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Antologia O Mal que nos Habita - 3x05

Conto de Eduardo Martínez
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Sinopse: Na capital do país, algumas pessoas desaparecem no lago Paranoá. A princípio, as autoridades não deram muita atenção para o caso, até que uma homem da alta sociedade se torna mais uma das vítimas. A polícia começa a investigar o caso, imaginando se tratar de um serial killer, mas o autor parece ser outro.

3x05 - Mistério do lago Paranoá
de Eduardo Martínez

Pescaria no final da tarde

    O sol já quase dando “até logo” era o prenúncio de mais uma pescaria. Lá estavam Orestes e seu fiel vira-lata Amigo. O homem tirou a blusa e a jogou ao lado, retirou o par de tênis e as meias. Só de bermuda, pegou a vara de pescar e a latinha cheia de minhocas.
 
    Caminhou em direção às águas escuras do lago Paranoá, ali na prainha do Lago Norte. Os pés tocaram a água, ao mesmo tempo em que Orestes virou o rosto para ver seu cachorro. Amigo já se aninhara sobre a camisa do seu dono. O homem sorriu. 

    Orestes, apesar de quase sempre pescar tilápias, estava convencido de que aquele seria seu dia de sorte. Não voltaria para casa sem um tucunaré dos grandes! Até vislumbrava o rosto de felicidade da Rita, sua esposa, quando ele entrasse porta adentro com aquele peixão. 

    As horas avançaram, e nada de tucunaré. Quase desistindo daquele troféu, o pescador já carregava na cintura uma fieira com cinco tilápias e um piau. A janta estava mais que garantida, mas ele queria porque queria tentar a última jogada. Arrancou a cabeça de uma das tilápias, a prendeu no anzol e, quando já ia lançar a linha na água, Amigo despertou e começou a latir. 

    Orestes mandou o cachorro calar a boca, mas nada dele obedecer. Insistente, Amigo se aproximou da água e continuou latindo insistentemente. O homem, antes que pudesse fazer alguma coisa para parar com aqueles latidos, sentiu uma forte pressão na perna direita. Não teve nem tempo de gritar, pois logo estava totalmente submerso. 

      Amigo, desesperado com o sumiço do seu dono, ainda entrou na água. O cachorro nadou de um lado para o outro, nadou em círculos. Nada do Orestes. Exausto, voltou para a margem e, encolhido, acabou adormecendo aninhado na camisa do seu dono. 

Registro de desaparecimento 

      Rita passou a noite em claro. Esperou em vão a volta de Orestes, que, ela bem sabia, de vez em quando esticava a pescaria noite adentro, ainda mais quando acompanhado de Almeida. Deitada no sofá, acabou cochilando por uma hora ou duas, quando foi despertada pela claridade vinda da janela.

    A mulher esticou os braços, bocejou e, quase empurrada daquele lugar, aprumou o quadril para começar o dia. Foi até o banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, penteou os longos cabelos, que, apesar dos 34 anos, já apresentavam alguns fios brancos. Era hora de fazer o café.

    Na cozinha, pegou o pó e colocou a água para ferver, certa de que o marido logo entraria por aquela porta. Que nada! Bebeu quase metade da garrafa de tão apreensiva. Sentou na varanda com mais uma xícara de café. Nenhum sinal de Orestes.  

        Telefonou para Almeida, que não sabia de Orestes. Aliás, ele até o havia chamado para pescar no dia anterior, mas Almeida disse que não poderia, pois sairia do trabalho mais tarde. Mesmo assim, percebendo a preocupação de Rita, se ofereceu para ir até a prainha do Lago Norte, onde os dois costumavam ir pescar. 

        Almeida estacionou o velho Corcel verde. Mal desceu do veículo, percebeu o vira-lata Amigo. O cachorro logo reconheceu o homem, mas não teve disposição para se levantar. Continuou aninhado na camisa do dono. 

        O homem se aproximou do cachorro, olhou ao redor. Nenhum sinal de Orestes. Tirou os sapatos e as meias, arregaçou as barras da calça, entrou no lago. Quando já estava desistindo, encontrou a vara de pescar do amigo. Ele meteu a mão no fundo e a pegou. Retornou para a margem. Depois de quase meia hora de buscas, Almeida pegou o Amigo no colo e foi embora. 

      Chegou à casa de Rita e lhe contou o ocorrido. Decidiram que o melhor era fazer um boletim de ocorrência na delegacia. E foi o que fizeram logo em seguida. 

Parte de um corpo

    Mariane acordou bem cedo naquele dia. Precisava desopilar o fígado, pois o trabalho como agente de polícia durante a semana a deixava estressada. Da janela do seu quarto, observou por um tempo o Lago Paranoá. 

        Preparou um belo café da manhã, pois pretendia passar o dia ao ar livre. Tomou um banho e, em seguida, vestiu uma roupa bem leve. Escolheu o par de tênis mais confortável e saiu de casa.

          Caminhou em direção ao Pier da Asa Norte, onde alugou um pedalinho. Mal começou a navegar pelas águas mansas do Paranoá, ela voltou o rosto para o Sol, que parecia ainda mais vivo naquele dia. Mariane sorriu e pensou que aquilo era melhor que qualquer terapia.

          Ela parou no meio do lago e deixou que o pedalinho ficasse quase parado, se não fosse pelo leve movimento das marolas. A policial fechou os olhos e imaginou estar ao lado de Marcelo, com quem mantivera um romance por dois anos. Ele, que também era policial, acabou se aposentando há alguns meses e foi morar em João Pessoa. Nunca mais se viram, apesar de se comunicarem de vez em quando. 

           De tão relaxada que ficou, Mariane esticou o braço direito para sentir o frescor da água do Paranoá. Sua mão dedilhou por um instante aquela imensidão até que, de repente, ela sentiu algo. Mariane voltou seus olhos para a sua mão e, assustada, soltou um grito. 

            Ainda atordoada, a mulher procurou se acalmar. Não era a primeira vez que Mariane ficava diante de um corpo. Todavia, este possuía apenas cabeça, tronco e parte de uma das pernas. Ela tentou raciocinar e, então, pegou seu aparelho celular e telefonou para a delegacia da Asa Norte. 

         A seção de crimes violentos foi acionada e, não demorou, lá estavam os agentes de polícia Pedro e Gustavo conversando com Mariane. Ela apontou para o corpo, que ainda flutuava há aproximadamente 100, 150 metros. Não mais que isso.

           Pedro e Gustavo, acompanhados de Mariane, foram até o local. Depois de acionarem a perícia criminal, o corpo foi recolhido ao IML. Durante esse tempo, os três policiais conjecturaram quem poderia ter feito aquilo. Não chegaram a uma conclusão, mas todos os três não acreditavam que poderia ser obra de um ser humano. Ou, então, não queriam acreditar.

Jet Ski

          Álvaro, como de costume, acordou bem cedo e fez um desjejum recheado de frutas e cereais com leite tipo A. Com pouco mais de 60 anos, ainda mantinha um corpo muito mais saudável que a maioria dos seus amigos, quase todos ostentando barrigas proeminentes. Vaidoso como ele só, fazia questão de se exercitar na pequena academia ali mesmo na sua luxuosa mansão na Península do Lago Norte. 

          Aposentado há poucos anos, comprou um jet ski e, não demorou, se apaixonou pelo esporte náutico. Tanto é que, logo após fazer sua ginástica matinal, lá ia o Álvaro para o pequeno cais da sua propriedade em frente ao lago Paranoá. Acomodava-se no jet ski, ligava o motor, olhava a imensidão ao seu redor e partia como se fosse um bad boy querendo impressionar as meninas, que, àquela hora do dia, deveriam estar todas dormindo. 

          Não demorou, o homem, a despeito da roupa de neoprene, ficou todo encharcado. Mas nada que o incomodasse, pois a adrenalina corria em suas veias. Álvaro, de tão empolgado, chegava a fazer comentários sobre as próprias manobras, como se estivesse em um campeonato. Quem o visse naquele momento diria que se tratava de mais um dos inúmeros meninos crescidos da alta sociedade da capital. 

          Depois de quase duas horas naquelas idas e vindas, Álvaro começou a sentir cansaço. Mesmo assim, quis fazer uma última manobra, até que observou o nível do combustível. Estava baixo. Tão baixo que, talvez, não fosse possível nem retornar para o cais. 

          Convencido de que voltar era o melhor a se fazer, Álvaro ficou de pé no jet ski. Olhou ao redor e, sem pensar, deu um mergulho. Os minutos se seguiram, mas nada do homem retornar à superfície. Não retornou.

Buscas

          O desaparecimento de Álvaro foi logo percebido pela família. O jet ski foi localizado quase no meio do lago Paranoá. No entanto, nada do homem, que, todos sabiam, era um excelente nadador. Mas são justamente esses destemidos que costumam morrer afogados naquelas águas. 

          O Corpo de Bombeiros foi acionado. As buscas prosseguiram durante o resto da manhã e percorreram toda a tarde. Nenhum sinal do desaparecido. Até o comandante da corporação estranhou o fato, pois no lago não havia correnteza que fosse capaz de levar o possível corpo sem vida para muito longe. Mesmo assim, aumentaram o perímetro das buscas. Nada.

          A Polícia Civil entrou no caso, pois talvez se tratasse de crime. Um provável sequestro. O desaparecido, que ganhara muito dinheiro ao longo da vida, possivelmente teria colecionado alguns desafetos. Afinal, como bem disse um investigador da delegacia do Lago Norte, ninguém ficava tão rico sem pisar em calos alheios. 

          Durante as investigações, foi apontado um suspeito que havia trabalhado na casa do desparecido. Era o antigo jardineiro, que teria sido demitido por justa causa, segundo se noticiava. Francinaldo Pereira da Silva, esse era o nome do quase declarado autor do crime.
 
         O suspeito foi levado à delegacia, onde teria sido espremido de formas nada ortodoxas. Mesmo assim, não se dobrou. Manteve a mesma história até que, por fim, o delegado se convenceu da sua inocência, haja vista a profusão de provas que indicava que, no dia do sumiço de Álvaro, Francinaldo estava trabalhando na residência do novo patrão no Park Way. 

          De tão pressionada estava a Polícia Civil, as investigações apontavam para várias direções. Mas isso tudo foi deixado de lado. É que, naquela sexta-feira, durante um passeio ao longo do Paranoá, um jovem casal avistou o que parecia ser uma mochila entre a vegetação na margem. 

          O rapaz entrou no lago e, com uma das mãos, tentou puxar aquele objeto. Acabou caindo sentado dentro d´água, momento em que teve uma visão do que era aquilo. Quase enfartou! Era o corpo de um homem com uma roupa preta de neoprene. 

                                                         Corpo sem pernas

          A Polícia Civil chegou ao local, onde estavam os jovens ainda assustados. O rapaz, completamente catatônico, não conseguia balbuciar uma única palavra. A moça apontou para os policiais onde estava o corpo.

          Os agentes e o delegado entraram na água e constataram que se tratava mesmo de um corpo. Sim, o cadáver de um homem sem pernas. As duas haviam sido arrancadas na altura da cintura. 

          A perícia criminal foi acionada e, em seguida, o rabecão levou os restos mortais da vítima para o IML. O corpo foi identificado como sendo o de Álvaro Cattaneo. Apesar das evidentes mutilações, a causa mortis era outra. O homem estava com os pulmões cheios d'água, o que evidenciava morte por afogamento.

          A notícia correu pela capital. Além de fazer parte da ínfima parcela endinheirada de Brasília, a vítima fora encontrada sem as pernas. Não importava se a necropsia tivesse apontado como causa mortis mais um afogamento no lago Paranoá. O fato é que aquelas mutilações não poderiam ser ignoradas. 

          O médico legista Santino foi o primeiro a apontar o autor daquilo: um jacaré. É verdade que todos sabiam da existência desses répteis no Paranoá, mas, até o momento, ninguém conhecia casos de ataques, mesmo porque os exemplares mapeados não chegavam a três metros. Seja como for, a tese de Santino foi logo aceita pelos colegas.

          Foi feito contato com o zoológico, que indicou o biólogo Sá Gomes para uma análise mais aprofundada. Na mesma semana, lá estava o especialista em crocodilianos entrando no IML, onde foi recebido por Santino e outros médicos. Depois dos breves cumprimentos, Sá Gomes foi levado para a sala onde já se encontrava o cadáver de Álvaro.

          Após quase meia hora estudando os locais das mutilações, o biólogo afirmou que o autor daquele estrago havia sido mesmo um jacaré. Sá Gomes disse que não poderia precisar se o ataque havia sido antes ou depois da morte, pois, não raro, os crocodilianos, quando diante de uma presa grande, costumam afogá-las antes de se alimentar. No entanto, prosseguiu o biólogo, para que isso acontecesse, o animal deveria ser maior do que os encontrados até então no Paranoá. 

          – Há uma segunda vítima - disse Santino.

          O médico se virou para a mesa ao lado. Ele retirou o lençol que cobria os restos mortais de Orestes, que havia sido encontrado há quase dois meses pela agente de polícia Mariane. O biólogo, depois de uma acurada análise, chegou à conclusão de que aquele estrago também havia sido feito por um jacaré. Talvez até mesmo o mesmo bicho, que, agora tinha certeza, deveria ter, no mínimo, quatro metros. 

          – Um jacaré-açu poderia ter feito isso. 

          – Jacaré o quê? - perguntou Santino.

          – Açu. É a maior espécie de jacaré. Alguns machos podem ultrapassar cinco metros.

          – Cinco metros?

          – Sim. Mas são raros.

          – E como é que um bicho desse tamanho nunca foi visto?

          – Eles possuem a couraça mais escura, os mais velhos chegam a ser pretos. Mas concordo com você, pois seria muito difícil um animal desse porte passar despercebido. Ainda mais porque são muito territoriais. 

          – Isso significa que eles ficam em uma determinada área?

          – Exatamente.

          – Isso é estranho.

          – Por que estranho?

          – É que as vítimas desapareceram em áreas bem distantes, além de terem sido encontradas em locais distintos.

          – É mesmo estranho ou, então, há mais de um jacaré-açu no Paranoá.

Pânico

          As buscas por jacarés no lago começaram na manhã seguinte. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas. A movimentação no lago Paranoá foi tamanha, que logo despertou a atenção da população. Não demorou, a imprensa estava no local.

          A notícia de que um monstro devorador de homens habitava as calmas águas do Paranoá se espalhou. Isso fez com que várias embarcações particulares tomassem toda a região do lago. Além disso, diversos drones passaram a sobrevoar a extensa área. 

          Durante uma das inúmeras entrevistas a moradores locais, uma menina de 10 anos disse que já havia visto o Sansão. Pois é, o jacaré tinha até nome. E, segundo os cálculos da garota, ele era tão comprido como um automóvel. 

          Verdade ou imaginação, aquela história sobre Sansão correu toda a cidade. O pânico tomou conta dos frequentadores do lago Paranoá. Entretanto, um ou outro indivíduo insano se atrevia a continuar por ali. 

          Os dias foram se transformando em semanas e, já completando três meses, o assunto foi deixado de lado. Quase ninguém comentava sobre o suposto enorme réptil. E, os que o faziam, era apenas para fazer chacota da análise do tal especialista em crocodilianos do zoológico. Até uma charge saiu na imprensa, onde mostrava Sá Gomes com uma lente de aumento apontada para uma lagartixa. 

          Aos poucos, as pessoas voltaram a frequentar o lago. Pescadores, adeptos de esportes náuticos, atletas que se atreviam a atravessar a nado aquele mundaréu de água. Tudo parecia como antes. 

          Pois foi numa manhã que um grupo de jovens resolveu se refrescar nas margens debaixo da famosa ponte JK. Todos na faixa dos 12 a 15 anos correram para ver quem entrava primeiro na água. O vencedor foi César, que mergulhou e, depois de quase dez metros sob as águas escuras, surgiu. 

          Os outros garotos também entraram e ficaram por aqui durante quase três horas. Cansados, um a um saiu da água, até restar apenas o desbravador César. Sentados na margem, o grupo observava o amigo boiando, até que surgiu um enorme jacaré e abocanhou a cabeça do menino. 

          Todos ficaram boquiabertos com aquilo. A história sobre a existência de um monstro naquelas águas era mesmo real. Sá Gomes estava certo. 

        Novas buscas

          Pouco tempo após o ataque contra o pequeno César, uma verdadeira operação de buscas já estava no local. Partes do corpo do menino foram encontradas. Até os mais experientes bombeiros ficaram abalados com a cena. 

          Já no início da tarde, Sansão foi avistado deitado entre arbustos na margem oposta ao ataque. A equipe que o havia encontrado apenas esperava a decisão do comandante da operação: capturar ou abater a fera. Depois de quase uma hora de indecisão, optou-se por mantê-la viva. 

          Após várias tentativas frustradas, Sansão foi capturado. Laçado, amordaçado, Sansão se debateu tanto, que facilmente seria capaz de fazer outras vítimas apenas com sua enorme cauda. Foram necessários vários homens sobre o enorme jacaré-açu para contê-lo. 

          A multidão que se formou no local foi tamanha, que a imprensa precisou abrir espaço para filmar e fotografar aquela captura, que levou até o início da noite. Finalmente, Sansão foi transportado para o único local que poderia recebê-lo: o zoológico de Brasília. 

          Já passava das 22 h quando o caminhão entrou pelo portão do zoo. Sá Gomes estava lá para receber aquele espécime magnífico. Ao seu lado, encontrava-se o veterinário Leonardo Bernar. Os dois teriam muito trabalho, pois precisavam fazer uma análise cuidadosa das condições físicas de Sansão. 

Dalila

          Quase uma semana após a captura do devorador de homens, Sá Gomes e Leonardo Bernar foram entrevistados por vários jornalistas. Além da imprensa local, profissionais de todo o país e até do exterior queriam noticiar aquele momento.

          Diante dos holofotes, Sá Gomes deu início às conclusões que a equipe formada por biólogos e veterinários havia chegado após os exames no jacaré-açu. A primeira e mais surpreendente, segundo as próprias palavras de Sá Gomes, é de que não havia Sansão, mas Dalila. 

          – Isso foi algo que nos deixou muito surpresos. É que se trata de uma fêmea. Crocodilianos fêmeas são muito menores que os machos. Mas esta, em especial, é incrivelmente grande, pois é o maior espécime registrado até o momento. Ela tem exatos 5,88 m.

          A conferência durou horas, até o momento em que todos foram encaminhados para o local onde estava a fêmea de jacaré-açu. Lá se encontrava Dalila praticamente inerte se esquentando num canto da ilha quase no meio do pequeno lago. Alguns macacos dividiam aquele espaço com ela. Certamente desconheciam os antecedentes da companheira ou, se sabiam, confiavam na própria agilidade em escapar daquelas poderosas mandíbulas.

          Quase dois anos após esse ocorrido, uma dúvida ainda paira entre os moradores da capital do país. Dalila teria deixado herdeiros no lago Paranoá? Não se sabe se isso é verdade ou, então, mais uma lenda urbana. Seja como for, Dalila continua exposta no zoológico de Brasília para quem quiser atestar a veracidade dessa história.

Conto escrito por
Eduardo Martínez

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Francisco Caetano
Gisela Lopes Peçanha
Lígia Diniz Donega
Mercia Viana
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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