Ciranda: Aventura Interdimensional - Capítulo 14 - WebTV - Compartilhar leitura está em nosso DNA

O que Procura?

HOT 3!

Ciranda: Aventura Interdimensional - Capítulo 14

Novela de M. P. Cândido
Compartilhe:

 





No capítulo anterior Carlito se prende à memória para não entrar em pânico e relembra os dias em que conheceu Rui, Imã entra em contato com criaturas estranhas que se dizem habitantes primitivos do mundo devastado.



CAPÍTULO 14 - ESPOLETINHA, É VOCÊ MESMA?

Ziza ainda está angustiada, mas o toque do telefone celular distrai sua atenção, ela atende por alguns instantes, depois desliga.

— Tiana, estão precisando de mim lá no escritório, mas eu não queria deixar a Imã assim.

Tiana olha para Ziza com firmeza:

— Pois se eu fosse você, ia para lá. Assim, pelo menos você alivia um pouco as tensões se concentrando em outras coisas. Não se preocupe com a Imã, estarei aqui para cuidar dela, você pode ir sossegada.

— Eu preciso mesmo ir, você me liga se acontecer alguma coisa?

— Claro, Ziza, mas eu tenho certeza de que não vai acontecer nada. Pode ficar tranquila.

— Dona Ziza, eu também estarei aqui pra ajudar no que for preciso.

Ziza olha para Tiana e Drica e agradece o carinho.

— Assim que puder estarei de volta, prometo.

Tiana aperta Ziza em um abraço, as três se despedem.

— E agora, o que a gente faz? — a mulher quer se agarrar em alguma esperança.

— Tem uma coisa que a gente pode fazer, o vô Táquio tinha me ensinado e só lembrei agora.

— O que é?

— Vamos pegar as cirandas e uma tigela de gelo.

Tiana corre para atender Drica, enquanto isso a menina abre a porta do escritório e se aproxima da amiga deitada no chão. “Espero que dê certo”. Logo que Tiana aparece, Drica estende a mão para pegar a ciranda.

— A senhora pode pegar os cubos de gelo e jogar na tigela? — Drica pega uma ciranda e afasta as outras. — Pega a minha mão!

— Qual é o plano Drica? Você vai voltar para dentro da ciranda?

— Não, eu vou tentar só enviar uma mensagem de voz para Imã.

— E dá pra fazer isso?

— O vô Táquio tinha me ensinado, caso eu só quisesse enviar uma mensagem, ou algo parecido. Depois eu ia aprender a viajar.

— Mas, pra quê o gelo?

— É um tipo de âncora, se eu sentir que estou entrando na ciranda é só apertar o gelo que volto pra cá. E a senhora, não larga minha mão, por favor.

— Pode confiar, Drica.

No mundo devastado, Carlito luta para se adaptar a atmosfera úmida e abafada em que se encontra, movimenta os músculos para aliviar as dores por ter ficado tanto tempo imobilizado, também passa a mão pelo corpo limpando os resquícios do caldo que o aprisionava. Sua atenção é desviada para a voz de uma pequena criatura, que soa amistosa, mas uma sensação de desconfiança deixa o rapaz alerta.

— Você é o quê? — a criaturinha fala enquanto rodeia Carlito.

— Eu? Eu sou um homem, ora.

— O que é um homem?

— Um tipo de animal que anda e fala.

— Do mesmo tipo do Conde E?

— Você conhece o Conde E? Aqui é Emityma?

— Por que, está procurando?

— Sim, preciso muito falar com ele.

— De onde o conhece?

— A senhora faz muitas perguntas.

— Isso te incomoda?

— Não, mas é complicado só responder e não ser respondido.

— Que respostas precisa?

— Que mundo é esse? Onde está o Conde E? O que você é?

— Acredita que era um mundo maravilhoso? Que éramos felizes?

— Difícil acreditar nisso. — Carlito olha ao redor.

Algumas criaturas se movem com olhos fixos a cada movimento do rapaz, é nítida a sensação de ser um prisioneiro.

— Por que é difícil? Você conhece um mundo melhor? De onde você veio? Como irá voltar?

— Assim que encontrar o Conde E, eu te mostro. — Carlito coloca a mão no bolso.

A ação do rapaz não passa despercebido pela criatura, ela grita para os outros.

— O que esconde aí?

Outras criaturas se aproximam para agarrar Carlito, percebendo a manobra, age rápido e corre para uma saliência do recinto, onde parece haver uma saída. Sem pensar no que está fazendo, fecha os olhos e se atira com toda força e atravessa uma parede, que parecia sólida como aço, mas era um emaranhado de teias, que não é forte o suficiente para detê-lo. Carlito tropeça, cambaleia e consegue escapar. Corre tresloucadamente por alguns minutos, logo um zumbido ensurdecedor surge, ao virar o rosto vê o horizonte tomado por milhares de criaturas sobrevoando e correndo atrás dele. A criaturinha que o entrevistava vem montada sobre um dos voadores. Carlito dispara em direção a um ponto escuro com a única preocupação de escapar daquele exército de monstros, sua esperança é conseguir despistar os algozes.

Assim que alcança a área escura, o rapaz depara com um labirinto de imensas torres de poeira petrificada, da mesma forma que encontrou quando chegou a esse mundo. As torres são tão altas que bloqueiam qualquer raio de luz entre elas e o material que as encobre é tão escuro quanto piche. Dessa vez, não há tempo para investigar as causas, instintivamente, tateia os montes em busca de falhas, assim conseguirá se esconder e ficar seguro dos perseguidores. O zumbido fica cada vez mais forte, o chão treme, algumas lascas das torres caem em volta, ele se desvia para não ser atingido. Então, ouve uma ordem que o arrepia da cabeça aos pés.

— A Cuca não quer ele morto, já sabem.

De certa forma, Carlito desconfiou quem era aquela criaturinha, só falando em tom de perguntas. A insistência dela em querer saber de onde veio, denunciava a falta de cuidado, que alguém de boa vontade deveria ter com quem está ajudando. Em nenhum momento a Cuca se preocupou com seu bem estar.

Agora, mais do que nunca, Carlito sabe que não pode se deixar aprisionar novamente, pois imagina as piores torturas para a maga conseguir o que quer.

Após afundar a mão em uma das torres, Carlito se embrenha dentro dela e permanece em silêncio. Vagarosamente apanha a ciranda e começa a esfregá-la, como se fosse a lâmpada de Aladim, fixando o pensamento em seu mundo. Mas, ouve uma voz familiar: “Imã, tá aí?”. Agoniado, Carlito quer responder, mas teme fazer barulho.

Logo percebe que a voz ecoa na sua mente. “Caramba, como sou burro!” Se concentra para entrar em contato apenas pelo pensamento: “Drica? Drica, tá me ouvindo? Sou eu, Carlito.” A espera pela resposta é angustiante.

Enquanto isso, Imã tem dificuldades até para falar.

— Vô Táquio?

— Espoletinha, meu Deus, é você mesma?

A mesma voz, o mesmo semblante, que Imã não via há tantos anos e que ela desejava reencontrar, estava na sua frente. A emoção foi tanta que a menina não sabia como reagir, os olhos lacrimejam, é mais fácil imaginar do que explicar o que sentiu. O peito parecia querer explodir, o ar faltou, Imã fica tonta por um instante e cambaleia para frente, Táquio corre para abraçá-la. Os dois choram de alegria, o tempo parou e naquele instante nada mais importava.

— Meu Deus, como está grande, olha só que moça bonita você ficou.

As criaturas ficam perplexas com a cena, ninguém ousa dizer uma palavra. Táquio faz as apresentações.

— Meus amigos, essa é a Princesa Macar, é por ela que estamos nessa luta. — depois Táquio se volta para a princesa — Minha querida, esses são nossos amigos, um grupo bastante leal e estamos unidos contra a…

— Peraí, vô, que luta, que mundo é esse? Aqui é Emityma?.

Táquio olha para sua neta com profunda tristeza, a conduz para um canto onde eles se acomodam, Gualbe coloca uma garrafa com néctar de flores e copos sobre a mesa e eles se servem.

— Obrigado, Gualbe. — Táquio suspira — Imã, depois que você voltou pra casa, a Maga Cuca conseguiu me prender e queria tomar a ciranda de mim, mas ela não sabia como usar. Por isso, poupou a minha vida. Você lembra do Rei  Gjorgy que nos enviou para ela? Pois é, esse Rei não estava sendo atacado, a Cuca sabia da nossa existência e ameaçou o reino deles, para que fôssemos até ela. Logo que a vi, achei estranho uma criatura tão prestativa vivendo isolada da cidade e temida pelos habitantes, mas como não gosto de julgar as pessoas antes de conhecê-las, dei um crédito de confiança. Acontece que essa Cuca é uma maga poderosa, veja o que ela fez com esse mundo, o mesmo mundo que estávamos quando você foi embora. Tudo virou cinza, muitas criaturas morreram, outras foram transformadas em escravas, um verdadeiro reino de terror. Nem mesmo o Rei que a ajudou foi poupado, os prédios destruídos e toda vida sofreu com as maldades dela. Veja o que ela fez aqui, tenho certeza de que fará o mesmo em nosso mundo.

— Meu Deus, vô. Isso é terrível. E essas criaturas que obedecem a ela?

— São os tukurás, ela criou um exército de insetos gigantes que seguem as ordens cegamente. Ela detém uma magia que domina e agiganta os insetos, por isso consegue derrotar todos que se colocam contra ela. Os tukurás, além de mais fortes do que as criaturas normais, ainda conseguem expelir um veneno ácido que pode derreter qualquer um. Eles chamam de caldo.

Gualbe se aproxima deles.

— O caldo não afeta o Conde E como a gente, por isso, quando a resgatamos, a intenção deles era te aprisionar, porque a Cuca quer aprender como usar esse objeto que vocês trazem para viajar entre mundos.

Imã ouve tudo com atenção e tenta não demonstrar medo, depois puxa seu avô de lado para falar discretamente. Gualbe se afasta para dar-lhe privacidade.

— Vô, desculpe, mas a gente precisa sair daqui, voltar pra casa.

— Eu sei, Imã, mas ainda não podemos voltar, você viu como ficou esse mundo. Não podemos permitir que a Cuca faça isso com outros mundos. Se deixarmos nossos amigos assim, eles não resistirão.

— Mas, vô…

— Imã, lembra o que sempre te disse: ajudar a quem nos ajuda?

— Vô, você não tá entendendo, tem muito mais coisa em jogo.

— O quê? Olha, eu nem sabia que você viria atrás de mim, eu pedi pra que não deixasse isso acontecer.

— Pediu? Pediu a quem? A mamãe não pode ser, ela nem acredita em nada disso.

— Não importa, você precisa entender que a gente não pode sair assim. Temos que planejar um jeito de derrotar a Cuca de vez.

Subitamente, uma criatura interrompe a conversa, aflita.

— Rápido Conde E, os tukurás estão vindo pra cá. Vamos nos proteger!

— Venha, Imã, vamos para a nossa toca. Ainda não estamos prontos para enfrentá-los! — Táquio puxa a neta pela mão.

— Não, vô! Escuta, por favor! — Imã começa a ficar agitada.

— Aposto que é a Tiana enchendo a sua cabeça, né? Ela sempre exagera no risco. Eu estou bem, garanto.

— Não, vô, você não está, não sabe o que tá acontecendo lá no nosso mundo.

— Ora, Espoletinha, o que pode acontecer em poucos minutos?

— Vô, já passaram seis anos!


Novela de
M. P . Cândido

Elenco
Imã vô Táquio Rei Gjorgy maga Cuca Tiana Rui Carlito Drica Tudão Cerol Renê Zara Ema Utah Sári Vento Participações Especiais Gualbe Beron Zebu Melo vó Nácia Tema Boom Boom Pow Intérprete The Black Eyed Peas
Direção
Carlos Mota

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


REALIZAÇÃO



Copyright 
© 2025 - WebTV
www.redewtv.com
Todos os direitos reservados
Proibida a cópia ou a reprodução

Compartilhe:

Capítulo de Ciranda: Aventura Interdimensional

Ciranda: Aventura Interdimensional

No Ar

Novela

Comentários:

0 comentários: