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Antologia Romance à Vista: 3x02

Conto de Cleuber Aloisio
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Sinopse: A história é a respeito de um homem que, após  ser abandonado pela noiva, passa a desprezar as mulheres, tratando-as de forma grosseira. Porém, após sofrer um acidente, ele é internado em um hospital onde passa a ter contato diariamente com uma bela e atenciosa enfermeira, porém muito séria, que parece não gostar dele. A partir desse contato, ele passa a mudar a visão negativa que ele tem a respeito das mulheres.

3x02 - O Poder do Amor
de Cleuber Aloisio

Anderson havia se mudado para uma pacata cidade e já havia conquistado a antipatia de todas as mulheres. Quando via uma mulher na rua, a abordava de forma grosseira. Não chegava a tocá-la, porém a ofendia com palavras agressivas, constrangendo-a. Dizem que ele tratava as mulheres assim porque faltando uma semana para se casar, sua noiva foi embora com outro homem.

Na nova cidade, ele morava sozinho. Não tinha amigos. Antes de se mudar, ele morava com os pais. Tinha um irmão e uma irmã que já eram casados e não se davam bem com ele. Seus irmãos, para evitarem contato com ele, deixaram-no como o único herdeiro da casa. Quando seus pais faleceram, Anderson vendeu a casa e ficou com todo o dinheiro. Por causa da sua conduta, ele não conseguia arrumar emprego. Vivia do dinheiro da venda da casa e aproveitava o tempo livre para abordar as mulheres que encontrava pela rua e dizer-lhes palavras obscenas. As mulheres abordadas por ele começaram a se queixar com os maridos e estes se revoltaram. Os homens, indignados, uniram-se para dar uma lição nele.

Anderson saiu cedo para caminhar, sem saber do perigo que corria. Enquanto ele caminhava, 10 homens vieram em sua direção, muito irritados, dizendo que ele levaria uma surra. Ele começou a correr e os homens correram atrás dele. Próximo de ser alcançado, o rapaz correu para o meio da rua. Um carro em alta velocidade atropelou-o, fazendo-o estatelar-se no chão. Após o acidente, os seus perseguidores se dispersaram, dizendo que ele teve o que mereceu.  Uma multidão aglomerou-se para vê-lo. Algumas pessoas presentes acharam que o rapaz mereceu, principalmente as mulheres que haviam sido insultadas por ele. Outras ficaram chocadas com a cena. Ninguém arredava o pé do local. Alguém ligou para o SAMU, que veio rápido. Ele recebeu os primeiros socorros, foi imobilizado e levado ainda vivo ao hospital da cidade. Foi constatado pelo médico que ele havia lesionado a cabeça, fraturado três costelas, quebrado uma perna e o braço direito, além de várias escoriações pelo corpo. O médico chegou a pensar que seria necessária uma cirurgia na cabeça, porém a tomografia mostrou que seu crânio estava intacto.

Seu braço direito foi operado. Ficou um dia no CTI, e depois foi transferido para um quarto do hospital, onde ele tinha a companhia de um idoso que estava em coma.

Anderson acordou de madrugada. Sentia dores pelo corpo. Não se lembrava do acidente. Só se lembrava da perseguição. Suas vistas estavam turvas. Não conseguiu mais dormir, pois não conseguia relaxar. Sentiu-se angustiado naquele quarto escuro.

Seis horas da manhã uma enfermeira entrou no quarto. Era uma mulher bonita, de pele clara, cabelos negros e lisos que estavam presos e cobertos por um chapéu branco que as enfermeiras usam. Ela tinha 1,74 de altura. Tinha 25 anos. Seu belo corpo chamava atenção no vestido branco que ficava justo naquelas curvas bem torneadas. Os seios eram firmes. Os olhos eram verdes, o nariz afilado e os lábios carnudos. A sua beleza impressionava. Algo parecia ter mudado em Anderson, pois não a enxergava de forma vulgar como via as outras mulheres, mesmo achando-a tão atraente. Talvez pelo que aconteceu, ele tenha ficado mais sensível. Nunca havia sido internado em um hospital, e agora estava ali, frágil e indefeso. A enfermeira, percebendo que ele estava acordado, perguntou:

— Como você se sente?

— Meu corpo inteiro dói. — respondeu. — Eu não me lembro de nada.

— Você foi atropelado. Sorte sua não ter ido a óbito. Sua recuperação será lenta, mas após alguns meses vai estar melhor. Vou medicá-lo para amenizar as dores.

— Com você cuidando de mim, já me sinto melhor.

A moça ficou séria. Respondeu secamente que voltaria com o café às 7hs. Após medicá-lo, ela saiu do quarto. Ele não fez mais nenhum comentário. Preferiu conhecê-la melhor primeiro.

Às 7hs ela retornou com o café. Anderson disse:

— Estou sem fome.

— Você deve alimentar-se, pois ficou muito tempo só no soro e a próxima refeição será no almoço. Deixarei o café aqui, caso queira comer depois. Se precisar de ajuda, é só tocar a campainha. 

Apesar da voz suave, ela falava com ele de uma maneira fria. Parecia não gostar dele. Anderson tinha certeza de que não a conhecia, mas tinha a sensação de já tê-la visto antes. Ele a agradeceu e disse que comeria mais tarde.

Os dias foram passando. Quando terminava o plantão dela, outra mulher a substituía. Uma moça magra, morena, alta. Tinha 30 anos. Detestava-o e não o cumprimentava. Fazia o seu serviço e não respondia às suas perguntas. Ele preferia o plantão da primeira enfermeira mesmo sendo fria, pois respondia às suas perguntas e o ajudava a alimentar-se com toda a paciência. A enfermeira substituta praticamente empurrava a comida pela sua goela abaixo. Enquanto isso, seu companheiro de quarto ficava só dormindo, e nas poucas vezes que acordava, não dizia nada.  

Anderson não recebia visitas. Ele já esperava por isso, pois ninguém sabia que ele morava naquela cidade. Ninguém sabia sobre o seu acidente. Mesmo assim ele sentiu-se abandonado. Precisava conversar com alguém.

Após duas semanas, ele já estava melhor. Porém ele demoraria a recuperar-se. Nesse período, ficou sabendo o nome da enfermeira. Chamava-se Vânia. Ela já o tratava melhor, mas continuava fria.  Na hora do banho de leito, Anderson ficava muito incomodado. Por mais profissional que Vânia fosse, ele não ficava à vontade nessa hora. Apesar de não respeitar as mulheres, com ela era diferente. Ele sentia-se bem com as mãos macias dela tocando o seu corpo, mas percebia que ela ficava constrangida. Ele tentava parecer o mais natural possível, contudo não conseguia. A verdade é que o desejo pela bela enfermeira aumentava a cada dia.

A sua recuperação já era visível, e Vânia havia se tornado mais gentil. Ele sentiu mais proximidade em relação a ela, e um dia, quando ela trouxe o café, ele fez uma brincadeira para descontraí-la. Foi um grande erro. Anderson disse:

— Bom dia Vânia. Eu estava imaginando quantos homens gostariam de estar no meu lugar para ter o privilégio de ser cuidado por uma mulher tão bela como você.

Após terminar a frase, ele sorriu para ela. Em troca, recebeu um olhar fulminante da moça, que começou a xingá-lo, tremendo de ódio.

— Eu nunca te dei liberdade para dirigir-se a mim dessa forma! Estava sendo educada e você já aproveita para fazer gracinhas comigo! Exijo respeito! Você deve respeitar uma mulher em seu trabalho, se quer ser bem tratado! Graças a homens como você, a sociedade não nos respeita! Não sou obrigada a ouvir as suas gracinhas, fui clara? Por favor, dirija-se a mim só quando precisar! A sua refeição está servida! Vire-se!

Vânia retirou-se do quarto furiosa, e Anderson ficou calado. Ele não deveria ter feito a brincadeira. No entanto, a reação da enfermeira foi desproporcional. Ela parecia odiá-lo. Naquele dia, o rapaz sentiu-se muito mal. A reação negativa daquela mulher feriu a sua alma. Ele sentiu-se péssimo ao perceber o quanto ela o odiava. A ironia do destino é que ele havia se apaixonado por ela. Há muito tempo ele não amava alguém. Agora que aconteceu, a mulher o odeia. Anderson ficou desesperado só de pensar que ela não cuidaria mais dele. Com certeza ela pediria para trocar de escala para não vê-lo mais. Ninguém gostava dele no hospital. Quando era dia de folga de Vânia, qualquer plantonista que a substituía tratava-o mal. O café e o almoço vinham frios, não tomava banho de leito, e quando ele tocava a campainha para pedir ajuda, a plantonista demorava a vir. A tristeza tomou conta do coração dele.

No dia seguinte, outra enfermeira levou o café. Estava frio e amargo. Ele perguntou à enfermeira sobre a Vânia. A moça respondeu que ela não viria mais, deixando-o mais aflito. Ela não apareceu o dia todo. Anderson ficou arrasado, pois concluiu que Vânia havia mudado de escala.

Ele dormiu mal durante dois dias. Estava péssimo. O dia amanheceu e Anderson olhou para o relógio na parede sete horas. Alguém empurrava o carrinho com a bandeja do café pelo corredor. Ele já não tinha mais esperança de que fosse a Vânia. Quando a enfermeira entrou no quarto com o café, ele teve uma surpresa. Era Vânia. Houve uma mistura de emoções em seu interior. Quando ela chegou perto dele com a bandeja, Anderson tomou coragem e disse.

— Vânia, me desculpe. Eu não quis te ofender e...

Ela o interrompeu.

— Eu que te peço desculpas. Apesar de tudo, eu deveria ter sido mais profissional e não ter perdido o controle. Nada justifica a forma como eu agi, pois eu estou no meu trabalho. Devia ter me controlado.

Anderson já havia percebido que aquela mulher encarava a sua profissão quase obsessivamente. Ele respondeu:

— Desculpe por ter dito aquilo. Não tive intenção de te desrespeitar. Eu nunca soube lidar bem com as mulheres. Mas, o que me deixou intrigado, é que nos conhecemos faz pouco tempo, porém você parece me odiar. Por quê?

— Você não se lembra de mim, pois eu sou apenas mais uma mulher que você abordou para proferir palavras de baixo calão! Você foi muito grosseiro comigo! Cheguei a sentir nojo de você! Fez-me sentir péssima com as suas palavras!

O coração de Anderson gelou. De súbito ele lembrou-se dela. Realmente ele a abordou na rua, ofendendo-a. Ela abaixou a cabeça e limitou-se a seguir o caminho dela. Depois disso ele nunca mais a viu. Agora ele a encontra no hospital. O mundo é realmente pequeno.

— Me perdoa! Não sabia que tinha feito tão mal a você. Ofendi muitas mulheres nesta cidade, porém as circunstâncias que eu vivo agora me fizeram mudar e ver o quanto eu fui imbecil! E eu tinha que ter sido tão idiota logo com você, uma mulher tão especial, que me fez mudar a visão distorcida que eu tinha em relação às mulheres. Hoje eu te admiro muito. 

Vânia emocionou-se com aquelas palavras. Desde que Anderson chegou ao hospital, ela cuidava dele, e mesmo não querendo, começou a sentir afeição por ele. No começo só sentia desprezo. Depois começou a sentir pena, pois ninguém o visitava e era sempre maltratado pelas enfermeiras. Com o tempo, a pena transformou-se em afeição. Ela também se sentia tão solitária quanto ele. Vânia não queria aceitar, mas estava se apaixonando pelo rapaz. Apesar de lutar contra esse sentimento, a paixão só crescia. A afeição virou desejo. Ela começou a achá-lo atraente. Anderson tinha 1,78 de altura, era moreno claro, cabelos pretos e curtos, olhos escuros, magro, porém com o corpo atlético. Tinha 32 anos. Vânia nunca havia sentido desejo por um homem. Tudo mudou quando ela passou a dar o banho de leito nele. Quando tocava o seu corpo e deslizava as mãos por ele enquanto lhe dava banho, ela o desejava. Vânia tentou afastar os pensamentos libidinosos de sua mente, porém em vão. A cada dia o desejo se intensificava. Nascia uma paixão incontrolável em seu coração.

Vânia aproveitou aquele momento e decidiu se abrir para Anderson, para que ele entendesse a reação furiosa que ela teve.

— Anderson, eu vou te contar um segredo que eu nunca contei a ninguém durante todos esses anos.

Anderson ficou em silêncio aguardando.

 — Aos doze anos eu já chamava a atenção por ser bem desenvolvida fisicamente para a minha idade. Mas eu não tinha nenhuma malícia na vida. Vários amigos do meu pai frequentavam a nossa casa, e um deles, de nome Sérgio, 40 anos, sempre me olhava de forma estranha. Eu nem percebia. Um certo dia, eu estava voltando da escola para casa. Ele passou de carro e me ofereceu uma carona. Apesar de a escola ser longe, eu sempre voltava a pé para casa com as minhas amigas. Porém, nesse dia, eu estava sozinha e aceitei a carona dele, afinal era amigo de confiança do meu pai. No caminho, ele se desviou para uma rua deserta e levou-me para uma casa abandonada, onde abusou de mim. Ele me disse para ficar calada, pois ninguém acreditaria em mim, afinal ele era um homem íntegro. Depois ele me colocou no carro e me deixou perto de casa. Quando eu entrei em casa, meus pais, aflitos com a minha demora, perguntaram onde eu estava. Eu estava bastante transtornada. Eles perceberam que havia algo errado comigo e me fizeram falar. Mesmo com medo, eu contei toda a verdade. Meu pai ficou muito revoltado, pois tratava-se de um grande amigo dele, e me levou à delegacia. A ocorrência foi feita e, para a nossa surpresa, a polícia já estava no encalço dele, pois Sérgio já era suspeito de outros abusos. Meu pai ficou indignado com a informação da polícia. Sérgio acabou sendo preso, e outras vítimas apareceram para depor contra ele, que acabou sendo condenado definitivamente. A justiça foi feita, porém eu sabia que teria que conviver com esse fato para sempre. Depois disso eu me tornei uma pessoa retraída. Quando me tornei adulta, não conseguia namorar, pois tinha repulsa quando um homem me tocava. Não me relacionei mais com ninguém e me dediquei somente ao trabalho. Entende por que eu me senti tão ofendida com as suas palavras? Você é tudo o que eu mais desprezo. É insensível e grosseiro. Tipos como você me fazem manter afastada dos homens. Você acha que mulher é um produto descartável, no qual você usa e joga fora. Não entende o quanto é ofensivo abordar uma mulher para dizer palavras de baixo nível? As palavras possuem mais poder do que você pensa. Apesar de tudo, eu sou profissional e continuarei cuidando de você, embora não mereça.

Ao terminar de falar, Vânia estava com lágrimas nos olhos. Porém ela omitiu que não era só pelo profissionalismo que cuidava dele. Ela não falou sobre a paixão que sentia por Anderson.

Anderson ouviu o desabafo dela, e quando ela terminou, ele a compreendeu. Aquelas palavras atingiram a sua alma. Foram duras, mas fizeram-no bem. Graças àquela mulher, ele estava se tornando uma pessoa melhor. Anderson disse:

— Eu também tenho algo a dizer sobre mim.

— Por favor, diga.

— Eu fui noivo. Seu nome era Renata. Amava-a muito e iríamos nos casar. Estávamos juntos havia 6 anos. Eu confiava muito nela. Marcamos o nosso casamento. Faltando uma semana para nos casarmos, ela foi embora com outro homem. Depois de tudo pronto para o casamento, ela me largou e explicou tudo em uma carta que deixou no correio. Havia me abandonado para ir embora com um amigo meu que eu abriguei em minha casa quando ele precisou. Fiquei arrasado. Nunca mais a vi, e daquele dia em diante eu me tornei amargo e passei a desprezar as mulheres. Eu não quero justificar os meus atos. Quero que você entenda que eu já fui um homem de caráter, e também quero te agradecer, pois graças ao meu convívio com você, uma mulher incrível, eu recuperei o meu caráter e resgatei a minha alma. Sempre serei grato a você por isso e nunca mais tratarei mal a uma mulher.

Após terminar a sua explicação, Anderson ficou aguardando a reação de Vânia. Sem dizer nada, ela aproximou-se dele e o abraçou ternamente, sentindo o calor daquele corpo que tanto desejava. Ele surpreendeu-se com aquela atitude e retribuiu o abraço. Abraçar aquele corpo macio o fez sentir-se bem. Anderson agradeceu pelo abraço e disse que ficaria honrado em ser amigo dela. Vânia perguntou:

— Você ainda gosta da sua ex-noiva?

— Não mais. Sofri muito por causa dela. Mas já passou.

Numa atitude inusitada, Vânia fez um pedido.

— É estranho eu te pedir isso, mas gostaria que me beijasse!

— Quê? Eu? Balbuciou Anderson, surpreso com o pedido.

— Por favor! Beije-me!

Anderson a beijou meio incrédulo. Ao notar a reação receptiva de Vânia, ele a beijou mais intensamente. Foram vários beijos carregados de amor. Vânia, ao beijá-lo, sentiu seu corpo inteiro estremecer devido a paixão que já era indisfarçável. Ela jamais pensou que se apaixonaria pelo Anderson. Após vários beijos e carícias, o desejo entre os dois atingiu o limite. Havia um quarto vago no hospital, para onde o casal apaixonado se dirigiu. No quarto, Vânia disse:

— Sabe Anderson, eu não sei se estou pronta. Estou ansiosa. Nunca tive um homem antes. Além do mais, estamos no meu local de trabalho. Mas eu te confesso que eu nunca senti por ninguém o que eu estou sentindo por você.

Ele tentou tranquiliza-la.

— Fique tranquila, Vânia. Não faremos nada se você não quiser. Só de estar aqui com você já é gratificante para mim. Eu te confesso que comecei a me apaixonar por você desde a primeira vez que entrou no quarto do hospital para cuidar de mim. Meu amor por você é mais importante que o sexo. Eu não me importo de esperar o tempo que for preciso.

Eles se beijaram novamente. Vânia sentiu-se mais segura. Ambos deixaram-se levar pelo desejo e despiram-se lentamente.

— Seja carinhoso comigo. — Ela pediu.

— Darei todo o carinho que você merece. — Ele respondeu.

Para Anderson, sentir aquele corpo tão desejado em seus braços não tinha preço. Os dois fizeram amor intensamente, porém com carinho, como ele havia prometido. Vânia finalmente havia desabrochado para o amor. Pela primeira vez em sua vida, ela sentia-se amada e renascida como mulher. Para Anderson, a sensação era de resgate de um sentimento que havia perdido. Eles ficaram abraçados durante um tempo, desfrutando o momento. Ao se recomporem, eles decidiram ficar juntos, sabendo que muitos seriam contra. Ele viria a saber pela Vânia que a maioria das enfermeiras do hospital haviam sido assediadas por ele um dia, motivo pelo qual não o suportavam. 

Anderson estava prestes a ter alta, e já havia decidido que se mudaria para outra cidade. Queria levar Vânia, mas achava que ela não largaria o hospital. Uma semana antes de ele ter alta, seu companheiro de quarto faleceu. Antes de falecer, o homem de 85 anos chegou a ficar lúcido uma vez e contou parte de sua vida a Anderson. Chamava-se Paulo. Ambos tinham personalidades semelhantes. Quando jovem, ele não respeitava as mulheres. Tratava-as como se fossem descartáveis. Nunca se casou e morava sozinho. Agora que estava abandonado, ele entendia o quanto estava errado. Morreria sozinho naquele hospital, e ninguém sentiria a sua falta. O idoso ainda o aconselhou a não cometer os mesmos erros que ele. No dia seguinte, Paulo faleceu. Anderson decidiu que não queria terminar como aquele senhor. Daria um novo rumo a sua vida.

Um dia antes de ter alta, Anderson disse à Vânia:

— Eu partirei para outra cidade. Vou procurar meus irmãos para fazer as pazes e dividir o dinheiro da venda da casa com eles. Pena que você não pode vir comigo.

Ela respondeu sorrindo:

— Eu tenho uma proposta. Surgiu uma vaga que eu estava aguardando no hospital onde meus pais moram. Eu aceitei a vaga, pois não quero mais ficar longe deles. Você quer vir comigo para começarmos uma vida nova juntos?

— Sim, quero muito! Só vou me encontrar com os meus irmãos primeiro, e depois seguiremos para a cidade de seus pais. Jamais deixarei a mulher da minha vida partir sozinha.

Anderson saiu do hospital e foi se encontrar com seus irmãos. Ele disse aos dois que repartiria o dinheiro da venda da casa com eles. Ambos disseram que não queriam o dinheiro. Porém ele insistiu dizendo que era um direito dos dois. Pediu-lhes desculpas pela forma como os tratou durante toda a vida, mas que agora tudo seria diferente. Apesar de surpresos, acabaram aceitando o dinheiro. Os três se abraçaram, fizeram as pazes e se despediram. Não havia mais mágoa entre eles.

Vânia desligou-se do hospital e foi para o aeroporto esperar por Anderson. Faltavam 5 minutos e ele não apareceu. “Como fui tola. Confiei nele e fui enganada.” Pensou.

Vânia, decepcionada, foi para o local de embarque. De repente ela escutou Anderson gritando.

— Vânia, espera! Havia um engarrafamento na estrada e me atrasei, mas consegui chegar!

— Já estava indo embora! Vamos, senão perderemos o avião.

Os dois se beijaram e embarcaram no avião.

Na nova cidade, Anderson conheceu os parentes de Vânia, que gostaram muito dele. Anderson havia mudado e tratava a todos com respeito. Casaram-se e tiveram dois filhos. Estão juntos até hoje. Mesmo depois de vários anos de casado, Anderson costuma levar rosas para sua esposa.

O amor transforma a vida das pessoas. Transformou a vida de Anderson e Vânia, que, após passarem por dramas pessoais, recuperaram a fé no amor.

Conto escrito por
Cleuber Aloisio

Tema
I'll Always Be By Your Side

Intérprete
Lamaris

CAL - Comissão de Autores Literários
Agnes Izumi Nagashima
Gisela Lopes Peçanha
Paulo Mendes Guerreiro Filho
Pedro Panhoca
Rossidê Rodrigues Machado
Telma Marya

Produção
Bruno Olsen


Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.


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