
acima da escrivaninha, com a foto do filho no centro da capa, cercado de imagens
e figuras do herói, a primeira imagem é de Maitê Fernandes em um momento feliz
ao segurar o pequeno bebê pela primeira vez.
- Ainda não tinha preparado vocês dois para o mundo.
O homem se entrega as lamurias.
Roberto muda de página onde contém os melhores momentos do bebê, incluindo
do aniversário de um ano de idade, onde segurava um pirulito do Chaves e estava
com as orelhas do Mickey, personagem tema para a festinha com os amiguinhos.
- Nós éramos uma família feliz e normal, um universo tão diferente do de
agora.
As próximas fotos permanecem alegres, com os três reunidos e sorrindo, mas
ao decorrer as coisas mudam, David se torna uma criança sombria em meio aos
retratos, sempre solitário, como se não quisesse se conectar com ninguém, até
que finalmente seu rosto volta a brilhar, ao lado de Jefferson e Matheus, os
dois melhores amigos.
- Graças a vocês dois, meu filho continuou a viver que nem uma criança
normal.
Roberto fecha o álbum e o abraça contra o peito, as melhores memórias do filho estavam guardadas ali, ninguém conseguiria quebrar aquelas fases registradas no tempo para sempre.
INSPIRADO EM UMA HISTÓRIA REAL
autor:
LUIZ GUSTAVO
elenco
DAVID ASSUNÇÃO
AMANDA LOPEZ
ANDRESSA YAMASHITA
HERBERT VIANA
NICK SMITH
ADAM SMITH
FRANK SALVATORE
BRUNO LIMA
PROFESSORA MARIA
ROBERTO ASSUNÇÃO
MATHEUS
JEFERSON
DONA HILDA
SÁVIO MESSIAS
JUNIOR BRANDÃO
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
MARCELO MIRANDA
MÔNICA VELARDO
TRILHA SONORA:
SAVE ME - REMY ZERO (abertura)
HONEYMOON AVENUE – ARIANA GRANDE
COLABORAÇÃO:
MÁRCIO GABRIEL
JULIANA CORDEIRO
PRODUÇÃO:
BRUNO OLSEN
CRISTINA RAVELA
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
Copyright © 2020 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução
Comentários:
0 comentários: