4x05 - NO CEMITÉRIO DO BATIZADOR
Logo
os jovens estão andando pela Rua Castro e Silva no centro de Fortaleza enquanto
conversam:
-
Ainda não acredito que você fez aquilo. Foi muito irado! Eu tenho que aprender.
Você me ensina? – Fala Marcio.
- Vai
depender do seu despertar. – Diz Ravena.
-
Como assim?
-
Todo praticante de magia precisa despertar para a magia. Compreender de forma
mística como a realidade é muito maior do que a que aparenta. Alguns passam por
acidentes de quase morte, experiências espirituais, overdose de drogas, e
outras coisas estranhas. Outros simplesmente acordam num belo dia e sentem a
diferença. Despertaram, pura e simplesmente.
- E
como vai ser pra mim e quando?
-
Ninguém sabe. Só você mesmo e seu avatar podem responder isso.
Collin
interrompe os novos amigos dizendo:
- Já
nos afastamos do local do assassinato. E agora, vamos pra onde?
- O
que foi que o padre lhe disse? – Indaga Ravena.
-
Que no Campo-santo do batizador devemos encontrar aquele que diz que os cães
veem coisas. Ou algo assim... – Responde Collin.
-
Campo-Santo?? Peraí, isso era como se chamavam os cemitérios antigamente. –
Reflete Marcio.
-
Cemitério do batizador? – Pergunta Collin.
-
Então deve ser... – Inicia Marcio.
-
...cemitério São João Batista. – Completa Ravena.
-
Muito bem, já sabemos para onde ir. Se bem que deveríamos ter encontrado a
senhora de ascendência alemã no Eusébio, eu acho. Mas ainda não estou
entendendo o lance da música. – Comenta Colin.
-
Vocês são bem curiosos. Mas pelo que passaram já está na hora de saberem um
pouco mais. – Inicia Ravena. – O que diz a letra da música, Márcio?
-
“Eu quis cantar minha canção iluminada de sol,
Soltei
os panos sobre os mastros no ar,
Soltei
os tigres e os leões nos quintais,
Mas
as pessoas na sala de jantar,
São ocupadas em nascer e morrer.
Mandei fazer de puro aço luminoso punhal...”
-
Pronto, só até aí. – Interrompe a garota. – A canção devem ser as palavras de
um ritual que precisa da iluminação de um sol. E qual foi o objeto que
conseguimos que tem um sol gravado?
- O
castiçal da catedral. – Responde Colin.
-
Isso mesmo. Mas além disso, o padre antes de bater as botas falou que teríamos
que pegar um punhal, que deve estar no cemitério. Como era o nome do punhal?
-
Essa eu sei. Punhal de Kullervo. – Fala Marcio.
-
Mas quem eram aquelas pessoas? Você parece que já sabia quem eram. – Acusa
Colin com feição de desconfiança.
-
São de um grupo ocultista chamado “Estandarte do Crepúsculo” ou somente “Estandarte”.
Eles são dissidentes de um outro grupo chamado “Ordo Templi Orientis” ou O.T.O.
São parecidos com a O.T.O. por seguirem conhecimentos de Aleister Crowley e a
Thelema. Mas são extremistas e violentos em suas práticas.
-
Mas por que usam as máscaras de tigre? – Pergunta Colin.
-
Divisões hierárquicas e porque cultuam felinos. Os tigres são soldados rasos e
os leões são os líderes.
-
“Soltei os panos sobre os mastros no ar” significa que o Estandarte entrou em
ação, e “soltei os tigres e os leões nos quintais” são eles vindo atrás destes
objetos e por sequência... atrás de nós? – Pergunta Marcio gesticulando devagar
e com nervosismo.
- Sim. Mas eles não são páreo pra gente. Vamos indo estamos quase lá. – Finaliza Ravena.
19 horas. Cemitério São João Batista.
-
Ah, muito bem. Ótimo plano. O cemitério está fechado. Por que não pensamos
nisso? Afinal, qual o cemitério que está aberto a noite? – Pergunta Collin
ironicamente.
-
Ele está fechado para as pessoas comuns. Não para a gente. – Afirma Ravena.
-
Espera aí. Como assim?
- Me sigam.
Ravena
procura um local da rua lateral com pouca movimentação na rua. O muro é alto,
mas ela encontra um ponto que facilite o acesso e retira seu chicote novamente
da mochila.
Retira
um prego grosso semelhante a um vergão e prende na ponta do chicote. Em seguida
fala baixinho algumas palavras perto do prego e chicoteia para cima onde a
ponta do utensílio passa por cima do muro e se prende ao outro lado.
Os
jovens aventureiros escalam pelo chicote e adentram o cemitério no começo da
noite.
-
Onde que eu fui me meter? Minha mãe vai começar a me ligar preocupada e eu
estou invadindo cemitérios. – Comenta Colin.
-
Deixa de chororô, muleque. Já começamos essa parada e vamos terminar. – Fala
Marcio descendo depois de Colin.
-
Certo, e agora? Para onde vamos? – Pergunta Ravena.
-
Lembra do que o padre disse? “No Campo-Santo do batizador encontrem aquele que
diz que os cães veem coisas.” – Relembra Marcio.
- No
cemitério já estamos, mas quem é aquele que diz que os cães veem coisas? –
Indaga Ravena novamente.
Marcio
utiliza o smartphone e pesquisa, para então dizer:
-
Deve ser isso. Está falando do escritor Moreira Campos que escreveu um livro de
contos chamado “Dizem que os cães veem coisas”. Acho que se acharmos a cripta
dele vamos conseguir alguma pista.
Os
jovens começam a passar por ruas de mausoléus e tumbas antigas de milhares de
pessoas que foram enterradas naquele sepulcrário.
Até
que numa viela escura de criptas com flores murchas aparece um homem com uma
lanterna e um cachorro preso pela coleira. O homem está vestido de zelador e
deve ter aproximadamente 40 anos. É baixo, negro, magro e de barba por fazer.
Assim que eles o avistam o cão os observa com curiosidade, enquanto o homem que
segura o cachorro rosna para os adolescentes.
O
zelador parece que quer atacar os invasores. Mas então o cachorro que está ao
seu lado, senta nas patas de trás e fala em alto e bom som:
- Calma, Sebastião. Vamos primeiro perguntar o que os visitantes querem.
Jonnathan Freitas
Elenco Caleb Mclaughlin como Márcio Timothée Chalamet como Colin Jenna Ortega como Ravena Morgan Freeman como Arthur Cavalcante Tema Cloud Nine Intérprete Hayden Folker
Carlos Mota
Bruno Olsen
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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