Socorro, Socorro, Socorro!
De onde vinham esses gritos? Pareciam crianças….Era uma
noite fria, nem parecia dezembro. Os gritos vinham da casa de Dona Ângela e do
Sr. Serafim.
Cheguei perto do portão e vi os rostinhos das duas crianças
(Fernando e Rita de Cássia), em uma janelinha pequena da sala da casa, estavam
assustados.
Perguntei a eles:
— O que houve meninos, está tudo bem?
Eles responderam ao mesmo tempo:
— Quem é o Senhor?
— Sou o Sr. Alcides o
vizinho da esquina, pai do Gabriel.
Fernando disse que seus pais tinham ido até a casa da avó
Benedita para ajudá-la e que eles estavam sozinhos e então começaram a ouvir um
barulho no telhado e achavam que era ladrão.
Continuei conversando com eles para tranquilizá-los me
mantendo ali no portão a distância até se sentirem seguros e menos assustados.
Nisso houve um barulho e elas gritaram
— O Sr. ouviu? Eu
disse:
— Ouvi, mas não me pareceu barulho de gente, disse a eles
calmamente, me pareceu algum bicho no telhado ou no forro da casa. Fiquem
tranquilos. Mas eles disseram:
— O Sr. vai embora?
— Eu disse não, vou esperar um pouco aqui, mas não se
preocupem, não tem ninguém tentando entrar na casa de vocês, deve ser algum
gato que está dormindo no forro da casa.
Como eles continuavam preocupados, para distraí-los comecei
a mudar o assunto:
— Vocês já escreveram a carta para o papai Noel?
Mas a preocupação deles era que, eu dizendo que não tinha
perigo, saísse dali e voltasse para minha casa.
Então para tranquilizá-los eu me sentei no banco que havia
no portão e continuei conversando com eles e disse:
— Eu não vou embora até seus pais chegarem. E perguntei
novamente:
— Já mandaram ou não a cartinha ao Papai Noel?
E então Fernando me
respondeu:
— Não, aqui em casa a gente não escreve carta para o papai
Noel.
— Não? Então como o papai Noel sabe o que vocês querem
ganhar?
— Nós falamos para a nossa mãe o que queremos e ela vai um
dia para conversar com o papai Noel para falar do nosso pedido e também como
nos comportamos durante o ano, em casa, na escola, com os amigos.
De repente novo barulho e eles se assustaram novamente.
Eu disse:
— Fiquem calmos, não tem perigo, eu estou aqui, não tem
ladrão, esse barulho não é de gente, é de bicho e pequeno. Continue me contando
sobre o pedido do papai Noel, o que vocês pediram esse ano para a Dona Ângela.
A pequena Rita de
apenas 5 anos logo começou a falar:
— Eu pedi uma boneca
que se chama Cecília, ela tem cabelos ruivos cacheados, com um vestido branco
de bolinhas vermelhas, ela usa uma bolsa e sapatos pretos ela também fala. Eu
quero muito ganhar a Cecília do Papai Noel. A minha mãe disse que vai conversar
com ele e dizer que eu fui uma boa menina.
Fernando, percebendo que eu estava tentando distraí-los, e
como ainda não tinha certeza de que aquele barulho não era ladrão e a minha
tática de desviar o pensamento deles não estava dando muito certo com ele, pois
era um pouco maior e não queria falar de Papai Noel, mas eu insisti e ele
respondeu:
— Eu falei para a minha mãe conversar com o Papai Noel que
eu quero um autorama, pode ser simples, nada muito sofisticado, eu gosto muito
de brincar com autorama, eu tenho um amigo da escola que tem um autorama que o
pai dele trouxe de uma viagem dos Estados Unidos e eu gosto de ir na casa dele
estudar e depois brincamos um pouco é bem legal.
Enquanto ele falava fazia uma careta para mim, como se não
acreditasse mais nessas coisas, mas para a Ritinha não perceber, mas falava com
empolgação, naquele momento ele havia esquecido do barulho pensando no presente
e de repente, começou um novo barulho e em seguida um miado e imediatamente um
gato passou correndo pelo portão, saindo do quintal. Eu disse:
— Não falei que eram gatos?
Como os meninos estavam ainda assustados e com medo de que
eu fosse embora, Ritinha deu um sorriso, assim ainda um pouco desconfiada, mas
Fernando disse:
— E se esse gato correu porque viu alguém e ficou assustado.
Eu não consigo ficar tranquilo, eu queria que a mamãe chegasse logo. Só assim
vou ficar bem e a Ritinha poderia dormir sossegada.
Por mais que eu falasse para eles que não iria embora
enquanto Dona Ângela não chegasse, eles tinham medo.
Eu perguntei ao Fernando quem tinha ido com Dona Ângela. Ele
disse:
— Foi a mamãe, o papai e a Helena nossa irmã.
Eu respondi então a eles:
— Tenho uma boa notícia para vocês, acho que eles estão
chegando.
— Por quê? perguntou Ritinha, gritando
— Estou vendo três pessoas vindo em nossa direção, apesar do
escuro da noite parecem eles.
Os meninos ficaram felizes, porém Dona Ângela ficou
assustada quando me viu no portão os três apertaram o passo e chegaram
ofegantes perguntando:
— O que houve Sr. Alcides? Por que o Sr. está aqui no nosso
portão?
— Está tudo bem, fiquem tranquilos.
Depois de tudo esclarecido, vi Dona Ângela abraçando as
crianças dizendo que demorou para voltar para casa porque encontrou o Papai
Noel e que já conversou com ele sobre os presentes pedidos e que na semana
seguinte sairiam todos juntos para conversar com ele e eles mesmos pediriam os
presentes. Ouvi o grito de alegria das crianças.
Sr. Serafim me agradeceu de ter feito companhia aos meninos,
explicando que atrasaram porque a sogra dele não estava bem e foram até lá, mas
que graças a Deus tudo estava bem agora.
Voltei para minha casa, lembrando do meu tempo de criança e
das minhas cartas para o Papai Noel.
Tema de abertura
Jingle Bell Rock
Intérprete
Glee
CAL - Comissão de Autores Literários
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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