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Ciranda: Aventura Interdimensional - Capítulo 12

Novela de M. P. Cândido
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No capítulo anterior Rui e Imã retornam à nossa realidade, mas Carlito ainda continua perdido. No apartamento de Imã sua mãe descobre Rui e Drica o expulsa para que ele volte para casa.



CAPÍTULO 12 - TÁ ACHANDO QUE É BRINCADEIRA?

Drica e Tiana explicam a presença de Rui para a mãe da Imã, mas ela não se convence e quer entrar no escritório. Tiana tenta de todas as formas dissuadi-la da intenção, porém, o silêncio de Imã deixa a mulher tão preocupada que busca a cópia da chave para abrir a porta.

— Já estou cansada dessa teimosia, com ou sem terapia a Imã vai ter que aceitar as consequências, assim como todo mundo.

— Filha, por favor, não é culpa dela. Você lembra de como ela e seu pai eram agarrados? Eu te garanto, não force a situação, Imã é uma boa menina...

— Não, Tiana, eu não posso permitir que tudo que passamos se repita. Você já se esqueceu da nossa luta? — as mãos da mulher tremem enquanto manuseia o molho de chaves.

Tiana pega as mãos da Ziza com carinho e olha diretamente para ela.

— Deixa comigo, vá se deitar. Você está descontrolada, não conseguirá resolver nada nesse estado. Eu não me esqueci de nada.

A mulher larga as chaves e se afasta da porta, coloca a mão no rosto. Drica apanha a chave e entra no cômodo, Tiana ampara a filha. Por alguns instantes o silêncio volta ao apartamento.

Vô Táquio e Tiana sempre foram presentes na vida de Imã, morando próximos em uma casa no bairro vizinho, a pequena se acostumou a visitar o avô regularmente desde que se lembra.

Certa vez, Imã tinha pouco mais de cinco anos quando chegou procurando pelo avô. Tiana estava na cozinha assando um bolo para o lanche da tarde e o vô Táquio trancado no escritório, não ouvira a chegada da filha e da neta.

— Oi tia, cadê o vô Táquio?

— Ah, querida, ele está no escritório descansando um pouco.

— O vô tá de castigo?

Tiana ri da simplicidade.

— Não, é que gente velha acaba a pilha rápido, por isso a gente dorme mais.

— Será que eu posso ir lá e esperar ele acordar?

— Acho que pode, mas você promete que não vai mexer em nada?

— Aham!

A pequena atravessa o corredor rapidamente e se pendura na maçaneta para abrir o escritório. Como a tia tinha dito, vô Táquio está imóvel sobre o sofá, sua respiração é serena e o semblante plácido.

Imã rodeia o escritório, apanha alguns objetos e olha para Táquio a todo instante na esperança de vê-lo despertar. Uns dados escuros sobre a mesa chamam atenção da pequena, a menina trepa na cadeira e pega um deles na mão, se lembra dos jogos de Banco Imobiliário, mas esses são bem mais leves e gostosos de manusear e as figuras que têm pintada nele são diferentes de tudo que tinha visto. Entretanto, a menina logo perde o interesse e começa a jogar as peças para cima e apanhá-las antes que toquem o chão. Em um dos movimentos, o dado escorrega para debaixo do divã.

Assustada, Imã fica quieta por alguns segundos para ver se o avô acorda, mas ele nem se mexe. Então, Imã escorrega até o chão e tateia debaixo do móvel a fim de retomar o objeto. Um movimento rápido e o braço do avô pende para fora do divã, quase tocando o chão, assustando a menina. Ela pega o que queria e levanta o braço, mas um clarão a joga para o chão.

— Hã?

— Espoletinha, o que você faz aqui?

— Vô? O quê?

O lugar onde Imã está é totalmente diferente do escritório, uma belíssima praia, com areia branquinha e a água verde-piscina, no ar o relaxante aroma marinho, mas o que mais espanta Imã é ver o céu tomado de imensas baleias voando e emitindo canções melodiosas.

— Imã? — Táquio chama atenção da neta.

— Vô, on-onde a gente tá? Olha lá, é uma baleia! — deslumbrada, Imã aponta.

Táquio agarra a neta e fecha os olhos dela. Quando Imã abre os olhos novamente, estão de volta ao escritório.

— Espoletinha, você está bem?

— Vô, vô, vô... o quê? Vô...

— Calma, Espoletinha, deixa o vô te explicar.

— O-o quê? Vô? Você viu, você viu?

Táquio levanta a neta no colo e conta várias histórias, fala sobre os mundos que existem e os perigos de alguns, por isso ela não podia falar para ninguém onde ele estava e o que viu. Os olhos de Imã brilhavam a cada novidade, por isso não é difícil imaginar que desde esse dia, nunca mais Táquio conseguiu ficar sozinho.

Mas esse mundo é totalmente diferente de tudo o que Imã disse a Carlito. O ar é pesado, abafado, angustiante, sons guturais constantes, tem um clima de desespero presente. Carlito não consegue mexer o corpo e nem abrir os olhos totalmente, é como se houvesse uma membrana envolvendo todo seu corpo. A respiração é difícil ainda mais por causa do tubo que foi colocado na boca, impedido que engolisse a saliva ou pigarrear na garganta.

Por meio de sombras, ele consegue identificar vultos passando por ele. Tenta grunhir para chamar atenção, mas o esforço é em vão, nada sai da boca. Sua mente começa a trabalhar para entender a situação. “Sem dúvida sou prisioneiro, mas de quem e por que?”, avançando mais no raciocínio, “Como saio daqui?”.

Aos poucos os sons vão ficando mais claros, até que consegue ouvir uma conversa.

— Conseguiu falar com ela?

— Sim, parece que acertamos.

— Tomara que se dê por satisfeita.

— Ótimo, acho que acabamos por aqui, talvez ganhemos uma folga.

— E esse?

Será que sou eu?” Carlito se desespera.

— Por enquanto não precisamos nos preocupar, as ordens foram para não fazer mal.

— Vamos tirar do caldo?

— Não, ele não sofre o mesmo que os outros.

— Estranho isso, não?

— Não importa, vamos terminar o que viemos fazer.

Gritos tomam o ambiente indicando que muitas criaturas sofrem dores atrozes, Carlito tenta ignorar a angústia para manter a sanidade.

Em outro ponto, Imã e Belchior ficam impressionados com o ambiente, nenhum dos dois imaginou que pudesse existir um mundo tão desolado. Belchior muda para a forma de um pássaro a fim de ter uma visão melhor da região, Imã pede que não se afaste muito, pois tem pressentimentos ruins.

Os altos montes que os rodeiam parecem construídos com matéria sólida, desprendem forte odor metálico que arranha a garganta e arde os olhos, o piso fofo é tomado por terra que dificulta andar, o céu é totalmente escurecido mas sem nuvens, como uma noite sem lua, o ar é frio e abafado, decididamente um ambiente de filme de terror. Ao se lembrar do companheiro, Imã olha para cima, mas não enxerga Belchior, seu coração palpita de medo, mas ela não se detém, está determinada a encontrar Carlito. Se eles apareceram ali, certamente seu amigo estará próximo. Como não vê outra solução, Imã toma a decisão que mais convém.

— Carlito! — o grito ecoa pelas torres em torno.

O silêncio que predomina congela o sangue, mas logo surgem barulhos indistintos, ela não está sozinha. Tenta novamente.

— Carlito! Senhor Belchior!

Das sombras surgem criaturas como insetos com quase dois metros de altura, sem olhos, mandíbulas horizontais, três pares de membros, em pé sobre dois deles. Instintivamente, Imã dá dois passos atrás e encosta num dos montes, ouve zumbidos e uma vibração vindos de dentro do monte, as criaturas são dezenas e mantém distância, Imã percebe que não avançam, porém isso não ameniza a situação. A impressão é a de que qualquer movimento rápido pode incitar o ataque, “por que não vêm me pegar?”, o pensamento não alivia a tensão, ao contrário, parece que sua integridade é questão de tempo.

De repente as criaturas recuam, abrem caminho, no meio deles surge um inseto maior e sua boca brilha como se estivesse acumulando energia, esse inseto apresenta pequenos pontos negros logo acima da boca que parecem ser olhos e estes estão fixados em Imã.

O brilho aumenta até um ponto e a bocarra se abre na direção da menina. Sem esperar, Imã é agarrada por braços que a imobilizam colada no monte e a puxam para trás, fazendo-a afundar até que ela não consegue nem respirar. Atrás de si, um forte estrondo acontece, o respingo de alguma substância toca em seu braço, mas Imã some debaixo da terra.

De volta ao nosso mundo, Rui resolveu não esperar pelo irmão e decidiu ir para casa indignado, tira o celular do bolso e verifica as horas, as ruas estão agitadas, após não conseguir falar com sua família desliga o telefone e guarda de novo, atravessa a rua. Logo que avistam Rui, Tudão e Cerol seguem logo atrás sem que ele perceba, assim que alcança a calçada Rui é abordado. A dupla que o impede de prosseguir não é estranha, por isso Rui treme da cabeça aos pés.

O empurrão no peito deve ter doído, mas a adrenalina provocada anestesia qualquer incômodo e o enche de brio. Rui endurece o corpo, não se move como se estivesse enfrentando os rapazes, o que os enfurece ainda mais. “Queria ter os poderes aquáticos aqui.” Pensa. Enquanto isso os rapazes usam a força para intimidar, afinal são dois contra um medroso, as chances de perder para o gordinho são mínimas, para não dizer inexistentes. Cerol dá um tapa violento, para mostrar até que ponto estão dispostos. Surpreendentemente, Rui mantém a postura, olhando diretamente para seu agressor, a marca da violência fica estampada no rosto. Difícil acreditar, mas os meliantes também não recuam e desdenham do abuso de alguém que está se borrando de medo.

— Vamos acabar logo com isso, passa o celular. — Tudão não esmorece.

— Nã-não tenho.

— Nós vimos você usando, anda, passa logo ou vai ser pior. — Cerol ameaça.

Tudão fica nervoso.

— Coé moleque, tá tirando a gente? Dá essa merda aqui. — se aproxima para revistar Rui.

Mas, o menino se vira protegendo o corpo, impedindo que Tudão toque no aparelho, então Cerol perde a paciência.

— Tá achando que é brincadeira?

Um soco é desferido e acerta o alvo em cheio, o impacto desequilibra, Rui cambaleia, desce a calçada abruptamente. O motorista do ônibus só percebe o menino muito tarde. O barulho da freada brusca e o grito dos passageiros chama atenção, a pancada é forte, rapidamente a multidão cerca o local, celulares filmando, o motorista desesperado olhando debaixo do pneu, carros buzinando, alguém se lembra de ligar pedindo ambulância, a quantidade de sangue espalhado impressiona. Tudão e Cerol somem no meio dos curiosos.


Novela de
M. P . Cândido

Elenco
Imã vô Táquio Rei Gjorgy maga Cuca Tiana Rui Carlito Drica Tudão Cerol Renê Zara Ema Utah Sári Vento Participações Especiais Gualbe Beron Zebu Melo vó Nácia Tema Boom Boom Pow Intérprete The Black Eyed Peas
Direção
Carlos Mota

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



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